Seus olhos cinzentos escrita por Polly Lovegood


Capítulo 5
Yesterday


Notas iniciais do capítulo

Primeiro de tudo, mil desculpas pelo atraso desse capítulo. Tinha tudo escrito, mas aí a internet bugou e só deu tempo de postar agora. Espero que gostem desse aqui :) Os Beatles são minha paixão



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Eu acordei depois já era meio dia com Scorpius se mexendo na cama. Ele estava parecendo um pouco melhor do que na noite anterior, mas ainda estava mal.

– Bom dia - ele disse se espreguiçando.

– Bom dia - respondi ainda esticada na cama. Ele me girou para ficarmos um de frente para o outro e me beijou, mas eu empurrei ele rindo. - Eu ainda nem escovei os dentes - levantei da cama e ele deu de ombros, levantando também.

– Acho que eu já vou indo - ele disse mexendo nos cabelos e indo em direção ao banheiro. - Não quero causar problemas entre você e seus pais - ele saiu de lá completamente vestido e segurei um muxoxo de tristeza.

– Só deixa então eu pegar uma maçã verde pra você - disse sem nem pensar. - NÃO, uma poção pra ressaca - me corrigi e senti minhas bochechas pegarem fogo.

– Você gosta mesmo de maçã verde? - ele pareceu meio confuso e eu concordei com a cabeça. - Eu sonhei com isso... - ele continuava com aquele olhar confuso. Meu coração disparou e eu senti que se tentasse dar um passo, cairia no chão. Ele tinha sonhado o mesmo que eu?

– Nesse sonho você... - eu não sabia como perguntar isso. "Oi, você sonhou que me pediu em casamento?" seria no mínimo esquisito.

– Eu...?

– Me pediu em casamento? - eu perguntei completamente vermelha e ele confirmou com a cabeça.

– E logo depois você desmaiou.

– AH, então é por isso que eu não lembro de nada do meu sonho - quase gritei e ele levantou uma sobrancelha.

– A gente... - ele se interrompeu. - Olha, eu realmente me sinto daquele jeito sobre você e a Amélia - ele deu um passo na minha direção, meio incerto e eu continuei parada, no meio do quarto, só com aquele pijama curto que no momento me fazia passar frio.

– Anotado - eu disse e logo encarei o chão. Eu queria que ele ficasse e fosse embora ao mesmo tempo, aquilo era demais para a minha mente.

– Quando você for lá em casa vai ter uma cesta grande de maçãs verdes - ele disse rindo e eu revirei os olhos, olhando para ele de novo.

– Eu vou cobrar - abri um sorriso de lado e ele abriu outro. Ele me deu um beijo na bochecha e logo em seguida desaparatou. Ah, mas esse menino ainda me mata.

Passei o resto do dia e entre cama e cozinha, tinha muitos seriados trouxas para por em dia, cada episódio mais empolgante que o outro.

Meu irmão chegou em casa lá pelas três da tarde, aquela cara de bobo apaixonado em seu rosto. Não sei o que a Lily fez, mas com certeza aquilo tinha dedo dela. Hugo era a pessoa mais fechada e sem expressão facial da família, o que já significava alguma coisa.

– A Dominique disse pro James dizer pra Lily dizer pra você que ela vai pro Beco Diagonal amanhã - meu irmão disse quando passou pela porta do meu quarto, indo para o dele.

– Isso quer dizer que a Lily também vai? - gritei para ele.

– Sim, isso quer dizer - ele disse voltando para o meu quarto. - E por que o meu quarto está todo revirado?

– Eu tenho cara de quem sabe? - levantei uma sobrancelha e ele me olhou irritado.

– Se eu descobrir que tem dedo seu...

– Vai ter que esperar um ano ainda pra se vingar com 17 anos - soltei uma risada falsa e ele me fuzilou com os olhos.

– Eu odeio ser menor de idade - ele resmungou saindo.

– Todos odiávamos - eu gritei e recebi um dedo do meio. Eu adorava dizer que era mais velha que ele, era minha diversão infantil secreta.

No fim mandei uma carta para Dominique entre um episódio e outro de Sherlock e marcamos de nos encontrar em frente ao Gringotes no dia seguinte, eu, ela e Lily.

Conhecendo Dominique como conhecia, era provável que ela estivesse praticamente morando com o James desde o dia em que as aulas terminaram, e eu queria saber detalhes disso. Querendo ou não, fui eu quem juntou os dois.

Eu falava cada vez menos com meus pais, isso me deixava um pouco desconfortável, mas eles que pediram por isso. Tudo o que vinham falar era sobre como eu estava errada em tudo o que fazia. Cansei disso, quero viver minha própria vida.

No dia seguinte, nós encontramos na frente do Gringotes como tínhamos combinado. Lily estava meio distante e Dominique estava a ponto de pular de felicidade, elas eram opostos.

– Lily, ta tudo bem? - perguntei me aproximando e ela levou um susto.

– Oi pra você também, Rose - Domi provocou e eu revirei os olhos.

– Oi, Dominique - respondi rápida e sem emoções, voltando para Lily. - Foi meu irmão?

– Ai Rose, desculpa, eu não queria que as coisas chegassem a esse ponto, mas eu inventei de ir ora piscina e só de ver seu irmão sem camisa já me deu vontade de agarrar ele e arranhar as costas inteiras durante um sexo intenso - ela falou tudo sem respirar, muito rápido. Ok, eu só entendi que eles foram pra piscina e meu irmão tirou a camisa.

– Vocês transaram? - Dominique foi mais direta.

– Sim - Lily respondeu ficando vermelha e eu abri minha boca em choque. - Você não sabia, Rose?

– Não, meu irmão só chegou de bom humor em casa - tentei parecer menos surpresa. - Não ia nunca imaginar que ele e você tinham...

– Ah, ufa, tia Hermione não vai me matar - Lily voltou a sorrir, mesmo estando vermelha. - Mesmo depois de um ano e meio de namoro, acho que ela nunca concordaria com isso.

– Ela nunca concordaria com isso antes do casamento - respondi rindo e ela revirou os olhos.

Fomos andando pelo Beco e Lily já não estava mais tão distante, na verdade ela estava num bom humor incontrolável agora.

Paramos na frente da Floreios e Borrões, havia um cartaz enorme de um livro novo de Rita Skeeter, aquela velha escrota.

Parei para ler com mais calma e as duas ficaram conversando atrás de mim sobre a vida sexual da Lily. Por mais que eu quisesse que ela e meu irmão fossem felizes, não me interessava tanto assim como eles seriam felizes.

Já estava terminando de ler o cartaz quando ouvi uma voz arrastada na porta da livraria.

– Amélia, como é bom te ver - Draco Malfoy disse saindo da livraria enquanto Amélia Parkinson entrava. Nesse momento, eu tenho raiva dela com todas as minhas forças.

– O prazer é meu, senhor Malfoy - ela respondeu, desistindo de entrar e os dois ficaram conversando ali, espero que sem perceber a minha presença. De qualquer jeito, Dominique e Lily estavam falando ainda atrás de mim.

– Ah, por favor, Draco - nossa, quanta simpatia. - Quantas vezes devo repetir isso?

– O suficiente até eu me acostumar - eles dois riram. Sério que consideravam isso engraçado?

– Você está feliz, vejo que seu... afastamento, por assim dizer, de Scorpius não causou grandes danos - Draco comentou e ela riu.

– Foi só uma briguinha de nada, já estamos bem de novo - mas que menina convencida. - Ele e a Weasley não vão durar. Ele mesmo sabe que me ama, e não ela - ela não tem vergonha de falar essas coisas para ele?

– Amélia... - Draco pareceu incomodado.

– Scorpius só está com essa garota pra passar o tempo - ela afirmou convicta.

Foco, Rose, foco, "mesmo sem te conhecer como conhecia ela, gosto muito mais de você". Lembre-se disso, foco.

– Você tem certeza disso? - Draco parecia estar testando a garota à sua frente, que só mostrava mais decisão a cada pergunta.

– Ele mesmo me disse isso - ela continuou convencida. As lágrimas quiseram vir, mas eu as refutei. Não podia chorar ali, não podia dar o menor indício de que estava ouvindo, de que era eu ali.

Os dois se despediram felizes e seguiram seus rumos. Assim que Draco desaparatou e Amélia se embrenhou na livraria, desatei a chorar. Domi logo veio me abraçar, mas Lily me olhou confusa.

Saímos da frente da livraria e contei tudo para Lily, atualizei Domi da história. As duas me olharam espantadas, o que me fez chorar mais ainda.

– Isso aconteceu rápido demais, é obvio que eu sou só um passatempo para ele - eu murmurei chorando ainda e as duas me abraçaram de lado.

– Rose, ela estava mentindo, não tem como essas coisas terem acontecido e ele não gostar de você - Lily argumentou e eu olhei para ela.

– Lily... Eu nunca entendo o que se passa pela cabeça dele. Até onde eu sei, ela pode muito bem estar falando a verdade - argumentei e ela revirou os olhos.

– Quer saber, vamos tirar a história a limpo. Ou melhor, você vai - Domi sugeriu, já saindo em direção ao boticário. - Você usa Veritasserum nele e pergunta se o que ela disse é verdade.

– Não é tão fácil assim... - tentei impedi-la, mas não consegui.

– É sim, por isso hoje mesmo você vai na casa dele com o Veritasserum que tem lá em casa e tira tudo a limpo - ela estava entrando na loja. - Nem tente me impedir, Rose - ela disse num tom de ameaça e eu revirei os olhos.

Bom, eu ia tentar, já que ela insistia tanto. Afinal, o que era o pior que podia acontecer? Ela estar certa? Foi exatamente isso que aconteceu.

Aparatei na varanda do quarto dele e no mesmo segundo desejei que não tivesse feito isso. Scorpius e Amélia estavam se agarrando na cama, ela só de sutiã e calcinha e ele sem nada.

– Eu posso estar sendo precipitado - ele disse beijando o pescoço dela. – Mas acho que te amo - ele tirou o sutiã dela e começou a beijar seus peitos, ela arfava. Desceu os beijos para a região mais íntima, rasgou a calcinha e começou a beijar ali.

Eu queria chorar, queria gritar, queria correr, mas acima de tudo queria estar no lugar dela, aquela vadia sem limites.

– Que casal romântico - gritei por cima dos gemidos dela. - Já que está ai, faz um favor e não olha mais na minha cara, Scorpius - gritei para eles, firme. Os dois estavam constrangidos, ela mais para o lado vitorioso e ele para o lado confuso.

– Rose...? - ele me olhou assustado e olhou para ela de novo.

– Isso é tudo? "Rose...?" - imitei sua voz com raiva. Ele ainda parecia não entender como eu estava ali. - Sabe, ontem parecia que todos os meus problemas iriam desaparecer se eu estivesse com você, mas aparentemente você é o maior deles - eu disse baixo e com raiva. Ele ainda me olhava assustado e confuso.

– Adeus, Scorpius - eu terminei minha cena. - Aproveita ele, vadia - olhei na cara daquela menina, que sorria maliciosa. Aquela garota era realmente nojenta.

– Mas o que foi que eu fiz? - ouvi ele perguntando antes de desaparatar para a casa da Dominique. Aquela seria uma longa noite com pipoca, sorvete e Titanic.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Até mais tarde, com o capítulo certo de hoje, Fancy :)



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