Intertwined escrita por Rafa


Capítulo 10
Capítulo 10 - Song of Ice and Fire


Notas iniciais do capítulo

Oie gente
Boa leitura :3



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Nuvens carregadas pairavam sobre o escuro céu de Karakura anunciando que uma grande tempestade logo chegaria, mas mesmo assim, Rukia e Yosen permaneciam paralisados a observar atentamente as densas nuvens negras de fumaça e poera que se espelhava pelo lugar.

A explosão ocorrera tão de repente que vários corpos jaziam pelo chão sem vida, sendo queimados aos poucos em meio as chamas. O cheiro repugnante da morte tomava o lugar, mas nem mesmo isso parecia despertar a pequena garota de olhos violáceos, que não conseguia desviar sua atenção do fogo que se alastrava consumindo, instantaneamente, a tudo e a todos que tocava com suas labaredas alaranjadas.

Um arrepio doloroso percorrera seu pequeno corpo por inteiro, pois mesmo que seus olhos não pudessem ver, sabia que havia algo que movia-se entre as chamas, caminhando lentamente em sua direção.

— Rukia... — Sussurrou Yosen, despertando-a da hipnose que aquelas chamas lhe causavam. — Fique atrás de mim. — Completou, serio, quase como uma ordem, algo que irritou a garota demasiadamente.

— Sem essa de ser protetor agora, idiota. — Rebateu ela ficando lado á lado com o amigo. — Esse fogo pode queimar tanto a mim quanto a você, então cale a boca e olhe em volta. — Completo apontando o caos que se instalava ao redor de ambos. — Precisamos ajudar os feridos. — Declaro alheia ao verdadeiro perigo.

— Não! Você não entende. — Afirmou ríspido segurando-a fortemente pelos braços, fazendo-a encarra-lo surpresa.

Mesmo não querendo demonstrar, Yosen estava amedrontado pelo tamanho poder liberado pela estranha criatura, que não tirava o grande sorriso sádico de sua face máscula.

Embora confuso, sabia que aquele ser estava atrás de Rukia. Mesmo a uma distância razoável, tinha certeza de que ouvira o nome dela em meio as confusas palavras proferidas por ele, ainda que o sobrenome não fosse o mesmo, sabia que Rukia corria perigo e ele precisava protege-la de qualquer maneira, ainda que para isso tivesse que ir contra a vontade dela.

— Oe shinigami! Vai demorar muito para se transformar?! — Indagou em tom debochado. — Estou a fim de chutar essa sua bundinha arredondada o mais rápido possível! — Completou o estranho ser de aparecia humanóide, surpreendendo ainda mais Yosen, o único ali capaz de vê-lo e ouvi-lo.

— Rukia. — Recomeçou Yosen, em um tom cortante, ignorando completamente os resmungos da baixinha, que lutava para se libertar das fortes mãos do moreno. — Você precisa me ouvir. — Começou sem notar o raio azulado que era disparado como uma flecha em sua direção. — Vá embora... — Disse ao sentir o disparo atingi-lo na altura do abdômen, perfurando-o. — R-Ru... — Sussurrou com o gosto amargo do sangue inundando-lhe a garganta.

— Yosem?! — Gritou Rukia, angustiada, tentando ampara-lo com seu pequeno corpo.

Uma aflição dolorosa tomava-a por inteira, precisava salvar o amigo, mas não sabia como. Não entendia nada do que acontecia ali, porém, podia sentir a hostilidade e o perigo que os rondava.

— Meu assunto não é com você, pirralho. — Falou deixando a mão, que antes era revestida por um brilho azulado, cair ao lado do corpo. — Cansei de esperar. — Declarou ele, passando aquela mesma mão, de onde sairá o disparo que atingirá Yosen, pelos exóticos cabelos rosados.

Rukia estava desesperada, o sangue de seu melhor amigo manchava completamente sua camisa branca do uniforme escolar e ela se sentia impotente por não poder conter aquele grande sangramento, que tirava a vida de Yosen aos poucos e isso a assustava. Não podia perde-lo assim.

— Ei baixinha, você deve se lembrar de mim, certo? — Indagou o homem parando a apenas alguns metros de onde Rukia estava com Yosen apoiado no colo. — Não faz tanto tempo que a gente se viu pela última vez. Talvez dezesseis ou dezessete anos, sei lá... — Declarou obtendo apenas o silêncio da noite como resposta.

— K-Kia.. — Sussurrou Yosen engasgando com o próprio sangue. A dor dilacerava-o por dentro, mas a única coisa que lhe doía mais era saber que falhará em proteger a pessoa mais importante em sua vida.

— Não fale, idiota! — Repreendeu ela com a voz trêmula assim como suas mãos manchadas de vermelho.

Lagrimas já escapavam pelos bonitos olhos de Rukia, ela não conseguia fazer nada. Sentia-se de mãos atadas, mas tudo ficou pior ao ver Yosen perder a consciência bem a sua frente.

— Yosen?! — Indagou ela fazendo, em vão, pressão sobre o ferimento aberto. — Não me deixe sozinha mais uma vez, Yosen! — Pediu desesperada. — Yosen! — Repetiu tocando a fase pálida do amigo.

Notou que ele ainda respirava, mas sabia que a vida dele estava por um fio, precisava procurar ajuda rápido.

Levantou apresada deitando a cabeça de Yosen com cuidado sobre o chão sujo, alheia ao homem, que a observava curioso.

A antes movimentada avenida da cidade estava um caos, não conseguia encontrar ninguém que poderia ajudar, pois todos estavam mortos ou inconscientes ao chão. Estava sozinha em meio aquele cenário de morte, sem ninguém para quem correr.

— Kuchiki Rukia. — Chamou ele impacientemente. Já estava cansado de esperar, queria partir para a ação logo e estava sendo bonzinho de mais aquela noite. — Oe Kuchiki. Vamos ou não? — Questionou ríspido sem receber resposta mais uma vez.

Uma raiva quente começou a correr forte por todo seu corpo, pois achava que a garota estava ignorando-o, e se tem uma coisa que ele odiava era ser ignorado. Sem pestanejar, caminhou a passos largos em direção da pequena, que sentiu o corpo inteiro arrepiar-se alerta.

— Até quando vai?! — Começou tocando de maneira bruta o braço fina da garota fazendo ambos arregalarem os olhos surpresos. Agora Rukia tinha certeza, algo hostil e raivo realmente a espreitava. — Isso só pode ser brincadeira. — Falou o homem pensativo soltando-a para observa-la melhor. Realmente não conseguia sentir nenhuma força espiritual vindo dela. — Parece que você não mudou somente de visual, Rukia-chan. — Declarou deixando que suas altas gargalhadas soassem pelo ambiente como trovões. — Patética. — Falou estapeando-a com força na face jogando-a contra a parede.

Sentiu todo seu corpo estralar ao chocar contra a parede dura, estava confusa e com medo. Todos seus sentidos estavam alerta, mas nada era captado a não ser a dor profunda que sentia ao ser golpeada várias vezes por algum, que nem mesmo podia enxergar ou ouvir.

— Você é patética, garota. — Repetiu ele segurando-a pelos longos cabelos negros. — Perder os poderes é algo inadmissível para uma rival minha. — Declarou com a face próxima a dela, inalando o doce perfume de Rukia misturado ao cheiro de sangue e fumaça. — Você era tão poderosa. — Continuou ainda naquela mesma posição com a garota tentando se soltar. — Você tinha uma espada tão linda, você era linda e você conseguiu tirar um pedaço de mim. — Falou mostrando o outro braço, que até então era oculto pela capa. — Está vendo isso? — Questionou ele sarcástico, revelando a parte onde lhe faltava a mão. — É claro que não. Você virou uma patife sem poderes. — Resmungou. — Então, foi você que me fez perder a mão. — Completou afastando-se.

— Covarde! — Gritou Rukia, surpreendendo-o. — Não sei quem ou o que é você, mas você é um covarde por atacar pessoas que não podem enxerga-lo! — Gritou com uma coragem que nem ela sabia de onde viera.

— Covarde? — Indagou ele, desdenhoso. — Sabe o quando foi frustrante para mim durante todos esses anos lembrar que meu fogo infernal não pode derreter seu maldito gelo?! Sabe o quão frustrante foi olhar para esse braço e saber que, eu o rei do fogo, perdi para uma mulher como você?! — Respondeu insanamente. — Não. Você não sabe, então não me venha falar de covardia. — Completou respirando com dificuldade olhando para os longos fios negros emaranhados entre seus dedos. — Sabe, eu achava você mais gostosa com os cabelos curtos.... — Falou deixando grandes chamas alaranjas saírem de seus dedos queimando os cabelos de Rukia instantaneamente.

Gritos dolorosos e desesperados saiam da garganta dela, enquanto em vão tentava apagar o fogo que consumia seu cabelo lentamente.

Não entendia o porquê de tudo aqui estar acontecendo, mas em meio ao desespero a lembrança do sonho lhe veio a mente, naquele momento tudo o que pode fazer era pedir, pedir a aquela misteriosa mulher de lindo cabelo branco, que cuida-se de Yosen e de alguma maneira dela mesma.

— Isso! Seus gritos são música para meus ouvidos! — Exclamou vendo a garota cair ao chão quase inconsciente. — Não, assim não tem graça. — Declarou pegando-a pelo braço. — Você tem que permanecer acordada. — Completou sentindo um ar gélido emanar do corpo da garota, que já não tinha mais os cabelos negros, mas sim lilas de um tom quase branco.

— Não deixarei mais que machuque Rukia-sama. — Declarou uma voz doce diferente da de Rukia.

— Olha o que temos aqui. Parece que a vadiazinha ainda tinha uma carta na manga! — Exclamou ele sarcástico. — Vamos, diga-me seu nome para eu poder lembrar depois que eu lhe derrotar. — Mandou ele deixando as chamas toma-lo por inteiro.

— Você não é digno de saber meu nome, Quincy. — Declarou ela com o mesmo tom doce. — Apenas lhe perguntou uma coisa. Vai querer perdeu o outro braço ou a cabeça dessa vez,Bazz-B? — Questionou ela de maneira sombria ao liberar um denso ar gelado, que congelando a tudo que já não tinha mais vida.

A terra tremia com o poder liberado, finalmente o senhor do fogo e a Rainha do gelo havia se encontrado mais uma vez. O destino tecia tramas e mais tramas ardilosas, como uma aranha tecelã que prepara uma armadilha para sua presa. Um jogo de vida ou morte era travado a cada minuto, e ainda assim os guerreiros não caiam, a vontade de vencer era maior, mas no final as crônicas de gelo e fogo seriam contadas pelo vencedor, basta agora saber quem venceria essa quente e ao mesmo tempo, gélida batalha.


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Notas finais do capítulo

Então? Comente, please.
Sobre minhas outras fics, vou tentar atualiza-las durante a semana.
Bjos



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