A Crazy Love escrita por Lena Potter Howe


Capítulo 6
Uma guia


Notas iniciais do capítulo

Oi gente. 58 comentários já? Vocês são perfeitas, obrigada! Boa leitura!



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POV Austin

Quem diria, Austin Moon acordando cedo para trabalhar em uma loja de colchões. Alguém deveria gravar isso. E na verdade, estava até sendo legal ajudar nesta loja. Todas as lojas de qualquer coisa que eu precisasse estava naquela mesma praça. Era bom ajudar as pessoas. E, claro, a loja vizinha era de uma pessoa que tão rapidamente havia se tornado especial para mim.

Meus pais estavam organizando algumas coisas da loja, afinal, tudo não foi arrumado em passe de mágica. Ethan, meu irmão, estava sentando perto deles e brincava com umas trinta peças de montar. Enquanto isso, eu era o encarregado de atender clientes quando precisasse.

Atendi umas três pessoas e acho que me sai bem. Provavelmente, não eram tantas as lojas de colchões por esse lugar, pois todos já estavam adorando essa loja. O tempo ali passava mais rápido que imaginei, ainda mais sendo sábado. Todos nós almoçamos e eu só voltei a perceber o horário quando eram duas da tarde.

Fui até a entrada da loja e cruzei os braços observando tudo. Parece que Miami não é tão calma como as praias demonstram. O lugar estava agitado com pessoas curtindo a tarde ou simplesmente comprando algo.

– Olá – uma voz fina me assustou.

Olhei para o meu lado e tinha uma garota me encarando sorrindo. A menina tinha o cabelo completamente loiro e grande. Sua pele era branca e seus olhos castanhos quase verdes. A menina tinha mais ou menos a minha altura e seu sorriso era quase como convencido.

– Oi – respondi demonstrando toda a minha confusão.

– Ahn, é que eu sempre passo por aqui e nunca te vi por aqui... É novo? – perguntou curiosa e um pouco animada.

Ok, isso aqui estava estranho.

– Sou sim. É por causa da loja... – falei me enrolando e apontei para trás. Ela assentiu demonstrando que entendeu.

– Meu nome é Elise – falou sorrindo e retribui.

– Austin – disse e vi seu sorriso se alargar mais.

A garota continuou a puxar assunto comigo, mas na verdade era mais ela que falava do que eu. No começo não entendia o porquê de vir falar comigo, mas quanto mais falava sobre o quanto tínhamos em comum, coisas do tipo, a mesma idade, passou a ser claro seu objetivo.

A garota estava claramente dando em cima de mim e deixava isso aparecer a cada palavra que falava. Não entendia o motivo de a menina dar em cima de um cara que acabou de conhecer, mas isso não me interessou. Pela primeira vez em toda a minha vida as tentativas de uma garota de ficar comigo me deixou incomodado.

A menina não era feia, pelo contrário. Mas, quanto mais falava mais eu sentia a necessidade de estar passando aquele tempo com outra garota. Como se sentisse que tudo ao lado de Ally seria melhor. O porquê de pensar assim, eu não tinha a menor ideia. Mas, tinha certeza que o queria naquele momento queria estar irritando uma tal de Ally Dawson.

Inconscientemente abri um sorriso pensando neste nome. A menina interpretou que ela foi o motivo e sorriu para mim.

– Hm, desculpa, mas eu tenho que trabalhar agora – falei apontando para a loja atrás de mim e ela me olhou decepcionada.

– Tudo bem – concordou tristemente e fez algo que eu não esperava.

A garota tirou um papel e uma caneta do bolso e logo depois começou a escrever algo. Observei confuso e a garota me entregou um papel pequeno. Oh, era seu número.

– Tchau, Austin – ela disse sorrindo e se afastou rapidamente me deixando com os braços abertos em sinal de confusão.

Encarei o bilhete e não precisei de muito para decidir joga-lo no bolso.

– Não quer sair um pouco? É sábado – meu pai falou atrás de mim me assustando.

– Ah, claro – concordei e assim que ele saiu, sorri.

Uma ótima oportunidade para encontrar a garota que no momento dominava minha mente.

POV Ally

Quando pensei que meu sábado seria calmo, Austin me mostrou o contrário entrando por aquela porta.

– Oi Ally – sorriu sentando em um dos bancos da loja. Estreitei os olhos enquanto entregava a uma mulher o que ela havia me pedido. Assim que fiz isso me virei para Austin e fiz uma careta.

– Você vai querer alguma coisa ou veio só me perseguir mesmo? – perguntei seriamente e ele riu.

No momento em que tento ficar brava Austin acaba com tudo apenas com um sorriso.

– As duas coisas. Você poderia muito bem me apresentar Miami. Estou aqui há uma semana e não conheço nada – pediu enquanto analisava um violão ao seu lado.

– Por que eu? – perguntei curiosa.

– Estamos tão perto – ele deu ombros – E eu gosto de passar o tempo com você – admitiu e eu não evitei sorrir com aquilo.

– Alguma preferência de lugar? – perguntei fazendo-o sorrir por ter aceitado.

– Você escolhe – disse rapidamente e eu olhei fixamente para ele tentando pensar em algum lugar.

Miami tinha tantos lugares que alguém que acabou de chegar gostaria de ir. Lojas, praias, museu, parques de diversões, no entanto, observando Austin tocar algumas coisas tão calmamente naquele violão decidi algo mais calmo.

– Já sei o lugar perfeito – falei animada. – Vou apenas avisar para meu pai que vou sair – falei e ele assentiu.

Fui até a sala onde ele estava e ele apenas concordou quando disse que ia sair. Até que o pensamento de passar a tarde com Austin Moon não era tão ruim.

– Pronto – anunciei e ele concordou colocando no lugar o violão que tinha pegado.

– Vamos no meu carro, Dawson – falou usando meu sobrenome que havia aprendido a pouco tempo, assim como eu o seu.

– Mas, nem é tão longe – reclamei e ele riu.

– Não fuja de mim – ele riu e correu para me alcançar. – É só me explicar o caminho – insistiu e eu suspirei.

– Ok, eu explico – disse e ele me olhou vitorioso.

Austin me puxou para o lado e depois de andarmos um pouco finalmente vi seu carro.

– Sua casa é muito longe daqui? – perguntei curiosa enquanto entravamos.

– Um pouco. Eu venho de carro porque meus pais vêm antes de mim e então eu trago Ethan – explicou com carinho ao falar da família.

Falei todo o caminho para Austin e ele entendeu rapidamente.

– Você tem mais familiares aqui em Miami? – perguntei curiosa.

– Só alguns primos. Também tenho um tio em Jacksonville. Por isso foi difícil para todos nós escolher entre as duas cidades. Mas, parece que morar aqui está sendo bom – concluiu e se virou para mim para piscar. Ri balançando a cabeça.

– E sua família? – perguntou após um tempo. – Nunca falou nada sobre isso – observou e eu dei ombros.

– Não há muito que falar. Moro apenas com meu pai – falei só que senti a necessidade de explicar mais coisas a ele. – Não tenho irmãos e tenho apenas uma tia aqui em Miami. Minha mãe morreu quando eu tinha apenas um ano de idade – expliquei calmamente.

Austin me olhou como se avaliasse se eu estava bem. O loiro ficou um tempo em silêncio como se pensasse bem no que ia dizer.

– Sinto muito – disse e me surpreendeu ao pegar minha mão. E eu admitia, aquilo era bom. Seu toque fazia meu coração se acelerar e ao mesmo tempo me acalmava. – É aqui? – perguntou em seguida, não me deixando falar nada, se eu quisesse.

– Com certeza – falei já sorrindo.

Não precisava muito para saber que eu amava esse parque. Ele ficava ainda em Miami Beach e se chama Lummus Park. Um nome interessante. O parque era um dos maiores de Miami, isso porque era ligado com a praia. Por esse motivo atraía muitos visitantes.

– Estacione aqui. Vamos andar um pouco, afinal, você quer conhecer o lugar – lembrei e ele concordou.

Ele fez o que pedi e nós dois saímos do carro. Austin veio ao meu lado seguindo para dentro do parque comigo.

– Você gosta bastante daqui, não é? - ele perguntou curioso enquanto olhava em volta.

– Muito. Vim aqui várias vezes e eu adoro. É tão calmo. E tem um parque e uma praia juntos, há algo melhor? – perguntei entusiasmada e ele sorriu balançando a cabeça.

Principalmente por ser umas quatro da tarde de um sábado tinha várias famílias andando pelo parque, ou casais.

– Então vamos ver essa praia tão adorável – ele pediu sorrindo e eu fiz o mesmo.

Árvores altas faziam sombra pelo caminho e ouvíamos apenas as algumas conversas baixas, ou então apenas o som das folhas voando ao nosso redor. E eu admito, isso era ainda melhor com Austin ao meu lado.

– Uou, esse parque é grande. E bonito – acrescentou com um sorriso.

– Ainda não viu nada – falei me referindo as duas coisas – Miami é incrível – garanti.

– Eu acredito em você. Para todos os lugares que eu olho nesta cidade há um coqueiro – disse fazendo-me rir.

– Isso é verdade. Essa é a marca da cidade – concordei rindo. – Vem, vamos ficar aqui – falei puxando Austin pela mão.

O lugar estava mais vazio e nos proporcionava uma vista maravilhosa. Sentei encostada em uma das árvores dali e Austin sentou ao meu lado.

– Esse negócio da praia ser junto é lindo – ele observou olhando a extensão verde que se transformava em areia.

– É mesmo - concordei sorrindo por ter acertado o lugar para trazê-lo.

– E então me fale sobre você e a música. Só toca piano mesmo? – perguntou curioso.

– Sim. Sei um pouco das outras coisas, mas esse para mim é o melhor – falei e ele assentiu – Mas, também escrevo – confessei não o olhando. Eram poucas as pessoas que sabiam.

– É mesmo? – perguntou surpreso e eu assenti. – Isso é muito difícil. Me fale algo seu – pediu e eu virei para olhar seus olhos fixados em mim.

– Não – neguei rapidamente.

– Por favor – pediu me empurrando de leve e eu ri negando novamente.

– Vamos, Ally. Não estou pedindo para cantar, apenas me fale a letra – implorou me empurrando de novo.

Bufei e comecei a lembrar das letras uma por uma.

– Eu não sei. São muitas – falei olhando para ele.

– Eu não sei escrever um verso e você me fala que são muitas – ele revirou os olhos enquanto eu ria. – Hm, fale uma delas que mais combina com você no momento – pediu olhando seriamente em meus olhos.

– Finally Me – foi a primeira que veio a minha mente no momento.

“I'm finally me

Eu sou finalmente eu

Got everything I need

Tenho tudo o que preciso

What you get is what you see,

O que você recebe é o que você vê,

I, I, I'm finally me

Eu, eu, eu sou finalmente eu

And I've never felt so free

E eu nunca me senti tão livre

There's no one else that I'm trying to be

Não há ninguém mais que eu estou tentando ser

I'm finally me

Eu sou finalmente eu”

Falei tudo me lembrando do ritmo da música e ele sorriu. No entanto, não havia acabado. Ele queria algo para aquele momento e não havia outra melhor do que eu havia terminado esta semana mesmo.

– Upside Down – acrescentei antes que ele falasse algo da anterior.

“Always get this funny feeling

Sempre tenho esse sentimento engraçado

Every time you come around

Toda vez que você vem ao redor

It's like I'm walking on the ceiling

É como eu andando no teto

Both feet off the ground

Ambos os pés fora do chão

And it's all right

E está tudo bem

To feel so left upside down

Para se sentir tão à esquerda de cabeça para baixo

Like I'm losing my head

Como eu estou perdendo minha cabeça

'Cause I know where my heart belongs

Porque eu sei aonde meu coração pertence

With you again

Com você de novo

I'm so mixed up

Eu estou tão confuso

There's no doubt

Não há dúvida

You got me

Você me pegou

Feeling like I'm inside out

Sentindo como se eu estivesse dentro para fora

It's funny when I'm here with you

É engraçado quando eu estou aqui com você

I wouldn't change a thing

Eu não mudaria nada”

Agora ninguém teria dúvidas de que esta é minha música preferida. Austin sorriu como se eu tivesse contado um segredo.

– Termina – pediu, mas eu apenas ri. – Por favor – repetiu. No entanto, dessa vez não cai em seus encantos. – Eu amei sua música. Mas, agora continua – pediu me cutucando, mas eu neguei rindo.

– Não – falei firmemente e ele estreitou os olhos.

– Continua, continua, continua... – Austin continuou repetindo enquanto me cutucava a cada palavra.

Comecei a gargalhar e tentando desviar dele deitei na grama o levando junto. Aos poucos minha risada foi se resumindo a um sorriso de pura felicidade. O rosto de Austin estava a pouca distância do meu. Seus braços estavam apoiando um em cada lado do meu corpo. E tudo isso fez que meu coração acelerasse em segundos.

– Nos conhecemos realmente há seis dias? – perguntou com um pouco de confusão que me fez sorrir.

– Provavelmente – dei ombros da maneira que pude. No entanto, eu e ele concordávamos que parecia muito mais.

– Isso é loucura – disse como se não acreditasse em nossas memórias. Seu rosto se aproximou do meu me fazendo perder todo o ar que ainda restava.

– Sem dúvidas – concordei em um sussurro. Uma de suas mãos foram para o meu pescoço enquanto o outro braço continuou o apoiando.

Nossos rostos se aproximaram ainda mais e nossos lábios se encontraram. Definitivamente, uma loucura. E uma loucura muito boa. Seu beijo me fez esquecer de tudo ao redor. Aprofundamos o beijo e: uou. Austin literalmente me deixava sem ar. E quando isso aconteceu nos separei lentamente. Mas, Austin voltou aos meus lábios para um selinho rápido.

Abri os olhos constatando que aquilo não era um sonho. Eu estava ofegante e meu sorriso foi inevitável. Austin ficava ainda mais lindo tão perto. Seus olhos se fixaram nos meus e ao ver o meu sorriso, fez o mesmo.

Austin riu balançando a cabeça e repentinamente me assustou quando levantou e me puxou junto. Seu braço continuou ao redor de minha cintura ao fazer isso.

– Em algum momento terá que me falar mais de suas músicas – ele disse sorrindo e olhando para mim.

– Vou pensar em seu caso. Ainda não te perdoei por ter pegado meu caderno – lembrei e ele fez uma careta ao fazer o mesmo.

– Hm, então é lá que estão suas músicas? – disse se mostrando interessado.

– Não ouse – falei apontando um dedo para ele. Austin riu e beijou minha bochecha.

Nós ficamos uma boa parte da tarde nesse clima. Clima que nunca imaginei. Depois dessa tarde eu conhecia Austin mais do que sempre pensei. Para falar a verdade não sabia nem mesmo que seriamos amigos, quanto mais ficar assim, tão próximos.

O que aquela tarde significava daqui pra frente entre nós, eu não tinha ideia. Mas, acho que não seria algo que me arrependeria.

– Austin? Preciso ir para casa – disse chamando sua atenção, mesmo tendo odiado essa frase. Imagino que ele também não tenha gostado muito dela.

– Tudo bem – ele disse suspirando. Austin se levantou e depois estendeu a mão para me ajudar.

O parque estava um pouco mais vazio já que estava anoitecendo. E para falar a verdade nenhum de nós dois havíamos visto isso acontecer. Aceitei sua mão e ele me ajudou puxando-me com força.

– Vou te levar – avisou seriamente. Eu pensei em discordar, mas por seu olhar, não daria muito certo.

– Ok – concordei.

Depois de tudo que aconteceu nesta tarde não sei se deveria ficar surpresa quando senti sua mão se encaixar na minha. Mas, meu coração não encarou como algo normal.

Austin e eu fomos até seu carro enquanto eu estava em uma luta interna para me acalmar. Assim que entramos comecei a explicar meu endereço para Austin e ele ficou impressionado com o quão perto minha casa era da Sonic Boom.

Nós dois conversamos durante o caminho todo como se quiséssemos prolongar aquele momento. No entanto, não conseguimos para sempre. Quando Austin estacionou na frente da minha casa eu saí e ele fez o mesmo.

O loiro deu a volta no carro e se encostou nele me puxando para ficar a sua frente.

– Você foi uma ótima guia hoje – garantiu e eu ri.

– Mas, nós fomos apenas a um parque – dei ombros.

– Sim. Mas, eu adorei. E isso quer dizer que ainda tem que mostrar muitos lugares de Miami. Então, não se livrará de mim – informou. Não nego, fiquei feliz com isso.

– Tudo bem – concordei com um sorriso.

Austin me beijou mais umas duas vezes antes de, finalmente ou infelizmente, me deixar ir. E a verdade é que eu sorri pelo resto da noite.


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Notas finais do capítulo

Até que Auslly não demorou para acontecer não é? O que acharam desse capítulo? Comentem! Beijos.