A Crazy Love escrita por Lena Potter Howe


Capítulo 25
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POV Austin

Desde aquele meu primeiro show começou a mudar muitas coisas. E como já havia se passado mais de duas semanas eu com certeza posso afirmar isso. No dia seguinte do show nós havíamos decidido que faríamos algo para conseguir mais pessoas interessadas por minha música.

Começamos com vídeos simples, que eram divertidos de fazer e que para nossa felicidade e surpresa conseguiam muitas visualizações. Ally e eu estávamos levando mais a sério essa coisa de compor e estávamos nos dando bem com isso. Cada vez mais pessoas vinham elogiar meu trabalho e eu estava completamente feliz.

Depois de algumas semanas nesse mesmo ritmo, fazendo vídeos e alguns shows, um homem entrou em contato comigo dizendo estar interessado em minha música. E era de uma maneira bem mais séria que eu imaginava. Ele explicou que tem uma gravadora e que me queria lá.

Os únicos que sabiam disso além de mim era meus pais. Até agora.

– Ally, será que podemos conversar um pouco antes que você entre? – pedi e ela assentiu.

Era depois da aula, e como sempre eu insisti em deixa-la em casa. Estava encostado em meu carro com Ally em minha frente, olhando-me curiosa.

– Eu não contei isso antes por medo de ser apenas falsas esperanças, espero que entenda isso. Faz alguns dias que um cara me procurou por causa de minha música. E esse cara é o dono da gravadora Starr – falei cuidadosamente e Ally arregalou os olhos. Claro, quem não conhece a gravadora Starr? – Vou cantar algumas músicas amanhã, mas é certeza sobre um contrato.

Assim que terminei de falar Ally se afastou um pouco. Ela parecia em choque com a notícia.

– Porque não me contou antes? Sabe que eu ficaria de seu lado mesmo que não conseguisse nada – disse indignada.

– Eu sei disso, só que fiquei muito nervoso quanto a isso e ... – completei a fala apenas dando de ombros.

Ally estreitou os olhos, mas se aproximou mais uma vez. Envolvi meus braços em sua volta e ela retribuiu. Ally colocou a cabeça em meu peito e depois riu.

– Tudo bem. Estou orgulhosa de você – Ally disse antes de levantar a cabeça para me beijar.

Depois disso nós ficamos à tarde discutindo sobre o que eu faria amanhã. Concordamos que era melhor eu tocar e cantar uma música que eu já tinha mais prática e deixar surpresas para outro momento. Além disso, todo o dia eu fiquei controlando minha ansiedade para o dia seguinte.

*****

Acabei nem indo para escola, pois mesmo que fosse nada adiantaria já que minha cabeça estava naquele contrato que iria assinar hoje. Por isso, fomos para a gravadora logo de manhã mesmo. Meu pai foi comigo para a gravadora e minha mãe ficou com Ethan na loja.

Jimmy, o dono da gravadora, estava quase mais animado que eu. Cantei e toquei para ele e mais um pequeno grupo de pessoas. Era difícil, extremamente difícil, não lembrar de Ally em qualquer música que eu tocava.

Quando terminei de tocar a música que havia planejado me acalmei um pouco ao olhar para a expressão alegre de Jimmy. Todos os outros também não eram muito bons em esconder coisas, pois mostravam animação com a minha apresentação.

– Parabéns, Austin, isso foi ótimo – Jimmy disse e meu pai, ao seu lado, piscou para mim.

Os outros começaram a elogiar meu talento enquanto eu provavelmente tinha uma expressão boba no rosto.

– Agora que tal assinarmos um contrato? – Jimmy brincou e eu sorri concordando.

Deixei meu violão em cima do banco e segui com meu pai para a sala de Jimmy.

– É o mesmo contrato que mostrei para vocês faz alguns dias. Não mudei absolutamente nada assim como pediram – Jimmy disse colocando uns papéis em minha frente.

– Tudo bem – concordei pegando os papéis.

– Mas há algo – Jimmy avisou e sorriu. – Recebi algumas ligações ontem em relação a você.

– Há algum problema em relação ao contrato? – meu pai perguntou e Jimmy negou.

– Estão te oferecendo uma bolsa de estudos em um dos maiores colégios de Los Angeles. E não é só por suas boas notas em todas as matérias e sim por causa da ótima estrutura do colégio para a música – Jimmy explicou.

Eu não conseguia acreditar naquilo. Ou talvez não quisesse. Era muita coisa mudando de repente.

– Estão me oferendo uma bolsa de estudos por causa da minha música? – perguntei sem saber como reagir.

– Exatamente. Austin é uma ótima oportunidade, você ainda tem metade do ano na escola, há tanta coisa para aprender lá. Além disso, te deixa ainda mais próximo do mundo da música, Hollywood, Austin. É aí que entra outra ligação – Jimmy disse sorrindo e eu arqueei as sobrancelhas.

– Há mais coisa? – perguntei surpreso e ele assentiu.

– Eu tenho uma grande influência no mundo da música, mas em outras áreas também. Fiz questão que todos saibam de você e é por isso que apareceram algumas pessoas interessadas em você para testes na televisão. Sabe, incluir pessoas novas – Jimmy disse me olhando curioso por minha reação.

– Atuar? – meu pai perguntou um pouco assustado, exatamente do jeito que eu estava.

– Sim. Mas não precisam dar nenhuma resposta agora, nosso contrato continuará igual, você em Los Angeles ou não – Jimmy disse alternando o olhar entre meu pai e eu.

– Eu preciso pensar um pouco, sobre Los Angeles e atuar, mas vou assinar – falei já pegando os papéis e ele sorriu concordando.

Depois de assinar tudo eu me sentia um pouco atordoado com todas aquelas informações.

– Nos vemos amanhã?

– Sim – concordei com Jimmy e depois nos despedimos.

Voltei para pegar meu violão e as coisas estavam meio automáticas. Passar metade do ano fora? Mudança mais uma vez?

Meu pai não conseguiu muita conversa comigo e parou de tentar ao perceber isso. Quando chegamos na loja meu pai ficou encarregado de contar tudo para minha mãe enquanto eu fui pesquisar a escola tão famosa de Los Angeles, já que Jimmy havia insistido em me dar o nome.

Os elogios não pareciam assim tão exagerados. A escola era linda, gigante e realmente tinha o destaque pela dedicação à música. E tinha dormitórios. Isso melhorava um pouco as coisas, não é? Acho que não.

Meus pais observaram aquela escola junto comigo e depois nós três começamos a trocar olhares.

– Você quer isso? Quer ir para essa escola? – minha mãe perguntou observando atentamente.

– Seria demais, olhe isso. As aulas de música desse lugar deve ser perfeito – falei sorrindo, mas depois suspirei.

– Mas você tem amigos aqui – meu pai completou.

– E uma namorada – minha mãe acrescentou.

– E vocês – lembrei fazendo-os rir.

– Nós sem dúvidas podemos bancar você lá, ainda mais com esse contrato agora. Mas que tal conversar com seus amigos antes? – minha mãe perguntou e foi uma ótima ideia.

Mandei uma mensagem perguntando se poderia ir para a casa de Ally e ela concordou imediatamente, ansiosa para saber sobre minha ida a gravadora. Apenas peguei meu carro e fui até sua casa.

Eu imaginei de todos os jeitos como contar isso e como seria sua reação. Estava com receio de contar, mas nunca esconderia isso dela. Quando cheguei, suspirei algumas vezes antes de finalmente bater em sua porta.

Ally sorriu assim que abriu a porta e me cumprimentou com um beijo.

– Matt não está? – perguntei entrando na casa vazia.

– Não, saiu com Kira – ela disse dando de ombros e depois me olhou em expectativa. – E como foi na gravadora?

– Consegui o contrato – falei e abri um sorriso quando Ally quase pulou em meu colo.

– Parabéns – ela gritou. – Você me merece – acrescentou sorrindo e eu a afastei um pouco olhando-a seriamente. – Mas há algo mais – ela concluiu e suspirou.

– Sim. Jimmy me contou que eu recebi uma bolsa de estudos em uma ótima escola com referência a música – expliquei e ela estreitou os olhos apenas um segundo confusa.

– E essa escola não é aqui, é? – disse com um pouco de medo.

– Não, é em Los Angeles.

Ally ficou algum tempo sem silêncio e depois me analisou por alguns segundos.

– Não vejo o porquê não ir se é uma boa escola e irá te ajudar com a carreira – disse por fim e eu a olhei um pouco surpreso.

– Há você. E é pelo resto do ano – assim que falei isso Ally fechou os olhos por um breve momento como se eu tivesse dado um soco nela.

– Uou, isso é bastante tempo – ela observou.

– E ainda querem que me envolver com ser ator. Pode acreditar? – perguntei incrédulo fazendo Ally sorrir por alguns segundos.

– Você quer ir? – perguntou me encarando firmemente. Ally provavelmente viu a resposta em minha demora para responder. – Eu vou te apoiar com isso. Posso aguentar metade de um ano. Eu acho. Quer dizer... Se você escolher ainda ficar comigo. Porque...

Gargalhei com a enrolação de Ally e ela estreitou os olhos. Coloquei a mão em suas costas puxando-a e sorri.

– Não precisa ficar tão confusa, não vou terminar e espero que você também – falei rindo e Ally acabou com a dúvida quando me beijou.

Ally ficou na ponta dos pés e a apertei mais forte em meus braços. Eu não sabia quando eu iria embora, mas sabia que nós dois tínhamos um medo compartilhado: que esta data já estivesse perto demais.

Eu podia continuar aquele beijo para sempre. Mas acabei batendo contra uma parede quando Ally me desequilibrou por ainda estar nas pontas dos pés. Ri e ela passou a mão em meu cabelo por eu ter batido a cabeça.

– Desculpe – falou, mas mesmo assim tinha um sorriso no rosto.

– Sem problemas. Eu tenho que avisar os outros sobre minha decisão – lembrei e Ally me olhou decepcionada.

– Tem que ser agora? – perguntou com uma expressão triste.

Olhei para sua boca e vi ela abrir um sorriso lentamente.

– Não – concordei e voltei a beijá-la.

Tudo que digo é que, agradeço por seu pai e nem seu irmão ter chegado depois disso.


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Notas finais do capítulo

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