Querida prima Anne escrita por EmilySofia


Capítulo 44
Capítulo 39


Notas iniciais do capítulo

Na verdade tem um pouco de todo mundo. Aproveite :D



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O jantar estava indo como previsto. Imprevisto, afinal quando as formalidades são abandonadas e a liberdade estabelecida, ela realmente se estabelece.

O conde fazia muitas perguntas diretas, convidava um criando que passava casualmente ou fazendo seu serviço para um xícara de chá, provar algo ou dar uma opinião.

Georgiana era quem mais ficava fascinada nessas visitas, pois em todos lugares que ia os criados eram tratados meros objetos. Mesmo que todos em sua casa tratavam eles bem, quando na de um desconhecido não podia fazer isso. Já na casa do tio Harry ela poderia até sentar e servir chá a um criado.

“Eu gosto de os ensinar a etiqueta de alta sociedade, pois se um dia eles entrarem para ela não serão totalmente esmagados e humilhados.”

“O que o senhor está dizendo tio Harry? Nunca vi um criado crescer socialmente.”

“Não querida, você ainda é muito jovem. Mas eu conheço vários casos.” Ele bebeu um gole de chá, fechou os olhos e apoiou a cabeça nas costas da cadeira. “Quando alguém de classe inferior cresce muitas pessoas ficam zangadas, com inveja e arrumam diversas maneiras de atacar. Eu e minha esposa sempre tentamos defender essas pessoas e preparar aqueles que conhecemos para uma situação dessas.”

Georgiana estava sem falar. E o conde rapidamente de virou para a outra conversa que estava acontecendo na mesa.

“Anne, eu soube que você está trazendo umas amigas para a cidade esse ano, é verdade?”

“Sim, uma delas está especialmente animada sobre essa vista.”

“Essas moças são do campo não, são?”

“São, mas durante um tempo moravam aqui na cidade.”

“Anne tem certeza que está tudo bem elas virem para cá. Sabe como as pessoas da sociedade podem ser um bando de víboras.”

“Não se preocupe tio, vou proteger ela. Já tenho até um plano.”

“Espero que saiba o que está fazendo.”

“O senhor tem tão pouca confiança e mim assim.” Anne sorriu com os olhos brilhantes, um espelho do seu interlocutor. “Vou proteger a duas, mesmo antes de as apresentar a todos. Não quero que enfrentem a parte ruim da sociedade, mas que se divirtam com o que virem.”

“Se precisar de ajuda, pode me chamar.” Ele então estendeu a mão e colocou ternamente nos ombros da garota. “Acredito que já estão todos sentados nessa mesa a muito tempo não sei ainda precisamos comer algo.”

“Ora, tio Harry. Que tipo de conde não oferece sobremesa aos seus convidados, mesmo que ele seja tão mal educado como você.”

“Seu pequeno travesso. Quando vai aprender a respeitar os mais velhos. Quando foi que eu de permiti me chamar de tio. Você como um homem do exército deveria obedecer a hierarquia!”

“Ora, meu caro conde. O senhor nunca se importou muito em como eu te chamei. Sua memória não parece ser mais a mesma. Talvez finalmente esteja ficando velho!”

“Isso é uma ofensa a minha honra.” O conde ficou rapidamente de pé. “Exijo reparação! Estou te desafiando para um duelo. Escolha sua arma e eu vou ta provar quem é o velho.”

O rosto dos dois estavam tão fechados. Georgiana nunca havia visto o conde tão bravo, e coronel tão sério. Ela orava com todas as suas forças que aquilo fosse uma brincadeira.

O coronel também se levantou.

“Tacos, essa é minha arma.” O que aquilo significava?

“Ótimo, então teremos um bom jogo de bilhar. Senhoras, se nos permitem. Vamos nos retirar agora.” Georgiana soltou a respiração que nem sabia que estava prendendo. Anne viu Fitz segurando o riso e Rich sorrindo como uma raposa; todo que pode fazer foi concordar.

“Anne quem são essas suas amigas que disse que estava vindo? Você disse uma vez que os seus únicos amigos na Inglaterra.”

“Eu não te contei que as Bennet são minhas amigas? Se não me desculpe, achei que tinha dito.” Anne pensou que Georgiana pode ter se sentido esquecida no meio de todos os acontecimentos, afinal ela devia ser uma das primeiras pessoas em que Anne deveria confiar.

“Tudo bem Anne. Estou feliz que tem alguem em que possa confiar.” Ela sorriu docemente.

“Obrigada, não sei como você pode me perdoar, se fosse eu não sei se faria isso.” Você tem um coração muito puro. “Quer chamar alguém para tomar chá conosco, só nós duas deve ser solitário né?”

“Posso chamar aquela camareira?…”

“Quem você quiser.”



~/~

“Darcy me disse que você finalmente criou coragem para se confessar a Anne.” O conde deu uma tacada e tomou um gole de vinho.

“Sim, eu fiz isso.”

“Eu quis sinceramente matar ele quando me contou! Por que o senhor não me disse isso antes? Assim eu teria estado mais preparado.” Disse um sério sr. Darcy.

“Realmente teria me ajudado muito se ele soubesse.” O coronel olhou para o primo com cautela.

“Eu esperava essa reação. Qual seria a graça se ele soubesse esse tipo de coisa? Sem contar que nosso Fitzwilliam tem que treinar para quando for a vez da irmã dele.”

O coronel soltou uma grande risada e Darcy lançou um olhar assassino para seu companheiros. No entanto resolveu fazer sua tacada.

Jogaram por alguns minutos, o conde ganhou.

“Isso prova que eu não sou um velho. E a respeito da sobremesa, podemos comer agora. Vamos, as senhoras devem estar nos esperando.”

Elas estavam sim os esperando. Tomavam chá com uma criada, mas ela logo se retirou.

“Vocês parecem estar um pouco divididos.” Comentou Anne, percebendo o visível contraste entre o bom humor do conde e do coronel, para a aura negra de Fitz.. “Perdeu o jogo Fitz?”

“Anne, você está acusando alguém que possui laços de sangue com você de mal perdedor? É igual ao seu pai acusando seu tio.”

“Não sou.” Anne forjou um biquinho.

“Anne, até eu posso ver que você está fingindo.” Disse Georgiana com confiança recém adquirida, apesar da voz ainda sair em um tom baixo.

“Ora mocinha que falta de respeito com os mais velhos.” Disse o conde de forma que a garota pudesse entender que estava brincando. “Não me lembro disso ser algo comum na minha época. Mas há coisas que eu fazia antes que vocês não tem permissão de fazer hoje. É um pouco triste na verdade.”

“Tio Harry! O senhor ficando melancólico?”

“Ei garota. Quando eu te digo que parece com o pai não acredita! Acha que um homem na minha idade não tem nada que ele sente falta? Tenho muito mais coisas que gostaria de ter de volta do que vocês. Como a minha juventude.”

“O senhor não precisa dizer isso, caro cone. Sua saúde é como a de um cavalo. Se no exercito houvessem mais soldados com a sua disposição e força. Todas as guerras que sofremos seriam ganhas em uma semana.”

“Pare de me bajular. Não pense que esse tipo de coisa fazer eu e ou Fitzwilliam te entregarmos minha sobrinha facilmente!” O risinho de Anne e Georgi podia ser ouvido. “E não ne faça passar pela vontade de estar no exercito novamente!”

O olhar atordoado no rosto do coronel gerou muitas risadas. Ele realmente não estava esperando aquilo acontecer

“Até quando vai ficar, coronel?”

“Não sei ainda.”

“É mesmo quando penso nisso. Você tem estado na Inglaterra a muito tempo. Não vai mais trabalhar é? Desistiu de ser um oficial ativo? Está usando sua conexões para deixar o serviço pesado?”

“Esse garoto, Anne? Ele não abandoaria seu trabalho por nada. Ele foi forçado a ter férias prolongadas.”

“Como assim? O que o sr. Está querendo dizer tio Harry? Richard?”

“Richard levou um tiro na sua ultima batalha, no braço. Ele está de licença até sua completa recuperação.” Darcy falou mantendo seu semblante livre de emoções, porém estava perturbado por dentro. Sabia que Anne iria sofrer por isso.

“Isso é verdade?” Com os olhos brilhando ela olhou para o coronel, que só pode acenar com a cabeça, confirmando tudo. “Por que ninguém me contou?”

“Não era nosso assunto para contar Anne.”

“E você por que não me falou nada!? Por que escondeu algo tão importante?”

“An… Anne eu estou bem… Eu só…”

“Só o quê? Está preso aqui por causa de uma lesão que podia ter tirado sua vida.”

“Não é nada grave.”

“Como não? Se tem que ficar aqui é bem grave pra mim.” A sala toda ficou em silêncio por algum tempo. “Onde foi que a bala te acertou?”

Ele apontou a articulação do ombro direito. Os olhos de Anne ficaram duas vezes maiores e ela teve que cobrir a boca.

“Eu já estou quase recuperado não foi em um lugar tão ruim como parece. Tenho me exercitado. Logo vou poder voltar a atividade.” Ele tentou sorrir.

Não era isso que Anne queria, se ela pudesse o manteria preso para ele nunca mais participar de uma guerra. Será que Richard não via o quanto teve sorte? Esse tipo de ferimento já era perigoso em um lugar mais limpo como em casa, ainda mais em um lugar tão sujo quanto um campo de batalha! Anne sabia que o risco de uma infecção por causa de ferimentos era muito grande. No melhor dos casos Richard podia ter perdido o braço e no pior… ela nem podia pensar! E agora ele estava pensando em voltar para arranjar mais desse ferimentos! Será que não pensava no que ela sentiria se algo acontecesse com ele?

“Eu devo realmente estar ficando velho.” O conde levantou da sua cadeira e foi se sentar em um lugar mais confortável. “Sinto tudo em meus osso. Que tal um pouco de música. Faz tempo que eu não vejo vocês todos tocando! Que Richard cantar, Anne tocar harpa e Fitzwilliam o violino?”

Foi o que fizeram, mas por mais que o conde tentasse, dessa vez ele não podia melhor a tensão da sala. Logo a noite teve que terminar e o coronel era o ultimo a se despedir.

“Sinto muito tio Harry. Sua noite em família foi estragada por minha causa.”

“Não se preocupe meu rapaz. Qual é a sua culpa? Se ferir? Não isso não estava em seu controle. Não contar a Anne? Você sabe como ela é ficaria preocupada de todo jeito e quis evitar isso.

“Meu caro coronel. Foi apenas uma decisão que não sabia que daria errado. É comum; acredite, com a minha idade você terá uma lista bem grande. Se preocupe apenas em consertar essa.”

Sim, senhor.” Ele fez uma pequena continência. “Tenha uma boa noite, Lord Harold.”

“Você também, coronel Fitzwilliam.


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Notas finais do capítulo

Até mais!



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