I'm forever yours escrita por ColorwoodGirl


Capítulo 53
Capítulo 51




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Se havia uma palavra para descrever o sentimento de Pedro era: êxtase. O guitarrista estava em êxtase profundo, maravilhado, no céu. Depois de quase oito anos de um inferno sem fim, agora ele finalmente vivia sua felicidade plena.

Tinha o amor da sua vida ao seu lado, tinha sua filha ao seu lado e, apesar de todo o temor com essa nova gestação, logo teria um novo fruto de seu amor com Karina. E dessa vez, ele estava ali para acompanhar e viver tudo isso.

Ele estava lá para ver a barriga da noiva começar a crescer, para sentir a suave movimentação que ia acontecendo aos poucos, conforme seu filho ia crescendo e tomando forma. Ele estava ali segurando a mão dela quando, no quarto mês, o exame de ultrassom mostrou que Pedro e Karina teriam um garoto. E dessa vez, quem escolheu o nome foi o pai, que resolveu batizar o filho de Matheus.

Só uma coisa impedia que tudo fosse perfeito.

Acostumada a ter a atenção da mãe só para si a vida inteira, e a ser o centro da vida do pai no último ano, Ana Clara não estava gostando nada de ter que dividir seu espaço com a barriga da mãe, ou melhor, da pessoinha que todos falavam que estava ali.

A geleca, como ela chamava.

Somado à loucura de todos com o casamento que seria dali três dias, a menina estava expondo seus genes esquentadinhos e fazendo birra, como nunca havia feito na vida. Queria que a mãe saísse da cama e fosse lutar com ela, queria que o pai a levasse para São Paulo para ver os amigos, queria ser o centro de tudo.

“Ela está impossível de lidar. Ela sempre foi uma criança tão tranquila, é até estranho.” Reclamou Karina, largada na cama. Além de Pedro, João e seu pai, todos os amigos e conhecidos mandaram, de forma nada sútil, que Karina não ousasse sair da cama para nada que não fosse essencial.

E para ajudar nisso, todo mundo se revezava na companhia a ela, tentando evitar que ela se deprimisse ou chateasse com a solidão. A escalado do dia era Bianca, e esses eram alguns dos piores dias. Apesar do choque de todos com a gravidez de Karina, de todas as broncas e repreensões, foi inevitável que a alegria voltasse a reinar com a chegada de uma nova criança. Mesmo diante da notícia do fim da Believe, a alegria estava difícil de controlar, exceto para a atriz.

“A Clarinha sempre foi filha única e queria continuar assim, Karina, é claro que ela está reagindo dessa forma. Ela não queria um irmão.” O comentário da morena foi ácido, como de costume, e a loira o ignorou como aos demais.

“Meu vestido de noiva já chegou?”

“Ontem à tarde, está lá na sala. O Pedro não viu, a Jade proibiu estritamente. A costureira vem amanhã, fazer os ajustes finais. Sua barriga não deve aumentar até sábado, correto?”

“Espero que não, porque ela já está pesada. O Matheus é bem maior do que a Clarinha, está acabando com a minha coluna.” A lutadora se ajeitou na cama, ligando a TV e suspirando. “Bom, eu vou dormir. Se quiser ir para a sua casa, pode ficar à vontade.”

“Como você consegue ficar tão de boa, Karina? Tão tranquila, tão sossegada? Como você consegue mandar e desmandar na vida do Pedro ao seu bel-prazer e não sentir nenhum remorso?” Bianca explodiu, levantando de onde estava e saindo marchando. “Você escondeu a Clarinha por anos, sabendo que ele estava sofrendo. Você engravidou de propósito, sabendo que isso ia destruir a carreira dele e podia acabar a sua vida.”

“Eu sou impulsiva, Bianca, você sabe disso. O que me resta é aceitar as consequências dos meus atos.”

“Mas seus atos não dizem respeito apenas a você, Karina. A vida de todos será afetada pelas consequenciais dos seus atos.”

“Que droga, Bianca, tá parecendo novela isso aqui, que todo mundo repete a mesma coisa para a personagem quando quer dar bronca. Que droga, troca a fita. E olha que é só você e o João! Tenho medo se fosse mais gente, ia ficar parecendo aqueles capítulos maçantes.” Karina reclamou, apertando o botão de tirar o som da TV e se virando para a irmã.

“Você merecia ouvir isso de todo mundo, sua grande irresponsável. Que droga, Karina, você não entende que eu e o João estamos morrendo de medo de te perder?” Os olhos castanhos se encheram de água, enquanto Bianca ia para a porta, sendo observada pela irmã. “Eu preferia ver você e o Pedro terminando e voltando mil vezes, desde que isso significasse que você ficaria viva. Você me desculpa, mas eu não consigo sentir amor por essa criança sabendo que ela é um plano seu e que pode te matar.”

Dizendo isso, ela deixou a irmã sozinha, indo para a sala buscar sua bolsa. Encontrou Pedro entrando, as mãos cheias de coisas.

“Bianca, você pode me ajudar?” Ele pediu, passando algumas coisas para ela. “São os sapatos da Clarinha e da Karina, as coisas do cabelo... Acabaram de vir entregar.”

“Ah sim. Bom, a Ka dormiu, eu to indo para casa.” Ela se despediu depressa, sem encará-lo para disfarçar as lágrimas. Saiu antes que ele respondesse, batendo a porta atrás de si.

~P&K~

A noite já ia alta e silenciosa, e Karina e Clarinha dormiam abraçadas na cama, a TV ainda exibindo o filme que assistiam pouco antes. Em seu lado, Pedro as encarava em silêncio, perdido em pensamentos. Levantou com cuidado para não despertá-las, indo até o banheiro e fechando a porta.

Havia aprendido a arrombar fechaduras quando era criança e queria pegar doces escondidos na casa da avó. Ele e João haviam aperfeiçoado a técnica ao longo dos anos e, se não fosse a quantidade imensa de guloseimas faltando, ninguém os pegaria de outra forma.

Sempre havia se perguntado o que Karina guardaria naquele armário embaixo da pia, sempre fechado à chave. Ela dizia que eram seus remédios, itens femininos e coisas assim, e que os deixava trancados porque Clarinha adorava mexer. Porém, ela sempre havia deixado a chave à mostra, até pouco antes de engravidar.

Quando questionou esse fato, a noiva apenas disse que Clarinha havia achado e ela havia trocado de lugar, mas não deu mais detalhes. E isso não incomodou Pedro, até aquele dia.

Ele conseguiu abrir a tranca com facilidade e delicadeza, sem deixar nenhuma marca. Abriu a portinhola, encontrando as caixinhas. Haviam vários testes de gravidez feitos, mas com resultado negativo. No fundo, encontrou o que procurava.

A discussão da turnê havia acontecido em uma sexta feira, e Karina havia menstruado uma semana antes. E desde que voltaram a se relacionar, ela tomava o remédio de forma religiosa, com extremo cuidado para não engravidar.

“Ela começou a tomar o remédio em uma segunda-feira, tomou certinho até sexta-feira e... Depois não tomou mais.” Ele sussurrou para si mesmo, encarando a cartela. “Ela não tomou mais um único comprimido, nem um único dia.”

Ele soltou a cartela em sua mão, caindo sentado no chão. Seus olhos arderam em lágrimas salgadas que desceram quentes por suas bochechas, enquanto seu coração se apertava e o que ouvira mais cedo voltava a sua mente.

“Como você consegue ficar tão de boa, Karina? Tão tranquila, tão sossegada? Como você consegue mandar e desmandar na vida do Pedro ao seu bel-prazer e não sentir nenhum remorso? Você escondeu a Clarinha por anos, sabendo que ele estava sofrendo. Você engravidou de propósito, sabendo que isso ia destruir a carreira dele e podia acabar a sua vida.”

Ele havia chegado com as encomendas, em silêncio porque sabia que era o horário que ela dormia. Foi até o quarto deixar as coisas, mas ouviu a discussão em voz alta e parou. Ficou em silêncio sendo ferido pelas palavras, até que percebeu que Bianca iria embora.

Saiu o mais depressa possível, mas ela apareceu no corredor quando ele estava na porta. Então fingiu que estava entrando, tentando se manter tranquilo. O bom é que ela estava tão perturbada quanto ele, então não percebeu nada.

Ele guardou tudo de volta e se levantou, fechando a porta e dando um tranco para travá-la. Voltou para o quarto e pegou a filha nos braços, a levando para sua própria cama e a colocando entre as cobertas.

Quando deitou ao lado de Karina, ficou a encarando por um longo tempo. Desceu sua mão para a barriga sobressaltada, tocando-a com carinho. Não podia suportar pensar que algo tão bom, puro e razão de tanta alegria havia vindo do egoísmo.

Não sabia o que fazer, não sabia como agir. Estava repleto de dúvidas, e uma vez mais, precisaria da ajuda de João.


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Notas finais do capítulo

Bom, como podem ver na imagem, RAFAEL VITTI POSSUI UM EXEMPLAR DE I'M FOREVER YOURS FEITO SOB MEDIDA PARA ELE (e para a Bella, mas o dela eu ainda não consegui entregar. Aliás, alguém sabe para onde posso enviar?"
Ele ficou surpreso, os olhinhos brilharam, ele sorriu, e prometeu que iria ler. Vamos aguardar, né? E a todas vocês que movimentaram o twitter, que falaram bem, que divulgaram a história ou falaram comigo no Insta: vocês são demais, eu amo vocês, muito obrigada!!!
E para quem perguntou como conseguir um exemplar, dá uma olhada aqui: https://www.facebook.com/fanficswaalpomps/posts/681445361986068
Pedro descobriu... Ai caraaaaamba. O que será que vai acontecer agora? Faltam mais três capítulos para a fic acabar, e eu quero postar o último dia 6 de setembro, quando ela completa um ano. Vamos que vamos.
Ah, e quem quiser pode enviar perguntas para a Clarinha. O que? Como? A Clarinha? Não só a Clarinha, mas a Clarinha com 18 aninhos. Só vão valer as perguntas que chegarem nos reviews, ok? E podem ser enviadas até o capítulo final (exceto epílogo).
See you ;*
http://www.facebook.com/fanficswaalpomps



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