O Doutor nunca havia percebido o quanto era triste, não totalmente.

Oh, isso não significava que ele era infeliz. Ele sorria, sorria de verdade. Mostrava as estrelas aos seus companheiros, e se deliciava com a maravilhação deles. Se tinha sorte, salvava mundos. Salvava vidas, e nada poderia ser melhor do que aquilo.

Mas sempre havia algo no fundo de sua mente, bem escondido para que ninguém pudesse ver. Um objeto, um cheiro, e ele aparecia por alguns segundos. Sua mente era tão barulhenta com todas as coisas que ele queria esquecer, tudo aquilo que ele não queria ver. Ele só tinha de tornar as outras coisas mais altas. A adrenalina de uma aventura conseguia, em sua maior parte. Sorrisos e piadas e coisas boas. Essas coisas conseguiam sobrepor o barulho, e fazer a tristeza se esconder.

Isso não quer dizer que ela não estava lá.

Como uma criança brincando de pique-esconde, só estava esperando para ser encontrada, aparecendo quando era deixada sozinha por muito tempo. Quando o mundo era silencioso ela vinha, e trazia o barulho com ela. Trazia memórias de guerra, morte, perda e dor, uma dor tão grande que parecia que ele a sentia agora. Por um momento lágrimas ameaçariam cair e seus olhos pareceriam tão velhos e cansados. Ele só queria que tudo acabasse. Então, o momento iria embora, e tudo estava bem.

A tristeza não era bonita ou boa de qualquer forma. Mas seria bom se alguém soubesse sobre ela. Só um pouco. Talvez, se alguém soubesse sobre ela… talvez ela não fosse tão grande.

E então River surgiu, com seus sorrisos e ousadia, e ela era incrível, tão incrível como qualquer um de seus companheiros. Mas não era isso que a fazia especial, que fazia seu amor por ela diferente. Era o fato dela olhar para ele, e só saber, sem precisar falar nada, sem explicações.

Ela sabia, e isso era o suficiente para deixar sua mente em paz.