No meio da noite meu telefone tocou. Mas eu não lembrava onde estavam as minhas calças. Afastei a Mary com cuidado para não acordá-la e comecei a procurar. Encontrei minhas calças. Perto da porta junto com a minha jaqueta. O numero no identificador era do Bobby, o que não significava coisa boa.

-Alô.

“Temos um grande problema.”

- Que tipo de problema? – sussurrei tentando fazer o mínimo de barulho

“Que tal o seu irmão envolvido no Apocalipse”

Desliguei. Sabia que mais cedo ou mais tarde teria que lidar com algo desse tipo, mesmo assim, não é uma noticia fácil de receber.
- Dean o que houve? – Mary estava sentada na cama enrolada em um lençol branco me lançando um olhar preocupado, minha cara não deveria estar às melhores.

- Você acordou – isso era obvio afinal ela não é sonâmbula, eu acho. Minha tentativa de não acordá-la não surtil muito efeito. Fui até a cama e me sentei de frente para ela que me sorria, incentivando a lhe contar o que estava acontecendo – O Bobby ligou e disse que o Sam está com problemas.

- Foi por casa disso que vocês brigaram ontem? –apenas concordei coma a cabeça, ela percebeu que boa coisa ele não está fazendo

- Sinto muito - ela afagou meu ombro mas parou assim que seus dedos finos tocaram a cicatriz que a mão do Castiel deixou no meu braço. Ela dividia seus olhares entre a cicatriz e o meu rosto se questionando – Dean como... Como você conseguiu isso?

- É uma longa historia. Lembra do que o demônio falou em Port Angeles? – ela confirmou com a cabeça enquanto contornava a cicatriz coma ponta do indicador – Essa é a marca pra eu nunca me esquecer que um dia estive no inverno – como se pudesse apagar todas as atrocidades que fiz por lá.

Ela parou. Olhos fixos em meu rosto, sem falar pó minutos que pareceram horas

- Você esteve mesmo no inferno?- perguntou sem saber se acreditava ou não


-Outra longa historia – não era momento pra falar sobre isso – Prometo te contar tudo mais tarde – afaguei seu rosto – Preciso ir atrás do Sam – ela concordou – Antes vou te deixar na casa do Bobby, ficará mais segura lá – essa ela não engoliu

-Não eu vou com você. Eu quero ajudar, afinal, tenho minha parcela de culpa

- Do que está falando?

- Se na estivesse aqui comigo, estaria protegendo o seu irmão – baixou a cabeça pra o colchão envergonhada

- Ei – me aproximei mais passando a mão pelo seu cabelo- Ele é bem grandinho pra saber o que é certo ou errado e o que ele vem fazendo não é nada certo, cansei de avisar. Você não tem culpa absolutamente de nada – isso era mais do que verdade, estranho que ela se sentisse assim

- Mary não é seguro pra você. É melhor... – ela se levantou e começou a andar pelo quarto procurando suas roupas.

- Dean isso não é discutível. Vou contigo quer você queira, quer não – ela parou olhando pra mim com as roupas nos braços – Então, vai ficar o dia inteiro ai – e entrou no banheiro me deixando perplexo na cama. Ela falou mesmo serio e não iria permitir que eu a contrariasse.