I'm forever yours escrita por ColorwoodGirl


Capítulo 8
Capítulo 7




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Pedro piscou os olhos devagar, incomodado pela luz. Vermelha e azul, vermelha e azul, alternadamente. Um vulto surgiu em seu campo de visão.

"Rapaz, consegue me ouvir?"

"O quê?"

"Está reagindo." O vulto gritou, e sentiu mãos o segurando. "Fique imóvel, está bem?"

"O que aconteceu?" Virou a cabeça desorientado, procurando entender a situação. Onde estava Karina? Já haviam chego em casa?

"A garota está inconsciente. Convulsionou agora a pouco." Virou o rosto na direção da voz, gelando depressa. A porta do motorista havia sido arrancada e pelo vão, observou Karina em uma maca, com uma máscara de oxigênio no rosto. "Vamos para o hospital agora."

"Karina." Mãos o seguraram contra o banco. "Ela tá grávida."

"Ela está o quê?" Os paramédicos o encararam. "Bosta, pré-eclâmpsia. Deixa o hospital de prontidão. Você sabe de quanto tempo ela está?"

"11 semanas, acho." Sua mente clareou com uma rapidez impressionante, varrendo para longe os resquícios da embriaguez. "Ela completou 11 semanas há uns dias."

"Muito cedo para os sintomas." O paramédico que estava com ele comentou, enquanto observavam a maca da garota ser colocada na ambulância. Pedro tentou se levantar, mas foi impedido. "Hey, não se mova."

"Eu preciso ficar com ela."

"Rapaz, você acabou de sofrer um acidente sério. Você tem é que ficar imóvel para podermos te levar para o hospital."

"Não, eu preciso ficar com ela." Ele começou a se agitar, tentando sair do carro. Os dois paramédicos começaram a segurá-lo, conforme ele ia ficando mais violento.

"Tragam a droga da seringa." Um dos homens gritou e um terceiro apareceu, espetando o braço de Pedro.

Ele sequer teve tempo de processar o que acontecia antes de ficar inconsciente.

~P&K~

"Pedro? Pedro... Pedro." Abriu os olhos devagar, encontrando um rosto desconhecido. "Como está se sentindo, rapaz?"

"Confuso." Admitiu, engolindo em seco.

"Você lembra o que aconteceu?"

"Eu estava no carro, tinha uns paramédicos e... Karina." Sentou depressa, sentindo tudo rodar. "Cadê ela?"

"Calma, rapaz, calma... Primeiro eu preciso saber de você." O médico pegou uma lanterna. Colocou a dita em frente aos seus olhos, fazendo-os se fechar. "Você não sofreu nada mais grave, apenas um corte na testa que precisou de pontos. E talvez você sinta dor por alguns dias, por conta da pancada."

"E a Karina? E o meu filho?" Suplicou ao homem, sentindo o peito doer.

"Eu ainda não tenho notícias da garota. Ela estava em estado mais grave que o seu, convulsionou." Ele estremeceu. "Você não devia ter deixado uma grávida com pré-eclâmpsia dirigir. Se bem que, no estado que você estava..."

O homem o olhou reprovador, puxando um papel e lhe entregando. Seu exame toxicológico estava mais encardido que roupa de mendigo, e sabia que a culpa por toda aquela situação era sua.

"Eu não sabia que ela tinha pré-eclâmpsia." Garantiu, como se tentando aliviar um pouco o peso sobre si próprio.

"Mas causou uma situação de estresse extremo, o que já não é recomendado para uma mulher que está saindo do primeiro trimestre de gravidez." O médico era severo, e Pedro sabia que merecia a bronca. Tomaria outras muito piores. "Seus pais e os da Karina estão aí... O pai dela ligou no telefone e os paramédicos atenderam."

"Eu já estou liberado?" O homem assentiu, assinando a alta.

Conforme Pedro caminhava pelos corredores brancos em direção ao local onde suas famílias estavam, seu medo crescia. Preferia enfrentar a ira de dez médicos, duzentos paramédicos, um milhão de policiais, do que a do sogro.

Mas merecia essa ira.

Tão logo saiu pelas portas que levavam a sala de espera, sentiu o corpo ser imprensado contra a parede e o hálito quente do mestre direto em seu rosto.

"Seu moleque imbecil e irresponsável, eu vou te matar." Rosnou Gael, o antebraço na traqueia de Pedro, enquanto o outro punho se erguia fechado.

"Pai, para. Isso não vai servir de nada." Pediu Bianca, enquanto ela e Dandara tentavam separar os dois. Pedro sequer oferecia resistência. Merecia a surra que o lutador gostaria de lhe dar, e muitas outras mais.

"Gael, por favor." Dandara conseguiu puxar o marido, que largou Pedro. O rapaz escorregou para o chão, sem coragem de encarar os presentes. "Como você está, meu querido?"

"Só um corte." Ele indicou a testa, ainda sem encará-los.

"Ah, que ótimo. Age que nem uma criança insensata, causa um acidente que coloca a vida da minha filha em risco, e só o que consegue é um corte." Gael esbravejou. "Você é quem merecia estar em risco, seu maldito filho da puta."

"Olha o respeito." A cantora repreendeu o marido, enquanto Delma e Marcelo se aproximavam. "Delma, desculpe..."

"Não, ele merece. Ergue o rosto e encara a gente." Pedro se encolheu ao ouvir a voz da mãe, mas obedeceu. Ela tinha lágrimas nos olhos, enquanto o pai o encarava decepcionado.

"O que diabos você fez, Pedro? No que você enfiou a sua vida?" Marcelo suspirou, negando com a cabeça.

"E nem adianta dizer que foi coisa de uma noite. A Tomtom e o João já nos contaram tudo, incluindo a sua briga com a Karina." Garantiu Bianca, olhando o rapaz decepcionada. Ele encarou a irmã e João, ambos o olhando com a mesma expressão dos demais.

"Desculpa, cara, mas dessa vez a situação foi longe demais." João suspirou, abraçando a irmã do amigo, que chorava em silêncio.

"Eu sei que eu errei, mas eu juro por Deus que não sabia da doença." Ele disse para aliviar a única culpa que não era sua.

"Me poupe." Bufou Gael.

"É verdade, pai. A Karina não queria contar." Afirmou Bianca, surpreendendo o lutador. "Ela não queria que ele ficasse mais grilado com o dinheiro e fizesse exatamente o que fez."

"Não adiantou de muita coisa guardar segredo." Dandara massageou as têmporas. "Agora também não adianta esse reboliço todo. Só o que nos resta é esperar."

"Eu quero esse moleque fora daqui, agora." Avisou Gael, apontando Pedro.

"E eu não saio daqui até saber como estão a minha namorada e o meu filho." O guitarrista se levantou, encarando o sogro de frente.

"Pensasse neles antes de fazer essa estupidez." O lutador novamente se aproximou ameaçador, mas Bianca interveio.

"Chega, pai, agora." Ela mandou, o empurrando. "Ele fez cagada mas ele ainda é o pai daquela criança, e o namorado da Karina. Ele tem o direito de ficar aqui esperando por notícias, como todos nós."

O mestre nada disse, apenas caminhou e se sentou em uma das cadeiras, a postura ereta e o olhar fixo e impenetrável na porta. Todos o imitaram, tomando lugares pela sala, assumindo o silêncio de antes de Pedro aparecer. O rapaz simplesmente ficou parado, observando a porta com o coração na mão.

Não soube precisar se demorou minutos ou horas, mas enfim um médico apareceu. Ele observou todos, fixando seu olhar em Pedro. Pareceu reconhecê-lo, pois suspirou e caminhou em sua direção.

"Você é o namorado de Karina Duarte?" Perguntou, ao que ele assentiu.

"Eu sou o pai dela." Gael se materializou ao seu lado, enquanto todos se aproximavam. O médico cambaleou diante de tanta gente, talvez não esperasse uma plateia tão grande.

"Como está a minha irmã?"

"E o bebê?" O médico engoliu em seco.

"Fala, doutor. Como tá a Karina e o meu filho?" Pedro perguntou com um fio de voz.

"A Karina está bem. A convulsão não causou nada mais grave. Foi realmente surpreendente os sintomas da pré-eclâmpsia se apresentarem tão cedo." O médico começou a explicar.

"Nossa mãe morreu disso, no parto dela." Avisou Bianca.

"Ela me disse..." O homem assentiu. "Normalmente só é possível detectar a doença na vigésima semana, e os sintomas só aparecem no final do terceiro semestre. O quadro da sua irmã era bastante instável."

"Tá bom, já entendemos isso. Mas e aí? Ela tá bem? Ela e o bebê não sofreram nenhuma sequela?" Perguntou Pedro, trêmulo.

"Sua namorada está bem, rapaz, não sofreu nenhum dano mais sério." Todos suspiraram aliviados. "Mas o bebê não resistiu."

"O quê?" O guitarrista se engasgou.

"Sinto muito, filho... Ela perdeu o bebê."


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Notas finais do capítulo

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