Inesquecível escrita por Ju Dantas


Capítulo 8
Intocável




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Intocável – em quem não se pode tocar, intangível

–Então esta dizendo que a namorada de King ameaçou Isabella naquela festa? – Crowley pergunta para Edward.

–Não diria que foi uma ameaça – Edward responde simplesmente

–Mas você disse que ela deixou claro que Isabella era contra seu envolvimento com o pai e que se ela continuasse no seu caminho iria se arrepender. E logo depois Isabella jogou bebida na cada dela. Acho que Rosalie poderia ter ficado furiosa o suficiente para fazer algo para tirar a filha de Royce do jogo e assim continuar seus planos de conquista.

–Você esta dizendo – a resposta de Edward, sem entonação nenhuma irrita o detetive.

–Isabella te disse por que jogou bebida na cara da namorada do pai?

–Não.

–Não perguntou isto a ela depois que saíram da festa?

–Não.

Crowley disfarça a irritação.

–Acha que devemos considerar a namorada de Royce King como uma suspeita?

–Isto é o ser serviço, senhor Crowley – desta vez, os cantos da boca do rapaz de levantou ligeiramente num divertimento irônico, que passou despercebido ao detetive, que examinava suas anotações em busca da próxima pergunta que deveria fazer ao interrogado.

–Certo. Eu pedi uma busca no quarto de Isabella. Se este diário existe. Ele será encontrado. E talvez lá estejam as respostas que estão faltando. Agora continue. O que aconteceu naquela noite depois que tirou Isabella da festa?

Depoimento de Edward Masen

Eu parei a moto em frente ao rio Charles.

Estava escuro e totalmente deserto àquela hora. Era um lugar que eu gostava de ir quando queria ficar sozinho. E naquele momento eu queria ficar sozinho com Bella.

Eu saltei e a ajudei a fazer o mesmo. Ela olhou em volta e pousou os olhos em mim.

Nunca pensei que uma pessoa pudesse parecer furiosa e desamparada ao mesmo tempo. Mas era assim que ela me parecia naquele momento.

–Onde estamos?

–Esta com medo?

Ela mordeu os lábios franzindo os olhos como se ponderasse.

–Devo ter medo de você?

Eu me afastei e tirei o paletó e coloquei no chão me sentando

–Depende do que a faz ter medo.

Ela não respondeu. Apenas se aproximou e sentou ao meu lado.

Ficamos em silêncio por um tempo. Eu queria saber o que havia acontecido entre ela e seu pai naquela noite, mas sabia que não seria inteligente perguntar.

Algo que eu começava a aprender sobre Isabella King era que ela era mais esquiva que um gato.

–Acha que pareço com meu pai? – ela indagou baixinho depois de um tempo.

–O que?

–Você disse quando discutimos por causa de Gianna que eu era bem filha do meu pai.

–Eu não conheço seu pai.

–Não quero ser como ele. – sua voz vacilou.

–Então não seja.

–Acha que posso escolher? – ela me fitou com os olhos atormentados

–Sempre temos escolha.

–Ele não me deixa ter escolha – sua voz não passava de um sussurro.

–Mas você me escolheu. – eu argumentei e sorri, tentando animá-la.

–Ele exigiu que eu me separasse de você.

–Era isto que ele estava fazendo quando a levou da festa?

–Dentre outras coisas... – ela dá de ombros

–Você vai fazer o que ele mandou?

Eu esperei quase sem respirar. Surpreendia-me em como pensar em Isabella simplesmente desistindo de nosso jogo me deixava aflito.

–Eu disse que me separaria de você se ele largasse a vaca loira – ela respondeu com um pequeno sorriso perverso.

–Por que isto é importante pra você? – perguntei - tem ciúme de Rosalie com seu pai?

–Claro que não! Ele nem gosta dela! Ele não gosta de ninguém a não ser do seu dinheiro!

–Ele deve gostar de você, é a filha dele.

–Não. Ele apenas me mantém como um dos seus tesouros. Apenas mais uma de suas propriedades. Isto não é amor. – ela desviou o olhar, mas eu vi a dor.

E de repente eu entendi.

Isabella King queria apenas ser amada.

Tudo o que ela fazia era apenas para chamar a atenção do pai, que pelo o que eu entendia não amava ou pelo menos não demonstrava nenhum amor por ela.

Será que algum dia alguém a amara?

Eu a observei por um instante e ela pareceu tão desprotegida e sozinha. Me fez imaginar como seria sua vida realmente dentro dos muros da mansão King.

Eu achava que ela era apenas uma garota mimada que estava demonstrando um pouco de rebeldia, talvez levada pelo tédio.

Mas agora eu percebia que havia muito mais por trás daquela suas estranhas atitudes.

E eu queria descobrir cada nuance de Isabella King.

Queria desnudá-la até chegar em sua alma.

De repente eu queria muito afastar aquela dor que via em seu olhar e toquei seu rosto, mas ela se afastou.

Eu tentei não me sentir irritado, ou magoado. Ela havia se afastado de mim na festa quando eu a beijara também.

Será que ela não percebia que tudo o que eu queria era que ela me deixasse tocá-la?

Com minhas mãos. Com meus lábios. Com meu corpo.

Eu queria traze-la para perto de mim, enfiar minhas mãos em seus cabelos e beijar sua boca até apagar qualquer angustia em seus olhos.

Eu queria sussurrar em seu ouvido que ela não estava sozinha.

–Bella, olhe para mim? – pedi num murmúrio e ela me encarou

Havia desafio nos seus olhos.

Havia um resquício de dor que eu percebia que ela estava tentando apagar.

E havia medo.

Medo do que? De mim?

–Eu estou com você. Eu vou te ajudar seja lá qual o motivo que a faça me querer por perto. Se quer irritar seu pai, chamar sua atenção ou simplesmente fazer com que ele acredite que você pode ter suas próprias escolhas. Mas eu preciso que confie em mim. Que me deixe fazer o que é preciso para isto dar certo.

–O que quer dizer?

–que se encolher ou me afastar cada vez que eu tente toca-la não vai fazer ninguém acreditar que estamos juntos.

Ela desviou o olhar para o chão.

–Eu te disse. As pessoas não costumam me tocar. Elas me tocam quando querem algo de mim. Sempre tem algum interesse por trás.

Bem, eu tinha mesmo um interesse.

De repente algo me ocorreu e eu me levantei e comecei a tirar a roupa.

–Que diabos esta fazendo? – ela indagou confusa.

Eu fiquei apenas de cueca boxer e sorri para ela por sobre o ombro antes de entrar na água.

–Está maluco?

Eu mergulhei e emergi para encontra-la ainda me fitando como se eu fosse louco.

–Entra aqui. – eu repeti as suas palavras. As mesmas que ela tinha dito na piscina de sua casa quando eu aceitara sua proposta.

Ela entendeu.

–Esta de brincadeira! – resmungou em meio a um riso irônico.

Eu levantei uma sobrancelha

–Esta com medo? – de novo o mesmo desafio

–Esta me desafiando? – sua voz era incrédula, mas ela sorria.

Eu soube naquele momento que tinha vendido. Ela ia entrar. Era só uma questão de tempo.

Meu corpo esquentou, mesmo com a temperatura fria da água.

–Parece que temos nossos melhores momentos dentro da água.

–Certo. Isto é um ponto – ela respondeu e sem aviso, retirou o vestido de brocado por cima da cabeça.

Eu engoli em seco, ao vê-la caminhar para dentro da água usando apenas uma calcinha preta e um sutiã sem alça combinando.

Ela era perfeitamente desejável.

E eu era só um cara que sentia um tesão louco por aquela garota intocável.

Mas ela mergulhou e veio para mim.

Eu quase podia soltar um rugido de satisfação, como o leão esperando sua presa vir até ele por livre e espontânea vontade.

Eu a devorei com o olhar, quando ela emergiu, molhada e linda na minha frente.

Nós apenas nos olhamos por um momento infinito.

Eu tinha certeza que ela podia decifrar o meu olhar porque suas palavras seguintes foram um eco do meu desejo mais profundo.

–quero que me toque Edward. – ela deslizou para mim até que nossos corpos molhados roçassem soba água – por favor...

Com um gemido, eu tomei sua boca. Mergulhei meus braços a sua volta, a trazendo inteira para mim, até que não houvesse nenhum espaço. Me afoguei nela.


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