Revolution escrita por Rafaela


Capítulo 10
Capítulo 10




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LIA

Só sei que funcionou, o que quer que eles tenham feito, deu certo. Eu poderia chorar de alegria, mas deixo isto para quando tudo der certo. Os vídeos-tracks foram gravados e estamos na sala de programação para assisti-los indo ao ar.

Thomas está ao meu lado, em pé, segurando minha mão. Ele é o que mais deve aparecer nos vídeos, entendo seu nervosismo e se eu estivesse em seu eu estivesse em seu lugar pensaria o mesmo que ele está pensando agora e entraria em pânico, ou quase isso.

—Se qualquer coisa der errado a culpa será minha. —Sussurrou para que só eu ouvisse, ecoando meus pensamentos.

—Não será culpa sua, Thomas. —Esfrego seu braço com minha mão livre.

—Sou eu que estou chamando todos para a guerra, Lia. —Ele mantem a voz baixa.

—A guerra já esta querendo acontecer há tempos, as províncias já queriam se rebelar há anos. Não tínhamos uma vida perfeita, longe disso. Só que agora temos um motivo maior para lutar.

—Minha irmã? —O garoto franze a testa, olhando-me. —Por que todos lutariam para salvar a vida dela?

—Shhh. Não. Eu digo: Eu, você, Thiago e até mesmo Nimble, porque, não me venha querer dizer que não, mas algo rolou entre aqueles dois e me lembre de ter uma conversa com Candy quando tudo isso acabar. —Brinco para distraí-lo. Ou para distrair eu mesma. Talvez ambos. —Eles, os Radioativos, lutam pela liberdade que foram impedidos de ter. São como pássaros presos em gaiolas.

—Uma guerra é algo tão grande, Lia. —Ele sussurra, e então as luzes se apagam e o ambiente conta apenas com a claridade do monitor que se liga em uma luz azul mostrando o rosto de Thomas desfigurado por listras pretas.

''Cidadãos da Ásia.'' ele fala e uma legenda com a tradução em Mandarim aparece em baixo.

''Hoje estamos aqui presentes para convocá-los á um confronto. Uma luta pela verdade, pela liberdade e pela paz.''

CANDY

Eu acordei para mais um dia. Um dia como qualquer outro ali dentro, eu achei.
Pouco tempo depois as luzes começaram a tremer, a piscar e então algumas se apagam. Eu posso ouvir os gritos das pessoas que estão trancadas, assim como eu. Mas eu não faço nada além de me mover da cama até o vidro na porta.

Muita coisa pode estar acontecendo, mas eu não posso sair. O vidro é inquebrável, pelo menos com os recursos que eu possuo dentro do tal quarto.

Quando a luz volta eu consigo ouvir um chiado.

E então alguém fala.

''SSUCOR.
Unidade Secreta Unida Contra Os Radioativos''

é uma voz conhecida, e então ele ri.

''Só que não mais tão secreta assim.''

e então tudo começa a tremer, as paredes, as lâmpadas, os móveis. E parece um terremoto. A voz,reconheço, é de Thomas.

E um grito sai de minha boca.

O que eles estão fazendo?

A minha porta se abre e Steven aparece.

—Se a coisa ficar feia, beba este frasco. Lembre-se disso. —Falava enquanto tentava recuperar o ar.

—O quê? —Falo, mas não há respostas.

Steven vem até mim e encosta seus lábios nos meus.

—Adeus, Candicce.

THIAGO

Com a ajuda dos vídeos, todos já estavam sabendo sobre nós. Muitos líderes de Lares Radioativos entraram em contato conosco. Estavam do nosso lado.

Muitos disseram que descobriram sobre a SSUCOR devido a nós. Outros disseram já terem sido vítimas dos mesmos. Alguns se juntaram pelo simples prazer de lutar. Outros para tentar recuperar algum ente querido ou vingá-los. Não recomendávamos a vingança. Apenas queríamos a justiça.

Em uma semana tínhamos tudo o que precisávamos: munição, pessoas, poderes e um plano.

Gatte então apareceu para nos levar ao Rio de Janeiro, até a sede da SSUCOR. Seria nosso primeiro ataque. Tudo ocorreria certo, iremos resgatar os presos, atacar os responsáveis e seguir até o Governo, onde exigiríamos por justiça, pela igualdade. Isso não iria adiantar, óbvio que não. Por isso pensamos em algo mais pesado.

Nossas tropas vestiam-se de preto para representar a perda da liberdade, do respeito e da confiança.Tudo coisa que os Radioativos perderam. E a perda de amigos. Nossas armas eram camufladas de verde, representando a liberdade que buscávamos e que estávamos saudáveis o suficiente, concentrados o suficiente, para buscar o que desejávamos.

Foi aí que eu percebi que não estava nessa luta só por Candy, eu estava nessa luta por eles também. Por nós. Não foram somente eles que perderam o respeito, nós também perdemos. As províncias já não tinham mais respeito uma pelas outras, as pessoas não tinham. Era tudo dividido, nada formando um grupo só, em harmonia. Nós também perdemos a liberdade, a partir do momento em que você não pode ser franco, inteligente e forte ao mesmo tempo você perde parte do que você é. Nós perdemos a liberdade de sermos quem queríamos, nós nos perdemos. Então sim, eu estava representando as Províncias, eu e Lia. Thomas representava as duas partes.

Na semana que sucedeu o garoto mostrou seu primeiro traço de radioatividade. Ele era um deles agora. Mas diferente de sua irmã, ele não foi aconselhado a ter medo de ser um radioativo, ele aprendeu que não devia teme-los, eles o ajudaram. E ele lutaria por tudo.

Todos estamos.

Candicce nos deu uma coisa pela qual lutarmos. Ela nos trouxe até aqui.

...

Seguimos todos em direção a sede da SSUCOR. Era ridículo o fato de o negócio ser enorme e ninguém nunca perceber.

—É protegido por um escudo. —Steven diz. —Eles devem ter algum radioativo trabalhando para eles.

—Ou extraíram o poder de alguns. —Murmurei.

—Pode ser possível. —Steven respondeu.

O prédio era construído por vidros e paredes brancas. Era alto, mas não o suficiente para um arranha-céu.

Aqueles que não possuíam poderes, como Lia e eu, utilizavam armas. Mais de uma. Os que possuíam poderes utilizariam seus poderes, mas, opcionalmente, alguns escolheram carregar armas consigo.

E então entramos.

Lutamos com quem se encontrava no nosso caminho, atiramos em quem queria nos machucar.

Meu cotovelo acerta o nariz de alguém e posso ouvi-lo quebrando.

Avançamos.

Alguns de nós já se encontram no segundo andar.

É grande demais para que possamos nos espalhar.

Vejo Lia, não tão longe e nem tão perto. Ela mal utiliza a munição de sua arma, ataca com pernas e braços. As vezes acerta a arma junto. Sem nunca atirar.

Nossos oponentes usam branco. Identificá-los foi tornado mais fácil.

A luta do branco e preto.

Bem e mal.

Faz sentido?

Fomos desafiados e aceitamos o desafio. Nos organizamos com uma rapidez que surpreendeu a todos. E aqui estamos.

Lutando, mais uma vez. Contra o Governo.


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Notas finais do capítulo

Devo dizer que o rumo da fic está mudando. O rumo de Revolution e seus personagens. Muitos mudaram tanto de New Age para cá, não concordam?
Escrevendo esse capítulo percebi que New Age e Revolution não são fictions comuns postadas na internet. Muitas tem como o tema o romance como o centro principal, não que essa não tenha. Mas percebi então, mais forte que antes, que aqui, de uma simples ideia de escrever sobre Radioatividade e romance fui colocando temas maiores, como o preconceito, a luta pela liberdade. Algo que lutamos dia a dia. E eu escrevi, sem ao menos me dar conta, de como New Age fala sobre isso.

Mas irei parar por aqui. Não estamos no capítulo final para eu encher as notas. Obrigada por lerem.X



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