Aquiles escrita por Kumaspear


Capítulo 3
08


Notas iniciais do capítulo

Consegui postar esse capítulo faltando 1 minuto para a meia noite. Viva a procrastinação!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/542536/chapter/3

You should want a bad bitch like this

Drop it low and pick it up just like this


Três horas se passaram desde que decidira ir àquela festa e Percy ainda não sabia o que estava fazendo ali.

As festas ilegais promovidas pelos filhos de Dionísio e Apolo não eram nenhuma novidade no acampamento. Era só arranjar um local, esperar Quíron ir dormir, surrupiar bebidas alcoólicas (não os preciosos vinhos de Dionísio, ainda que fosse a opção mais barata e fácil de obter; os adolescentes já tinham aprendido a lição naquela vez) e evitar qualquer um que pudesse dedurá-los. Percy, com a sua fama no lugar, sempre era convidado, mas nunca ia. Normalmente, ele recusava educadamente o convite e seguia o seu caminho, mas isso foi antes de Rachel chegar no acampamento.

“Ah, qual é, Percy. Vai ser divertido!”, ela exclamou. Embora fosse a mais animada com a festa, não fizera esforço algum para se vestir melhor. O look composto por uma regata vermelha manchada de tinta e uma longa saia laranja, combinados com o seu cabelo bagunçado e ruivo faziam-na parecer uma tocha humana, ou uma mendiga hippie, Percy ainda não decidira qual.

“A sua ideia de diversão é muito estranha”, resmungou o garoto, enfiando a mão nos bolsos.

Rachel fez uma careta. “Deixa de ser chato. Vai ter música, bebidas e pessoas rindo à toa. Você é o único que está reclamando. Percy está sendo muito chato, não é, Annabeth?”

Annabeth, encolhida entre os dois, soltou um muxoxo mas afirmou com a cabeça, nem um pouco sob pressão.

“É, Percy, vai ser legal”, a loira falou, forçando um sorriso, mas ficou tão vermelha quanto os cabelos de Rachel quando essa passou o braço por seus ombros. Percy quase conseguia sentir o sabor da vingança. “Luke vai estar lá, de qualquer jeito, então se nada te atrair você pode passar o tempo todo o observando. Não que você já não faça isso.”

Percy, que subia o degrau para se sentar no banco do carona, escorregou. A viagem de carro foi acompanhada por risadinhas e insinuações nada discretas sobre ele.

xxx

Três horas depois e ele se encontrava sentado no sofá ao lado de Annabeth.

“Sempre bom quando alguém afirma uma coisa para depois ter isso jogado de volta na sua cara”, comentou.

Annabeth, igualmente entediada, bufou. “Não enche, Cabeça de Alga.”

“Só estou dizendo que, se você não tivesse essa paixonite pela Rachel, poderíamos estar jogando Mortal Kombat no seu chalé, só isso.”

“Percy, fique quieto.”

Tarde demais, Percy percebeu que Rachel estava dançando perto deles. Ele achou que, mesmo com todo aquele barulho e os dois berrando pra se comunicar, ela não escutaria, mas não se passaram dois segundos até que a ruiva se virou na direção deles e os chamou para dançar. Percy recusou, mas Annabeth não teve a mesma chance; praguejando silenciosamente em grego, ela foi arrastada para a pista, não sem antes lhe lançar um olhar que o fez ter certeza de que uma vingança estava sendo planejada.

Tudo bem, pensou, fechando os olhos e relaxando no sofá. Não estava consciente de seus atos de qualquer jeito. Depois teria tempo para temer uma vingança arquitetada por uma filha de Athena.

Seu momento de paz acabou minutos depois com uma cutucada em seu ombro.

“Me deixe em paz, Rachel”, resmungou, mas logo o seu corpo ficou tenso ao escutar uma risada que definitivamente não era da garota.

Percy abriu os olhos e deu de cara com Luke.

“Tão educado”, disse, com um sorriso debochado no rosto encoberto por sombras. “Annabeth me disse que estava aqui. Eu nem sabia que vinham. Por que não foi me procurar?”

Porque você é popular demais pra dar atenção a um garoto como eu, ele quis responder. E percebeu um segundo depois que realmente falara aquilo, em voz alta, para o Luke, de todas as pessoas.

E ele riu.

“Percy Jackson está bêbado”, anunciou, levantando a garrafa dramaticamente.

Percy queria se enfiar embaixo do sofá, mas teve os braços agarrados pelas mãos fortes de Luke e foi puxado na sua direção. Luke o pressionou contra seu peito, uma perna se esgueirando por entre as do menor e as mãos deslizando por suas costas. Estavam tão próximos que o moreno quase conseguia ver os poros do rosto do outro, ou sentir o cheiro da colônia que usava.

Sentiu a mão de Luke lhe fazendo carícias na nuca e não conseguiu evitar um suspiro. Nem ligou. Estava bêbado demais para se importar.

Embora nunca fosse arriscar o seu orgulho ao admitir isso, estava quase arfando com as carícias de Luke quando o outro se inclinou para apoiar o queixo em seu ombro.

“Você não sabe nada, Percy Jackson”, ele murmurou, e o garoto sentiu-se arrepiar.

Naquele instante, Percy amaldiçoou a sua falta de habilidade em situações como essa. Derrotar monstros? Fácil. Sair provocando certos deuses da guerra e acabar lutando com esses, sem a menor hesitação? Doce de criança. Mas confrontar Luke sobre os seus sentimentos? …. Talvez outra hora.

Ele quase conseguia escutar Annabeth dizendo “Faça alguma coisa! Qualquer coisa!” na sua mente, mas como em qualquer outra situação, ele não a escutou.

Entretanto, foi o próprio Luke que acabou com o momento

“Venha, Jackson, vamos dançar” riu, e foi como se aquele sorriso fosse especialmente para ele.

“Hã, claro.”

Percy nunca mais tomaria uma bebida alcoólica na vida.

I'm so fancy

Can't you taste this gold?

Remember my name

'Bout to blow








Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Aquiles" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.