I'm forever yours escrita por ColorwoodGirl


Capítulo 22
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

OLHA EU AQUI MENOS DE 24 HORAS DEPOIS. MAS O MOTIVO É ESPECIAL. GEEEENTE, HOJE A FIC COMPLETA UM MÊS (essa é a hora que vocês comemoram). Sim, faz um mês que vocês estão me aguentando, e calhou de ser em um dos capítulos MAIS IMPORTANTES DA FIC



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/543322/chapter/22

No hospital, Pedro andava de um lado a outro, impaciente. Não soube ao certo o que aconteceu, em um minuto estava tudo certo, os dois riam e conversavam enquanto João recebia a medicação. No instante seguinte, o amigo arfava com falta de ar e os médicos o empurravam para longe.

Ele ligou para Dandara, completamente no automático. Explicou o que entendia que havia acontecido e pediu que ela viesse ao hospital. Ligou para Fabi e fez o mesmo, logo voltando para seu estado de torpor.

"Pedrinho." Suspirou aliviado ao ouvir a voz da mãe de João, levantando depressa e se virando. Porém, travou ao ver quem a acompanhava.

Os cabelos loiros estavam um pouco abaixo do ombro, balançando em ondas suaves. Os olhos azuis transpareciam preocupação, olheiras leves os marcando na parte de baixo. Seu semblante era preocupado, até o momento que aquele mar azul cruzou com o castanho surpreso, e se tornou igual a ele.

Aquela era a primeira vez que Pedro Ramos e Karina Duarte se viam em mais de sete anos.

"Pedrinho." Dandara o puxou pela mão, atraindo sua atenção. "Como ele tá?"

"E-eu não sei, tia. Ele teve falta de ar e me tiraram de perto dele. Depois, eu não soube de mais nada." Ele explicou, um pouco atordoado.

"Eu vou atrás de informações. Vocês três fiquem aqui." Gael indicou as cadeiras, enquanto saia andando. Pedro apoiou Dandara, a ajudando a sentar enquanto fazia o mesmo. Ele mantinha seus olhos nela, enquanto Karina encarava o local onde o pai sumira, ambos evitando se encarar.

"Alguém avisou a Fabi?" A lutadora pareceu se lembrar do nada, virando para Dandara e Pedro.

"Eu liguei para ela." Avisou o guitarrista, e a loira apenas assentiu, voltando a desviar os olhos.

Aquelas foram as primeiras palavras que Pedro Ramos e Karina Duarte trocaram em mais de sete anos.

Logo Fabi chegou, ao mesmo tempo que Gael retornava. Enquanto a grávida era amparada pela melhor amiga, o mestre explicava que João havia tido uma insuficiência respiratória, efeito colateral da medicação da quimioterapia, mas que já estava bem e no quarto.

Os cinco visitantes foram encaminhados ao aposento do doente, que estava com a pele quase cinzenta de tão pálida. Fabi não se importou com a aparência alquebrada do namorado: assim que entrou pela porta, correu até a cama e o abraçou, chorando sem pudor.

"Calma, amor, eu to bem." Ele começou a mexer no cabelo dela, tentando tranquilizá-la. "Foi só um susto."

"E eu lá estou em condição de ficar levando susto, hein João Spinelli?" Ela bronqueou, arrancando um risinho baixo do enfermo. Ele acariciou a barriga dela, os dois encarando o local com ternura. "Eu fiquei com medo."

"Eu prometi pra Julinha que eu não vou embora, e vou cumprir." Ele beijou a mão dela, sorrindo da forma mais tranquilizadora que conseguiu. Fabi assentiu, dando um selinho no namorado e se levantando. "Meu Deus, tem uma visita ilustre aqui."

"Imbecil." Karina repetiu o gesto da amiga, correndo abraçar o irmão. "Nem bem piso no Rio, você já me faz correr para o hospital. É tanta saudade de mim?"

"Não é minha culpa se minha irmã é desnaturada e fica semanas sem me ver."

"Não é minha culpa que meu irmão escondeu a doença de mim quando foi me ver." Ele sorriu de lado, sem jeito. "Vocês deviam ter me contado antes."

"O João quis ter certeza do que estava acontecendo antes de contar para vocês." Explicou Fabi, ao lado do rapaz.

Enquanto observava a interação do melhor amigo e da ex-namorada, o guitarrista sentia uma completa e estranha nostalgia. Se Pedro Ramos tinha alguma dúvida que nunca havia deixado de amar Karina Duarte, ela se esvaiu naquele momento.

"Ô meu filho, mas que susto você nos deu." Dandara aguentou o quanto pôde, mas teve que se aproximar da cama e quebrar o momento reencontro. "Seu pai tá vindo de Niterói."

"Desculpa, mãe. E vou ter que pedir desculpa pro paistel... Ele tinha gravação hoje." João beijou a mão de Dandara, enquanto Gael se aproximava, parando ao lado da esposa e dando um aperto carinhoso no ombro do enteado. "E tu, bro? Ficou com medo de mim, é?"

"Que nada, só acho que tem muita gente te paparicando." O guitarrista se aproximou, parando ao lado de Karina. Sentiram um choque quando seus braços se tocaram sem querer.

Aquela foi a primeira vez que Pedro Ramos e Karina Duarte se tocaram em mais de sete anos, e a sensação de eletricidade continuava a mesma.

"O médico disse que você vai ter alta logo menos, está tudo sob controle." Avisou Gael, e João pareceu aliviado.

"Sem ficar de observação?" O padrasto concordou. "Ainda bem... Não quero ficar longe da Julinha."

"A Bianca vai deixar ela na sua casa, assim que vocês forem para lá." Dandara lembrou. "Elas estão no parque com a Mari, a Jade e as crianças."

Por um momento, Karina gelou, pensando que a madrasta pudesse citar Clarinha. João e Fabi também encararam a atriz, e Gael ficou petrificado. Mas mesmo em meio a todo o torpor da situação, Dandara não abriria mão do segredo.

Aquele foi o primeiro momento que Pedro achou que havia algo errado, ao ver todos assumirem expressões estranhas.

"Acho que eu vou embora." Karina se manifestou, ainda um pouco nervosa. "Larguei minhas malas em frente à Fábrica, preciso descobrir o que aconteceu com elas."

"Você realmente se desesperou, hein esquentadinha?" Brincou João, fazendo Karina bufar.

E aquela foi a primeira vez que Pedro Ramos ouviu seu apelido ser proferido em direção à Karina Duarte em mais de sete anos.

"Mais tarde nós vamos te ver, tá bom?" Ela abraçou o enfermo, que assentiu. A lutadora abraçou a melhor amiga, e se despediu do pai e da madrasta, ignorando Pedro.

"Filha, seu carro está em casa." Lembrou Gael.

"Eu vou de táxi."

"Não, eu te levo." Pedro disse sem pensar, atraindo todos os olhares. "Tenho que ir encontrar meus pais, não vai me dar trabalho algum."

"Relaxa, eu posso ir de táxi." A loira tentou se esquivar, mas sabia que ele não cederia.

"Eu insisto."

Os dois caminharam até a caminhonete prata, estacionada na área dos pacientes. Pedro entrou primeiro, jogando algumas coisas que estavam no banco para trás, já que João havia fuçado o interior do carro enquanto iam para o hospital.

No caminho, mal trocaram três palavras. Aquela era a primeira vez que Pedro Ramos e Karina Duarte ficavam sozinhos, em mais de sete anos.

"Posso ligar o rádio?" Ela concordou, enquanto ele colocava em uma estação qualquer. A música que começou deixou os dois sem graça. Era Esse seu jeito, a primeira que Pedro havia escrito para ela, lá no passado. "Deixa eu trocar."

"Não, pode deixar." A lutadora virou o rosto, encarando a rua. Escutava aquela música quase todo dia, quando Clarinha tocava sua seleção de clipes favoritos da Believe. Dessa música ela só tinha uma versão de show. O clipe original, em que Karina e Pedro apareciam juntos, a mãe nunca havia mostrado.

"Até quando você vai ficar no Rio?" Pedro precisava dessa resposta, ansiava por ela desde o momento que a viu chegando ao hospital.

"Domingo, acho. Tenho pensado bastante com esse negócio da doença." Ela respondeu evasivamente. Já estava praticamente decidida do que fazer, até àquele momento. Voltar para o Rio, com Pedro lá, significava expor Ana Clara à ele.

"O João iria ficar muito feliz se você voltasse. A Tomtom também. Acho que seu pai, a Dandara, a Bianca..." Ele queria falar que estava louco para que ela voltasse ao Rio, agora que ele também estava lá. Que queria mais do que tudo poder voltar a vê-la, mesmo que de longe todo os dias.

Aquela foi a primeira vez que Karina Duarte quis pular sobre Pedro Ramos em mais de sete anos, ao vê-lo todo sem jeito, e saber que era por causa dela.

Ele estacionou em frente à Fábrica, e os dois se encararam, em silêncio, completamente sem jeito. Foi então que os olhos dele focalizaram algo e ela virou o rosto depressa, empalidecendo.

Clarinha vinha pela rua, de mãos dadas com Julinha e Lara. Alan e Marcos corriam ao redor, parecendo brincar de super-heróis. Bianca, Jade e Mari vinham por último, velando as crianças.

"Aquela garota..." Pedro abriu a porta do carro, enquanto Karina fazia o mesmo. Ele focava os olhos na figura de Ana Clara, sorrindo enquanto cantava uma musiquinha com as amigas.

"Pedro... " Karina não sabia o que fazer para atrair a atenção dele e afastá-lo dali. Precisava sumir com ele antes que fosse tarde.

Mas não houve tempo.

"Mamãe." O grito de Ana Clara foi alto, enquanto ela soltava Julia e Lara, começando a correr em direção à Karina. As três adultas encararam a cena, arregalando os olhos. Mari e Jade puxaram as demais crianças para o QG, enquanto Bianca saia correndo para o Perfeitão.

"Mamãe?" A lutadora soltou Pedro, se afastando alguns passos. Encarou os olhos dele, engolindo em seco.

Aquela foi a primeira vez na vida que Karina Duarte teve medo de Pedro Ramos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

http://www.facebook.com/fanficswaalpomps