Nascida nas Sombras escrita por Bruna Ribeiro


Capítulo 15
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Eu perdi minha senha do Nyah. Mas ainda tinha esperanças de encontrar, então não avisei nada a vocês. E encontrei recentemente uhuuu Agora eu anotei na minha agenda e não vou mais demorar para postar.



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CAPÍTULO 14 - ...

Florence estava na frente dos dois – nada amistosos – Conselheiros de alguma coisa que ela não sabia, de um grupo que não fazia ideia. Eles estavam em silêncio, apenas a encarando, por quase dez minutos. Bem, isso estava começando a irritá-la.

E Florence Willis já estava irritada o suficiente.

Alexander quase riu quando ela defendeu Anna por ser sua amiga e quase a matou quando ela disse que aquilo era uma besteira completa, na outra noite. Florence estava convicta de que Anna Jones era realmente inocente e isso era óbvio. Mas assim que sua cabeça repousou no travesseiro, minutos depois, e seu olhar fitou os cabelos negros de sua amiga, percebeu que talvez fizesse algum sentido a história toda. Anna sempre foi muito receptiva e desde o começo havia sido muito legal com uma desconhecida por nada. Era, no mínimo, estranho.

–No que está pensando? – um dos Conselheiros resolveu se pronunciar. Esse tinha cabelos castanhos e olhos âmbar que ganhavam um certo destaque devido sua pele negra.

O outro levantou as sobrancelhas. Esse, por sua vez, era branco e tinha olhos esverdeados, com um cabelo que ia até os ombros, tão escuro quanto seu humor.

–O mesmo que essa conversa está significando para mim – Florence respondeu – Absolutamente nada.

–Você tem uma língua afiada – o mal humorado comentou.

– Você acha? – ela mostrou sua língua para ele – Eu acho minha língua totalmente normal, que engraçado.

–Sei que deve estar confusa pela nossa chamada logo tão cedo... – o primeiro Conselheiro voltou a falar.

–Que atrapalhou meu café da manhã. – ela interrompeu.

–Que atrapalhou seu café da manhã – repetiu – Mas realmente precisamos ter essa conversa. – ele juntou as mãos e a luz de um dia ensolarado as atingiu em cheio. Suas mãos negras pareciam quase ser de um porcelana puro.

–Então que tal começarem a ter a conversa? Já estamos em silêncio há alguns minutos.

–Meu nome é Joel – ele falou – E esse aqui – apontou para o homem ao seu lado que parecia não gostar muito dela – é o Adam.

–Olá – ela acenou – Já posso ir?

–Não, é claro que não – Adam disse – Você, garotinha, foi encontrada na cena de dois crimes e o Conselho quer saber o porquê.

–Primeiro: Não sou uma garotinha – ela sorriu em sua direção, provocando – Segundo: A sorte de uma pessoa é realmente algo um tanto quanto particular. Alguns tem e outros não. Eu definitivamente sou a segunda opção.

–Essa é sua resposta? – ele riu – O seu azar te levou até lá?

–Essa é minha resposta.

–Florence – Joel olhou para o companheiro de forma nada amigável, reprovando seu comportamento imaturo – Bem, sei que para você tudo a sua volta parece algo de outro mundo. Você não conhecia nada disso, Minerva me disse, e de repente essa é sua realidade agora. Mas aconteceu duas mortes de Filhos da Noite esses dias e é algo preocupante. Não queremos que isso aconteça novamente, entende? E precisamos da sua ajuda para resolver tudo de uma vez.

–Eu já disse o que sei.

–Da história nós sabemos o bastante – ele se levantou, com as mãos atrás da costa, em uma postura firme e caminhou até a janela. – Queremos saber do assassino. Você mesma disse que o viu.

–Mais ou menos – ela massageou as têmporas – Eu vi e não vi. A verdade é que eu o vi, mas ele estava completamente coberto com uma roupa que não me mostrava nada.

–Você reconheceu a voz?

–Não parecia a voz de uma pessoa, parecia uma máquina.

–E o jeito de andar?

–Dificilmente você notará o jeito que uma pessoa anda quando está querendo correr de perto dela e chorar.

–Dificilmente – ele se virou e sorriu para ela. Florence quase se bateu por estar simpatizando com Joel.

–E o que você sabe sobre Alexander Woodley? – claro que Adam tinha que estragar o momento.

–Sei o que todo mundo deve saber. Ele é simplesmente um metido a inteligente.

–Eu não acho isso dele – Joel comentou – Acho Alexander um garoto muito criativo e determinado, ás vezes impulso e orgulhoso, mas é realmente alguém maravilhoso. Eu tive o prazer de conhecer seu pai e de conhece-lo.

–Não queremos saber isso, Joel – Adam falou, ríspido – Queremos saber por que estava com Alexander na hora do primeiro assassinato e porque se encontraram ontem a noite se, no caso, vocês se odeiam tanto, como dizem.

–Como sabem...

–Como sabemos que se encontraram ontem na biblioteca? – ele abriu um largo sorriso – Somos o Conselho, garotinha, sabemos o que queremos saber.

–E pelo visto são idiotas quando querem ser também. Está querendo ser um agora, senhor Adam?

–Olha aqui...

–Florence – Joel tomou a palavra – Me diga, apenas, por que se encontraram lá em um horário proibido?

A garota não sabia muito bem o que dizer, nem mesmo sabia o que pensar. Ela então juntou as mãos, de forma despreocupada e olhou para o teto, suspirando logo depois.

–Eu não queria falar nada, mas vocês me deixam sem opções. – começou - Estamos tendo um relacionamento não muito sério. Isso o que ouviram. Só que nós apenas nos encontramos de vez em quando e, bem, vocês devem saber o que acontece depois.

–Está brincando conosco? – Adam perguntou irritado, enquanto Joel parecia apenas surpreso – Talvez vocês não estariam planejando matar as pessoas que se opunham a aceitar o grupo que devastou os Filhos da Noite?

–Posso garantir que nossos encontros não tinham nada a ver com isso, senhor – Florence o encarou – De qualquer jeito, o pai de Alexander era o Comandante e soube que ele era um dos inimigos declarados desse grupo. Não faz sentido.

–Não faz sentido você e ele juntos.

–Essas coisas acontecem – deu de ombros – E eu nem ao menos sabia que Lindsay e Deborah eram de famílias rivais ao grupo...

–Liderado pelo seu pai – Adam completou, venenoso.

Florence quis enforca-lo ali e naquela hora, mas se limitou a sorrir e repetir:

–Liderados pelo meu pai.

–Então – Joel a fitou, não muito convencido – Você e Alexander estão...

–Oh, não. Nada sério, como disse. Apenas alguns encontros casuais.

–Alexander confirmaria isso?

–Eu não faço ideia, na verdade. Você sabe como ele é, não? Muito reservado!

–E confirma que não sabe de mais nada sobre os assassinatos e que não está envolvida em nenhum deles?

–Confirmo, Joel.

Ele esticou a mão na direção da garota.

–Então nossa conversa encerra aqui, querida – falou.

–Eu tenho certeza que sim – e Florence apertou a mão dele.

[...]

–Você disse o que, garota?

Alexander definitivamente era o tipo de garoto que abominava mentiras, ainda mais as que o envolviam. Ele andava de um lado par ao outro, completamente furioso, enquanto Florence tentava repetir que deveriam fazer todo o silêncio possível.

–Não me mande ficar quieto – ele vociferou – Meu Deus, por que diabos você fez isso?

–Quero lembrar a você que é quase o horário do almoço, Woodley – Florence segurou os ombros dele, para que ficasse parado – Estamos em uma sala de um deposito pequeno, que, sem dúvida, as pessoas não vem, mas ainda podemos ser encontrados. Fique quieto!

–Não importa mais a nossa discrição. Você falou para o Conselho que estamos namorando!

–Eu disse que estamos saindo, o que é diferente – corrigiu – E tenho certeza que eles não falariam isso para mais ninguém.

–Pelo menos, com certeza, eles irão contar para Minerva.

–Eu duvido um pouco – ela soltou Alexander, quando percebeu que não havia mais perigo – Eles me chamaram naquela sala particular e as pessoas quase não os veem investigando por ai. Acho que eles querem se camuflar, tentar fazer a escola se sobressair para que eles possam achar alguns sinais do assassino. Se eles contassem a Minerva, ela faria um escândalo.

–Como tem certeza que ela faria isso?

–Eu e você? Meu pai matou o seu! – ela sorriu – Foi o que me disseram, pelo menos.

Alexander ignorou o último comentário.

–Quando ficou tão observadora? – ele perguntou.

–Quando mataram duas garotas e me colocaram na cena do crime, mais precisamente.

–Você e suas palavras me deixam casado – ele passou as mãos pelo cabelo e foi quando Florence a viu, em um dos braços. O sinal de nascença que mais parecia um desenho de uma Lua feito por uma criança de 3 anos e com problemas na visão.

–Você é meu parente? – ela levantou o braço dele e olhou o sinal mais de perto, enquanto Alexander a encarava confuso.

–O quê?

–Olha – ela apontou para o sinal – Eu tenho isso também!

–O que eu fiz para merecer isso? – ele revirou os olhos.

–Ai, meu Deus, eu que tenho que dizer isso! – Florence exclamou, assustada – Eu já sofro tudo isso e ainda ganho um parente como você?

–Pelo amor, se isso fosse a marca de nascença da sua família, todo mundo nessa escola seria um Willis.

–Do que está falando?

–Essa é a Marca dos Filhos da Noite, garota, não da sua família.

–Sério?

–Não, eu sou seu irmão perdido, é claro que é sério!

–Então apenas esqueça o que eu disse – ela suspirou – Ainda bem que minha família não aumentou.

Então Alexander ficou paralisado, como se algo houvesse acontecido ou como se ele estivesse escutado alguma coisa. Ele puxou o ar com força algumas vezes, mas ainda não parecia convencido.

–Fica quieta, Willis! – ele mandou, segurando os braços dela firmemente em suas mãos.

–Não me manda ficar quieta não, Woodley, eu fico se eu quiser.

–Não estou brincando, fique quieta.

Ela seguiu o olhar de Alexander, que ia para algum lugar atrás de si e se pegou fitando uma bota preta.

–Oh, maravilhoso – comentou – Não quer ela para você, Woodleyzinho? Ou que tal escolher um outra entre as milhões que estão naquele armário ali?

Ele não se dignou a responder suas provocações e passou por ela. Sem muitas opções, pegou uma pano de prato sujo de graxa, jogado no chão, e segurou a bota suspensa no ar em direção a sua companheira.

Florence logo pensou que ele estava maluco, totalmente. Aquilo era só uma bota preta com alguns pequenos detalhes em vermelho, não? Por que tudo isso?

–Tudo bem, essa é a parte que você me explica o que está acontecendo aqui – ela falou.

Alexander virou a sola de um dos lados da bota negra e mostrou a garota.

–Apenas quero informar a você que fui treinado para sentir esse cheiro de longe.

–Isso é...?

–Isso mesmo, Willis. – ele deu um sorriso forçado – Isso é sangue

Certo, talvez aqueles pequenos detalhes em vermelho tivessem um peso muito maior do que apenas deixar aquela bota mais atraente


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