Glimmer

Johanna deu um tapa em Gloss. Não foi um tapinha, foi um puta de um tapa que doeu em mim. Todos ficamos sem reação. Sério, estávamos boquiabertos. Mundo parou por um instante e Johanna perdeu o fôlego. Não era raiva o que ela sentia por ele. Dava para perceber.

– Para mim chega disso. – ele disse e saio de lá.

Johanna riu:

– ISSO VAI MESMO! E VÊ SE NÃO VOLTA MAIS SEU IDIOTA!

Ela se sentou e virou uma garrafa de cerveja:

– Qual o problema de vocês? – ela questionou se referindo a nós.
– Mas que merda aconteceu aqui? – Marvel perguntou.

– Ué quem ele pensa que é para fazer isso? Eu sou uma dama.

Finnick ri.

– Algum problema Finny? Ou quer mais um chute nas suas bolas?

– Vamos só voltar ao jogo, que tal? – Katniss fala.

A garrafa gira. O tempo foi passando, e todos nós estávamos nos divertindo, confissões ridículas, micos gravados e claro, sendo nós que estpavamos jogando, altas tretas:

– Verdade Ou Desafio Clovelita? – Darius pergunta.

– Desafio.

– Te desafio a crescer.

Cato faz um hi-five com o ruivo mas Clove fecha a cara.

– Só não te mato aqui e agora por que eu gosto da Delly. – depois se virou para Delly – Ele é um retardado.

– O que vai ser Maddie? – Finnick fala.

– Desafio, vamos apimentar essa porra. – ela fala e bate palminhas.

– Te desafio a me desafiar. – ele ri irônico.

Acho que a idéia era deixa-la com raiva, mas um sorriso maldoso se ascendeu nos lábios de Madge.

– Sabe, eu adoro esse jogo.

Se fudeu meu caro Finnick.

Darius

– Você só ferra com as pessoas Madge.

– Ô cacete, só to me divertindo, quem mandou ele querer desafio?

– Agora vai pagar de boa samaritana?

– Ah vê se cala a boca Clove.

– Puta que pariu, Caralho que merda, por que mesmo não deixamos esse imbecil vir sozinho? – pergunto.

Madge – desgraçada – desafiou Finnick a invadir a escola e vandalizar o escritório do diretor. Claro por que não?

– Por que somos amigos lembram? Não poderíamos deixar o Finnick sozinho nessa! – Annie falou enquanto dávamos a volta no gramado, a noite estava escura e fria.

– Amigos merda nenhuma.

– Por que vocês levam esse jogo tão a sério? O que aconteceu com o “ te desafio a dançar macarêna em cima de uma mesa”? – Delly comentou ao meu lado.

Sorrio para ela. Estávamos nos entendendo. E.... talvez eu gostasse dela mais do que dos outros. Mas os riscos em seu braço ainda me trariam muita dor de cabeça, não duvidava.

– O que foi? – ela sussurrou nervosa depois que notou que eu encarava seu braço.

– Nada. – respondi e me virei para frente.

Delly suspirou.

– Okay, já sabem o que vamos fazer né? – Johanna perguntou tirando o salto.

– Pera, que tipo de experiência exatamente você tem com invasão?

Johanna esboçou um sorriso.

– Vocês são muito pirados. Me dá logo essa merda, quero minha cama. – Clove disse, ela arrancou o sapato da mão de Johanna e quebrou o vidro, depois enfiou a mão pelo buraco minúsculo e destrancou a porta.

– Viram? Facil e pratico.

– Esse “fácil e prático” vai te levar pra cadeia. – Peeta falou.

Entramos. Estava escuro. Peeta tinha nos dito que no inicio das aulas muitas vezes a diretoria e as secretária ficavam vazias durante a noite, pois eles estavam fazendo todos os preparativos para o ano letivo.

Finalmente chegamos na saleta dele. Era até grane. Gale acendeu a luz.

– Okay, o que faremos agora?

– é hora de fazer estrago. – Katniss pegou uma latinha de spray vermelha.

Katniss

Acordei com o despertador. As lembranças da ultima noite me vieram a cabeça e eu tive que rir. Pichamos as paredes, e fizemos desenhos nela, não tínhamos realmente alguma mensagem para passarmos, mas Peeta escreveu em letra de forma “ Nós somos o futuro do mundo. Já podem começar a chorar” e de alguma forma e realmente não sei por que isso ficou em minha mente.

Depois disso teve Annie cantando Spice Girls – castigo que não desejo para ninguém, Gale e eu fazendo bananeira – fazíamos isso nos verões em que nossas famílias viajavam e muita merda dita.

“ -Eu pegaria o Finnick – Madge falou – Por que me desculpem, mas ele é muito gostoso. Mas se fosse pra ser menina...hum... talvez...Clove, ela é sexy.

– Eu sou mesmo. – Clove disse. – Você também. Venha, vamos ser sexys juntas. - E então elas começaram a dançar e honestamente, não entendi o propósito só sei que foi como ver duas drogadas tendo ataques epiléticos.”

“ – Vamos jogar um jogo?

– Que tipo de jogo?

– Vai ser assim, nós vamos escrever palavras em cada pedaço de papel e vamos ter que ligar para alguém e usar três palavras selecionadas.

– Eu começo! – Finnick falou e pegou seu celular – Vou ligar para... minha prima.

Cato e Clove estavam segurando a lista de palavras escritas, eles trocaram um olhar cúmplice e riram, depois nos mostraram a palavra ‘ Grávida”.

– Alô? – ele falou e colocou no viva voz.

– Finnick? Qual seu problema? Por que tá me ligando agora? To ocupada.

Cato virou o caderno e mostrou a palavra a Finnick. El tentou segurar a risada:

– Melly...acho que...estou grávido!

Caímos na risada e então nos repreendemos e eu tive aquele momento de falta de ar, tentando não rir.

– Finnick Odair, seja lá o que você cheirou, não fez bem pra você!

– Mas eu to falando sério!

Clove mostrou a segunda palavra “ Rins”.

– Eu to com dor nos rins!

– O QUE?

“ Zebra”

– Acha que zebras têm pâncreas?

Desligaram na cara de Finnick.

– Melhor jogo EVEEEEEEER”

Sacudi as preguiçosas e começamos a nos arrumar. As aulas iriam começar de verdade e eu não estava nem um pouco animad apara isso. Bom... talvez eu estivesse um pouquinho para a de Artes... com Peeta....

Clove

– Por favor. Não tem ninguém com quem eu possa falar? – perguntei para a atendente do outro lado da linha.

– Desculpe garota, não sei o que ele fez para sair daqui, mas o que esta feito, foi feito. Ele será liberado amanha.

– Mas ele não pode ser liberado! – eu estava quase chorando.

– Clove, têm algo que você não quis prestar queixa? É a única forma de repensarem na decisão sobre a liberdade de seu pai.

– Ele não é meu pai. – e desliguei a ligação.

Teddy ainda habitava meus piores pesadelos. As vezes eu não conseguia dormir direito, então eu levantava e ia até o quintal da casa de meus pais adotivos. Pensava no que poderia ter sido diferente se a fada loira que muitas vezes aparecia em meus sonhos tivesse voltado e me tirado daquele inferno que tive que passar. Mas nunca aconteceu. Minha mãe nunca voltou. Ela nunca me tirou de lá. E não acho que um dia eu possa perdoa-la. Ou me perdoar. Ou melhorar.

Segredos, segredos.

Uma lágrima desceu por meu rosto. Memórias memórias minha cara Clove, elas iram te levar ás ruínas.

– Clove? – me virei e vi Cato. Meu rosto estava vermelho.

– Estou aqui....

– O que ouve?

– Nada. Vamos. Estamos atrasados para a aula.

Delly

Acho que posso estar piorando. Estou doente novamente. Mas por que? As coisas estavam indo tão bem!

Pessoas novas, eles são tão incríveis! Tenho medo de que saibam a verdade, não sou pura nem mesmo legal como eles pensam. Eu odeio esse sentimento. Mãe queria que você estivesse aqui, ou que pelo menos lesse isso e respondesse. Mas sei que nunca vai acontecer. Onde quer que você esteja, espero que esteja bem. Uma de nós merece estar.

Beijos,

Delly

Fechei o caderno que agora tinha mais uma carta nunca entregue ali. Quem sabe, talvez um disse eu as entregasse.

Mas provavelmente não.

Tem vezes que simplesmente não entendo o mundo. Pessoas querem dinheiro e poder. Eu tenho dinheiro. E fama. E posso assegurar que o sentimento não é bom muitas vezes.

– Hey Cachinhos Dourados! – Darius apareceu a minha frente e eu sorri.

– Oi.

– Venha, estamos atrasados.

Pensando bem mãe. Tenho certeza de que ficarei bem. Tenho pessoas que estão cuidando de mim, da forma como você nunca cuidou.