Mil e umas maneiras de escrever PruHun escrita por Beilschmidt


Capítulo 4
Teimosia


Notas iniciais do capítulo

Hallo!
;3; só achei que deveria ter caprichado um pouco mais no capítulo, mas enfim, entrego-o do jeito que está mesmo antes que eu me arrependa mais ainda.



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Elizabeta cuidava carinhosamente de seu canteiro de rosas brancas quando Gilbert apareceu andando na calçada levando os cachorros de seu irmão para dar uma volta na praça, sério e com as mãos nos bolsos. Levantou o olhar e ficou com cara de interrogação ao vê-lo passar calmamente; o muro que separava a calçada da rua de seu jardim era baixo, um metro e dez. A morena deixou o regador e o saquinho de sementes no chão e tirou as luvas; era estranho ele passar por ali nos domingos passeando com os três cachorros e não lhe dar uma indireta sequer. Ela só o viu sério, mesmo, no dia anterior quando Gilbert apareceu em sua casa para declarar seu amor. Bem, ela sabia achava que era brincadeira dele, pois sempre que o alemão dizia tal coisa ele ria. Ela o rejeitou, via-o apenas como um amigo; o albino fechou os olhos e ficou sério, desejou ‘boa noite’ e saiu sem mais palavras, deixando-a perplexa com a atitude fria. Deu de ombros e voltou a dar atenção às flores.

O que ela não sabia era que Gilbert costumava rir quando ficava nervoso, e como ele era demasiado alegre ela não consegue diferenciar quando ele está com vergonha e nervoso ou alegre mesmo.

.x.

Duas semanas depois e ele nem ao menos olhou para ela, nem a desejou ‘boa tarde’ quando levava os cachorros para passear. Elizabeta se sentia sozinha, seu humor mudou e sentia que faltava algo dentro de si.

Algo que ele havia roubado de si.

Seu coração.

Por anos vinha querendo esconder e fingir que tal sentimento não existisse, pois já se machucou por amor uma vez e não queria provar da mesma dor novamente. Mas dessa vez era pior; sentia-se sufocada, queria gritar, implorar por ele. Foi quando não aguentou mais e desmaiou.

.x.

Gilbert sentia falta do sorriso dela, mas sabia que depois daquele doloroso ‘não’ as coisas mudariam entre eles, depois de tanto tempo e tantos foras aquela tinha sido a gota d’água. Resolver-se-ia afastar dela. Mesmo que o machucasse mais ainda ele não poderia implorar, sabia que ela poderia ter outro, e estava cansado de tentar e nunca ter resultado, a paciência esgota, sabia Elizabeta?

Suspirou e continuou a andar, mas teve de aplicar mais força para que seus cachorros pudessem sair do lugar. Estranho, eles latiam e puxavam suas coleiras querendo aproximar mais do portão da frente, mas logo ligou os pontos. Elizabeta sempre estava ali no jardim cuidando de suas flores, e ela não estava lá. Rodeou e pulou o baixo muro onde não estava cercado com plantas; de longe viu a porta da varanda aberta e um vulto no carpete da sala. Correu até lá e deparou com a morena desmaiada no chão, a face pálida e lágrimas escorriam pelas bochechas. Com cuidado a pegou nos braços e deitou-a no sofá tratando de sentir a pulsação, com a mão livre pegou o celular e ligou ao irmão pedindo para trazer sua maleta de primeiros socorros. Blackie, Berlitz e Aster estavam sentados e inquietos, desde pequenos foram criados com carinho por Gilbert e seu irmão, Ludwig, e eles adoravam Elizabeta, tanto que quando os alemães precisavam viajar a trabalho ela quem tomava conta deles.

.x.

Ludwig segurava o braço da moça enquanto Gil injetava a agulha na veia dela, segurou firmemente e começou aplicando a glicose. A húngara tinha hipoglicemia e sempre que sua taxa de glicose caía a ponto dela desmaiar ia até o alemão, o albino era um ótimo médico e cuidava das doses que tomaria por dia. Seis minutos depois juntou a agulha “borboletinha”, a ampola de glicose e de vitamina C para jogar no lixo apropriado na sua casa. Lud pegou o saquinho e guiou seus cães após despedir-se do irmão, saiu.

.x.

Abriu os olhos lentamente e viu aqueles lindos e exóticos olhos vermelhos, desesperou-se ao ver ele tão perto, corou e abraçou uma almofada, sentiu seu braço formigar um tanto e logo detectou o pequeno furinho na veia.

–Gil, o que…

–Por que tu não tens se alimentado direito? – cruzou os braços. Ela permaneceu em silêncio; suspirou e pegou-lhe as mãos – Olha, já disse que lhe amo, e mesmo que não me queiras para mais que um amigo eu cuidarei de ti, querendo ou não. Entendeste? – ela sorriu minimamente.

Aos poucos foi puxando-o pelo braço para um abraço tímido.

–Não fique mais sem falar comigo, isso machuca. – fez bico – Além do mais… devo dar-te algo que sempre quis. – beijou-lhe – Obrigada por cuidar de mim, sei que sou teimosa e tudo o mais, é que não quero machucar-me por amor novamente.

–Farei meu melhor como seu companheiro, porque eu sou incrível. – sorriu.

.x.

Estava anoitecendo e lá estava os dois, deitados em um colchão inflável na varanda; tinha faltado luz e observar as estrelas era bem melhor que jogar UNO a luz de velas. As mãos dadas, o vento nos cabelos castanhos, o brilho dos olhos cor de sangue, o silêncio da rua; eles não precisavam de palavra alguma para, agora, saber do amor do outro, com tudo resolvido era hora de aproveitar o que a vida lhes aguardava.


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Notas finais do capítulo

:v devo ampliar mais os temas, sinto que os capítulos estão ficando clichês. Bem, até o próximo. Tschüss.