More Than This escrita por Ray


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Eu estou triste com vocês pessoal. Dois capítulos, 65 leitores e apenas dois comentários?
Felizmente, para vocês leitores fantasmas, eu estou animada com essa história e a inspiração está brotando do nada. Eu realmente pretendo terminar "More Than This", mas alguns comentários não fazem mal a ninguém, sim?
Seu dedo não vai cair se deixar um mínimo "Gostei".
Enfim, aqui vai o capítulo.
Não tem grande interação Faberry aqui, mas eu precisava desse capítula na história pelas ideias que andam rondando minha cabeça, para tudo ficar coerente.
Então... Bom proveito.
Boa leitura, fantasmas.



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Quinn estava apavorada com isso.

De manhã Deborah teve que arrastá-la para fora da cama porque a loira estava literalmente, apavorada. Ela mal tinha conseguido dormir aquela noite pensando que teria que cantar se declarando para uma garota na frente do coral inteiro. E não era qualquer garota. Era Rachel. Rachel Barbra Berry, vulgo Hobbit, Manhands,RuPaul e vários outros apelidos maldosos que ela tinha colocado em Rachel.

Deus... Que tipo de monstro ela foi?

E agora ela quer simplesmente se declarar para a garota e esperar que ela caísse em seus braços? Ela estava pedindo demais.

Rachel deveria a odiar. Faria mais sentindo.

Lucy Quinn Fabray como diabos você foi se apaixonar por Rachel Barbra Berry?

Você está ferrada.

Esse não é um pensamento nem um pouco animador.

O bacon sentia o nervosismo de Quinn. O bacon estava sofrendo com o nervosismo de Quinn.

–Quinn, você mata um pobre de um porquinho e ainda come ele como se estivesse enjerindo ácido? Tenha mais respeito com seu bacon – disse Deborah risonha já sabendo qual era o motivo da preocupação da irmã.

–Filha, o que está te assustando? – perguntou sua mãe e Quinn olhou de sua irmã para ela. Deveria contar? Deveria realmente dizer o que a estava assustando? Ou então faria como sua irmã, num momento família, viraria para seu pai, sua mãe, ela e a irmã mais velha delas e diria em alto e bom som: “Mãe, pai, Frannie e Quinn... Eu sou gay” e depois começaria a rir da cara de incrédulos deles? Quinn tinha uma vantagem que sua irmã não teve no momento, só estava Judy e Deborah ali. Não tinha Russel para surtar com ela e quase expulsa-la de casa dizendo que ela não era mais filha dele, não tinha Frannie para olhar ela como se ela fosse uma aberração. Só tinha sua mãe e sua irmã gay.

Não, ela não tinha coragem para dizer aquilo.

–Mãe... Você já esteve muito apaixonada a ponto de não saber o que fazer exatamente além de suar frio e gaguejar...? – perguntou Quinn e Deborah cuspiu o suco de volta para o copo e começou a gargalhar. – É só uma pergunta retórica, claro.

Deborah já tinha lágrimas nos olhos de tanto rir. Oh. Meu. Deus. Quinn estava realmente fazendo aquela pergunta para a mãe delas. Então seu celular apitou. Som de e-mail novo. E a campainha tocou. A morena (a única na mesa) se levantou e rumou para a sala para abrir a porta. Enquanto a irmã se levantava houve outro som vindo de seu aparelho telefônico, dessa vez de mensagem nova e pelo sorriso que ela soltou assim que desbloqueou a tela do celular, Quinn podia desconfiar de quem era a mensagem.

Enquanto sua filha caçula saia, Judy pôs seu copo cuidadosamente na mesa e encarou sua outra filha. Quinn mordia o lábio nervosamente e batucava os dedos na mesa sem querer criando um padrão de sons.

–Quinnie... O que houve querida? Você acha que está apaixonada, filha? – perguntou a loira mais velha com um sorriso divertido no rosto.

[...]

“Oi linda. Bom dia. Abre a porta, parece que a correspondência dos Fabray’s foi para novamente na casa dos Lopez’s.” – San.

Deborah soltou um mumuxo por saber o real motivo de Santana ter ido a sua casa aquela hora da manhã e ao que parecia ela não era ele. Resolveu descontar na latina um pouco até que abriu o e-mail que havia recebido.

Ela nunca esperaria receber algo dela.

Francine Fabray.

Sua irmã mais velha, aquela que a rejeitou quando soube sua opção sexual. Aquela que costumava ser seu exemplo e o de Quinn quando ambas eram menores. Aquela que depois que as duas gêmeas Fabray´s se desencaminharam virou a filha perfeita (não que ela já não fosse).

“Oi Deborah (sei que provavelmente não poderei chamá-la por algum apelido e que nem mereço chamá-la pelo seu primeiro nome).

Sei que pode parecer ousadia falar com você agora, mas eu preciso me desculpar... Eu sei que deveria fazer isso pessoalmente, mas acho que é meu orgulho me atacando. Uma característica de todos os Fabray’s, inclusive de você.

Me desculpa por te acusar e dizer aquelas coisas horríveis para você. Sei que eu provavelmente não mereço seu perdão, mas eu posso tentar. As circunstâncias atuais me fizeram perceber que o que eu fiz foi ridículo, me prender a o que uma religião disse e não a felicidade da minha irmã (mesmo que você tenha que encontrá-la em uma mulher). Me perdoa, por favor.

É o que eu mais me arrependo.

Não sei se a carta chegou ainda, mas eu vou me casar. E eu não sinto nada além de repulsa pelo meu noivo. Peter Clarck. Ele é a principal razão dos meus últimos enjôos. Na verdade eu meio que sei agora como você se sentia quando se descobriu (lembra? Você gritou comigo aquele dia sobre isso), suja... Errada... Eu estou grávida Deborah.

E não é do meu noivo.

É do meu ex-colega de quarto da faculdade. Ele pediu transferência há um mês depois que contei. Eu o amei e ainda amo.

Eu andei falando com Quinn ultimamente e fui atualizada sobre os últimos acontecimentos. Quinn é gay (eu já desconfiava disso desde que ela era criança). Quinn está gostando de Rachel Berry, a loser que ela jogava raspadinhas e vivia reclamando pelos cantos de casa (eu aposto que você se segurou quando descobriu, mas eu não consegui, eu ri até chorar). Deborah está namorando Santana Lopez (alguém tinha que colocar aquela latina na linha e a propósito, parabéns).

Eu queria estar ai. Los Angeles é legal, mas sinto falta de vocês.

Hey, você já impediu um casamento?

Espero te ver no meu casamento Deborah.”

Sorriu e girou a maçaneta da porta. Encontrou uma latina fuçando na caixa de correio e riu chamando a atenção para si. Santana tirou sua mão do objeto com uma carta sorrindo satisfeita por isso, depois estendeu o papel para Deborah.

–Não erraram o endereço de novo, certo? – perguntou sorrindo de lado. Olhou para a carta, era um convite de casamento. “Francine Fabray e Peter Clack convida-os a celebração de seu casamento”. Sorriu ao estilo Rachel Berry.

–Só precisava de uma desculpa para ver você – sorriu e beijou a bochecha da garota entrando na casa sem pedir permissão. Deborah revirou os olhos e fechou a porta. E rumaram para a cozinha.

[...]

–O que está tentando me dizer, querida? – perguntou Judy juntando as mãos e as pondo por cima da mesa encarando a filha diretamente nos olhos. – Está gostando de alguém? Acha que está apaixonada?

A mulher sorria e Quinn engoliu em seco sabendo que estava encrencada.

–Não... Eu? – forçou uma risada nervosa. – Não mãe. Foi só uma pergunta, não precisa responder.

–Você está apaixonada – não foi uma pergunta. – Querida, não há nada de errado nisso. Diga-me filha, qual o nome dele?

–Dela – murmurou Quinn quase tão baixo que sua mãe não escutou. Judy ficou seria pelos dois minutos seguintes e aquele silêncio estava matandoà loira mais nova que já ia abrir a boca para dizer algo, mas ai sua mãe sorriu e deu de ombros.

–Mais um gay, menos um gay. Mais um neto, menos um neto. Eu não me importo (mas não leve isso como ofensa) – disse a mais velha. – Eu sempre desconfiei querida, eu sou sua mãe e percebo essas coisas, mas achei que era coisa da minha cabeça depois que você engravidou.

–Não vai ficar brava? – perguntou Quinn erguendo o olhar.

–Por quê? Não há motivos para isso, meu bem. Eu quase perdi sua irmã quando fiquei quieta e deixei que Russel e Francine a julgassem. Eu não quero correr esse risco com você. Sua irmã está ai, radiante e sorrindo como uma idiota pelos cantos... O que me leva a crer que tem uma garota no meio, certo? – Quinn assentiu sorrindo. – Oh, eu sabia. O amor nos faz bobos. Não vai me contar quem que está fazendo nossa garotinha feliz, vai? – Quinn negou – Você é má. Enfim filha, eu estou aqui. Eu não vou te julgar nem nada do tipo, eu estou aqui. Eu sempre vou estar aqui a partir de agora e não vou a lugar nenhum.

–Obrigado, mamãe – disse Quinn sorrindo amplamente.

–E o nome dela? – perguntou sua mãe e o sorriso de Quinn sumiu. – Vamos, Quinnie, não achou que ia escapar, achou?

–Ra-rach... – engoliu em seco e se forçou a acalmar. Era só sua mãe. – Rachel Berry.

–A garota que você vivia reclamando, que roubou seu namorado e que você não parava de falar nem por um segundo irritando a família inteira? – Judy sorriu divertida.

–Essa mesma – disse Quinn.

–Oh, eu sabia que tinha algo naquilo – disse a mãe. – Você falava tanto nela, todo mundo desconfiava. Mais tanto, tanto, tanto...

–Mãe, eu entendi – reclamou Quinn.

–Só queria reforçar a palavra – deu de ombros.

Deborah entrou no cômodo sorrindo e com Santana atrás de si. Tinha em mãos uma carta verde e delicada.

–Oi Quinn, oi Sra. Fabray – cumprimentou a latina.

–Santana... – repreendeu Judy. – Já disse para me chamar de Judy e aliás, eu não sou mais uma Fabray a muito tempo.

–Ok, Judy – disse a latina sorrindo e se sentando à mesa junto das duas loiras e roubando um bacon de Quinn (a loira quase a matou por isso, porque só podia comer dois pedaços de bacon por semana por causa da dieta das Cheerios). Ao invés de se sentar na outra cadeira, Deborah se sentou no colo da latina e Judy as encarou e deu de ombros, aquilo era bem comum de uns meses pra cá.

Quinn se segurou para não rir ao ver a latina corar. Depois olhou para Judy inclinando a cabeça na direção dela e voltou a olhar para as garotas.

Deborah e Santana levantaram o olhar da carta e encararam a mulher mais velha. A latina estava um pouco vermelha e Deborah sorrindo divertida. O sorriso dela não saia do rosto.

–Hey mãe, a minha namorada vai vir jantar aqui hoje à noite... Quero apresentar você para ela... Pode? – perguntou Deborah e Santana arregalou os olhos comicamente e Quinn mordeu o lábio inferior o mais forte que conseguiu para conter uma risada alta.

–Claro, querida – disse Judy sorrindo. – Me fale da garota que faz minha filha ter esse sorriso lindo e idiota no rosto, que te faz ficar radiante e agir feito boba.

Santana olhou para Deborah que corou violentamente.

–Mãe! – exclamou abaixando o olhar com um sorriso constrangido e Quinn riu baixinho.

–O que foi? – perguntou Judy se fazendo de desentendida.

–Para – murmurou baixinho a morena Fabray.

–Mas é verdade – retrucou Judy. – E Santana não se importa, não é querida?

–De maneira alguma – disse a latina sorrindo divertida para a morena em seu colo. – Prometo que não conto nada para ela ou tem medo de alguma coisa...?

–Vocês querem mesmo ouvir isso? – elas assentiram. – Eu posso usar palavras inadequadas e agir melosamente, tem certeza?

–Deborah, desembucha – disse Quinn.

–Ela é linda – começou a garota. – Ela é linda de qualquer jeito. Ela ama me irritar e me fazer parecer um pimentão. Eu a acho incrivelmente linda quando está zangada e malditamente fofa quando está concentrada em algo ou quando fica toda vermelha. Às vezes eu tenho vontade de ficar na cama o dia inteiro com ela, e não levem isso para o duplo sentido, só admirando a beleza dela e a vendo dormir. Ela baixa todas as defesas quando dorme, as defesas que usa quando esta acordada. Eu às vezes me pergunto o que ela viu em mim e como alguém tão perfeita como ela ficou comigo. – Deborah se debruçou na mesa escondendo o rosto. – Eu sou tão comum e normal – Quinn abriu a boca para questionar, mas a fechou e achou melhor deixar sua irmã continuar. – E ela é tão incrível. Ela me faz sorrir como uma idiota o dia inteiro só dizendo um “Bom dia”. Ela me faz rir sem motivo algum e sempre que eu vou dormir eu penso: “Porra, eu sou a filha da mãe mais sortuda do mundo” – Judy não gostou do palavreado da filha, mas achou melhor repreendê-la depois. - Eu acho fofo como ela me defende com tanta garra. Ela sempre está do meu lado. Eu amo nossas reconciliações depois de uma briga idiota. Eu amo suas crises de ciúmes e também amo como elas acabam – todas na mesa podiam imaginar o sorriso sacana na cara da garota que estava enterrada nos seus braços ainda e reviraram os olhos. – Eu odeio quando a gente briga, eu me sinto vazia e quebrada, eu me sinto a pior pessoa do mundo e eu mando meu orgulho pro inferno e digo: “Eu amo aquela mulher e eu não vou deixa-la sair da minha vida em hipótese alguma”. Também amo quando é ela que não consegue esperar e vem até mim dizendo que se eu não deixa-la entrar ela arromba a janela do meu quarto. Eu não me imagino sem ela. Eu a amo mais que tudo na vida. Oh meu Deus, eu amo tanto ela que chega a doer. Ela é incrível. Incrível, incrível. E ela é minha, eu nem acredito que ela é minha, mal dá para acreditar. O que ela consegue ver em mim?

–Ela consegue ver a pessoa maravilhosamente linda e perfeita que você é – disse Santana tirando o cabelo que impedia que ela visse o rosto da namorada. – Ela vê o quando você é incrível. E aposto que a sortuda na relação é ela pelo simples fato de ter conseguido você.

–Altas doses de açúcar – murmurou Quinn. – Ainda bem que você avisou e só para constar, você é tudo menos comum e normal. Francamente maninha, você é provavelmente a pessoa mais esquisita de Lima, sem ofensas. Mas apesar dessa sua esquisitice toda que você tem, você consegue ser incrível. Você faz as pessoas rirem quando estão tristes com suas frases inoportunas e sem sentido, com sua lerdice toda, você faz qualquer ambiente que pisar feliz, você ajuda as pessoas quando elas não tem coragem para fazer algo sozinhas...

Deborah sorriu. Ela sabia do que a irmã tinha dito na ultima parte.

–Ainda não, Quinn – sorriu a morena. – Ainda falta muito...

–Oh Deborah, estou doida para conhecer essa garota incrível que você fala – disse Judy e Deborah se segurou para não soltar o comentário que estava preso na sua garganta louco para ser liberto, mas não queria estragar a surpresa.A menina se aprumou no colo da namorada e sorriu sapeca jogando a carta verde na mesa.

–Alguém aqui já quis interromper um casamento? – perguntou Deborah sorrindo sapeca.

[...]

Deborah olhava pelos corredores querendo saber onde sua namorada se metera ao lado de Rachel com quem devia estar indo para a aula de Geografia.

–Deborah, vamos nos atrasar – disse a Berry tentando puxar a amiga.

–Acho que ela está me evitando – murmurou Deborah estacando no lugar. Rachel parou e olhou para trás, a amiga estava com uma expressão séria, o que era uma coisa difícil de ver e um semblante magoado.

–Claro que não, Deborah – disse Rachel voltando alguns passos e abraçando a cintura da garota que a encarou receosa. – Santana te ama, todo mundo já percebeu isso. Não seja dramática.

–Isso é meio hipócrita vindo de você – Deborah sorriu presunçosa e Rachel bufou. Fabray’s e a facilidade que tinham em lhe irritar e fazer um comentário inoportuno.

Oh-oh. Péssimo pensamento, Berry. Péssimo pensamento, Berry. Agora aquela loira (uma loira incrivelmente sexy, linda e fofa) vai ficar na sua cabeça a aula inteira de geografia e justo quando você precisava se concentrar na matéria. Grande injustiça.

–Pare com isso – murmurou a morena revirando os olhos.

–Com o que? – se fez de inocente.

–Deveríamos estar na sala já, sabia? – perguntou a mais baixa (infelizmente Rachel ainda era mais baixa).

–Não quero ir para a sala sem ela – resmungou contra os cabelos da amiga, Rachel bufou.

–Ela já deve estar lá – tentou Rachel.

–Ela tem treino no primeiro horário – resmungou e Rachel a encarou como se ela viesse de outro planeta.

–Então? Ela já deve estar lá! – exclamou a Berry. – Sabe como Sue é e Santana é co-capitã. Pare de paranoia e vamos para a aula do Sr. Grace logo.

–Você fala que tem sexto sentido e eu sou paranoica – resmungou a Fabray. – Isso é preconceito. É só... Uma sensação de que algo ruim vai acontecer, sabe?

–Não se preocupe... Ninguém seria maluco de se meter com você... Você é protegida pela Trindade Profana – disse Rachel.

–Eu não sei... Algo não parece certo – disse a Fabray mais nova.

Recomeçaram a caminhar lentamente rumo à aula de Geografia.

–Não se preocupe... Quinn e Santana me matariam se algo te acontecesse – disse a mais baixa.

Parecia um imã. Como se assim que ela dissesse aquilo soubesse que ia morrer em seguida. Dois jogadores se aproximaram das duas com sorrisos cínicos. Ambos com dois copos nas mãos.

–Fiquei sabendo que as duas gostam de uva – disse um deles e as duas garotas se encararam franzindo o cenho.

–É verdade... Mas o que...? – começou Deborah e arregalou os olhos percebendo o que os garotos iriam fazer. Em um movimento rápido ambos jogaram as raspadinhas nas garotas, mas Deborah percebeu isso imediatamente e sabia que se algo acontecesse a Rachel ela estava frita. Rachel era mais sensível que ela, a baixinha provavelmente cairia em planto no meio do corredor causando mais humilhação ainda. Ela era forte, Deborah sabia disfarçar algo daquele porte, ela sabia se esconder, ela sabia retrucar, ela sabia se virar. Em um movimento mais rápido do que os dos jogadores ela empurrou Rachel para o outro lado do corredor fazendo a baixinha bater contra o armário do outro lado pela força com qual fora jogada.

E de repente Deborah estava ensopada da cabeça aos pés por raspadinha de uva. Os olhos ardiam e o rosto estava completamente sujo. Um copo foi colocado em cima de sua cabeça e ficou lá como um chapeuzinho. O corredor parou para observar em silêncio e depois começou a gargalhar e rir da garota que estava parada encarando os jogadores, indignada.

Rachel naquele momento soube que não iria à aula de Geografia e que Santana Lopez a mataria por não proteger a pequena Fabray.

O lábio inferior da garota tremeu e ela o mordeu de leve fungando.

–Entrega de Dave Karofsky – disse o jogador da direita que era meio ruivo.

De repente um sorriso surgiu no rosto de Deborah, um sorriso torto. Tanto Rachel quanto Deborah sabiam que ele era forçado. O corredor inteiro se calou e a gargalhada da garota ensopada se fez presente nele, ecoando por entre os armários.

–Aquele perdedor mandou vocês me jogarem uma raspadinha? – perguntou e os garotos a encararam confusos, ela não iria chorar e correr para o banheiro? – Respondam!

O tom autoritário lembrava o da irmã mais velha que deveria estar no treino. A voz escoria veneno, não por jogarem uma raspadinha nela... Ela não se importava tanto com isso (claro que doía e machucava, mas ela sabia ignorar), ela se importava que uma raspadinha estava reservada para sua melhor amiga e ela não aceitava isso.

–S-sim – gaguejaram os dois.

–Então só me respondam uma coisa – pediu calmamente, o copo na cabeça deixava a cena menos intimidadora para Rachel e ela tinha vontade de rir, mas não o fez. – Por que tinham dois copos?

–A g-gente viu que você estava com a perdedora do Gleee-e... – tentou o mais alto. – E resolveu que... q-que íamos...

–A perdedora do Glee? – perguntou Deborah se aproximando perigosamente dos dois. – Decidiram o que? Que também iam tacar uma raspadinha nela, é? – os dois assentiram. – A perdedora do Glee se chama Rachel Berry e ela é a única que com toda certeza vai conseguir sair desse inferno. Vocês podem me acertar com quantas raspadinhas quiserem... EU. NÃO. ME. IMPORTO. Mas acertem uma na Rachel e eu acabo com a cara de vocês, entenderam? Ela é a única que é uma estrela aqui, ela é a única vencedora aqui. Compreendem?

–S-sim.

–Muito bem. Agora saiam da minha frente que eu tenho que me limpar – disse Deborah. – Porque dois idiotas me sujaram, mas acho que eles não farão isso novamente na próxima vez, certo? – ambos assentiram. – Vocês são uns fofos, mas se não saírem da minha frente agora eu não tenho certeza se vou deixar ter uma próxima vez.

Os dois saíram do caminho da garota que foi como um furacão na direção do banheiro mais próximo.

Enquanto o copo que estava equilibrado na cabeça de Deborah caia Rachel corria atrás da amiga.

Tentou abrir a porta do banheiro.

–D... – chamou com a voz falha.

–Ra-rach? – a voz lá de dentro veio chorosa e fraca, muito diferente da de antes.

–Deborah, abre a porta. Sou eu – pediu Rachel.

–Não quero que me veja assim – disse a garota do outro lado da porta. – Eu estou quebrada, Rach. Vai embora.

–Eu estou aqui para te ajudar – disse Rachel.

–Eu não preciso de ajuda – resmungou. – Não fale para a Quinn.

Mas era justamente para Quinn Fabray que Rachel iria falar. Era justamente para ela que Rachel ia correr (não no sentido que ela deveria correr, mas isso foi antes dos acontecimentos de dez minutos atrás) e contar tudo (novamente, não no sentido que precisava).

–Abra a porta – pediu novamente.

Ouve um silêncio insuportável por longos dez minutos. Os corredores estavam vazios e as aulas já haviam começado há algum tempo.

Rachel ficou escorada na porta por mais longos cinco minutos até que a resposta veio.

–Não – Deborah fungou e no segundo seguinte ela escutou os passos apressados de Rachel para longe da porta.

Quinn estava vindo.


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Notas finais do capítulo

Então... Um pouquinho de drama não mata ninguém, certo?
... Só para dizer mesmo, mas os capítulos ficarão maiores daqui para frente.
A criatividade está caindo do céu por aqui e eu nunca lembro de levar guarda-chuva na bolsa.
Sorte de vocês.
E aproposito, tentem comentar um pouquinho, sim?
Por favor. Façam uma autora feliz e comentem :)