Rainha dos Corações escrita por Angie


Capítulo 20
Escapatória | Alexander


Notas iniciais do capítulo

Oi jujubas! Hoje ainda é quinta, mesmo que só falte meia hora para sexta....
Olha, não vou nem falar muito, porque foi um parto escrever esse capítulo! Falta de inspiração é algo kkkkkk
Espero que gostem!



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A luz fraca da manhã de setembro ainda iluminava o rosto da garota à frente de Alexander. Seus grandes olhos castanhos o encaravam desde que dissera seu nome, esperando mais um pronunciamento. Ele, porém, estava estático.

Ter uma Seleção significava, justamente, conhecer novas garotas. Para Alexei, representava encarar o desconhecido, já que o amor surgido na competição seria aprovado pelos pais, como nenhum antes fora. Mas como poderia experimentar isso se já conhecia uma das meninas?

O Príncipe não sabia o que fazer a seguir. Conversaria com a menina? Viraria e partiria para outra competidora?

De costas, ele se afastou lentamente de Allice. Para ele, a tensão durara anos, porém, na verdade foram apenas alguns segundos. As outras selecionadas sabiam da situação, mas ignoravam por serem ou respeitosas demais ou por raiva. Por um lado, era até melhor daquele jeito, pois Alexei já se sentia constrangido demais.

O barulho abafado dos passos do menino no chão de madeira escura da Sala de Reuniões era cada vez mais constante. As selecionadas, aos poucos, se tornavam pequenas no meio do grande espaço. As garotas estavam cada vez mais longes e o vidro fosco, cada vez mais perto.

Alexander temia estar tomando a decisão errada. Talvez devesse rever suas ações e voltar atrás. Deixar as inseguranças de lado e ficar na Sala. Geralmente, ele não agia sem pensar, porém aquilo estava sendo diferente. Ele procedeu espontaneamente.

Felizmente, quando sua mão já puxava o metal gelado da maçaneta, um rosto familiar apareceu em sua frente. A menina vestia-se com simplicidade, trajando um vestido azul-claro de decote alto e sapatilhas brancas. O cabelo estava preso em um coque solto, deixando a expressão preocupada em evidência.

— Alexei, está tudo bem? - questionou ela, abrindo um pouco mais a porta de vidro.

— Assuma o controle. – ordenou ele, colocando as mãos nos ombros dela e olhando diretamente para seus olhos. – Mas, por favor, não use sua chatice usual. Entendeu?

Ainda olhando para ele, ela deu um sorriso maldoso. Por um minuto, o príncipe achou a ideia de deixar suas pretendentes com a irmã. Porém, logo tirou o pensamento da cabeça, quando ela se desvinculou de seus braços e andou na direção das garotas. Afinal, Isabella não era tão maléfica assim.

Assim as vinte e duas garotas ficavam para trás, podendo apenas ser vistas de forma borrada pelo vidro fosco. E ele nem percebeu que um vulto o seguia.

****

Alexander se encolhia na minúscula sala de vassouras. O teto baixo o esmagava, obrigando-o a ficar acocado. Equipamentos de limpeza o cercavam por todos os lados. O chão estava molhado por conta dos esfregões recém-trazidos pelas faxineiras. A poeira do lugar fazia o nariz do menino coçar. Não era o melhor lugar para estar, mas esconder-se ali era melhor que passar vergonha em um grande espaço.

Ali ele ficou por alguns minutos, apenas apreciando a calmaria da escuridão do local. Porém, sua paz foi curta. Subitamente, o pedaço de madeira que chamavam de porta se moveu. O vento gelado vindo do corredor abraçou suas pernas, fazendo-o se encolher ainda mais. A princípio pensou que era só aquilo, porém algo a mais apareceu.

A luz que vinha de fora contrastava com a escuridão do interior, permitindo a Alexander somente deslumbrar o contorno silhueta em sua frente. A forma ampulheta do corpo enchia-lhe os olhos.

O menino continuava a encará-la enquanto ela se aproximava. O vestido rosa claro já batia nos pés dele, trazendo uma sensação estranha de toque. Os braços finos dela, sem aviso prévio, se esticaram e tocaram os ombros dele. Ela o prensava cada vez mais na parede, aproximando as cabeças cada vez mais.

— Meu nome é Cassiopeia e você não pode fugir de mim. – Ela disse com uma voz sedutora.

Sem que Alexander percebesse, o tecido azul já estava no chão.

****

“Espere-me acordado.

—O.”

O sol já se punha há muito tempo. Na calada da noite, a escuridão já reinava. Todos no Palácio já dormiam em seus respectivos quartos, porém um par de olhos castanhos ainda não havia fechado. Deitado na cama estava o Príncipe Alexander.

O lençol cinza já estava completamente bagunçado, os travesseiros decorativos se encontravam no chão, assim como as roupas do dia. O leito se encontrava no meio de um grande quarto todo decorado em cores escuras derivadas do preto. A parede direita era coberta por armários lotados. Já na esquerda, via-se a porta que levava ao espaçoso banheiro.

Alexei desfrutava o raro silêncio. Uma brisa leve, vinda das duas janelas guilhotinas de madeira londrina, batia em seu rosto. Para aquele dia atípico, estar deitado sem preocupações era impagável. Ainda mais quando se esperava alguém querido.

No meio da calmaria, os brilhantes olhos azuis de Ophelia apareceram no outro extremo do quarto. Como sempre, ela vestia as roupas brancas de babá, completadas por sapatos pretos, quase invisíveis sob a luz da lua. Lenta e graciosamente, ela se aproximava da cama. O príncipe a encarava com firmeza, sem se mexer.

— Você não comeu com sua família, o que houve? – perguntou ela, deitando-se ao lado dele.

— Acabei me empolgando um pouco na leitura de petições. – ele informou.

Ao mesmo tempo, eles viraram as cabeças, fazendo com que seus olhos se encontrassem. Durante alguns segundos, ficaram assim, como se pudessem furar a alma um do outro. Sem que percebessem, seus lábios já estavam colados. Aquele toque, diferente dos outros que tivera durante o dia, o acalmava e, ao mesmo tempo, o aquecia.

— Agora me conte a verdade. – ordenou ela, cortando o beijo, mas ainda com o nariz colado no dele.

Ele se aproximou novamente, tentando evitar explicações. Não queria contar para ela o que havia acontecido. Desejava esquecer tudo com Lia. Ela, porém, se afastou, relutante.

— Eu sei que o real motivo não é esse. – ela admitiu. – Isabella me disse que você deixou o encontro um tanto estranho. Não que isso seja ruim para mim, porque, se você não gostar delas, eu tenho mais tempo para aproveitar seu amor. Mas eu realmente me importo com você e se Bella...

— Não me diga que ela lhe contou isso à mesa? – disse ele, cortando-a, já com raiva. – Aquela menina me paga!

— Calma, calma. – disse ela, dando a risada que ele tanto amava. – Eu estava levando Saphira para o quarto, sua mãe não ouviu.

— Melhor. – disse ele, aliviado. – Então, Lia... Preciso te contar algo. Não tem nada a ver com o que minha irmã lhe contou, mas é o motivo real do meu sumiço.

Ela assentiu com a cabeça, virando o corpo totalmente para ele. De forma carinhosa, vendo que o que o Príncipe estava prestes a contar era tenso, ela encostava a mão na dele. Já não estavam tão próximos, mas notar a inquietação do menino não era difícil.

— Quando eu fugi do encontro, fui direto para uma pequena sala onde ficam os materiais das faxineiras no primeiro andar. Logo depois uma das Selecionadas apareceu. E ela... – ele suspirou receoso. – Tirou a roupa descaradamente.

As lágrimas que surgiam no rosto da garota eram tímidas, mas perceptíveis. É claro que ela sabia que isso aconteceria em algum momento da competição, mas ainda não estava preparada. Assim como Alexander, ela pensava que teria mais tempo para aproveitar o amor proibido. Com aquilo, porém, não podiam ter mais certeza.

— E o que você fez? – questionou ela, tentando esconder a voz de choro.

— Como homem, eu não pude resistir e fiquei olhando por um tempo. – ele admitiu, sincero. – Mas achei a atitude tão imprópria que logo saí de cena.

As lágrimas agora desciam pelas bochechas da menina abertamente. Ela estava realmente em prantos. Seus soluços quebravam Alexei por dentro. Ele não aguentava a ver assim.

Ele a aconchegou em seus braços, tentando amenizar o choro. Suas mãos ásperas secavam o rosto da amante, afetivamente. Ela, por sua vez, o abraçava como se nunca mais fosse soltá-lo.
— Não se preocupe, é só a sua nudez que eu quero. – afirmou ele, depositando um beijo na testa dela.


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Notas finais do capítulo

ASHAUSHAUSHAUSHAUSHAUSHAUS
Em minha defesa, essa ideia toda de nudez não foi completamente minha. Meu amigo mais zoero do mundo que sugeriu... Mas ele queria que fosse no banheiro... O que acharam?
Eu sou Ophexander (bom nome de ship?) shipper... me perdoem.... Mas acho que isso logo vai mudar rsrsr
Gente, não esqueçam do look! É até o próximo capítulo (só para quem precisa!)
Já viram o post sobre as eliminadas lá no blog? Se não: GO GO GO www.rdccasareal.wix.com/fanfiction



Curiosidade: No início, o nome da Saphira era para ser Anne-Marie, mas acabou sendo o que é hoje porque ela é realmente uma pequena joia.