Eu poderia enfrentar meu medo.... Ir a um terapeuta. Sim! Eu tenho medo de terapeutas, ok? Você pode ter medo de baratas, mas eu tenho medo de terapeutas.

A razão de ter medo de terapeutas é que tenho medo do resultado, será que eu seria louca? imaginação?, e ainda mais, se eu fosse para marcar uma consulta, meus pais não deveriam saber. O que seria difícil, como eu poderia marcar uma consulta sozinha?

Tanto faz, fechei o laptop e fui tomar banho, pensativa ainda. De novo fui dormir cedo e sem jantar, acho que isso estava fazendo mal a mim.

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Acordei cedo no dia seguinte, coloquei o uniforme e desci na cozinha, como sempre, meus pais já haviam saído. Vi que não tinham feito meu café da manhã, só então tomei um leite e, fui andando rápido até o ponto de ônibus,para não correr o risco de chegar atrasada na aula.

Tive a grande sorte de não chegar atrasada na aula e, até chegar meia hora antes de começar a aula. Dei uma olhada na sala de aula e não havia sinal de Becky lá, saí e me deparei na frente de Layne, cara...muito....estranho.

– Greenrose. - Ele estava com aquele sorriso de sempre dele. - Bom dia.

– Dá pra parar com isso?

O sorriso se desmanchou e veio um ar confuso na cara dele:

– Com o que?

– De aparecer do nada.

– Ta né. - Logo o sorriso de Layne voltou a brilhar em seu rosto - Quer dar uma volta?

– Me de primeiro um mapa para voltar.

Ele riu.

– Eu vou ser seu guia hoje. - Ele foi me puxando pelo braço. - Ouvi rumores de você.

– De que tipo, talvez?

– De que já sofreu um bullying supremo no seu outro colégio... Que seus pais tiveram de trocar de sobrenome por causa de você....

Ela estava falando sério. Estava mesmo. Michelle falava sério.

O que eu faria agora? Ela estava espalhando algumas de minhas verdades, sobre o bullying no colégio. Mas trocar de sobrenome? Era mentira! Ela não estava blefando ao me ameaçar! Mas e, agora? Como poderia começar de novo? COMO?

– Natalie, você está bem?

Ele parecia preocupado comigo.

Não respondi, percebi que lágrimas escorriam meus olhos. Virei de costas e tentei me afastar de qualquer pessoa. Cruzava os longos corredores do colégio chorando, alunos me olhavam com um ar estranho, Layne corria atrás de mim, eu ia mais rápido para ele não me alcançar.

Quando percebi havia cruzado os portões do colégio, com isso acabei desacelerando e Layne me alcançou. Puxou-me pelo braço, chegando aos seus braços. Estava me abraçando, e era mais alto que eu, podia sentir seu coração bater. Me acalmei um pouco no abraço dele. Podia me sentir melhor.