Cap 37 

Quinn tinha o coração quebrado, Rachel estava quebrada. O lábio dá morena começou a tremer a voz oscilando e ficando mais fina, Quinn olhava Rachel segurando o choro até não conseguir mais. Rachel limpou as lágrimas que não paravam de descer e respirou fundo tentando manter a postura.

R: eu não quero que a vida dela seja uma merda. Eu não quero que ela saiba que eu sou uma merda.

Quinn abriu a boca algumas vezes sem saber o que falar

R; Brody fez um trabalho maravilhoso com ela, ele não é uma pessoa ruim, está longe de ser

Q: eu não estou entendendo aonde quer chegar

Quinn sentou ao lado de Rachel

R: quando Harmony era um pouco mais nova, Brody recebeu uma proposta para ir trabalhar em Los Angeles, ela já morava com ele ou seja seria natural ele levar Harmony com ele, então ele entrou com uma ação de guarda compartilhada, ou seja ele ficaria com ela, mas eu ainda poderia ver Harmony. Eu fiquei desesperada e entrei com o pedido de guarda total

Quinn ouvia atentamente, ela queria tocar Rachel, não sabia se tinha a permissão, Rachel mexia com as mãos, batia os dedos na mesa. Quinn tinha certeza de algo, Rachel era impaciente e ansiosa.

R: até aquele momento nenhum dos doist inha recorrido a meios legais para decidir a respeito de guarda e pensão, essas coisas. Quando eu recebi a intimação de audiência para guarda foi a gota d’água, fui atrás dos meus pais e eles estavam contra mim, diziam que seria melhor assim, que Brody poderia dar uma família a ela, arrumar alguém que a tratasse coisa que supostamente eu não fazia. Eu não aceitei, meus pais deveriam me apoiar, não que meu ex ficasse com a neta deles, então eu fui atrás de Kurt, ele já sabia do que estava acontecendo mas eu sabia que ele tomaria medidas necessárias para eu ter o que eu queria, ele procurou um juiz corrupto e pediu um preço, falei com o advogado e ele conseguiu que o juiz julgasse o pedido de guarda

Quinn arregala os olhos

R: na época eu fazia terapia e eu consegui que ele emitisse um atestado falso dizendo que eu estava em laboratório para personagem e mais um monte de coisas, no final das contas eu tinha a guarda total e Brody tinha uma pequena pensão para pagar.. Meus pais ainda jogam isso na minha cara

Quinn respira fundo absorvendo tudo o que Rachel disse

Q: eles sabem?

R: eles descobriram

Quinn arregala os olhos, e mexe as mãos no colo.

Q: porque você quis a guarda dela?

Rachel fica um tempo em silêncio, pensa um pouco e volta a bater os dedos.

R: eu não queria que ele fosse embora.
Quinn olha surpresa, esfrega as pernas e abaixa a cabeça

Q: você ainda ama ele

Em nenhum momento a frase tinha sido um pergunta, para Quinn não havia dúvida. Rachel não daria uma resposta, ela não amava Brody, ela não esperava um relacionamento com ele, mas ele mexia com ela, de uma forma boa e ruim ao mesmo tempo, nunca que ela iria admitir em voz alta, mas uma coisa era certa, ela não queria Brody, não do jeito que Quinn achava.

R: eu amei ele

Q: eu acho que ele mexe com você

Rachel mexe incomoda

R: estamos saindo do ponto inicial dá conversa, que é a merda que vai ser se eu for presa.

Rachel disse um pouco mais alto

Q: isso está no ponto, eu preciso saber o que rola de fato Rachel e aonde eu estou entrando, o mínimo que você pode me oferecer é sinceridade.

R: e você acha que eu não fui sincera com você? E que eu não estou sendo sincera?

Quinn coça a cabeça e respira fundo.

Q: eu não disse isso, disse que quero que você se abra comigo, que seja verdade e não sobre sei lá o que está achando que eu estou pedindo, porque eu vou ser sincera Rachel, eu quero que isso dê certo, mas se tiver alguma chance de vocês reatarem, eu não quero ser a pessoa que fica no meio disso.

Rachel solta um riso nervoso

R: eu não quero Brody, eu não quero voltar, eu sempre deixei isso claro para todos, se tivesse alguma chance disso você não acha que eu já teria feito? Ele lembra tudo que eu era, tudo o que eu fiz
Quinn concorda com a cabeça

Q: eu não sei se quero a resposta do que eu vou perguntar agora, qual foi a última que você esteve com ele?

Quinn pergunta sem olhar e um incômodo na garganta se formando

R: eu não vou responder isso.

Q: está dando o benefício dá dúvida?

R; não...

Q: então você me deve uma resposta

Quinn mexia nas coisas que ainda restavam na mesa

Q: eu sei que não temos nada..

R: não chame o que conseguimos de nada, não gosto disso

Q: eu ainda quero minha resposta

Rachel se remexeu incomodada

R: na viagem

Quinn riu sem ânimo

Q: por que eu estou surpresa?

R: porque você esperava que eu dissesse que foi hoje, ou ontem, ou que é uma coisa frequente mesmo eu tendo negado antes
Rachel disse um pouco mais ríspida e Quinn da de ombros.

Q: eu acho melhor eu ir para casa
Rachel franze a testa e levanta inquieta

R: você disse que ia ficar

Q: eu disse muitas coisas

R: OK

Quinn terminou de ajeitar a cozinha e viu Rachel saindo do lugar, Quinn pegou as coisas e vou Rachel em pé no canto da sala com a cabeça encostada na soleira.

R: eu quero que você fique

Q: eu não posso ficar

Rachel não se mexeu e deixou os braços caírem ao lado do corpo, ela queria sair correndo e trancar tudo e deixar Quinn lá até que tudo tivesse bem, mas ela lembrou que Quinn era amiga dá Santana, e cárcere privado era crime.

R: ainda somos alguma coisa?

Quinn respirou fundo e se aproximou

Q: eu te ligo, OK?

Rachel suspirou e sentiu os lábios de Quinn na testa e em seguida a mãos de Quinn evitando o contato que Rachel em ter. A distância se fez presente e Rachel ouviu a porta fechar. Ela gostava de Quinn, certo? Por isso aquilo estava pesando tanto.

Não demorou muito no andar de baixo, olhou a casa vazia e apagou as poucas luzes acessas, olhou pela janela de vidro, o caos da cidade era semelhante ao que ela sentia, pouco acolhedor, pouco aconchegante, ela amava Nova York, mas não amava quando Nova York representava ela. Algumas vezes ela imaginava o que ela seria se não tivesse conseguido NYADA, se não tivesse conseguido NY, se não tivesse Harmony ou se quer conhecido Brody. Provavelmente ela seria aquela garota que se sentia acoada, em uma cidade pequena com dois pais gays.

Quando entrou no quarto tudo parecia mais sufocante, aquele lugar tudo parecia sufocante, não ter nem 30 anos e um império, não é para poucos, ela agradece aos pais, sim, eles investiram nela, mas aquilo devia a ela, ela tinha a ambição, ela nunca parou para perguntar o que os pais dela achavam de onde ela chegou, mas Rachel tinha uma noção da resposta, provavelmente eles iriam preferir que ela continuasse miserável. Rachel deu um sorriso amargo e pegou o telefone, discou o número que sabia de cabeça e é demorou muito para que a outra voz soasse audível.

B: Rachel