Uma Insuportável Adolescente escrita por Atena


Capítulo 17
Branco, Enfermaria, Passos


Notas iniciais do capítulo

Voltei, depois de bastante tempo... Me perdoem.
Espero que gostem.



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– Sakura! - Escutei uma voz me chamando. Era uma voz infantil, doce e calma. - Sakura!

– Sim? - Respondi, conseguindo abrir meus olhos. - Quem é? Onde estou? - Não estava em nenhum lugar que eu conhecia. Era tudo branco e ofuscante.

– Sou eu, Sakura. - A voz disse novamente. - Você conseguiu vê-lo? - Me perguntou, agora parada ao meu lado. Era Akira. Eu sabia sobre o que ela estava falando.

– Não. Tampouco o escutei. Só sei que ele está junto de Shion. - Respondi. Ela negou com a cabeça.

– Ele é cruel. Não está junto de ninguém. Depois que a garota loira servir ao seu propósito, ele a joga fora... Só fez isso porque ambos querem a mesma coisa. - Ela disse, tranquila.

– A mesma coisa?

– Sim. A vida de quem amam, ou não amam, a vingança, quem sabe, ou o prazer... Não dá pra identificar. - Ela respondeu, olhando o horizonte esbranquiçado. Olhei na mesma direção que ela. - Você tem que voltar.

– Hm. - Murmurei suspirando. Mas já? Eu sei que quando acordar vou ter que responder um monte de perguntas dos meus queridos amigos. - Até mais, Akira. - Falei e fechei os olhos. Sabia que iria acordar assim que os abrisse novamente.

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– Sakura, você está bem?!

– O que aconteceu?!

– Você quase nos matou de susto!

– Quem fez isso?!

– Deixem ela respirar! - Meu bom Deus, essa enfermeira é um anjo. Abri os olhos, vendo um monte de gente me encarando. Forcei um sorriso e tentei me levantar, mas senti uma dor horrível no abdomem. Olhei para mim mesma, vendo os inúmeros machucados por todo o meu corpo. Muito interessante, Shion. Deixar um recado para os meus amigos? Eu vou matar essa garota, anote isso.

– Ai, vagabunda! - Falei no impulso. Não foi intencional, juro. A enfermeira me olhou, incrédula. - Não é você. - Continuei, mal humorada.

– Quem é? - Sasuke sentou ao meu lado, segurando uma das minhas mãos. - Sakura, o que aconteceu? - Ele estava sério.

– A Shion. - Respondi, sem mais nenhuma palavra.

– Eu sabia! - Escutei Gaara gritar. - Aquela louca! Eu vou atrás dela, ela vai ver só! - Ele começou a andar de um lado para o outro, enfurecido.

– Não, Gaara! Espera! - O chamei. - Não vá até ela, é isso que ela quer. - Falei, ele se aproximou.

– O que houve? Exatamente. - Ele perguntou, sentando no lugar onde Sasuke estava, acariciando meu cabelo.

– Eu recebi esse bilhete... - Entreguei a ele o bilhete que havia recebido no refeitório, que dizia sobre o encontro que ela queria com Gaara. Esperei ele esboçar alguma reação. Apenas fechou a cara.

– Por que não me disse?! - Ele perguntou, bravo.

– Porque é isso que ela quer! Te atingir diretamente! Eu não podia deixar você ir... - Respondi.

– E você acha que te machucando ela não vai me atingir mesmo assim?! Machucando qualquer um aqui, ela vai estar me atingindo mais ainda! - Ele retrucou, no mesmo tom. Todos ficaram quietos, ninguém gostaria de interromper Gaara naquele momento. Eu não havia pensado nisso, fiquei sem resposta. - Me deixe cuidar disso, apenas. Não deixe que ela faça mal a vocês. Se cuida. - Ele disse, agora calmo, se retirando da enfermaria. Fechei os olhos, me segurando para não bater minha própria cabeça na parede. Sakura idiota.

– Você está bem? - Sasuke perguntou, se aproximando novamente. Afirmei com a cabeça. - Não é o que parece.

– Não é pra parecer. É tudo uma ilusão de ótica. - Falei, ainda de olhos fechados.

– Nós vamos ir para o almoço. - Ouvi a voz de Ino pela primeira vez. - Se cuida, Sakura. - Ela saiu, todos os meus amigos foram me falando palavras de apoio e saindo. Eu escutava a mágoa na voz de todos. Eles se sentiam como Gaara. Não era por eu ter ido no lugar dele, mas sim por não ter comentado com eles, pedido ajuda, não ter pensado neles.

O que eles não sabem é que eu pensei neles mais do que tudo naquele momento. Principalmente em Temari. Eles não viram o bilhete, apenas Gaara. Acho que ele me entendia, pelo menos um pouco. Sasuke ficou sentado ao meu lado.

– Vou deixar vocês conversarem. - A enfermeira disse, também se retirando.

– Agora vou perguntar de novo. Você está bem? - Não me segurei.

– Nem um pouco. - Respondi, já chorando, soluçando.

– Ah, Sakura... - Sasuke deitou ao meu lado, me abraçando e acariciando minha cabeça. - Se acalma, meu amor. Vai ficar tudo bem.

– Eles estão bravos comigo. - Falei, ainda chorando.

– Não, só estão um pouco magoados, mas todos nós te amamos, ficamos preocupados por você agir sozinha. - Ele me consolava.

– No bilhete dizia que ela iria matar a Temari se mais alguém soubesse. Eu fiquei sem escolha. - Eu tentava explicar, mas não sei se mais de meia dúzia de palavras ficaram legíveis com o choro.

– Espera, que bilhete? - Sasuke perguntou, se afastando o suficiente para me encarar, apenas.

– Aquele que entreguei a Gaara. - Respondi. - Dizia para eu falar para Gaara encontrar Shion naquele lugar, e que se eu falasse para mais alguém ela iria matar um de nós. Ela quer matar a Temari. - Terminei, já me desesperando novamente.

– O Gaara ficou com esse bilhete? - Perguntou. Afirmei com a cabeça.

– Droga! - Ele levantou em um pulo. - Fica aí! Se alguém entrar nessa enfermaria você grita! - Ele disse saindo e fechando a cortina em volta da minha cama.

– Espera, Sasuke! - Quando falei isso ele já tinha saído. Meu namorado é louco! Me deixa sozinha na enfermaria e sai sem dizer nada. Ele foi atrás de Gaara, tenho certeza. Mas Gaara seria capaz de seguir aquele bilhete, mesmo com os avisos? Vai saber.

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Haviam se passado uns dois minutos desde que Sasuke saiu, e eu escutei a porta ser aberta. Eu iria gritar, mas não tive coragem na hora. Os passos não eram de nenhum dos meus amigos, eram passos lentos e pesados. Eu estava na cama do canto, com a cortina fechada, da forma que Sasuke deixou. A pessoa que entrou abriu a cortina de uma das camas, e depois de outra. Estava abrindo cortina por cortina, procurando algo. Eu acho que eu sei o que é, já que só tem eu aqui para ser encontrada.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, e tenham paciência comigo, pelo menos por enquanto.
Beijos.



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