EarthMoon - Interativa escrita por Calm


Capítulo 6
Maio — 2ª Parte


Notas iniciais do capítulo

Foi mal não ter postado ontem, é que tive uma prova hoje (Que ainda tomei bomba por sinal, tirei 57 pontos de 100) e vou ter duas amanhã, por isto considerem um milagre ou irresponsabilidade.



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Ayesha, Laryssa, Khal e Leen finalmente voltaram para o colégio; era já a noite, estavam evitando ao máximo voltar por conta do que lhes fora avisado enquanto passeavam. Quando entraram, Khal imediatamente se separou dos outros três na direção de um dos dormitórios. Laryssa e Ayesha tentaram passar despercebidas, porém a segunda sentiu alguém segurando seu braço.

– Laryssa, estão procurando você... - Era um terráqueo, companheiro de dormitório de Laryssa. - Você é Ayesha...? Também estão procurando você.

– Hugo... Vou voltar para o dormitório com ela, por favor finja que... - Laryssa sussurrou mas foi interrompida.

– Não, até por que eu estou com vergonha de ir sozinho, sabe? Eu também estava perambulando, e os Lunianos estão com muita raiva... Nem é medo, é vergonha mesmo... Além disso, do jeito que as coisas estão, achei perigoso deixar você ir sozinha, já que é uma dama. Sorte que Ayesha está com você. - Hugo sussurrou de volta, sem soltar o braço de Laryssa.

– O que é mais estranho, você envergonhado ou colaborando com a polícia...? - Laryssa soltou uma pequena risada, talvez para quebrar aquele clima tenso.

– Não seje tão dura...! - Hugo deu um leve tapa no ombro de Laryssa, depois voltou com o rosto sério para Laryssa e Ayesha. - Acho que está na hora de ir...

Laryssa e Ayesha concordaram e se separaram de Leen e seguiram Hugo. A primeira foi por ter um senso de dever, já a segunda por se sentir um pouco amedrontada na presença de Hugo; ele não era conhecido por boa coisa dentro e fora daquele colégio.

Quando se aproximaram da tenda policial que fora montada, foram linchados por uma chuva de tudo que os Lunianos tinham de disponível; desde gravetos até seus próprios sapatos. Hugo, sem sorrir, pegou um dos gravetos que fora lançados nele.

– Crec. - Fez o barulho com a boca após quebrar o galho, que era consideravelmente espesso, com os dedos. Depois se virou para o lado onde os Lunianos o linchavam e começou a sorrir; não um sorriso amarelo, um sorriso sincero. - Ouviram esse barulho? Irá acontecer com o osso de vocês se continuaram com isso.

Os linchamentos pararam. Aquele garoto era assustador demais para os Lunianos conseguirem continuar sua ação. Corriam boatos que ele já havia matado três crianças mais novas que ele e dez adultos; todos humanos, além de ser acusado de tentativa de assassinatos de Lunianos que encontrava; e ainda fazia com um sorriso no rosto. Apesar de nunca ter afirmado, também nunca negou. Já fora preso preventivamente sob custódia dezenas de vezes, porém libertado por falta de provas.

Por conta disso, quase todos os alunos mantinham distância dele, temendo dar um passo em falso e acabar por ser a próxima vítima. Os poucos que falavam com ele eram muito cuidadosos, e quase sempre, falavam o que ele queria ouvir. Laryssa era a única realmente sincera; ela se aproximou dele sem saber de seu histórico, e quando soube decidiu por continuar do jeito que já estava agindo, para o seu próprio bem.

– Bem... Laryssa Mercer, Ayesha Zabadar e Hugo Voltarie; foi constatado e confirmado que vocês três estavam fora de seus respectivos quartos na madrugada do dia 4 de Maio, data de desaparecimento de um Luniano que fora recentemente morto. Creio que já tenham sido informados disto. - Dentro da tenda estavam três agentes de segurança pública e dois coordenadores de segurança do colégio.

– Queremos tomar conhecimento de seus álibis, o que estavam fazendo naquela hora, no lado de fora dos dormitórios? - Um dos agentes perguntou para os três. - Se desejarem falar em um cômodo separado, atenderemos a este pedido.

– Eu estava procurando por uns gatos, cachorros, qualquer animal selvagem, entenderam? Queria achar um pouco de diversão para mim. Se fosse de manhã, eu iria chamar muita atenção... - Hugo foi o primeiro a falar, desinteressado e girando a chave de seu quarto em seu dedo.

– Essa declaração nos esclarece muitas dúvidas... É você que vem matando todos os animais silvestres que vivem por aqui? - Um dos coordenadores suspirou de decepção e perguntou.

Hugo deu de ombros, não dizendo nem não nem sim; era o que sempre fazia quando era interrogado sobre assassinatos que ele supostamente havia feito.

– Eu estava procurando por um garoto, um Luniano para ser mais exata... Eu queria perguntar algumas coisas para ele, e vi que tinha saído, por isso o segui. Fiquei fora por mais ou menos quarenta minutos andando e procurando por ele, mas não o encontrei e voltei para o meu quarto. - Foi a vez de Laryssa. Ayesha continuava calada e mordendo o lábio.

– Até agora as informações conhecidem... Pode nos dizer quem você estava procurando?

– Senhores! - Outro agente entrou ofegante na tenda; parecia que havia ido até a tenda correndo. - A-Aconteceu mais um incidente... Foi... Foi...

– Acalme-se e respire homem. - Um outro agente fez um gesto para o que havia acabado de chegar se acalmar. - Diga com calma e clareza o que ocorreu.

– Dois terráqueos e uma terráquea. Encontramos eles ensangüentados e mortos no gramado, atrás de um dos prédios das salas. Em uma análise preliminar, tudo indica que foram mortos por perda de sangue, ocasionado por um enorme ferimento em seus tóraxes. - Ayesha e Laryssa ficaram chocadas; Hugo continuou indiferente, mas prestando atenção. - Dois deles prestaram depoimento por estarem fora de seus quartos na madrugada em que o Luniano desapareceu; o terceiro não tem relação com o crime.

– Mandem todos que prestaram depoimento irem para o dormitório vazio e reforçem a segurança por lá! Iremos encerrar com vocês três agora. Se dirigiam para lá imediatamente.

Os três saíram da tenda, indo na direção do dormitório extra. Era só uma hipótese, mas talvez existissem Lunianos em busca de uma vingança sangrenta por conta da morte de um companheiro. Hugo repentinamente parou de andar, o que chamou a atenção das duas garotas.

– O que foi? Temos de ir logo, estamos correndo muito risco aqui fora... - Laryssa sussurrou apressada.

– Eu não vou. - Hugo falou seco e começou a dar meia-volta, em direção ao seu dormitório.

– Hugo! - Laryssa foi até ele e segurou seu ombro. - É muito arriscado.

– Deixa ele Laryssa. Se ele quer morrer, o problema é dele.

– Não, a questão nem é essa. Se existe um ou mais Lunianos caçando os suspeitos, que no momento somos nós e mais pessoas, não seria mais fácil para ele, ela ou eles indentificarem seus alvos se estiverem em um local semelhante? O que eu quero dizer é; mesmo com a segurança reforçada, vai ser fácil para ele, ela ou eles nos ver ou verem quando sairmos ou entrarmos neste dormitório especial. Assim irão saber quem atacar ou até mesmo matar.

A lógica de Hugo fazia muito sentido; Laryssa e Ayesha estavam sem saber o que fazer. Laryssa estava quase indo com Hugo, mas sua colega a interrompeu.

– Laryssa! Vai mesmo confiar em alguém como ele?! Lembre-se de sua fama e sua índole! Vamos logo, deixe ele morrer sozinho! - Ayesha levou Laryssa com ela. A primeira estava obviamente preocupada.

Hugo apenas observou as duas se afastarem. Quando as duas não estavam mais em sua vista, abriu um sorriso.


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Notas finais do capítulo

O próximo sairá amanhãs ou sexta. Não garanto nada.