Intertwined escrita por Rafa


Capítulo 17
Capítulo 17 - Tempestade


Notas iniciais do capítulo

Yo, pessoal - que ainda acompanha minha fic-
Bom, não tenho desculpa para a demora a não ser pela Universidade e tals....
Mas... pelo menos hoje começa minha maratona de atualizações, então...
COME ON!
^^
Boa leitura



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"Que lugar é esse?" — essa era a única pergunta que martelava dentro da cabeça de Rukia ao observar o extenso corredor cheio de portas à sua frente.

Sabia que aquilo não era nada normal, mas de alguma estranha maneira já havia se acostumado com todos aqueles misteriosos sonhos, o qual sabia estar vivenciando no momento. Se perguntava o quão estranha era por ter consciência dentro do próprio sonho.

Definitivamente aquilo não era nenhum pouco normal, mas mesmo não querendo, tudo aquilo já fazia parte de si.

Senhora?! chamou ela, esperando ver a bela mulher de incríveis cabelos brancos aparecer a sua frente como sempre acontecia, mas surpreendentemente, tudo o que recebeu de volta, fora o eco de sua voz a cortar o silencio ambiente.

Aqueles sonhos se tornavam cada vez mais confusos e a morena já não sabia que direção tomar, no entanto, algo lhe dizia que ficar parada ali não era o certo a se fazer.

Decidida, a pequena passou a caminhar pelo lugar, observando tudo a sua volta até chegar ao outro extremo do corredor, onde uma outra porta limitava seu avanço.

O que eram todas aquelas portas? Não sabia, mas pretendia descobrir.

Então sem se deixar intimidar, Rukia girou a maçaneta, constatando que a porta encontrava-se trancada, o que a deixou extremamente curiosa.

Será que todas as outras também estão trancadas? indagou-se em voz alta correndo seus olhos pela porta misteriosa uma segunda vez.

Com toda a paciência, que não sabia existir dentro de si, a morena voltou a caminhar pelo corredor examinando todas as portas até parar em frente a primeira de seu lado direito, voltando ao mesmo lugar aonde estava anteriormente.

Sentia uma ansiedade espalhar-se dentro de si, misturando curiosidade com apreensão, fazendo-a hesitar. Não sabia o que encontraria atrás daquela porta se ela de fato se abrisse e isso fazia um arrepio gelado tomar todo seu corpo.

A adrenalina corria forte em suas veias e os segundos pareciam estender-se cada vez mais lentamente enquanto a mão úmida da garota testava a maçaneta da decima primeira porta. Seu coração parecia querer sair pela boca quanto a porta finalmente se abriu, surpreendendo-a.

Uma luz dourada a envolveu instantaneamente enquanto um calor reconfortante parecia abraça-la.

Estava caindo!

Estava caindo sem parar. Já não sentia mais nada, seu corpo parecia não existir, somente sua mente ainda permanecia desperta enquanto aquele estranho calor a aquecia.

Tudo parecia se misturar em um borrão de cores claras e escuras. Era como se seu corpo não fosse nada a mais que uma brisa cálida de primavera.

Até que de repente, sem aviso prévio, tudo o que era abstrato se tornou um amontoado de construções que pareciam pertencer aos antigos filmes sobre o período imperial japonês, que a morena havia visto na escola.

Ei Kuchiki?! ouviu uma voz grossa gritar próxima de si. Ukitake-taichou está te chamando concluiu a mesma voz, que logo notou pertencer um carrancudo homem de meia idade.

Você trapaceou, Centauro! exclamou uma segunda pessoa, que logo se pôs ao lado do mais velho. Eu disse que viria chama-la completou a loirinha começando com uma escandalosa discussão com o homem chamado Centauro.

Certo. Certo. Obrigada, Kione, Centauro respondeu outra voz estranhamente familiar, fazendo todo o corpo de Rukia se arrepiar ao dar de cara com uma incrível versão de si mesma.

Era como olhar em um gigante espelho sem bordas.

Respirando com dificuldade, sentiu tudo a sua volta começar a se agitar novamente, sugando-a para longe, enquanto via aquela mulher tão semelhante a si caminhar em uma direção oposta.

Então de repente, o belo lugar clássico sumiu dando lugar ao estrelado céu de Karakura.

Sabia que ainda não havia acordado, o ar pesado da noite lhe fazia ter certeza disso. Parecia reviver aquela maldita noite onde tudo começou a piorar em sua vida.

Um rugido cortou o silencio e novamente ela se viu diante daquela mesma mulher de estranhos cabelos negros e olhos com me mesmo tom peculiar que o seu. A mulher parecia lugar para proteger um garoto, o qual ela não conseguiu ver a face.

Quem era ele?

Quem era aquele estranho garoto envolto em sombras?

Outro rugido foi ouvido e a pequena guerreira caiu ao chão. Rukia queria correr até ela, mas suas pernas estavam incrivelmente pesadas de mais para isso.

Shinigami?! — a voz grave do garoto se sobrepôs a todo aquele caos.

De quem era aquela voz? Quem? Quem estava ali?

— Você quer salvar sua família? — a garota perguntar com sua voz fraca.

Aquilo ali estava indo de mal a pior, mas Rukia não podia fazer nada e se odiava por isso.

— Há uma maneira?! Uma maneira de ajuda-los?! Diga-me!

“Rukia”

Uma força parecia querer arrasta-la dali, mas a morena resistia. Precisava ver o final daquilo. Precisar saber quem era aquele garoto.

— Há um jeito.... Não, para ser mais exata.... Devo dizer que só há um jeito... E é você se tornar um shinigami!

Todo o corpo da morena tremeu ao ouvir aquela frase. Quem eram aquelas pessoas? E por que aquilo parecia tão familiar para ela?

“Rukia”

“Rukia”

“Rukia”

— Me dê sua espada, Shinigami! Vamos tentar sua ideia!

— Não é “Shinigami”. É Kuchiki Rukia!

Rukia?!

“Rukia”

— Entendo.... Eu sou Kurosaki Ichigo. Vamos rezar para que essa não seja nossa última saudação...

Ichigo?! Aquele garoto se chama Ichigo?!

“Rukia?!”

“Rukia?!”

Sem que Rukia se desse conta a espada da garota perfurou o peito do garoto de nome Ichigo e um clarão a cegou. Ela já não conseguiu mais resistir. Finalmente o céu estrelado de Karakura dera lugar ao teto claro de seu apartamento.

— Rukia, pensei que teria que jogar água em você. Anda logo ou vamos nos atrasar!

— Ichigo?! — murmurou ela atordoada.

— O que foi?! Anda logo! — mandou impaciente deixando-a sozinha para se trocar. — Não me faça ir até ai para te vestir! — completou ameaçando-a ao bater a porta.

Tudo aquilo estava estranho de mais.

O que aquele sonho significava? O que Ichigo tinha a ver com tudo aquilo?

Várias perguntas e nenhuma respostas, mas ela não descansaria até desvendar aquele mistério. E ao saltar da cama, ela já sabia para onde ir.

~~~~

Estava cansada, já fazia horas que estava ali. Seus músculos protestavam, mas não podia parar, prometera a si mesma não parar e não seria o cansaço um obstáculo.

Precisava recuperar todo o seu poder e com a ajuda da pulseira criada por Urahara Kisuke poderia dar um passo adiante. Nunca mais deixaria seus companheiros morrer. Nunca mais! Seria forte e assim poderia proteger Ichigo e limpar a memória de seus companheiros perdidos.

— Então é verdade sobre Pesche Gatiche — afirmou Ishida Uryuu revelando sua presença para a mulher, que treinava sem descanso.

— Sim — respondeu a antiga espada número “3” sem nem ao menos se virar para encarar o homem, que se aproximava lentamente.

— Suponho que tudo isso... — começou ele abrindo os braços para mostrar toda a destruição causada por Nelliel. — Seja para quem lhe tirou seus companheiros — sugeriu fazendo-a parar surpresa. — Eu sei o que você quer?

— Não. Você não sabe de nada, Quincy! — vociferou ela, olhando-o raivosamente.

—Ah sim! Eu sei sim, Hollow! Você quer vingança. Você quer ouvir os gritos dolorosos daqueles que lhe tiram tudo. Quer os ouvir clamando por misericórdia. Quer que eles sintam mais dor do que você está sentindo agora. Você quer tudo isso, assim como eu. Não minta para si mesma! — a voz alterada do moreno ecoava pelos quatro cantos do lugar enquanto a esverdeada o encarava face a face.

— O que eles tiram de você? — questionou ela observando o arfar de Ishida.

— Meu filho...

Agora sim toda aquela tempestuosa revolta tinha algum sentido para ela. Com apenas aquelas prevês palavras, ela conseguiu ver dentro do coração de um homem ferido. Conseguiu enxergar algo que nem mesmo ela tinha. Ela conseguiu ver um coração! E sim...

Ele a entendia!

~~~~

O dia já havia amanhecido e Orihime não havia conseguido dormir mais uma vez, seus dias eram assim e perguntava-se quando seu marido notaria alguma coisa.

Já fazia mais de um mês que morava na loja de Urahara, pois Uryuu ainda não havia finalizado as obras de sua antiga casa, que fora destruída na última batalha e desde então estavam ali.

Não conseguia ficar parada, pensar de mais a deixava deprimida e ajudar Ururu na cozinha era a melhor maneira de acabar com isso, mas as vezes era difícil não pensar. Pensar naquilo que havia perdido. E a culpa era toda sua....

— Orihime — Yoruichi adentrou o cômodo assustando-a.

— Bom dia, Yoruichi-san — saudou sorrindo.

— Bom dia. Cadê o Ishida? — continuou encarando a ruiva, que sentiu-se estranhamente nervosa com os olhos felinos da morena a espreita-la.

— Ele disse que precisava treinar um pouco e saiu.

Um silencio tenso reinou na cozinha e Orihime sentia-se sufocada com toda aquela situação.

— Não foi sua culpa — disparou a mais velha tocando de leve o ombro da moça, que estremeceu.

Um bolo parecia se formar em sua garganta e ela não entendia com apenas um toque a fez desmoronar.

— Não tinha como você saber.... Vocês foram atacados de surpresa, nem o Ishida teria como saber.

— Não. Você não entende. Eu era a mãe, devia saber que uma parte de Uryuu estava dentro de mim. Eu...

As palavras começaram a sair sem nexo algum e tudo o que Yoruichi pode fazer foi aparar Orihime em seus braços. Era disso o que ela precisa nesse momento.

Um abraço amigo, algo que mostrasse que ela não estava sozinha.

Uryuu andava estranhamente distante de mais, mas não o culpava. Tudo o que precisava fazer era ser forte, por ela e principalmente, por ele.

Quando toda aquela tempestade passasse um lindo sorriso nasceria em sua face mais uma vez.


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Notas finais do capítulo

Então? O que acharam?
Deixem suas opiniões nos comentários e nos vemos logo mais em minhas outras atualizações...
Bjus ^^



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