A Crazy Love escrita por Lena Potter Howe


Capítulo 14
Mais uma novidade




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POV Ally

No dia seguinte eu não queria, mas não consegui evitar pensar sobre os pais de Austin não gostarem de mim. Talvez nós devêssemos conversar novamente sobre isso, pois uma coisa que eu não desejava era que tudo começasse com alguém odiando alguém.

Decidi parar de pensar nisso quando minha cabeça começou a doer e eu nem mesmo havia ido para o colégio. Mas, eu simplesmente não conseguia me impedir de ficar lembrando de algumas coisas.

Na época em que todos me provocavam no colégio eu passei um bom tempo no hospital por causa de fortes dores de cabeça. Essas dores de cabeça sempre foram meu ponto fraco e pelo visto sempre continuarão a ser.

Sentei na mesa para tomar café e observei meu pai passar por mim com uma expressão nada boa.

– Está tudo bem? – perguntei confusa por ele nem me perceber.

Lester me olhou assustado e com um pouco de culpa.

– Não muito, mas ficará. Nos vemos depois, preciso sair – ele avisou rapidamente e saiu sem fazer ou falar mais nada.

Eu já não conseguia entender mais nada. Fiquei preocupada e com medo do que estava acontecendo. Nunca havia visto meu pai tão sério quanto estava. Mas, não consegui pensar em nada que explicasse isso. E também não poderia continuar fazendo isso por muito tempo, eu ainda tinha um colégio para ir.

Assim que cheguei não encontrei Austin, o que era muito estranho. Passei uma boa parte da manhã ouvindo Kira reclamar de todas as aulas, do seu ex-namorado, ou namorado ainda. Trish havia me abandonado com Kira desde que chegamos e eu a entendia.

Já Dez era outro que também havia sumido, provavelmente com Austin.

– Está tudo bem? – Kira perguntou enquanto saiamos de uma sala em direção ao refeitório.

– Sim, só algumas coisas que estão meio loucas, mas tudo bem – falei rapidamente e ela assentiu. Austin era uma dessas coisas meio loucas.

Nós duas nos sentamos em uma mesa e ao olhar em volta por incrível que pareça a primeira pessoa que vi foi Austin. E ao seu lado estavam algumas garotas e Dez. Todos eles estavam sentados em uma mesa que tinha vários cadernos em cima.

Kira olhou para o mesmo lugar que eu e depois tinha um olhar preocupado sobre mim.

– Sempre essa desculpa, alguém pediu ajuda para ele – falei dando ombros.

– O irônico é que são sempre garotas – Kira completou e eu revirei os olhos.

– Ele sempre vai cair nessa – dei ombros.

– O ignore hoje e ele não vai mais cair nessa – ela garantiu e eu ri.

Até que não parecia uma ideia tão ruim.

Duas garotas passaram por nossa mesa e uma delas não falava tão baixo quanto pensava.

– A Dawson já perdeu o namorado? – ela falou com um olhar rápido para mim.

Kira novamente me olhou preocupada. Hoje, definitivamente, não é meu dia.

– As pessoas adoram comentar minha vida – observei dando ombros.

Mesmo assim, no fundo, eu não podia deixar de duvidar se Austin e eu ficarmos juntos é realmente o certo. São tantas coisas que parecem nos demonstrar o contrário.

Sai para aula mais cedo para que não tivesse que falar com Austin. Podemos dizer que a história de ignora-lo estava sendo um pouco mais verdadeira.

Quando todas as aulas acabaram eu agradeci por isso porque já não conseguia prestar atenção em mais nada. Trish e eu fomos para nossas casas e durante o caminho eu tive bastante tempo para explicar o porquê de estar ignorando Austin.

O principal por que era a confusão que ele causava em mim.

Assim que cheguei em casa estranhei meu pai estar em casa e não na loja. E estranhei ainda mais ele me olhar seriamente e cansado.

– Filha, podemos conversar um pouco? – ele pediu se sentando no sofá a minha frente.

– Algum problema?

– Eu não diria problema – ele começou seriamente. Lester parou em silêncio por um tempo como se tentasse pensar em uma maneira de dizer o que quer que seja que fosse falar. - Faz umas duas semanas que um garoto ligou procurando por mim. E então eu fui descobrir algo que nunca imaginei. Ally, antes de me casar com sua mãe, eu tive uma namorada e descobri que ela teve um filho – meu pai disse cuidado.

Naquele momento uma ideia passou por minha cabeça, mas confesso que desejei que não fosse verdade. Lester viu meu olhar apreensivo e continuou:

– Um filho meu - ele terminou.

Deixei meus ombros caírem e soltei o ar que segurava. Aquilo não poderia ser verdade, poderia?

– Sua mãe sofreu um acidente a pouco tempo e não resistiu. Ele já tem 19, mas quero que fique conosco, porque eu sou seu pai – ele explicou.

“Sou seu pai”. Eu simplesmente não conseguia entender isso dois segundos.

– E você não soube disse durante 19 anos? – perguntei tentando ficar calma. Mas, não funcionou, pois a dor de cabeça voltou do mesmo jeito.

– Não e ele também foi saber a pouco tempo – respondeu e então suspirou ao ver minha expressão incrédula. – Tente entender – pediu.

– Eu não consigo – falei em um tom de voz um pouco alto.

– Mas, por favor, tente – ele pediu e se levantou. Apenas com um olhar meu ele conseguiu entender que eu queria e merecia ficar um pouco sozinha. – Vou estar na loja, se precisar de mim – avisou. Ele parecia querer fazer algo mais, mas meu olhar magoado o impedia.

Ele saiu ao mesmo tempo que meus olhos se enchiam de lágrimas. Eu não conseguia acreditar eu ganhei um irmão de uma hora para a outra. Meu mais novo irmão entrou para a lista de coisas que fizeram minha dor de cabeça ser insuportável. Nada demais nunca aconteceu em minha vida e quando decidem acontecer, são todas juntas.

A campainha tocou e eu suspirei. Minha intenção era ignorar qualquer pessoa que fosse, mas quando foi tocada novamente, decidi não fazer isso.

Levantei limpando as lágrimas e tentei não ficar mais tonta do que já estava. Abri a porta e a pessoa que era me deixou surpresa.

– Austin? – falei enquanto me apoiava na porta. – O que está fazendo aqui? – acrescentei. O loiro me observou cuidadoso.

Eu novamente tentava controlar as lágrimas ao vê-lo, não estar com ele a manhã toda contribuiu para isso.

– Você me ignorou o dia inteiro e eu... – ele parou ao me ver piscar lentamente. – Você está bem? – perguntou verdadeiramente preocupado.

– Não muito – admiti. Ele colocou sua mão em minha cintura e percorreu os olhos por toda a casa.

– Podemos entrar? – pediu me olhando preocupado e eu suspirei assentindo.

Austin fechou a porta e então me puxou para sentar no primeiro sofá que ele viu.

– O que você tem? – Austin perguntou olhando para mim.

Encostei minha cabeça no sofá e fechei os olhos.

– Dor de cabeça – falei praticamente sussurrando. A fala de meu pai se repetia em minha cabeça várias vezes.

– Mais nada?

Eu contaria para Austin o que havia acontecido, mas naquele momento tudo me impedia de fazer isso. Murmurei um simples “aham”. Acabei me encostando em Austin, e para ser sincera, não tive a mínima noção de quando dormi.

POV Austin

Quando Ally praticamente desmaiou ao meu lado tentei não ficar muito preocupado, afinal, era apenas dor de cabeça.

Observei-a suspirar em meu ombro e vi em seu rosto o caminho de lágrimas. Ela me explicaria isso mais tarde. Olhei a casa completamente vazia e então olhei para Ally novamente.

– Ok, vamos lá – sussurrei me levantando e tentando não deixar seu corpo cair.

Peguei-a no colo sem dificuldade nem uma e segui pelo corredor. O primeiro quarto estava com a porta entreaberta e constatei que era de Ally pelo tanto de coisas de música espalhadas por todos os lados. E como Ally morava apenas com seu pai, esse quarto só poderia ser dela.

Coloquei-a deitada em sua cama e sentei ao seu lado. Ela não havia segurado minha mão e pedido para eu ficar nem nada do tipo, mas estava fora de questão eu sair e a deixar sozinha sem saber o que realmente havia acontecido.

Durante todo o tempo eu fiquei mexendo no celular ou apenas observando Ally dormir mais calmamente. Mas, isso não foi por muito tempo, logo a garota acordou me olhando assustada.

– Está melhor? – perguntei ainda preocupado.

– Um pouco – concordou se sentando.

Ficamos por um tempo em silêncio e como previ Ally começou a falar o que havia acontecido, quando se sentiu melhor para isso.

– Meu pai acabou de me contar que teve uma namorada antes de casar com minha mãe... – ela começou em voz baixa e suspirou. – E que ela teve um filho dele.

Foi difícil acreditar nisso tão repentinamente e por um segundo parei para pensar então como foi para ela. Agora eu entendia perfeitamente seu estado.

– Ele morará conosco, sua mãe morreu – Laura disse piscando lentamente novamente.

– Ei, não fique assim. Tenho certeza que não será tão ruim – tentei acalmá-la.

– Eu nunca nem o vi e agora conviveremos juntos, tem certeza que não será ruim? – ela me perguntou incerta.

– É isso que eu espero. Seu irmão irá descobrir que você é uma pessoa maravilhosa – garanti seriamente e ela me analisou ainda parecendo cansada.

– Obrigada – ela respondeu com um começo de sorriso. Aquilo já valeu muito.

Ally observou em volta e depois voltou a me olhar confusa.

– Não estávamos lá embaixo?

– Estávamos. Mas, você desmaiou no meu ombro e eu tive que trazê-las até aqui. Não foi difícil descobrir seu quarto – confessei olhando para as coisas rosas que tinha nele.

– Obrigada novamente – Ally me olhando sincera.

– Não agradeça – pedi e depois de alguns segundos observando-a voltei a falar: - Agora vamos pegar algo para acabar com essa dor de cabeça e você vai comer algo – falei sem espaços para discussões.

Continuei em sua casa pelo resto do dia e me senti melhor fazendo isso por ela. Ally não melhorou nada e antes de eu ir embora tive certeza que ela nem levantaria daquela cama no dia seguinte.

Quando estava saindo de sua casa e tinha certeza que Ally não falaria com seu pai tão cedo, o avisei de como ela estava e ainda garanti que voltaria aqui pela manhã. Não foi nenhum tipo de pergunta, pois Ally era mais importante do que qualquer tipo de matéria que poderia ter.

O pai de Ally pareceu muito preocupado e até pareceu gostar de eu ter tanta certeza que cuidaria dela. Nem sei quando isso havia acontecido, mas eu descobri que tinha certeza que eu faria muito mais por Ally.


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Notas finais do capítulo

Comentem o que acharam meninas, até o próximo! Beijos.