Soul... aquele maldito!
Não sei o que está acontecendo com ele, e mal sei o que está acontecendo comigo. Aquele beijo completamente repentino que ele arrancou de mim no sofá ainda ecoava dentro de mim, abalando cada local que passava. Estava cabisbaixa, ainda lembrando de cada instante daquele carinho estranho e incrível. Também pensava nas palavras proferidas por Soul, na atitude repentina e, principalmente, de mim mesma; gaguejando, corando e quase perdendo a consciência quando tive os lábios tomados pelo lindo albino de olhos vermelhos.
Me encontro agora no banheiro, deixando que a água que caia sobre mim levasse os pensamentos negativos e as lembranças do beijo embora, mas não surtia nenhum efeito para a segunda coisa. Aquele bendito momento era revisado em minha mente tempo todo, e eu não sabia se tinha amado-o ou detestado-o. Pensava que meus sentimentos eram recíprocos ou ao menos notados e isso me fazia feliz, fazia-me amar aquele momento. Contudo... o fato de que ele poderia estar se vingando pelo que fiz em Paris ou que ele poderia ter percebido meus sentimentos e agora estava a brincar comigo através deles também me passou e muito! pela cabeça.
É muito estranho pensar em coisas desse tipo durante o banho... lembrar do beijo então! Tinha realmente que parar de pensar nessas coisas (por enquanto) pois estava começando a sentir-me estranhamente quente. Sacudi a cabeça buscando espantar esses pensamentos, mas ainda assim eles se recusavam a ir embora. Humph, francamente, está apaixonada é um saco.
Infiltrei as mãos no cabelo, os jogando para trás e pendendo minha cabeça junto, para sentir as gotas dágua no rosto e tentar me livrar da cena que se repetia mais e mais... e eu já estava começando a gostar disso; lembrar daquele momento era bom, me fazia crer que ele nutria algo parecido por mim.
Maka: Soul Eater Evans... falei baixinho para mim mesma. Você tem o dom de me deixar confusa. concluí suspirando profundamente.
Desliguei o chuveiro e me pus meu roupão para sair do banheiro, mas antes parei para me observar no espelho acima da pia, vendo-me magricela como sempre, com os cabelos já bem crescidos e soltos, e o que mais me confundia era o estranho sorriso que tinha em minha face. Era como se, por mais que houvessem chances de ser rejeitada, saber que ele me beijou animava-me. Realmente pareço uma garota de treze anos bobinha e apaixonada.
Sai do banheiro e fui direto para meu quarto, suspirando aliviada ao saber que Soul não estava na sala ou na cozinha devia estar no quarto dele então pude passar calmamente sem parecer uma pimenta malagueta. Ao entrar no cômodo, deitei de imediato em minha cama de roupão mesmo. Fiquei olhando para um ponto fixo no teto, pensando o que diabos Soul estava pensando a tarde para fazer o que fez, mas não que eu não tenho gostado (longe, bem longe disso), é que não parecia ser típico da foice grisalha fazer coisas sem motivos aparentes... mas a cada dia esse garoto consegue me surpreender de uma nova maneira.
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MAKA NARRAÇÃO OFF
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Maka: N- Nani? gaguejou boquiaberta pela recente atitude Soul, e este tinha as bochechas intensamente vermelhas e buscava desviar olhar para qualquer lugar que não fosse a loira ao seu lado.
Desta vez Soul havia tomado os lábios de Maka e não se arrependera disso, mas não havia pensado no fato de que não teria coragem de encará-la após isso. Estava certo de que ela havia feito o mesmo consigo na noite passada em Paris, mas será que tinha o direito de roubar dela um beijo tão intenso assim?
O albino se permitiu levantar o olhar para Maka e tentar buscar saber o que esta havia sentido com relação ao beijo que lhe fora roubado. A garota de olhos verdes tinha gênio forte e com certeza buscaria o motivo por trás de tal ação, e qualquer coisa que tentasse dizer a ela seria mentira, pois ele mesmo não sabia o que se passava em sua mente e, mais importante, seu coração.
A principio Soul havia beijado-a para sentir mais daquele conforto, daquele formigamento bom, daquele frio na barriga e para deixá-la confusa, nervosa e fora do ar, pois de uns tempos (ler-se: algumas horas atrás) pra cá havia descoberto a influencia que tinha sob a garota... mas agora nada disso fazia muito sentido. Senti-la tão perto de si novamente o deixava desconcertado e um tanto quanto nervoso, e isso o deixava confuso com relação ao o quê acontecia com seu próprio coração.
Soul ainda a encarava, fazendo o vermelho de seus olhos queimarem no verde dos de Maka, que tremia discretamente, mas ainda o encarava da maneira que conseguia. O albino mordia os próprios lábios com força enquanto apertava as mãos, pensando em o quê diria para a Albarn que o encarava como se que uma explicação... mas não era bem isso. Ela realmente queria saber o motivo por trás daquilo, mas na verdade estava explodindo internamente com o conflito entre os sentimentos, sensações e confusões em sua mente e em seu coração. Queria agarrar aquele desgraçado e passar o resto do dia aos beijos, mas que puta tarefa difícil.
Ela abaixou o olhar e sacudiu a cabeça, tentando espantar uns pensamentos um tanto mais maliciosos que se formaram. Sentiu uma movimentação do seu lado no sofá e quando virou-se para checar o que era viu que Soul havia se aproximado um pouco, o que a fez se encolher levemente, fato que não passou despercebido pelos olhos vermelhos, que se rebaixaram tristemente.
Soul: Ela deve estar me achando um filho da puta aproveitador ou algo assim. pensou vendo como Maka parecia se encolher cada vez que ele insinuava uma aproximação. Suspirou desanimadamente. Não tiro a razão dela... só porquê ela me roubou aquele misero selinho ontem eu não tinha o direito de ter feito isso com ela.
Soul tinha feição muito mais do que triste. O simples fato de Maka evitar uma simples aproximação por parte dele já lhe doía muito mais que um soco na cara, fazendo-o repensar e muito! o que havia feito. Não que estivesse arrependido, até por quê, mesmo que agora estivesse assustada ou algo assim, a loira havia correspondido o beijo na hora e isso já fez o ato insano valer a pena, contudo, talvez, devesse tê-lo feito de uma outra maneira... uma maneira que não a tivesse deixado acanhada assim.
Maka estava percebendo o que havia causado ao se afastar dele, mas ainda assim não tinha coragem de se aproximar, pois não queria deixar evidente o quanto aquele beijo a havia afetado. Quando estava tomando fôlego para falar algo, fora interrompida por palavras que foram proferidas de maneira arrastada e hesitante por Soul.
Soul: G- Gomenasai. disse encarando o chão. Gomen... isso... não devia ter acontecido. falou ainda sem encará-la, mas depois levantando o olhar para ela, surpreendendo-se com a expressão chocada dela. Nani?
Maka começou a corar intensamente... tinha realmente que dizer alguma coisa para reverter aquela situação, caso contrário, Soul iria se afastar dela, mas o que diria? Não podia falar qualquer coisa como Imagina! Eu adorei! ou Eu te amo, seu baka!, apesar de que ambas eram frases que descreviam perfeitamente seu estado emocional. Soul olhava para frente perdido em seus pensamentos.
Maka: Sabe... começou puxando levemente a manga da camisa que ele usava, chamando sua atenção. Eu te beijei em Paris por quê era algo que eu sempre quis fazer. concluiu baixinho, mas alto o suficiente para que o garoto de olhos escarlate ouvisse.
Soul nada disse, apenas a olhava como quem estivesse pensando QUE PORRA É ESSA?
Maka se ergueu sorrindo timidamente. Estava feliz por ter dito aquilo, pois, mesmo que tivesse sido de uma maneira exageradamente discreta, havia deixado ali uma pista do que sentia por ele. Ficou parada em frente a Soul, que ainda estava sentado no sofá a encarado confuso. A loira fez um afago meigo e rápido nos cabelos grisalhos.
Maka: Falo sobre isso depois. falou se retirando do cômodo indo na direção do banheiro, deixando para trás um Soul totalmente confuso imerso em seus pensamentos.
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MAKA NARRAÇÃO ON
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Francamente... pensar em coisas assim me dão dor de cabeça. Fiquei ainda algum tempo deitada sem me vestir repassando os momentos antes, durante e depois do beijo, além de me perguntar em alguns momentos onde soul havia indo. Mas enfim, tenho que parar de ficar me agarrando a algo que aconteceu e agir... vou abrir meu coração, mesmo que ele venha a ser quebrado.