Rainha dos Corações escrita por Angie


Capítulo 21
Enquanto isso na Sibéria | Serena


Notas iniciais do capítulo

Olá, jujubas! Hoje NÃO é quinta, hoje NÃO é dia de RDC, mas aqui estou eu e tenho dois motivos:
1- Quero adiantar um pouco as coisas, já que daqui duas semanas minhas férias acabam e eu não quero que a fic seja terminada só em 2020 ashauhsuahsua
2- Depois do desastroso último capítulo, queria "reembolça-las" com as divas siberianas. Fiquei até com medo de perder vocês depois do 20º, sério. Quase morri. Então resolvi dar um "tempo" com os dinamarqueses.
3 (só eram dois, não? ah, eu tenho três): A minha barra de atualizações está igual há três dias! Já estou ficando até agoniada!
Enfim, espero que vocês gostem!
Música que é tocada: https://www.youtube.com/watch?v=9q4A1zrSB_c
Observação: Lindas criadoras das siberianas, vocês podem notal algumas mudanças na famílias de suas personagens, mas foram todas necessárias. Eu tive de juntar todas e dei preferência para quem chegou primeiro u.u
Observação²: Esse é o prazo limite para enviar as roupas para o baile (só quem precisa)
xoxo ACE



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As paredes amarelas recém-erguidas do Palácio de Inverno estavam expostas a exatamente 12 graus centígrados. O lado de dentro, protegido por camadas e mais camadas de concreto, estava aconchegante. Porém, no lado de fora, as paisagens frias de outono tomavam conta.

O paço se localizava em Omsk, distante 12 horas da capital do país, Tomsk. Ele havia sido construído por ordem da Rainha Alesya 20 anos antes, quando a tão esperada independência foi assinada. Como a antiga soberana vinha de uma nobre família russa descendência ostra-europeia, o local seguia os padrões clássicos da arquitetura. Já na entrada isso era percebido, já que grandes arcos em estilo grego eram os recepcionistas. Colunas compósitas de mármore cercavam toda a construção, sustentando a enorme sacada, local onde a família costumava passar as tardes. Para completar, uma grade estátua do busto do primeiro rei da Sibéria, Yuri Dimitri I, observava tudo da base do telhado.

O lado de dentro, por outro lado, era decorado nos padrões russos, com paredes folheadas a ouro e grandes lustres de cristal. Da grande janela central da fachada do palácio, via-se uma enorme sala coberta de tapetes. A música que vinha do lugar se espalhava por todo palácio, abrilhantando a tarde de todos os moradores do local.

A melodia vinha da harpa, inclinada levemente sobre uma menina de cabelos castanhos avermelhados. Era Yelizaveta Alla Dyveke Brietvisk-Feofilakt, décima na linha de sucessão ao Trono Siberiano. Ela tocava La Campanella de Franz Liszt, um renomado compositor húngaro. Mordendo o lábio e franzindo a testa, demonstrava concentração ao mexer os dedos delicadamente para obter as notas desejadas.

A sua volta, os familiares escutavam pacificamente, enquanto realizavam suas tarefas. Katarina, a herdeira, e seu noivo, Hiroshi, resolviam os detalhes de seu casamento, que estava próximo. A Princesa Agnessa, esposa do irmão mais novo do Rei, bordava grandes toalhas de mesa. Natasha recebia tratamentos de beleza. E os outros primos apenas estavam ali para marcar presença, para passar um tempo de paz com sua família.

Infelizmente, aquele momento de tranquilidade logo foi quebrado. O belo som da harpa foi interrompido quando o som do bater da porta de carvalho tomou conta do ambiente. Serena Rivera, a Duquesa de Omsk, pisava firme. Seus cabelos escuros esvoaçantes balançavam com a velocidade do andar e seus olhos azuis traziam um brilho estranho. Ela estava furiosa.

Logo depois a figura esbelta da Rainha apareceu do outro lado do espaço. Suas longas madeixas louras-escuras estavam soltas, o que não era usual. Enquanto caminhava na direção dos outros, passava a mão freneticamente pelo rosto. Para quem a conhecia bem, essa ação era um indicador de um surto iminente. E isso, claramente, não era nada bom.

— Agnessa, ajude-me com essa menina! — disse, ou melhor, gritou a mulher, com raiva.

Pasmos, os outros a encaravam. Jamais haviam visto a soberana com um nível tão alto de raiva. A surpresa era tanta, que os sobrinhos pararam suas atividades apenas para observar. Agnessa, a tia sempre calma e auxiliadora, era a única que continuava seu trabalho. Ela já imaginara que, uma hora ou outra, Serena causaria intrigas.

— O que foi? — questionou ela, tocando as mãos da cunhada delicadamente.

— Eu estava apenas pedindo para acompanhá-las — intrometeu-se a Duquesa, sentando no banco à frente do piano de cauda cor de vinho. - Eu estava sendo pacífica.

— Então qual é o problema? — perguntou a princesa, um tanto confusa, encarando a Rainha.

— Se ela quisesse ir junto, deveria ter me avisando antes — admitiu a loura, ainda exaltada — Eu a levaria com muito prazer.

— Não venha com essa história! — exigiu a mais nova, batendo as mãos nos joelhos. — Ninguém me contou sobre essa viagem!

Desta vez, nada foi dito. Os olhos azuis, típicos da família Brietvisk-Feofilakt, trocavam olhares cúmplices. O que Serena alegava era realmente verdade, eles não disseram nada sobre a visita à Dinamarca. Todos concordaram com isso, em certo momento, mesmo sabendo que ela, eventualmente, descobriria. Porém, admitir isso naquele momento era pedir para morrer.

— E agora todos negam! — a menina exclamou, sem se importar com seu tom de voz.

— Imaginamos que você não tinha nenhum motivo para nos acompanhar. — mentiu Odelle, olhando fixamente para a sobrinha, desafiando-a.

— Nenhuma de vocês tem, na verdade — retrucou, respirando fundo.

— Acho que devemos analisar isso melhor — sugeriu Agnessa, com muita paciência. — Odelle irá se encontrar com a Rainha Juliane para discutir assuntos políticos, Katarina irá ajudar as aspirantes à Princesa no campo diplomáticos e Yelizaveta irá propagar a ONG dela. Motivos nobres.

— Ora, se é assim, eu também tenho motivos nobres — alegou, dando um sorriso maligno.

Odelle fitou a garota. Tinha de fazer força para segurar o riso. Serena inventaria qualquer coisa para conseguir o que queria

— Camille fará uma visita daqui algumas semanas e eu, como modelo da nova coleção delas, preciso estar presente.

— Não vejo "motivo nobre" nisso — disse a Rainha, arqueando aa sobrancelhas.

Serena se pôs de pé, deixando, aos poucos, o piano para trás. Ao andar, ela tinha um gingado sensual, que fazia todos os homens babarem por ela. O quadril se inclinava levemente para o lado, e os passos eram graciosos tais quais os de uma modelo. Assim, ela queria também seduzir a família, fazendo-a cair em seus encantos.

— Você não quer que as Selecionadas vistam aqueles vestidos feitos às pressas pelas criadas, não é? — questionou ela à tia, pousando uma das mãos na cintura. — Então, é tudo pelo com gosto.

— Você só irá se for a pé — afirmou Odelle com firmeza.

— Apenas 968 horas de caminhada, fácil! — exclamou Katarina, enquanto assinava um dos milhares de papéis referentes a seu casamento. — Mas nós temos jegues também.

Apesar do clima tenso, uma risada foi ouvida. Helina, de 18 anos, a mais nova das princesas e também a mais risonha, não conseguira segurar. Só de imaginar a prima caminhando por mais de um mês, atravessando metade da Rússia e da Europa, uma gargalhada indesejada surgia em sua garganta. Ela reclamaria do grande período que ficaria na estrada, mas, provavelmente, demoraria o dobro, pois o número de amigos que tinha para visitar era infinito.

— O trem tem espaço suficiente, não adianta dizer que está lotado — afirmou a Duquesa, interrompendo a risada da loura.

— Querida, você deve entender, são três dias de viagem e tudo está programado para três pessoas, não quatro — justificou a tia, levantando-se para ficar na frente da menina. — Nem tudo é como desejamos.

Ela pôs as mãos sobre os ombros da Serena com afeto. Olhando diretamente para seus olhos azuis brilhantes, ela via a cunhada, Irina, que falecera dando a luz à filha.Diferente da menina, ela era dócil e calada. Era raro ouvir sua voz mansa pelos corredores. Com certeza, a vida da Duquesa seria muito melhor com a mãe presente, afinal, deixar uma criança orfã nunca fora uma opção para a Princesa e Bianor. Porém, infelizmente, nada pôde ser feito. E as consequências disso não foram nada boas.

— Isso é só uma desculpa, eu sei que vocês não querem minha companhia — disse a morena, desvinculando-se dos braços da tia. — Mas eu vou, já está decidido.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram?
Bom, eu sei que a Serena ganhou mais "destaque" e isso tem uma explicação: não conseguiria explicar tudo isso la na "Dinamarca", então achei melhor colocar agora. Mas podem ter certeza que Yelizaveta (