John Smith

Ao girar novamente na cama John deu de cara com a parede branca. Ele suspirou frustrado e pegou o celular, era 4h00 da manhã, a vontade que John sentia de beber, se meter em uma briga e fumar aumentava a cada instante e ele xingava por causa disso. Ele realmente queria mudar, ele queria urgentemente voltar para Los Angeles e viver sua vida como era antes. Sem ninguém para perturbá-lo, sem pessoas falando o que ele deveria ou não deveria fazer.

John ainda estava com as mesmas roupas que havia vestido de tarde. O quarto estava incrivelmente quente graças ao aquecedor que estava no máximo. John criou coragem e levantou, diminuiu o aquecedor e foi para a janela. A rua estava completamente deserta. John seguiu com o olhar até o final da rua em ambas a direção, seu olhar parou em Clara.

Ele arqueou uma das sobrancelhas. O que ela fazia ali sozinha? Às quatro da manhã? Ela estava maluca? Leadworth não era assim tão segura, podia ser pequena, porém havia seus criminosos como em qualquer outro lugar no mundo.

John pegou um casaco e correu para fora do quarto. Se fosse em outra época ele não iria ligar, mas ele conhecia Clara. Uma das maiores qualidades do moreno era sempre se importar com os seus amigos, não importava se estivesse fora de si ou não.

Desceu as escadas rapidamente, pulado de três em três degraus e abriu a porta, pulando o pequeno portão branco. Ele encontrou Clara entrando na livraria. Ele chegou antes que ela pudesse fechar a porta. Clara deu um grito quando John pôs a mão sobre o ombro dela.

— Ei, calminha! — John sussurrou afastando a mão.

— Você quase me matou de um susto! — ela respondeu com a voz entrecortada. Ele tentou olhar para o rosto dela, talvez para ver o sorriso acompanhado de covinhas que a morena tinha. — O que você quer?

John arregalou os olhos. Ele conhecia ela a apenas um dia, mas tinha certeza que ela era o tipo de garota que era gentil em qualquer momento, mesmo quando estava com raiva.

— São quatro horas da manhã! Achei estranho você sozinha, quis saber se estava tudo bem. Apenas isso.

— Eu estou bem. Pode ir embora!

— O que aconteceu? — o moreno perguntou ao escutar a garota fungando. Ela estava chorando, John viu seus ombros irem para cima e para baixo enquanto ela soluçava.

— Vai embora! — Clara disse com a voz firme. — Eu não quero falar com você!

Dizendo isso Clara entrou na livraria e bateu a porta com força. John arregalou os olhos e passou algum tempo encarando a porta de vidro da livraria. Não entendia por que ela estava tão estressada e chorando. O moreno pensava seriamente em bater na porta até ela atender, mas resolveu ir embora. Se ela não queria conversar com ele, ele não iria insistir nisso.

John se jogou no gramado em frente a casa dele e puxou um cigarro do bolso. Pegou o isqueiro e o acendeu, soltando a fumaça logo em seguida. Ele sentia seu corpo tremer de leve graças ao frio que fazia, passou um longo tempo lá fora, esperando em vão que Clara saísse da livraria e vinhesse pedi desculpa, afinal ele merecia, ela havia gritado com ele.

Depois do terceiro cigarro John resolveu entrar. Cavou um pequeno buraco e enterrou os cigarros usados, sabia que se alguém achasse ele teria que passar mais alguns meses ali.

Subiu as escadas nas pontas dos pés e entrou no quarto, assim que seu rosto tocou o travesseiro ele pegou no sono.

Clara Oswald

Assim que bateu a porta na cara do ator, Clara escorregou até o chão aumentando o choro. Ela sabia que era um ato imprudente ter saído as quatro da manhã para a livraria, mas ela não iria aguentar passar a noite naquela casa.

Depois de um longo tempo chorando, Clara foi até a janela para ver se John ainda estava lá fora, ele não estava. A garota conseguiu ver ele sentado no gramado da casa fumando, ela fez um muxoxo ao vê-lo fumando. Ela detestava pessoas que fumavam, seu pai havia morrido graças ao cigarro.

Fechou as cortinas da livraria e andou até o balcão. Retirou uma velha mochila e trocou de roupa, colocando roupas pesadas e quentes. Deitou-se em um pequeno quarto atrás da livraria, havia espaço para um colchão de ar, uma pequena geladeira. Clara se acomodou no frio e duro chão do quarto e adormeceu.

Ao acordar na manhã seguinte, Clara estava tremendo. Ela puxou o celular da mochila e olhou as horas, deu um pulo ao ver que já estava próximo do meio-dia. Ela vestiu suas roupas rapidamente e abriu a porta, a livraria já estava aberta e havia umas três pessoas lá dentro. Ao chegar no balcão viu Cassandra mexendo em algo no computador.

— Cassandra, desculpe. Eu dormir demais, droga!

Cassandra apenas pegou uma xícara que havia no balcão e entregou para Clara, fazendo em seguida um gesto para ela se retirar. Clara obedeceu e seguiu para o quartinho. Lá ela tomou o café e trocou as roupas. Cassandra chegou algum tempo depois.

— Foi o Robb que fez isso no seu rosto? — Cassandra perguntou.

Clara apenas abaixou a cabeça, completamente envergonhada. Cassandra fez um muxoxo e abraçou Clara.

— Vá para a minha casa. Tome um banho e descanse, eu fico no seu lugar hoje. Tem roupas suas no armário do quarto da Lucy!

Clara jogou as roupas de dormir na mochila e prendeu o cabelo. Atravessou a avenida que separava a livraria da casa dos Smith rapidamente, observando de vez em quando a sua própria casa. Ela parecia tão silenciosa e vazia, sem amor...!

Ela atravessou o jardim e olhou para o canto onde John havia fumado durante a madrugada. Ainda era possível ver as cinzas deixadas pelo cigarro. Clara suspirou.

Ela entrou na casa, parecia incrivelmente silenciosa. Ela sabia que Lucy havia ido trabalhar no hospital, que Louise havia ido para a escola, Peter tinha ido trabalhar no escritório, Arthur estava na escola e Cassandra estava na livraria, mas ela não sabia onde John estava.

Subiu as escadas devagar e entrou no banheiro. Havia uma toalha guardada no enorme banheiro, ela se despiu e entrou debaixo da água quente do chuveiro. Tomou um banho relaxado e demorado, ao sair, enrolou-se na toalha de algodão e saiu do banheiro. Caminhou tranquilamente até o quarto da amiga, assim que abriu a porta do quarto ela se deparou com John.

Os cabelos do ator estavam incrivelmente bagunçado, seus olhos estavam vermelhos e havia marcas de lençol na bochecha esquerda. A camisa também estava amassada. Clara conseguiu notar que mesmo ao acordar, ele continuava incrivelmente bonito.

John pareceu não notar ela e avançou, fazendo Clara cair de bunda no chão. Ela agarrou a toalha e John arregalou os olhos ao notar a garota na sua frente, Clara sentiu seu rosto esquentar.

— O que faz aqui? — John perguntou. Clara que agora estava de pé conseguiu sentir o cheiro de fumaça no hálito dele. Ela também notou que ele estava irritado com algo, desistindo de esperar a resposta John empurrou Clara e saiu marchando em direção ao banheiro. Clara apenas ficou parada observando ele entrar no banheiro e bater a porta com uma força exageradamente forte.