Contos Perdidos escrita por Bucaneiro


Capítulo 7
Baigne Le Soleil


Notas iniciais do capítulo

Obrigado pelo carinho de todos. Boa leitura.



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Minha visão estava turva e o ar era quente só enxergava três montanhas de pelo me carregavam numa espécie de maca, minha visão tremulou e desmaiei de novo. Acordei em uma cabana de palha, uma vaca, sim uma vaca estava cuidando de mim, sua pelagem era branca e ela vestia um, sobretudo com desenho ritualísticos, ela andou até mim e me fez beber algo, levantei e perguntei:
– Onde estou? Quem é Você?
– Você consegue me entender?
– Sim... Eu acho.
– Você bebeu o sangue da mãe-terra. Você está no reino de Baigne Le Soleil. Eu sou a curandeira da cidade, você deve se dirigir até o castelo, eu lhe acompanharei.

Passamos por uma sequencia de ruas e ruelas até chegarmos numa construção feita totalmente de ferro negro, no topo o castelo fazia curvas que aparentavam ser lanças negras, entrei com a curandeira na construção, havia um grande trono, este de ferro negro também com as mesmas curvas ameaçadoras, nele havia um minotauro e este tinha pelagem mais negra que o ferro do castelo, porém seus olhos eram azuis como os rios da imagem do dia anterior, minha cabeça doeu ao lembrar.
– Ajoelhem-se – Gritou o minotauro- Eu demorei para compreender a ordem, apenas segui o que a curandeira fazia.
– Diga-me o que faz aqui curandeira?
– Ordens do chefe de guerra, meu senhor. Capturaram a ele ontem durante uma perturbação no Equilíbrio. Notei agora que vários outros iguais ao Minotauro estavam ao arredor da sala enegrecida e de luzes roxas bruxuleantes, e estes agora murmuravam em um murmúrio crescente, o Minotauro bateu o machado no chão e todos se calaram.
– Diga-me você- apontando o machado para mim- qual teu objetivo?
– E-Eu não sei, estava lendo no meu porão até que três criaturas peludas invadiram-no e me deixaram inconsciente. – O Minotauro riu -
– Sabe lutar?
–C-Como A-Assim? – Gaguejei, os outros minotauros riram de desdém. Um Minotauro de pelagem totalmente preta entrou chutando a porta
– Irmão! Mais respeito.
– Você que enfraqueceu com o tempo, este ser estava lendo “Aqueles Livros” – Senti o olhar do Minotauro pairar sobre mim – Você vem para meus aposentos – Apontou para mim – Irmão você também. O Minotauro de pelagem preta passou por mim e me arrastou pela gola da camisa, chegamos a um quarto/escritório. O Minotauro de olhos azuis falou:
– Meu nome é Rikkey, sou o Rei deste reino, aquele - apontou para o irmão – É o meu irmão Dricofagis, chefe de guerra, você sabe o que estava fazendo?
– E-Eu só encontrei alguns livros no meu porão e fui ler.
– Deixe-me lhe explicar, nosso reino tem sido constantemente atacado por seus recursos, o exercito que lidera essa fronte são os Likama’r, os “livros” que leu os sábios do reino acreditam que sejam encantamentos Likama’r, me perdoe pela grosseria do meu irmão, ele pensou que você fosse um deles, façamos então um acordo, você estudará na Academia de Batalhantes de Soleil e em troca poderá voltar a seu reino. – Ele estendeu a mão -
– Com duas condições – Ele bufou, mas indicou com a cabeça para eu continuar – Eu quero acesso aos “livros” que estava lendo e a biblioteca do seu reino – Falei sem pensar -
– Darei a você dois “livros” da escolha dos meus sábios e quando acabar de ler eles me avise que providenciarei mais, quanto a segunda condição... Nos não temos bibliotecas, se quiser ficará em meu castelo, você aceita?
– Sim, agora me dê meus livros, mais tarde.

Já anoitecera, eu havia ficado com um quarto de criado, mas já era melhor do que dormir em uma academia desconhecida, em cima da minha escrivaninha haviam dois livros do baú, um prateado com letras negras que dizia: “Poemas de Luar” e o outro um livro sem adornos, capa de couro com letra de tinta “Contos simplórios”. Alguém bateu na porta
– Entre – Gritei. Uma bela moça morena com mechas loiras entrou,
– O mestre pediu para lhe dar a armadura para seu treinamento – ela fez uma referência e antes que pudesse sair eu lhe chamei:
– Espere! Qual seu nome?
– L-Louise, com licença mestre.
– Fique, não precisa me chamar assim, mas me responda por quê... – Ela mudou a postura de submissa para algo mais sério
– Por que eu não sou uma vaca/búfalo/bovino?
– Sim...
– Bem eu sou uma Likama’r nascida Soleil, então agora você quer saber a diferença entre você e eu, simples – ela abriu bem os olhos e então um circulo de fogo surgiu no meio deles, ela piscou bem e reclamou – Agora eu tenho que ir, se você me pedir pra ficar eu posso ter uma série de ideias de torturas para testar com você, Boa noite.

Levantei-me e folheei o livro de capa de couro mais simples então abri em um poema que me chamou a atenção

Será que o amor é sofrer?
Que todos sofreram.
Pecaminosos.
Em busca de um reconforto.
Uma luz.
Uma esperança.
Tu que me jogastes pela janela.
Como reles lixo que sou.
O pesar que recai sobre ti.
Que este se vá.
Com os ventos do verão
Que cortam meu rosto.
Com seu imensurável calor.
Calor aquele.
Que tu não me destes.
Admito.
Sofri.
Chorei.
Sorri.
E Lamentei.
Mas lhe digo com todo coração.
Se isso for amar.
Então minha cara amiga.
Eu nunca lhe amei.
Não sofra.
Chore.
Sorria.
Ou lamente.
Pois tu não tens o direito de chorar.
Eu hei de honrar.
Aquela promessa que fizemos por entre frestas.
De dançar até o fim da festa.
Mesmo que as lâminas que em minhas veias percorrem.
Digam que não.
Eu te perdoo.


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