Probably Tania (Em Revisão) escrita por freak gigibs, Débora SSilva


Capítulo 35
Basta confiar




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Capítulo 35
– Tania Enfron
Basta confiar

– E não esquece que essa quinta é nossa Ação de Graças – minha mãe informou a Kevin enquanto ele subia novamente na moto para ir embora.

Logo quando voltamos da do apartamento de Kevin e Sol fomos aportados pela minha mãe bem na entrada de casa, ela perguntava desesperadamente alegre se Kevin voltaria para casa para comemorar o dia de Ação de Graças. E, por intermédio do bendito destino, ele não voltaria, pois tinha uma prova importante na sexta-feira e não poderia faltar e nem chegar atrasado. A Tania aqui, sendo a jovem inocente que é, achava que ele ficaria a quinta-feira inteira estudando para a prova importante do dia seguinte, mas não, óbvio que não! Por que esse é o Kevin que arquiteta tudo antes mesmo de imaginarmos seus planos malignos, ele simplesmente aceitou vir para o jantar em minha casa onde se encontrariam amigos dos meus pais, familiares e meus amigos.

Infelizmente Stella não estaria presente, pelo que soube ela, David e meus tios também estariam em um almoço na cidade deles, na casa de uma de suas amigas. Nem sei ao certo se seria um almoço de Ação de Graças, talvez eles só fossem festeiros mesmo.

– Pode deixar dona Cristina, não vou esquecer – ele falou acenando antes de acelerar sua moto e desaparecer.

Bufei com o pensamento de ter que apresentar Kevin como meu namorado para o bando de pessoas que sempre fazia a mesma linda e bela pergunta ‘’Quando você vai ter um namoradinho?’’ e eu respondia à linda e bela resposta ‘’Quando você vai tomar conta da sua vida?’’.

Mas com Kevin por perto responder essas coisas seria tão difícil quanto a Sasha ter mais bunda! Ele se meteria, com certeza, na conversa e discursaria como me conquistou e como é apaixonado por mim e blá-blá-blá...Minha reputação de vilã dos contos infantis e adultos estava tão ferrada!

– O que foi? – minha mãe perguntou quando se virou para mim e depois foi em direção a cozinha, a segui jogando minha mochila no chão em algum canto da casa.

– Por que essa quinta-feira vai ser o marco da queda de Tania – falei abrindo a geladeira e pegando uma caixa de suco de laranja. Peguei um copo e o enchi até passar da borda do copo sabendo que uma gota sequer de sujeira no balcão de mármore da cozinha deixaria em fúria.

Eu olhei para ela e dona Cristina já me encarava com um pano úmido na mão preparada para me limpar e/ou me bater, e ela escolheu fazer os dois. Bateu com ele em meu ombro e depois limpou o balcão que eu havia sujado, arrancou a caixa de suco de minha mão e a guardou, enquanto isso eu subia no balcão e me sentava, ela se virou e bufou a me ver sorrindo para ela.

– E por que vai ser sua queda, Tania? – ela perguntou indo lavar o pano em sua mão.

Eu suspirei fundo antes de ela se virar e encostar se na pia me mirando.

– Talvez seja pelo simples fato de Kevin e estar acabando com minha reputação de durona e encrenqueira. Ele acha que pode ficar me beijando por tudo que é canto, me abraçar, falar para todos que é meu namorado e tudo mais que pessoas normais e enjoadas fazem – falei e respirei fundo, minha mãe sorriu.

– Eu era assim que nem você – ela disse e eu cuspi todo o suco que eu pretendia engolir – Você irá limpar isso tudinho, Tania – ela ordenou e revirou os olhos.

– S-só f-fala isso de novo – eu gaguejei – A dona Cristina era igual quem? – perguntei com os olhos esbugalhados.

– Você é simplesmente igual a mim na sua idade – ela falou vindo até mim e apoiando os cotovelos no balcão – Eu era assim mesmo, malandra, superdurona e não queria se amarrar a ninguém. Porém, você tem uma coisa do seu pai, se esforça! Você quer algo na vida e eu dou aleluia por isso.

– Então dona Cristina era encrenqueira, hein?! – falei bebericando meu suco – Que bom exemplo você está dando!

– Minha juventude não é bom exemplo para ninguém, Tania – ela disse cabisbaixa – Mas eu decidi que minha vida iria mudar em determinado ponto por que eu queria muito uma coisa, eu queria mudar, eu queria ser digna daquilo – ela me olhou com um brilho no olhar, um brilho que eu só via quando ela olhava para o...

– Meu pai – eu disse a encarando -, a senhora mudou pelo meu pai.

– Não, não mudei por causa dele – ela afirmou se virando para mim -, eu mudei por que quis e da forma que eu quis! Sou feliz como sou, gosto de mim, na verdade eu me amei antes de ama-lo. E ele, durante todo o momento, durante toda a minha mudança me amou, do jeitinho que eu era.

– Tá me dizendo que é para eu mudar pelo Kevin? – deixe meu copo no balcão e desci dele cruzando os braços em frente a minha mãe – É isso mesmo?

– Não- ela disse segurando meus ombros e deixando um leve sorriso surgir em seus lábios -, estou dizendo que para você abaixar a guarda e curtir sua vida, por que o Kevin está pronto para te amar do jeito que você é e eu tenho orgulho de você, mesmo achando que minha filha tem mais potencial do que demonstra! – ela terminou com um encolher de ombros, eu sorri de escarnio.

– Tinha que terminar com um meio esporro, não é?1 – falei descruzando os braços.

– Sempre – ela falou e depositou um leve beijo em minha testa -, vá dormir que amanhã você tem aula!

Sai da cozinha pensando em tudo que minha mãe me disse e será mesmo que eu teria que abaixar minha guarda? Estava bem na cara que Kevin não tinha nenhuma guarda e nem uma pequena de prontidão pronta para se defender de qualquer mau/Tania, não! Ele não tinha isso ao contrario de mim que tinha a artilharia da América pronta para detonar ele.

– Ela está certa – meu pai falou quando eu passei pela sala -, dê uma chance ao garoto. Não - ele disse se virando no sofá para me olhar -, melhor, dê uma chance a si mesma!- ele piscou antes de eu me dirigir às escadas.

(...)

– E o fim do ano está bem aí na nossa cara, se espremendo contra nossas caras - Lua disse sorridente após sairmos de mais um dia no hospício.

– E amanhã festinha na casa da Tania – Meg falou agitada me segurando pelos ombros.

– Olha a agitação, minha filha – falei rindo para Meg -, mas comida e bebida tudo por conta do bolsa da mamis – alertei rindo.

– Que festa é essa? – Sasha perguntou para Jay que ousou abrir a boca para respondê-la, aliás, o que a Sasha fazia no mesmo grupo que eu?

– Festa que não te interessa – falei cruzando os braços.

– Qual é, Tania?! – Jay disse tristonho, abaixei os olhos para sua mão esquerda e reparei que seus dedos bonitinhos estavam entrelaçados com os da Salsicha, com certeza ela percebeu pois seus dedos lutaram para sair das mãos de Jay, mas ele continuou a segurando como se nada tivesse acontecido.

PRA MIM ACONTECEU! Meu Deus, Jay se perdeu totalmente, de vez, se foi!

– Você convidou o Perseu e ele vai levar a Melissa, você convidou a Meg e ela vai levar o Rato – ele olhou para Derek –, sem ofensas que tu é um cara bacana – e voltou a me olhar-, mas eu não posso levar a Sasha?

– Tá – dei de ombros bufando – você que sabe, mas depois não vem com ‘’Ah, Tania, você estava certa, a salsicha era enlatada e estava fora da validade’’- falei sacudindo os braços e revirando os olhos quando senti um aperto e meus pês deixarem o chão.

– Você sabe que é a melhor – Jay falou me erguendo no ar com um abraço de urso – Estou de tão bom humor que sou capaz de te levar no colo até em casa – ele disse sorrindo e eu ri.

– Hoje não – eu disse sorrindo de canto quando ele me pós no chão-, hoje não!

– O que esse sorriso significa dona Tania? – Meg perguntou suspeita.

– Que foi? Só vou dar uma passada na casa do Kevin, até pedi para o Sol me levar – me virei para o carro do Sol onde Lua conversava com ele pela janela -, né Sol?

– Ah, sim, com certeza – ele disse e voltou a conversar com a Lua.

– Viu, essa é a atenção que eu ganho – falei desgostosa – É a vida, vou lá nele – falei ajeitando a mochila nas costas e me virando.

– Só queria muito saber o que você vai fazer com o Kevin, no apartamento, sozinhos, sem ninguém – Sasha disse, olhei por cima do ombro.

– Não provoca sua SALSICHA SEM BUNDA! – gritei e andei tranquilamente até o carro de Sol enquanto escutava as minhas costas os xingamentos de Sasha.

– Vamos lá? – Sol perguntou após eu e Lua entrarmos.

– Sim – afirmei depois de me esticar no banco de trás.

– Então – Sol começou bem devagar -, foi por causa da sua visita que Kevin falou para eu ficar fora de casa o dia todo? – ele quis saber e Lua deu uma risadinha, eu revirei os olhos.

– Não, Sol fofoqueiro, ele nem sabe que eu estou indo para lá. Ele deve ter te pedido isso por que está encerrando um trabalho em dupla.

– Ah sim – ele falou insatisfeito.

– Posso fazer uma pergunta? – Lua perguntou levantando de leve a mão.

– Se for sobre mim e o Kevin, não – afirmei.

– Droga! – ela resmungou baixinho.

– Chega –Sol falou freando o carro e me assustando, fazendo meu bumbum se deslocar um pouco para frente – Sou o dono do carro e daquele apartamento, então pode acabando com o suspense e desembuchando o que você vai ir fazer lá.

– Que gentinha fofoqueira eu fui arrumar, viu – resmunguei voltando para o meu lugar – Eu vou resolver as minhas coisas com ele...

– Tipo...? – Sol perguntou se virando para mim junto com Lua.

– Tipo que não é da conta de vocês, oras – falei virando para a janela.

– O caramba que não é, o relacionamento de geral aqui é público – Sol disse naturalmente.

– Como é que é? – alguém buzinou atrás de nós, pelo que parece Sol nem encostou, parou mesmo foi na estrada.

– PASSA POR CIMA, ESTAMOS TENDO UMA CONVERSA IMPORTANTE AQUI COMPADRE!– Sol gritou para fora da janela.

O carro passou buzinando e o motorista mandou uns belos e bons palavrões para cima do Sol e do carro dele, sim, direcionados ao carro também.

– Prossiga – Lua pediu ansiosa.

– OK – falei cansada – Vocês são muito chatos, mas a parada é a seguinte, eu decidi abrir meu coração para o Kevin, eu vou realmente dar uma chance para tudo issoque está rolando entre a gente e vou mostrar para ele o quanto estou gostando do nosso relacionamento. Pronto e fim!

– ANW QUE LINDA – Lua pulou em cima de mim para me dar um abraço apertado demais para os braços de uma menina tão magra.

– Ok, eu já entendi que você está feliz, Lua – falei quase engasgando com seu aperto.

– Mas eu fiquei com o bumbum preso no cinto – ela disse com uma risada.

– Deixa que eu tiro – Sol falou com um sorriso.

– O bumbum ou o cinto? – perguntei rindo maliciosa.

– Cala a boca, Tania – Sol falou com um pouco de raiva e vergonha.

– Você não respondeu – eu apontei para ele -, Lua ele não respondeu!

– Para de palhaçada, Tania – Sol falou ainda envergonhado enquanto soltava o cinto de Lua e ela caia nos meus bracinhos frágeis, ou seja, caiu na verdade no chão do carro e eu fui arrastada.

No fim das contas o resto do caminho para a casa do Sol e do Kevin tive que escutar de Lua como um relacionamento onde as duas partes eram sinceras o relacionamento fluía com mais tranquilidade e todos poderiam ser felizes para sempre! Palavras totalmente dela, mas eu estava era louca pra sair dali e voltar para minha cada, aquelas conversa toda de ser instável em um relacionamento, ser aberta, amar e respeitar já estava parecendo um casamento, caramba!

– Essa aí é sua parada – Sol falou e eu abri a porta para frente do edifício onde Kevin e ele moravam – Tem uma chave reserva em baixo do tapete.

– Vocês já pensaram que alguém pode achar a chave? – perguntei.

– São os riscos americanos – ele respondeu rindo, Lua voltou para o banco da frente e bateu palmas.

– BOA SORTE – ela gritou.

– Por que gritar? – perguntei terminando por sorrir.

– É para toda a minha positividade ser passada para você – ela falou tirando a mão da cabeça e as jogando em minha direção.

– Valeu...eu acho! – falei devagar.

– Não foi nada, qualquer coisa liga – Lua falou e se virou para o Sol.

– Vou aproveitar que tem um posto de gasolina um pouco mais a frente, vamos? – Sol perguntou e Lua concordou, eu acenei enquanto o carro foi um pouco mais a frente e eu entrei no edifício.

Informei que era visitante, o porteiro acreditou na hora já que chegou a ver Sol me deixar na portaria. Foi fácil achar o apartamento, ainda me lembrava do andar e do número d apartamento. Olhei em baixo do tapete como Sol havia informado, peguei a chave e a coloquei na fechadura.

Ok, só vai ser uma conversa e tudo vai dar certo! É apenas o Kevin, só isso.

Virei à chave e abri a porta devagar e me arrependi de tudo que eu pensei que um dia poderia acontecer. A boca de outra mulher estava na de Kevin e eu jurei para mim mesma que nunca gostaria de ter visto aquilo em toda a minha vida.

Eu imaginava que Kevin no passado teria beijado outras bocas e eu presenciei o mal entendido que houve com Melissa(pelo menos eu achava que tinha sido um mal entendido), mas aquilo não era apenas um toque de lábios, era um beijo de verdade e dado com vontade. Eu não queria ver aquilo e muito menos a reação que Kevin teve, ele apenas segurou os ombros da mulher e a afastou e começou a falar algo que não pude escutar, meu soluço foi maior que sua voz.

– Tania – ele olhou para mim assustado, um criminoso pego no flagra -, não é o que você está pensando! – ele disse só agora afastando mais a garota que sorria com satisfação.

– Sério que não, Kevin? – eu falei soluçando novamente e deixando muitas e muitas lagrimas caírem – O engraçado é que nunca é o que eu penso, você sempre é o inocente da vez.

– Não é assim – ele disse se aproximando, quando tentou segurar meu rosto eu não pude controlar minha mão – Não chega perto de mim, não me olhe e nunca mais ponha as mãos em mim – eu gritei rangendo os dentes – E não se ache por eu estar chorando, eu estou chorando de raiva por ter acreditado em cada palavra sua, em cada promessa, e acima de tudo por ter a intenção de abrir meu coração para mim – ele mantinha sua cara avermelhada virada para mim, meus dedos estavam bem marcados em sua face, mas não foi o suficiente para descarregar minha raiva, então eu apenas corri.

Fui de escada direto para o térreo, disparei pela portaria e consegui alcançar o posto de gasolina onde, por cima das lagrimas acumuladas em meus olhos, eu localizei o carro do Sol. Ele estava do lado de fora do carro carregando duas latas de refrigerante.

– Tania, voltou rápido dem...- Sol parou quando viu minhas lagrimas – O que houve?

Ele não esperou para eu responder, abriu os braços e me puxou.

– P-po-por favor – solucei -, só me t-tire da-qui.

– Vamos – ele me puxou para dentro do carro onde Lua se assustou ao me ver chorar.

– Nia – ela me chamou carinhosamente e pulou novamente para o banco de trás onde se acomodou ao meu lado -, por favor, se acalma – ela disse me abraçando.

– TANIA – escutei o grito de Kevin, mas essa seria a ultima vez que eu gostaria de ouvir sua voz.

(...)

– Minha filha, você precisa melhorar – minha mãe, deveria ser pela decima vez, entrava em meu quarto e pedia para eu sair.

Apenas neguei com a cabeça, não queria mostrar que estava com a voz ainda rouca de tanto chorar na droga do meu travesseiro, ou virar o rosto em sua direção para ela poder ver meu rosto inchado e ainda avermelhado ou perceber o quanto eu estava morta por dentro por ver eu namorado beijando outra mulher.

– Eu só não entendo uma coisa – ela disse ao entrar mais a fundo no quarto -, se ele não te queria mais, por que continuo com você?

Para me trair, pensei. Para me fazer de besta ou para muitos outros adjetivos que poderiam ser dados a mim e minha total falta de bom senso. Como pude ser tão burra. Ele me traiu uma vez quando nem tínhamos nada e agora estava me traindo quando já me tinha por inteira. Eu estava com meu coração entregue a ele.

– Você já parou para pensar que foi tudo um engano e qu..

– JÁ CHEGA! – gritei com raiva me virando para minha mãe – Ele me traiu, me deixou e eu não quero saber mais sobre ele. Eu nunca gostei da ideia desse relacionamento e foi a senhora que me mostrou que isso poderia ser verdade, mas era mentira, tá legal1 – falei indo em sua direção – Tudo era mentira! Agora eu tenho que me arrumar para a festa, não vou parar minha vida por causa daquele babaca.

– Você quem sabe, mas tem uma menina que pediu para falar com você. – ela falou quando me virei para pegar meu vestido, que não combinava nada com meu estado – Ela disse que vocês são quase que próximas.

– Deixa ela subir – falei tirando minha blusa.

– Já estou aqui – escutei a voz de Melissa ao mesmo tempo em que ouvi a porta do meu quarto bater.

– O que você quer? – perguntei virando me para ela, Melissa se sentou na ponta de minha cama e respirou fundo.

– Eu sempre vivi na casa da Sasha, sabe, se os pais dela não dão muita atenção para ela e seu irmão eu sempre achei que uma amiga era o que ela precisava. Eu precisava de uma também, então... – ela levantou seu olhar para mim e sorriu -, em pouco tempo éramos melhores amigas e contávamos tudo uma para a outra. Mas aí eu descobri que ela tinha um melhor amigo mais velho muito legal – ela deu um pequeno sorriso -, Kevin.

– Não quero ouvir a droga do nome dele – falei me virando novamente e tirando minha calça e enfiando minha cabeça pelo vestido bege solto que eu havia escolhido um tempo atrás.

– Ele perdeu a mãe quando tinha quinze anos – ela falou enquanto eu forcei meu corpo a continuar alisar a droga da roupa que eu vestia – Ele não mudou, continuou carinhoso, atencioso e com o sorriso no rosto.

– Onde você quer chegar com isso? – perguntei me virando para ela sentindo meu rosto esquentar novamente, lagrimas.

– Quero te mostrar que Kevin já passou por poucas e boas, mas superou e ele nunca se transformou em um garoto ruim – ela se levantou e andou até estar na minha frente – O que aconteceu no Halloween foi minha culpa, Tania, e eu sinto muito, mas não culpe Kevin pelo que você nem sabe o que aconteceu. Preste atenção no que você pode perder por que pelo que eu conheço do Kevin ele não está disposto a perder mais nada nessa vida.

Ela deu um último sorriso e se retirou do meu quarto.

Ajeitei o caimento do ombro do meu vestido, o alisei novamente e voltei a refazer minha maquiagem. Devagar e com calma eu recomecei minha maquiagem, passei mais base no rosto, um pouco de pó compacto, depois os olhos com delineador e rímel. E um batom bem vermelho para finalizar e eu era a Tania novamente. Sem ninguém para me impedir e sem grandes preocupações, apenas se manter longe da cadeia até completar 18 anos e ingressar na faculdade.

Abri a porta de meu quarto e comecei a caminhar para as escadas enquanto respirava fundo e tentava a todo momento impedir que alguma lagrima voltasse. Desci as escadas e consegui encontrar meus amigos reunidos ao lado da mesa de jantar que estava repleta de tudo que era bom e, o melhor, comestível!

– Olá, pessoas de minha vida – falei chegando até eles e abrindo os braços, todos me olharam com rostos assustados me encarando, todos eles exceto Melissa e a salsicha e Sol que me olhava com uma cara de tristeza absoluta, era compreensível, ele era o amigo mais próximo de Kevin depois de Sasha – Quem morreu para vocês estarem assim? – perguntei forçando um sorriso.

– Tania, você está legal? – Meg perguntou com cautela, ela estava com os braços dados com Derek, ele também estava me observando com preocupação.

– Quer que eu bata em alguém? – Perseu me perguntou sério e eu tive que rir.

– Não preciso de nada, somente o sorriso de vocês! – falei colocando as mãos na cintura e comecei a andar em direção aos pratos para por um pouco de comida para mim.

– Nia, eu sei que você está triste e eu...- me virei para Jason e tampei seus lábios com minha mão.

– Sério, podem parar, estamos em uma festa repleta de gente – olhei a minha volta e vi dois tios, alguns primos que acenaram para mim, minha avó tentando convencer algum ser de que colocar sal nas janelas era algo comum e amigos dos meus pais-, pessoas quase bonitas e simpáticas ou qualquer coisa boa que conseguirem pensar então vamos nos divertir!

– Obrigada por vir – escutei a voz da minha mãe por cima do fundo musical que meu pai deixava tocar até a hora da dança obrigatória que era tradição dos dias de Ação de Graças, quem te convidar para uma dança você é obrigado a aceitar e se divertir. Perdi a conta de quantas vezes me diverti nessa dança.

–Obrigado por me chamar, mesmo depois de... – escutei a voz rouca e cansada dele. Virei-me rápido deixando o prato cair sobre a mesa, ele estava usando uma blusa branca com um blazer negro por cima desabotoado.

Caminhei depressa até o banheiro do primeiro andar e ainda capturei a voz de Kevin me chamando, acho que meu pai o impediu de me seguir. Chegando ao banheiro eu apenas tranquei a porta, escorreguei pela parede até sentir o frio do chão em minhas coxas e comecei a chorar tudo de novo, a voz dele apenas despertou o que eu estava me esforçando ao máximo para não demonstrar novamente.

A voz que achei que poderia ouvir para o resto da minha vida, fui burra demais em achar isso! Estupida ao ponto de pensar que realmente poderia viver com Kevin sem interrupções de nossas escolhas pessoais. Era claro que alguém na vida de Kevin gostava dele e obvio que ele correspondia e esse alguém não era eu. Estava na cara também que eu não iria sobreviver a uma vida com ele, algemada pelo amor que ele me prometerá, que na verdade era apenas mais uma de suas farsas.

Eu só ainda não entendia por que ele tinha se dado ao trabalho de retornar a minha casa, para me humilhar mais do que antes? E por qual motivo todos ao meu redor acreditarem em Kevin? Qual era o problema deles acreditarem em mim?

Escutei batidas na porta, levantei em um pulo e comecei a lavar o rosto com força, passei um pouco de sabonete e esfreguei mais o rosto. Peguei a toalha de rosto e seguei com força o rosto torcendo para não deixar nenhum vestígio de maquiagem na toalha e por sorte não deixei. Abri a porta devagar e encontrei Lua.

– Oi – ela disse empurrando a porta e entrando, trancou após estar segura comigo lá dentro – Ontem, depois que eu e Sol te deixamos aqui na sua casa voltamos ao apartamento do Sol – ela disse e eu voltei a me sentar no chão e curvei minha cabeça para baixo, se iriamos ter aquelas conversa eu não queria estar olhando para Luana.

– O que tem? Encontraram ele se agarrando a uma garota? – perguntei sarcástica e fechando os olhos com força tentando impedir meus olhos de produzirem mais daquelas malditas lágrimas.

– Encontramos um apartamento destruído, um garoto acabado sentando no chão assim como você está nesse exato momento e conseguimos o nome da garota que se chama...

– NÃO QUERO SABER O NOME – gritei a encarando, Luana levou um susto com meu grito, mas continuou forte e me encarando de volta – Me desculpa, eu apenas..

– Eu sei – ela falou se abaixando e vindo até mim -, estou do seu lado, não só eu como todos.

– Não é o que parece já que todos parecem acreditar na inocência de Kevin – eu disse voltando a abaixar a cabeça.

– Eu acredito quando pude ir até a garota e ela confessar que sabia que Kevin tinha uma namorada e levou vários gritos dele por tê-lo beijado – Lua disse de uma vez, eu levantei a cabeça devagar para ela.

– Já pensou que pode ser tudo ele tentando nos enganar? Perguntei estreitando os olhos.

– Isso não é um filme de mistério, Tania – ela disse com um sorriso – É a vida real e por que Kevin faria isso?

– Para me humilhar! – declarei.

– Mesmo que ele bolasse esse plano supergenial não seria para te humilhar, poderia até ser para se aproveitar de você, mas não humilhar! – ela se levantou – E na verdade ele só quer te amar.

Ela destrancou a porta e saiu do banheiro eu fui logo em seguida, reparei que todos estavam se reunindo na sala de estar e fui para lá também, meu pai fazia o seu típico discurso de agradecimento por nossas vidas e por mais um ano estando juntos. Agarrei uma taça com champanhe de cima da bandeja que estava sobre a mesa e me juntei ao brinde que foi proposto. Forcei um sorriso no rosto quando meu pai chegou até mim, ele depositou um beijo em minha testa e sussurrou:

– Dê uma chance – e foi embora, simplesmente.

Quando ele saiu da minha frente vi Kevin esperando atrás dele, ele observou meu rosto e eu fiz o mesmo com o dele, por que o rosto dele estava tão acabado como o meu era bem obvio.

Está se desfazendo por dentro e por fora assim como eu, pensei cansada de tudo aquilo que estava rolando em minha vida. Cansada dele e de nossas discussões, cansada da minha falta de sinceridade desde o inicio lá em San Diego, cansada da minha vida desce a ladeira em queda livre quando estava subindo lento e deliciosamente bem.

– Quer dançar? – ele perguntou depois de dois minutos em minha frente me observando, tocava ao som uma música calma e antiga, que eu suspeitava ser uma das favoritas de meu pai, do Phil Collins.

– Quem te contou sobre a tradição? – perguntei para minha surpresa sem tremor na voz. Direcionei a taça aos meus lábios para parecer mais natural e terminei meu champanhe.

– Todos que nos conhecem, eles me falaram que seria a única chance que você não poderia me recusar – ele explicou dando de ombros – Eu pelo menos preciso de alguns minutos para te falar tudo e depois, se você não me quiser mais, pelo menos terei boas lembranças de você.

– Isso me parece um deja vú – eu falei me recordando do incidente com Melissa.

– Infelizmente – ele suspirou e eu peguei em sua mão para começarmos logo a dança.

Ele me puxou para próximo o que me causou arrepios por toda a extensão do meu corpo, ele sabia que me afetava, mas quando olhei para ele me parecia que eu é que tinha o afetado.

– Ontem foi tudo um mal entendido, a Ca...

– Não quero saber o nome dela e a Lua já me contou tudo que eu poderia querer saber ou não.

– Eu sei, mas é a minha vez de falar – ele apertou sua mão mais firme em minhas costas enquanto dançávamos com outros grupos de casais – Eu quero me explicar para você, por que nenhum de nós merece isso.

– Só eu que estou sofrendo aqui – argumentei com raiva.

– Aí que você se engana feio – ele disse encostando a testa na minha – Eu devo estar sofrendo mais do que você! – ele desviou o olhar xingando baixinho entre dentes e voltou a me mirar- Não estou aguentando ficar longe de você dessa maneira e não aguento mais alguém sempre se metendo entre nós. Será que já não deixamos bem claro que estamos namorando e que não queremos ninguém entre nós?

– Não – bufei -, eu iria começar a ser sincera ontem! – terminei falando com sua testa ainda encostada na minha.

Ele me beijou, segurou minha nuca e me beijou com força e fechou os olhos com a mesma força. Eu mantive os olhos abertos por um minuto só me permitindo testemunhar a angustia que se passava em seu rosto para depois ver o prazer de estar me beijando em cada marca de expressão do seu rosto. Depois que fechei os olhos acho que estava com a mesma reação que ele. O beijo era bom, urgente e voraz, eu gostava tanto daquilo, mas com Kevin. Apenas com Kevin meus lábios funcionavam de uma forma excepcional e eu amava muito isso.

– Dê mais uma chance para nós, por favor – ele largou minha cintura e segurou meu rosto – Nossa vida nunca vai ser um conto de fadas, Tania, sempre vai haver algo tentando nos deter, mas se confiarmos um no outro e formos sinceros podemos fazer dar certo – ele me abraçou forte enterrando seu rosto em meio ao meu cabelo.

– Promete não contar uma coisa para ninguém? – eu perguntei conseguindo encaixar minha cabeça em seu peito.

– Sim – ele disse esperançoso.

– Eu te amo – murmurei.

– Isso é muita covardia, Tania – ele resmungou e eu sorri.


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Notas finais do capítulo

Olá, pessoas! Eu agradeço muito a todos que continuam lendo e acompanhando a linda e DOENTIA história da Tania hahaha Espero que tenham gostando desse capítulo e mais tarde eu espero conseguir encerrar o capítulo 36 e poder postar para vocês. Um super beijo e até...



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