O Douto havia mentido por toda a sua vida, era obrigado a admitir. Elas começaram cedo, em algo natural para sua espécie, o nome. Ele só havia ouvido o dele uma vez, sussurrado por sua mãe em seu ouvido. A partir dali, usou um temporário até que se formasse na academia e escolhesse seu nome, fizesse sua promessa: O Doutor.

Assim, mentir era natural para ele. Coisas pequenas, sem importância. Outras de significado, que ele precisava contar para assegurar a segurança de seus companheiros. Algumas vezes surgiria algumas evasivas, para evitar falar sobre seu passado escuro. Nunca se sentia culpado, pois isso estava tão incrustado em seu comportamento que ele nunca tinha parado para realmente pensar se era errado.

Ele soltou um gemido frustado. Como River podia possivelmente consegui ser diferente mesmo nisso?

— Regra número um: O Doutor mente. — Disse, puxando uma alavanca da Tardis, um tanto emburrado. River vestia uma expressão irritada, os olhos cravados em suas costas dizendo que ela considerava aquilo sua culpa. — Você sabe disso. Sabe que eu não falo muito a verdade. — Deu um suspiro cansado. — Não pode esperar sinceridade, não de mim.

— Nem mesmo nos assuntos importantes? — Ela indagou, o encarando. Ele balançou a cabeça. — Nas pequenas coisas? — O Doutor fez uma careta. Ela soltou uma risada amarga. — Sempre dizem que a base de um relacionamento é a honestidade. Sinceridade. Mas é claro que tem de ser diferente com nós dois, não é? Espero que você esteja fazendo a coisa certa, Doutor. — River lhe deu um sorriso triste, e quase havia mágoa em seus olhos antes de desaparecer com um barulho metálico pelo manipulador de Vórtex.

O Doutor não se importava em mentir. A primeira e mais verdadeira regra era clara. Mas, outra vez, estava tirando de River um tanto de normalidade, e talvez, por mais estúpido que isso seja, ela achasse que ele não confiava nela. O Doutor encarou um botão vermelho como se fosse culpa do objeto. Seria muito mais fácil se as coisas só pudessem se resolver sozinhas, e ela pudesse ver a verdade.

Seus olhos eram sinceros, e ele desejou que ela tivesse olhado neles aos partir.