I'm forever yours escrita por ColorwoodGirl


Capítulo 43
Capítulo 42




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Foi com um beijo melado que Karina voltou a acordar. Conhecia muito bem aquele beijo, parecido com uma lambida de cachorro, já tendo sido acordada por ele dezenas de vezes.

“Pedro, que nojo.” Ela resmungou, enquanto ouvia Ana Clara gargalhar. “Nem ouse aprender essas coisas com o seu pai, ouviu?”

“Só ensino coisas boas para a manezinha, ouviu esquentadinha?”

“Quanto tempo que não te ouvia chamando ela por esse apelido.” Comentou a loira, brincando com os cabelos da filha, que estava deitada em seu peito.

“Acho que tá na hora de deixar algumas coisas no passado, e eu gosto dos dois apelidos, afinal, então usarei os dois: manezinha e grãozinho de arroz.” Ele explicou, deitando e beijando a cabeça da criança, que apenas sorriu com o carinho. “E então? Que tal levantarmos da cama? Segundo a mensagem que a Mari mandou, tem piquenique hoje.”

“A Mari te mandou mensagem?”

“Não, mandou para você. Olha.” Ele estendeu o celular dela, que bufou indignada.

“Já está fuçando meu celular, jura?”

“Fui eu quem fucei, mamãe; aí mostrei pro papai e nós preparamos sanduiches de presunto enquanto você dormia.” Clarinha sorriu copiosamente ao pai, ambos travessos.

“Sanduíches de presunto? Andaram assistindo Chaves?” Riu Karina.

“Por acaso estava passando na TV hora que a mocinha acordou novamente, e quando cheguei à sala ela pediu o lanche.” Ele explicou, bagunçando os cabelos da filha.

“Vocês vão contar para todo mundo que estão namorando? Porque se for segredo, eu faço boquinha de siri.” Perguntou Clarinha, fazendo um X sobre a boca com os dedos e arrancando risos dos pais.

“Que tal assim: você vai no seu quarto se trocar e colocar aquele vestidinho lindo que a tia Bianca te deu, enquanto eu me troco e converso com o seu pai, e depois nós conversamos sobre isso?” Propôs Karina, recebendo um aceno afirmativo.

“Você acha que ela consegue guardar segredo mesmo?” Questionou Pedro assim que se encontraram sozinhos.

“Você já percebeu que a Clarinha é uma caixinha de surpresas, então acho que sim. Só não sei por quanto tempo.” Comentou a loira enquanto se trocava. “Se bem que...”

“Que o quê?”

“A mensagem que você recebeu ontem, sobre eu acordar... A pessoa que mandou tem que ser alguém próxima.”

“Algum dos nossos amigos.” Concluiu Pedro, os dois franzindo as testas. “Acho que fomos os últimos a saber que voltamos, não é?”

“Provavelmente.” A lutadora bufou, logo caindo na risada. “Tem dedo da Jade nisso.”

“E do João.”

“E da Bianca, da Mari, do Duca, do Jeff, do Cobra, da Fabi...”

“E não podemos nos esquecer de nossas lindas famílias.” Pedro caiu na gargalhada. “Acho que eles nos shippam mais que nós mesmos.”

“Que nada, acho que a maior shipper Perina é a Clarinha.” A moça sentou no colo dele, lhe dando um selinho. “Nesse caso, acho que não tem a mínima razão de escondermos de alguém.”

“Terei que concordar. E tenho que dizer que precisarei passar em casa para trocar de roupa, porque não posso ir para o piquenique de pijama.” Ele indicou os trajes com os quais aparecera na noite anterior. “Se bem que cueca samba canção, camiseta velha e jaqueta de couro, finalizadas com um chinelo de dedo, são o look da estação.”

“Não creio que você apareceu assim na casa do meu pai.” Ela riu alto.

“Qual é, eu estava em estado de choque, ok?”

“Estado de choque fiquei eu quando você chegou me agarrando.” Ela se fez de ofendida.

“Ah, você gostou, vai.” O guitarrista a derrubou no colchão, começando uma sessão de beijos e cócegas.

“To pronta. Epa.” A porta foi escancarada por Ana Clara, que logo arregalou os olhos. “Desculpa.”

“Ai caramba.” Os pais coraram, enquanto ela começava a rir. “Ana Clara, que roupa é essa?”

“O vestido que a tia me deu, mamãe.”

“O vestido que sua tia te deu, uma meia rosa e outra laranja, tênis de ginástica e um boné azul. Caiu no caldeirão de uma fada no caminho entre seu quarto e o da sua mãe?” Perguntou Pedro, analisando o figurino.

“Ela vive caindo nesse caldeirão.” Suspirou a mãe, se levantando. “Vamos lá, mocinha, eu vou dar um jeito nisso.”

~P&K~

Na Pedra do Índio, o local favorito de Gael para toda e qualquer atividade ao ar livre, as mesas já estavam arrumadas e as crianças brincando. João estava acomodado em um canto fresco, particularmente enjoado naquela manhã, enquanto os amigos terminavam de descarregar os carros.

“Eles chegaram.” Avisou Tomtom, observando o carro do irmão. “Todos agindo normalmente.”

O carro estacionou junto aos demais e Ana Clara pulou do bando traseiro, mais animada que de costume. Ela correu depressa até os primos, logo começando a narrar a surpresa daquela manhã.

Enquanto isso, seus tios e avós faziam a maior cara sonsa, fingindo ignorar as mãos entrelaçadas do casal recém-reunido.

“Chegaram finalmente.” Gael cumprimentou sorridente.

“Pois é, as crianças já estavam perguntando de vocês.” Concordou Duca.

“Que caras são essas?” Questionou Cobra, tentando segurar o riso.

“Amor, já sei o que vamos de Natal para eles: óleo de peroba.” Comentou Karina. “Para lustrar a cara de pau.”

“Que cara de pau?” Os homens ainda tentavam se fazer de desentendidos, enquanto as esposas gargalhavam.

“O Orelha já me confirmou que vocês são os amigos anônimos que me enviaram a pergunta, podem desfazer essas caras de sonsos.” Pedro riu, logo sendo acompanhado pelos amigos.

“Vocês não têm vergonha de tramar às nossas costas?” Perguntou a lutadora.

“Não.” Admitiu João.

“Nenhum pouco.” Concordou Jeff.

“Na verdade a gente queria tramar mais, mas vocês só precisaram de meia faísca para explodir a cama.” Finalizou Jade.

“Hey.” Gael reclamou.

“Pai, a Clarinha não veio do Divino Espírito Santo, lembre-se sempre disso.” Riu Bianca.

Enquanto esse pingue-pongue rolava, Pedro e Karina apenas gargalhavam. Por mais que fossem reclamar e fazer bico por alguns dias, tinham que admitir que possuíam os melhores pais e amigos do mundo, e que se não fosse por eles, provavelmente demorariam muito mais a ficarem juntos novamente.

“E tem mais uma notícia.” Avisou Clarinha, correndo e se jogando no colo dos pais. “Posso contar?”

“Pode.” Concordou Karina.

“Ai meu Deus, não me diz que vocês vão se casar.” Gritou Dandara, colocando as mãos na boca.

“Não, tia Dandara, ainda não.” Pedro sorriu amarelo, abraçando a amada.

~P&K~

Quando chegaram na casa de Pedro, Clarinha logo correu para a TV e ligou em seu desenho favorito. O guitarrista foi para seu quarto enquanto Karina caminhava pela casa, inspecionando tudo.

“Ainda preciso decidir o que fazer para quando a baixinha vier para cá.” Comentou o guitarrista, saindo do quarto com a camiseta na mão. “Ka, você pode passar isso no meu ombro? Eu dei mal jeito no ensaio, preciso passar essa pomada.”

“E como você faz quando está sozinho?”

“Me transformo em uma lagartixa.” Ele riu, enquanto ela massageava o ombro dele.

“Leva a pomada lá em casa e eu passo em você até que melhore.” Mandou a loira.

“E se eu levar tudo?”

“Como?” Ela parou a massagem, arregalando os olhos. Ele tirou as mãos dela de seus ombros, se virando e ficando de frente com a loira.

“Quando você engravidou, nós já estávamos decididos a isso, a morarmos juntos. Por que não fazermos isso agora?” Perguntou ele.

“Pedro, já se passaram quase oito anos disso. Muita coisa mudou.”

“O que você sentia por mim naquela época mudou?”

“Mudou.”

“Para mais ou para menos?”

“Você sabe que mais.”

“Então já tem a resposta.”

“Pedro, as coisas não são assim. Uma coisa é namorar, outra coisa é morar juntos. Temos que ir com calma, ver se vai dar certo.” Ele a interrompeu.

“Karina, eu sei o que eu quero: ficar com você e a nossa filha. Claro que vai ser difícil quando resolvermos ficar juntos para valer, porque além de termos que nos habituar, teremos que lidar com a Clarinha. Mas eu não quero ficar enrolando para isso; eu já esperei demais para o meu gosto.” Ele disparou, segurando a respiração ao final.

Karina o encarou por alguns minutos, antes de suspirar.

“Realmente seria ridículo fazer um quarto para ela aqui, considerando que você vai passar a maioria do tempo lá em casa. Além de você ter que ficar levando e trazendo suas roupas...” Ela começou a enumerar, enquanto ele esperava ansioso. “Se pensarmos por esse lado, é mais prático e econômico você ir para casa mesmo.”

“Então você aceita?”

“Aceito. Vai ser louco e complicado de qualquer jeito, seja agora ou daqui dez anos. E eu também não aguento mais esperar.” Eles sorriram um para o outro.

“Finalmente.” Antes que processassem a informação, Ana Clara estava sobre eles, os abraçando com força.

“Você estava ouvindo nossa conversa, é mocinha?” Riu Pedro, sentando a filha sobre sua perna.

“Ah, sabe o que é, papai? Eu estava ali no sofá e vocês estavam aqui atrás, e eu não pude deixar de ouvir o que vocês falavam.” Ela deu seu melhor sorriso travesso. “Mas eu estou muito, muito, muito feliz.”

“Nós também, grãozinho; eu pelo menos estou.” Garantiu o pai, encarando a namorada.

“Vocês gostam de me fazer de bruxa, né?” Bufou Karina, enquanto a dupla ria. “Eu também estou feliz, ok? Tudo o que eu mais quero é nossa família junta.”

“Juntos.” Concordou a criança, os abraçando.

~P&K~

“VOCÊS VÃO MORAR JUNTOS?” Bianca, Jade, Mari e Fabi gritaram juntas, assustando a todos.

“Pelo amor de Deus, Fabi, se controla ou você vai parir o João Pedro aqui mesmo.” João repreendeu a namorada, que começou a pular com as amigas.

“Eu falo que eles nos shippam mais do que a gente.” Riu Karina, abraçando o namorado e a filha mais forte.

“Não está um pouco cedo para isso?” Questionou Gael, enciumado.

“Mestre Cruel, com todo o respeito, foram oito anos de profunda análise de ambas as partes.” Comentou Pedro, risonho.

“Podiam ser duas décadas.” O mais velho suspirou, massageando as têmporas. “Ai meu saco! Bom, só me resta desejar felicidades à vocês três, juntos.”

“Ricardo, pegue o champanhe no carro, agora.” Cantarolou Jade, correndo e abraçando os amigos.

“Eu trouxe os confetes e serpentinas.” Avisou Bianca, correndo para o próprio carro.

“Papai, mamãe... Acho que estamos no meio de malucos.” Sussurrou Clarinha, fazendo o casal gargalhar alto.

Realmente aquilo ali era um hospício; mas o motivo era que eram todos loucos um pelos outros.


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Notas finais do capítulo

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