O Começo de Um Novo Fim - Dramione escrita por Valkyrie Narissa


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo para vocês, meus amores. Esse está um pouquinho monótono, mas é isso aí. Espero que gostem e não se esqueçam de comentar.

Alguns livros que citarei aqui são mais recentes apesar da história se passar em 1998. Por favor, não estranhem. Nesse capítulo é citado o livro "A Culpa É Das Estrelas" e "Guerra dos Tronos".

A gente se fala lá em baixo. Beijos :*



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~Pov Draco

Após o jantar voltei para o apartamento que dividia com a Granger e quem o visse agora concordaria comigo, o cômodo estava com um clima esquisito, frio e triste, parecia que um dementador havia estado lá há pouco. Alguma coisa estava faltando, algo quente, alegre e feliz. Era irônico eu estar sentido falta de "felicidade" no ambiente, eu era um ex-comensal, não tive muitos momentos felizes em minha vida. Lentamente andei por todo salão comunal procurando algo que talvez justificasse essas sensações estranhas. Vi que a lareira estava apagada e pensei "Talvez seja por isso que esteja tão frio." e com um aceno da varinha a lareira foi acesa. Embora o fogo aquecesse todo o local, a sensação de algo faltava não passara.

Sentei em uma das poltronas frente à lareira e fiquei um tempo observando o crepitar das chamas. Meus olhos estavam focados na bela mistura do laranja com o amarelo, mas meus pensamentos estavam em certa morena que deveria estar no quarto ao lado, mas que na verdade estava em uma maca na ala hospitalar.

Sem que meu consciente percebesse acabei entrando em seu quarto, e assim como o meu era decorado com as cores de ambas as casas. Por todo o quarto havia livros, pergaminhos, penas e tinteiros, típicos objetos de uma sabe-tudo.

Em sua cômoda havia várias fotos, bruxas e trouxas, com os dois idiotas que vivem com ela, com suas duas melhores amigas e com um casal que parece ser seus pais. Entre todas as fotos, uma chamou-me a atenção. Na foto, Hermio... Granger estava lendo sob uma árvore frente ao lago negro. Ela parecia alegre e feliz, estava com um sorriso tímido estampado em seu belo rosto e ao perceber que estava sendo fotografada cobriu o rosto com as mãos em uma tentativa de se esconder. Bem no cantinho da foto era possível ver a ponta de vestes das Sonserina, tinha alguém em cima da árvore, mas quem seria? Minhas lembranças me atingiram como um soco na boca do estômago. Era EU naquela árvore. Lembro-me bem desse dia, toda a felicidade expressa naquela foto foi destruída minutos mais tarde. Estávamos no meio do terceiro ano, antes do soco que ela me deu perto da cabana do meio gigante, foi o dia em que eu e um grupo de sonserinos a jogamos no lago. Ela não sabia nadar e se não fosse pelo Santo Potter ela provavelmente teria morrido afogada. Foi a primeira vez que sua máscara caiu, a primeira vez que chorou na minha frente. Eu me mostrava feliz com o feito, mas sentia algo estranho em meu peito, algo nunca sentido antes.

Uma onda de arrependimento me atingiu, eu fui o responsável por todo seu sofrimento durante os sete anos que passamos em Hogwarts. “Por que eu estou ligando para isso? Ela é apenas uma sangue-ruim, uma pessoa insignificante. Será?” Eu não deveria me sentir assim, mas pensar que eu fui o responsável pelo desaparecimento do seu lindo sorriso fazia eu me sentir a pior pessoa do mundo. Preferia receber mil vezes a Maldição Cruciatus a isso.

Sentei em sua cama e um cheiro gostoso de camomila invadiu minhas narinas. Fiquei um tempo apenas aproveitando o delicioso aroma proveniente de seus lençóis submergido em minhas lembranças e arrependimentos. Perdi a noção do tempo e de onde estava e o sono foi me dominando, acabei cochilando em seu quarto.

SONHO ON

Estava na aula de poções fazendo dupla com a Granger e eu ria com escárnio enquanto ela revirava os olhos irritada comigo.

– Senhor Malfoy? Senhorita Granger? Podem vir aqui um instante? - nos levantamos e fomos para frente da sala. Ficamos cada um de um lado do caldeirão. - Podem, por favor, dizer para a classe o cheiro que sentem com a poção?- cheguei perto do caldeirão e dei uma forte fungada na fumaça espiralada.

– Livros, cereja e xampu de camomila. - respondi. Granger chegou perto para sentir também.

– E a Senhorita? O que sente? – perguntou dessa vez para Hermione.

– Limão, perfume masculino, com um leve cheiro amadeirado, e loção pós barba. – respondeu sorrindo.

– Muito bem, podem voltar aos seus lugares. - nos sentamos novamente e a aula transcorreu tranquila.

SONHO OFF

Acordei assustado sem saber onde estava meus olhos aos poucos se adaptavam a escuridão, percebi que ainda estava no quarto da Granger. Olhei para o despertador na mesinha de cabeceira e vi que havia se passado apenas duas horas desde que cheguei ao apartamento, ainda eram 10h30min da noite.

Voltei para o salão pensando no sonho que tive, que na verdade era uma lembrança da aula de poções de hoje cedo. "Eu realmente senti esses cheiros? Não pode ser. A poção nos faz sentir os cheiros que mais nos agrada e eu senti o cheiro da Granger. Não é possível. Eu não posso estar gostando da sabe-tudo irritante Granger." pensei.

O apartamento estava irritantemente silencioso, sentia falta das brigas, do barulho, das tentativas de ter uma conversa civilizada com a sabichona. Doía admitir, mas eu sentia falta de Hermione Granger. “Amanhã irei mandar uma carta para minha mãe pedindo conselho, só ela me entenderá.”

Resolvi pegar um livro na estante para distrair minha mente de todos os pensamentos que envolviam a grifinória, peguei um fininho de capa azul e branca, chamava-se "A Culpa é das Estrelas", embora eu fosse sangue-puro, a literatura trouxa era bem agradável e esse livro eu nunca havia lido.

“Faltando pouco para eu completar meu décimo sétimo ano de vida minha mãe resolveu que estava deprimida, provavelmente porque quase nunca saía de casa, passava horas na cama, lia o mesmo livro várias vezes, raramente comia e dedicava grande parte do meu abundante tempo livre pensando na morte.

Sempre que você lê um folheto, uma página da Internet ou sei lá o que mais sobre câncer, a depressão aparece na lista dos efeitos colaterais. Só que, na verdade, ela não é um efeito colateral do câncer. É um efeito colateral de se estar morrendo...”

~Pov Hermione

Posso dizer que nunca tive uma noite de sono tão boa quanto essa. Madame Pomfrey, a enfermeira, deu-me uma opção para dormir sem ter sonhos e repousei a noite inteira. Porém descobri que Merlin me odeia porque mandou um ser ruivo me acordar uma hora antes do necessário.

– Gina, eu vou matar você por me acordar às 6 horas da madrugada. - sussurrei, ainda estávamos na ala hospitalar e havia alguns enfermos, vítimas dos treinos de Quadribol, dormindo. - Eu te odeio Ginevra.

– Para de fazer drama, Hermione. E não me chama de Ginevra. Eu odeio isso. - sentou-se ao meu lado para pentear meus cabelos. - Para de reclamar pelo menos uma vez na sua vida.

– Mas por quê me acordou tão cedo? - bocejei.

– Temos que conversar com você. Só estou esperando a Luna chegar. - e como se tivessem combinado, Luna Lovegood entra na enfermaria saltitante com suas longas e loiras madeixas esvoaçando.

– Bom dia meninas! - Luna estava realmente muito animada. Como isso é possível? Eram seis horas da manhã. - Como passaram a noite?

– Ótimas - Gina e eu respondemos juntas. Rimos baixinho e Gina continuou. - E a sua?

– Foi boa, mas os zonzóbulos me aborreceram um pouco. - Luna começou uma explicação sobre os perigos de os zonzóbulos irritarem você durante o sono. Realmente não sei de onde ela tira esses bichos estranhos. - Mas não foi para falar sobre isso que vim aqui. Gina comece. - Luna se sentou em um poltrona de frente para Gina e eu.

– Bom, eu achei muito estranha a atitude do Malfoy ontem com você, Mi. - Gina começou a falar meio desconcertada. - Serei direta. Eu acho que ele gosta de você, Mione. - comecei a rir que nem uma louca e algumas pessoas que estavam dormindo resmungaram por ainda ser muito cedo. - Contei a Luna o que aconteceu ontem e ela concorda comigo. - olhei para a loira sentada à minha frente com uma sobrancelha arqueada.

– É verdade, Mi. Ele teve algum motivo lógico pra ter feito o que fez? - neguei com um balançar de cabeça.

– Isso é insano. Eu sou só uma sangue-ruim, ele nunca iria gostar de mim. - abaixei a cabeça tristemente. - E mesmo se por milagre de Morgana isso fosse acontecer, ele nunca admitiria.

– É aí que você se engana, sangue-ruim. - Gina engrossou a voz em uma tentativa falha de imitar o Drac... Malfoy. - Eu tenho um plano. - um sorriso maléfico surgiu em seus lábios seguido de uma risada sarcástica. Olhei-a com dúvida. - Digamos que nós faremos uma festinha amanhã à noite.

– Oba! - exclamou Luna animada. - Tipo uma festa do pijama? - Gina afirmou e Luna ficou mais animada se é que era possível. - Entendi o que você pretende fazer, Ginevra Molly Weasley. - Luna juntou-se a Gina na risada e eu abaixei a cabeça corada de vergonha. Nunca tinha ido a uma festa do pijama, sabia o básico pelos filmes trouxas que via vez ou outra. Não sabia o que isso tinha a ver com o Malfoy.

– Mione, quando o encontrar fale da festa e convide-o de forma amistosa. Não se esqueça, amanhã à noite, 20 horas. Diga que ele pode levar alguns amigos também. - o sorriso não saiu de sua face - Irei chamar o Harry e o Ron.

– Tudo bem. Acho melhor eu voltar para o salão comunal. Ainda teremos aula, queridinhas. - saímos da ala hospitalar rindo.

Passei todo o caminho pensando no que Gina e Luna falaram. "Será que o Malfoy gosta de mim? O que eu estou pensando? É claro que não. Ele é um Malfoy, vem de três famílias super importantes no mundo mágico. Os Malfoy, os Black e os Rosier são as famílias mais adeptas aos ideais de Voldemort e são fanáticos pela conservação do sangue puro. Não acredito que isso tenha mudado após a queda do Lorde deles. E além do mais, ele me odeia assim como eu o odeio. Isso nunca mudará.".

Abri a porta do salão comunal e deparei-me com uma cena chocante e é linda de se ver. Linda porque Malfoy estava dormindo jogado de qualquer jeito no sofá de couro com uma calça de moletom cinza e uma blusa branca nada folgada, era possível ver o contorno de todos seus músculos. Seu cabelo estava completamente bagunçado e alguns fios loiros caíam em seus olhos fechados. Parecia um anjo dormindo, pena que quando acordava encarnava o pior demônio do inferno e o pior monstro do tártaro e qualquer sinal do anjo desaparecia completamente. A cena também era chocante porque ele estava dormindo agarrado com meu exemplar de "A Culpa é das Estrelas", um livro trouxa. Impossível ele estar lendo esse livro, no mínimo pegou para me irritar.

Fiquei com pena e medo de acordá-lo, mas se não fizesse ele se atrasaria e colocaria a culpa em mim. Guardei o livro na estante do salão e resolvi acordá-lo.

– Malfoy! Malfoy acorda. - balancei levemente seu ombro direito e dei tampinhas em seu braço. - Malfoy, você irá se atrasar se não levantar agora. - nada, ele nem se mexeu. - LEVANTA! - gritei. Resmungou coisas sem sentido e mudou de posição ainda dormindo. Sem alternativas resolvi apelar para doce e velha magia. - Aguamenti!– um jato de água saiu da ponta da minha varinha atingindo em cheio o rosto do loiro.

– GRANGER! VOCÊ FICOU LOUCA? POR QUE FEZ ISSO? - ficou sentado no sofá tentando se recuperar do susto. Retirou a camiseta branca para secar seu o rosto molhado e perdi-me entre os gominhos do seu abdômen definido.

Merlin! Que peitoral é esse?

Foco Granger!

Como focar em algo com um peitoral desse na minha frente?

Imagina que é o Filch sem camisa.

Não consegui conter uma careta com tais pensamentos e dei uma risada nasalada.

– O que foi sangue-ruim? Tira olho que eu não sou para o seu bico. - Malfoy disse com desdém e revirei os olhos. - Cuidado para a baba não escorrer.

– Poupe-me Malfoy. Eu nunca iria quer algo com você. No dia que isso acontecer você pode me internar. – retruquei com deboche.

– Você tem algum hospital psiquiátrico de preferência ou eu posso escolher? – riu com escárnio.

– Imbecil. Acho bom você baixar sua bola e se colocar no seu lugar. – o afrontei com meu olhar mais intimidador possível. - Eu iria te fazer um convite, mas não vou mais.

– O que te faz pensar que eu irei aceitar algo vindo de você? – perguntou com uma sobrancelha arqueada.

– Você nunca recusaria um convite para uma festinha privada. – me virei para entrar em meu quarto, mas o loiro aguado segurou firme meu pulso. - Solte-me.

– Calma. Não farei nada com você, ainda estou com minha sanidade mental intacta. - em seus lábios brotou um sorriso sarcástico. - Mas você tem razão, eu nunca recuso uma festa, mesmo sendo convidado por uma impura. Fale-me mais sobre a tal festa.

– Quero deixar claro que não faço questão da sua presença nessa "festa" - fiz aspas com os dedos. - Você não merece nada vindo de mim e nem dos meus amigos depois de tudo o que você fez com a gente e com todos durante a Guerra, mas aparentemente Gina e Luna pensam o contrário. Elas querem fazer uma festa do pijama aqui no salão. - um sorriso malicioso surgiu no canto de seus lábios. Seus olhos cinza brilharam e ficaram mais claros se é que era possível. Relaxou o aperto em meu pulso, mas continuou segurando minha mão. Achei estranho o gesto, mas não me esquivei.

Merlin! Desse jeito eu não aguento.

Nem você e nem eu.

Eu sou você, doida. Você é minha consciência.

– Quando será? – perguntou me soltando definitivamente cruzando os braços. Ato que destacou ainda mais seus músculos desnudos.

– Amanhã à noite, por volta das 20 horas. Topa? – perguntei sorrindo.

– Quem virá? – pelo visto ele não daria o braço a torcer tão facilmente.

– Poucas pessoas. Somente Harry, Gina, Luna e Rony. - fez uma careta engraçada e não contive o riso. - Você pode trazer alguns amigos também, relaxa.

– Não sei se é uma boa ideia juntar sonserinos e grifinórios em um mesmo ambiente sem supervisão. – rimos. - Mas como eu gosto de ver o circo pegar fogo, eu aceito. - assustei-me com o ditado trouxa.

– Ok! – me virei e segui para o meu quarto, mas voltei minha atenção ao loiro na sala. – Agora pode parar. Você realmente está me deixando assustada.

– Por que? – perguntou claramente confuso.

– Eu chego aqui e encontro você abraçado com um livro trouxa e agora vem com um ditado também trouxa. O que está acontecendo? – cruzei o braço em baixo dos seios com um sorrisinho sínico nos lábios.

– Granger, você não me conhece. – disse enquanto se aproximava. – Eu nunca odiei os trouxas realmente. Inclusive sou fascinado por suas músicas e por sua literatura. – a cara de espanto que fiz deve ter sido a mais engraçada do mundo, pois Malfoy se contorcia no chão de tanto rir.

– Você não pode estar falando sério. – eu disse ainda incrédula.

– Mas estou. – ele viu que eu não estava acreditando, pois continuou. – Você quer uma prova? – afirmei com a cabeça. – Meu livro favorito é “Morro dos ventos uivantes”, gosto muito de obras clássicas, principalmente as de Shakespeare. – abri minha boca em perfeito “O”. – Gostei muito do livro que eu li ontem à noite, “A Culpa é das Estrelas”, me fez ter um momento de epifania. – cai sentada no sofá com os olhos arregalados e a boca aberta sem emitir som algum. – Você está bem? - perguntou por fim.

– Eu acho que sim. – belisquei-me na intenção de acordar desse sonho, mas constatei que não passava da mais pura realidade. – Só muita coisa para digerir. – ele sorriu vitorioso. – Não esperava isso de você, Malfoy.

– Sempre o tom de surpresa. – rimos juntos. – Então, Senhorita Granger, algum livro para me recomendar?

– Acho que você vai gostar desse. – fui até a estante e peguei um livro grosso, um dos meus favoritos. – Eu particularmente gosto muito desse.

– Guerra dos Tronos? – leu o título e crispou as sobrancelhas. – Sobre o que é?

– É bem complicado de se explicar e impossível sem dar algum spoiler, mas para sua felicidade se resume em 45% de mortes e 45% de sexo. – um sorriso enorme brotou em seus lábios, não pude deixar de notar o quão bonito ele ficava quando sorria.

– E os outros 10%? – perguntou ainda sorrindo.

– É a porcentagem de diálogos civilizados. – rimos juntos mais uma vez. – Vou me arrumar para a aula, com licença. – antes de entrar em meu quarto me virei novamente para o Malfoy. – Você deveria sorrir mais, tem um sorriso lindo. – seu sorriso se aumentou e o acompanhei. Bati a porta e me joguei na cama usando uma almofada para abafar um gritinho. "Não é possível que eu esteja gostando do Malfoy. Será? Isso é tão errado."

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What Could Have Been Love - Dramione |

Uma noite na Torre de Astronomia | F.R.I.E.N.D.S


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Notas finais do capítulo

O que acharam desse capítulo? Mereço reviews? Favoritos? Recomendações?
Beijos :* Amo vocês.



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