Isso não é normal - Perina escrita por Pipoca


Capítulo 25
Bad Blood


Notas iniciais do capítulo

Nem sei como começar essas notas iniciais, mas eu quero começar assim: Me perdoem! Eu tentei avisar para alguns nos reviews, como eu disse eu estive de mudança, mas infelizmente não foi só isso... Minha cachorra teve uma crise alérgica e eu levei ela às pressas para o veterinário e pra fechar com chave de ouro um colega meu muito querido morreu hoje cedinho, eu tô tentando não pensar muito nisso, porque isso me deixa muito triste, inclusive terminei os detalhes do capítulo porque eu sei como é ruim esperar capítulos novos em fanfics, mas realmente não deu, ele tava internado e o clima tá pesadíssimo aqui em casa desde então, bom, como eu disse nesse capítulo tem os tais babados e umas coisinhas que eu quis acrescentar... Eu fiquei feliz porque muita gente tentou me alegrar hoje e isso deixou tudo muito mais fácil de lidar, então obrigada! Beijão e tá aí o capítulo, como eu prometi. Desculpem mais uma vez...



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“― Nossa esse lugar é incrível Pê! ― Disse Karina girando com os braços abertos observando cada detalhe daquele lugar que parecia ser o paraíso.

― Eu sei, por isso te trouxe aqui! Esse é o melhor lugar pra se estar com a mulher da sua vida. ― Disse Pedro com um sorriso bobo nos lábios e Karina correu até ele, seu vestido branco balançava devido ao vento, assim como seus cabelos.

―Eu te amo. ― Disse Karina num sussurro assim que os corpos se tocaram.

― Eu também te amo, muito. ― Disse ele afastando uma mecha de cabelo do rosto da sua lutadora. Naquele momento a vida dela pareceu ser entregue a ele, como se ele fosse a força que a faz querer continuar a existir, seus corações batiam no mesmo compasso, sincronizados. Cúmplices.

―Pê cê tá ouvindo esse barulho? ― Perguntou ela e ele parou para escutar.

― KARINA OLHA SÓ! ―Pedro apontou com espanto e ela se virou para ver do que se tratava. Era um dinossauro gigante, roxo, que vinha correndo numa velocidade incrivelmente rápida, eles começaram a correr para tentar se salvar da morte iminente mas o dinossauro foi mais rápido e os alcançou, eles se apoiaram numa grande rocha e o dinossauro se aproximou, mas quando Karina olhou com atenção para o rosto dele viu que mesmo tendo o corpo de um tiranossauro rex o seu rosto era familiar... O dinossauro gritou um “yo!” e ela logo reconheceu, era seu pai no corpo do animal. Pedro fez xixi nas calças e o bicho o engoliu e depois falou algo que Karina não entendeu já que uma sequência de “Bips” soavam alto até demais, logo tudo ficou branco.”

― CADÊ A DROGA DO BOTÃO?? Ah... ― Disse a lutadora abrindo os olhos e vendo que tinham algumas (várias) chamadas perdidas. ―Caramba. Esqueci de ligar pro pai. ― Disse a lutadora coçando a nuca e discando o número que por 37 vezes ligou para o celular dela. ― Pai? ― Disse ela com receio do que ouviria dele.

―Lembrou que tem família dona Karina? Sabe quantas vezes eu liguei pro seu celular? ― Perguntou Gael irônico.

― 37, agora eu me pergunto: Pra que isso tudo? Aconteceu alguma coisa? ― Ela estava aflita com a possibilidade de algo importante ter acontecido equanto ela sonhava que o seu pai metade mestre metade monstro tinha engolido um certo guitarrista.

― Aconteceu que eu fui esquecido pela minha filha que desde segunda não me deu notícias. ― Disse Gael e Karina riu da preocupação dele.

― Pai pelo amor, né? Eu sou maior de idade, vacinada e tô cheia de coisa pra arrumar aqui no apê, eu tentei te ligar, mas toda hora tinha alguma coisa pra resolver... ― Disse a lutadora tentando fazer o pai parar de ser tão coruja.

― KARINA! Você podia ter netos que ainda ia me dever satisfações ‘Gael...’ tá bom Dandara... Olha só, eu quero saber se a minha filhota está bem, só isso. ― Disse ele após ter sido acalmado por Dandara.

― Eu tô ótima, e vocês? ― Perguntou a lutadora que reconheceu a voz da boadrasta do outro lado da linha.

― Estamos bem, Karina me responde uma coisa... Você acordou agora? ― Perguntou Gael e a lutadora ficou sem entender o motivo da pergunta.

― Aham. Por que? ―Perguntou ela curiosa pra saber aonde ele queria chegar.

― Porque já são 12:10, 3 dias morando com esse moleque e você já virou uma preguiçosa. ― Disse Gael e Karina se assustou.

― 12:20?? CARAMBA! EU TENHO QUE ARRUMAR A CASA! Tchau pai! ― Disse Karina desligando sem esperar uma resposta. Ela levantou e saiu correndo na direção da sala, tinha uma reunião de condomínio marcada para às 13:00 e ela não podia se atrasar, mas não queria contar ao seu pai para não parecer irresponsável. ― PEDRO! Que tranquilidade toda é essa?? Você sabe que tem reunião de condomínio não é?? ― Disse Karina chegando na sala.

― Bom dia pra você também esquentadinha, e sim, eu sei que tem reunião e eu já estou pronto. Só estava esperando a bela adormecida acordar. ― Disse ele e ela bufou indo na direção do banheiro. ― Que banho de gato, em? ― Disse ele e ela o olhou irritada.

― Recolha suas piadinhas pra você, seu desafinado. ― Disse ela batendo a porta e rindo da cara de indgnado que ele fez.

― Desafinado nada! Eu melhorei bastante! ― Disse ele, mas ela não abriu a porta para retrucar. Depois de almoçar miojo as pressas eles saíram e já tinham algumas pessoas sentadas numa sala, onde várias cadeiras estavam enfileiradas. Eles sentaram e depois de alguns minutos uma mulher de meia idade apareceu e se sentou numa cadeira atrás de uma mesa e começou a falar dos problemas do prédio e de como eles resolveriam tudo até que ela perguntou quem queria comentar algo e uma mulher desatou a falar.

― Eu não ia falar, mas já aguentei calada tempo demais! Rita, PELO AMOR DE DEUS, pare de ficar de um lado para o outro do apartamento com esse salto infernal! Parece até que tem uma escola de samba inteira sambando de salto 15 no meu teto! ― Disse Renata, uma das moradoras.

― O que? Quer dizer que agora eu não posso mais usar salto na minha própria casa? ME POUPE RENATA! Não é de hoje que você implica comigo e vem usar essa desculpa esfarrapada de que o meu salto incomoda só pra poder me expor! ― Disse Rita a outra moradora que já estava visivelmente irritada.

―Porque eu iria perder meu tempo me preocupando em te expor? Se situa Rita, eu só quero poder dormir em paz! ― Disse Renata e Karina já não conseguia segurar o riso, assim como Pedro.

― Eu estou fazendo um favor para os outros moradores, que graças ao meu salto que não te permite dormir, pararam de ouvir seu ronco estrondoso. ― Disse Rita com uma das sobrancelhas arqueadas e Karina ficou prestes a ir ao seu apê e trazer uma pipoca para continuar a apreciar o barraco.

― Meu ronco?? Eu não ronco sua recalcada! Isso aí é tudo inveja porque eu tenho um carregador portátil e não te emprestei naquele dia! Desde então faz de tudo pra me diminuir, mas escuta só querida, você está tão na merda que não se satisfaz em cuidar da própria vida e tem que se meter na dos outros! Pronto falei! ―Disse Renata e Rita foi ao encontro dela, mais precisamente a mão de rita foi de encontro com o rosto de renata.

― Ridícula! ― Disse Rita equanto esbofeteava Renata.

― VADIA! VOCÊ VAI VER SÓ! ― Disse Renata e Pedro olhou para Karina aflito, ele estava querendo separar a briga, mas a lutadora estava rindo bastante da confusão.

― PAREM AS DUAS! ESSE É UM CONDOMÍNIO CIVILIZADO! ― Gritou a síndica, a tal mulher de meia idade.

― INVEJOSA! RECALCADA! ― Gritou Rita puxando os cabelos de Renata.

― Karina pelo amor de Deus a gente tem que fazer alguma coisa! ―Sussurou Pedro e a lutadora se levantou.

― Pedro, eu não vou me meter nisso de jeito nenhum... Mas eu tô com medo que chamem a polícia e me vejam no meio da confusão... Vamos embora antes que dê problema! ― Disse ela e Pedro levantou também. Eles saíram de fininho e por causa da confusão ninguém notou.

― Nossa, que loucura. ― Disse Pedro rindo enquanto Karina abria a porta do apartamento.

― Pois é, nem acreditei quando aquela garota puxou o cabelo da outra! ― Disse Karina um tanto entusiasmada.

― Você deve ter se sentido num octógono... Por isso tá tão animada. ― Disse ele e ela o olhou feio.

― Muay Thai não é ‘briga’ é LUTA. Arte marcial, é tão arte quanto as músicas que você escreve. ― Disse ela num impulso.

― Como assim as músicas que eu escrevo? ― Disse ele com medo de que ela tivesse lido as músicas e não tivesse gostado ou tivesse pensado que são para outra pessoa.

― Co-como assim o que? Você não é músico? É isso que os músicos fazem... Eles escrevem música... ―Disse ela nervosa.

― Ah, mas eu não escrevo. Não levo jeito. ― Disse ele entrando no apartamento rapidamente.

― Ah... ― Disse ela pensando “Como assim ‘não levo jeito’??? A música ficou ótima! Eu amei... Mas se ele não contou é porque não quer que eu veja...”

― E agora, a gente tem algum compromisso hoje? ― Perguntou ele sentando no sofá.

― Sim. Temos a obrigação de passar o dia vegetando no sofá. Eu vou fazer isso, não sei você. ― Disse ela indo na direção do quarto.

― Eu gostei da ideia, vou ficar no sofá com você... ― Disse ele olhando discretamente para ela enquanto a mesma ia se trocar. “Tá meio frio hoje... Acho que vou colocar um moletom... AH PERA! Perfeito! Vou começar a ‘missão coxas’ agora mesmo! AI DEUS! Será que eu depilei? Hmmm... Depilei! Pronto, agora só falta achar um short ‘BC’ ...” pensou ela encarando o guarda roupa. Ela então achou um short velho que ela usava na academia, mas que com o tempo foi ficando curto demais e apertado demais... “É esse!” pensou ela pegando uma regatinha barata e colocando o micro short preto. Ela saiu do quarto tentando ficar o mais relaxada possível, mas a cara de espanto/alegria de Pedro a deixou mais nervosa e ao ouvir o quase inauditível “uau” que ele soltou sem querer ela sentiu um arrepio, mas se sentou ao lado dele no sofá como se nada estivesse acontecendo.

―Tem algum filme legal passando? ― Perguntou ela colocando as pernas no colo dele, que estava sentado do lado oposto ao dela no sofá.

― N-não sei... Acho que sim... ― Ele estava no meio de um dilema “Agarrar ou não agarrar eis a questão” a vontade de beija-la estava ficando cada vez maior, mas ele concordou em entrar nesse “joguinho” de “só amigos” com ela e não ia deixar que ela ganhasse só por ficar exibindo as pernar “e que pernas...” pensou ele, que pegou o controle remoto e tentou procurar algum filme para assistir. ― “Como se fosse a primeira vez”, bem sessão da tarde, mas eu gosto. Eai? ― Disse Pedro olhando para o rosto de Karina, já que se olhasse para outros locais certamente levaria um chute.

― Tá, pode ser... ―Disse ela que não gostava muito dos filmes melosos, mas tinha um carinho secreto por esse filme.

― Tá frio... Cê tá mesmo com calor? ― Perguntou ele que não sabia como ela estava se sentindo bem com aquele micro short.

― Não sei... Tá quente demais pra colocar um moletom, vou ficar assim mesmo. ― Disse ela focando na missão.

― Vem cá. ― Disse ele puxando ela para perto, ela então se encostou no peito dele e o filme começou. Ela até achava graça do jeito como eles pareciam ter sido moldados para ficar juntos daquele jeito, ela não se sentia pronta para admitir para ele, mas ela já tinha se dado conta da falta que sentia daquele abraço e da paz que ele transmitia. Ele não podia desejar um programa melhor pra uma quarta-feira, ficar abraçadinho com sua “amiga” vulgo amor da vida parecia um sonho, uma lembrança que ele queria trazer para o presente o mais rápido possível, mas tudo seria no tempo dela e eles ainda tinham assuntos pendentes...

― Que lindo isso, sabe? Ele meio que faz ela se apaixonar por ele todos os dias... ― Disse Karina com um sorrisinho bobo no rosto. ― Você faria isso por alguém? ― Perguntou ela sem pretenções, mas logo ela se deu conta da pergunta que havia feito.

― Depende da pessoa. ― “É estranho pensar que eu meio que tô tentando fazer isso, mas pelo visto sou um fracasso.” Pensou ele.

― “Você poderia me dar um último primeiro beijo?” ― Disse o personagem e Karina olhou para Pedro que parecia concentrado no filme, mas deixou a concentração de lado para olhar para ela. O filme parecia ter sido pausado, o mundo parecia ter sido pausado e então o beijo. Quando seus lábios se tocaram foi como se tivessem no sonho de Karina, naquela atmosfera de paraíso, ela foi puxada por ele e acabou por sentar no seu colo enquanto o mesmo a segurava pela cintura e pela nuca. Eles esqueceram de tudo. Naquele momento não existia mais peguetes do Pedro, Projeto Sedução... Mas ainda havia uma coisa, um “detalhe”.

― K, espera... ― Sussurrou ele em meio ao beijo. ― Nossa, isso não devia ter acontecido! ― Disse ele com um olhar vago e ela se levantou furiosa.

― Tem razão. Não devia ter acontecido e não vai mais acontecer, afinal eu nem sei onde eu tava com a cabeça quando deixei você me beijar. ― Disse ela calçando as sandálias.

― K não é isso, é que a gente- ― Disse ele sendo interrompido por ela.

― “ A gente”? Não existe mais um “ a gente” Pedro, agora eu vou pro meu quarto porque já cansei desse filme meloso. ― Disse ela indo para o quarto tentando não quebrar a porta ao fechar. “Como assim ele me beija e depois diz que não devia ter acontecido?? Eu sou uma burra mesmo, só sendo bem burra pra gostar desse galinha! Que ódio!” Pensou ela se jogando na cama e dando play na sua playlist favorita. “Se ela não fosse tão esquentadinha e tivesse me deixado explicar, isso não teria acontecido. A gente não pode simplesmente fingir que está tudo bem, eu não consigo entender como ela diz que vai voltar e se acertar comigo e depois me dá um pé na bunda por mensagem...” Pensou ele desligando a televisão e indo para o quarto, ele pegou o violão e começou a tocar.

“Que mulher ruim

Jogou minhas "coisa" fora

Disse que em sua cama eu não deito mais não

A casa é minha, você que vá embora

Já pra saia da sua mãe e deixa meu colchão

Ela é "pró" na arte de pentelhar e aziar

É campeã do mundo

A raiva era tanta que eu nem reparei que a lua diminuia

A doida tá me beijando há horas

Disse que se for sem eu não quer viver mais não

Me diz, Deus, o que é que eu faço agora?

Se me olhando desse jeito ela me tem na mão

"Meu filho, aguenta.

Quem mandou você gostar

Dessa mulher de fases?"

Complicada e perfeitinha,

Você me apareceu.

Era tudo que eu queria,

Estrela da sorte.

Quando à noite ela surgia,

Meu bem, você cresceu...

Meu namoro é na folhinha,

Mulher de fases.

Põe fermento, põe as "bomba"

Qualquer coisa que aumente e a deixe bem maior que o Sol

Pouca gente sabe que, na noite, o frio é quente e arde e eu acendi

Até sem luz dá pra te enxergar o lençol

fazendo "congo-blue"

É pena, eu sei, amanhã já vai miar... Se aguente,

Que lá vem chumbo quente!

Complicada e perfeitinha,

Você me apareceu.

Era tudo que eu queria,

Estrela da sorte.

Quando à noite ela surgia,

Meu bem você cresceu...

Meu namoro é na folhinha,

Mulher de fases!

Complicada e perfeitinha,

Você me apareceu.

Era tudo que eu queria,

Estrela da sorte.

Quando à noite ela surgia,

Meu bem você cresceu...

Meu namoro é na folhinha”

... ESQUENTADINHA...

_*_

Eles não se falaram e ambos só saíram do quarto ao ter certeza que não encontrariam o outro lá na sala, cozinha ou em lugar algum. Depois Karina agiu indiferente a situação e no dia seguinte contou para as meninas tudo o que havia acontecido.

― Aí ele me disse que não devia ter acontecido, minha vontade foi de quebrar a cara dele alí mesmo. ― Disse Karina ainda cheia de raiva.

― Ai K, ele devia estar te querendo dizer alguma coisa... ― Disse Pri e do nada Karina deu um sorrisinho malicioso.

― Ah mais ele não sabe onde ele se meteu, agora ele vai ver o que perdeu e VOCÊS vão me fazer ficar irresistível só pra torturar aquele palhaço. ― Disse Karina e Fabi que já sabia que essa “vingança” não iria muito longe entrou na onda.

― Então agora o PS vai vir com tudo! Karina você vai ficar mais sexy que a Megan Fox! ― Disse Fabi tentando encoraja-la.

― Ah, mas eu não quero me esfregar em ninguém, sem esse negócio de fazer ciúmes porque eu não levo jeito pra coisa. ― Disse Karina e ambas sorriram.

_*_

Passadas algumas semanas eles já tinham uma rotina fixa, trabalho das 8:00 às 18:00 fora os imprevistos, finais de semana era dedicados a família e a dormir feito ursos no inverno, mas sempre que dava Karina arrumava um jeito de colocar em prática alguma idéia da cúpula do PS.

― Tá calor hoje né? ― Disse Karina encostada no balcão da cozinha e Pedro se assustou por ela ter aparecido de surpresa e vestida apenas de calcinha short e uma blusa fininha sem sutiã. Ela se abanava com a barra da blusa que levantava mostrando a barriga sequinha, as mãos do guitarrista suavam a ponto da garrafa d’água quase cair no chão.

― O que cê tá fazendo acordada à essa hora? ― Disse Pedro bebendo água e tentando imaginar a Dona Dalva de biquíni.

― É que tá fazendo calor e eu vim beber água. ― Disse ela se aproximando do guitarrista que estava ao lado da geladeira. “ELA SÓ PODE ESTAR DE BRINCADEIRA! FRUTA QUE CAIU OLHA SÓ PRA ESSA CALCINHA CARA!! ELA QUER ME MATAR! CALMA DÊNIS, DONA DALVA DE BIQUÍNI, DONA DALVA DE BIQUÍNI, MESTRE CRUEL DE TANGA... ECA, FUNCIONOU! MESTRE CRUEL DE TANGA, MESTRE CRUEL DE TANGA...” Pensou Pedro começando a fazer uma cara de nojo. Karina olhou pra ele sem acreditar que depois do “showzinho” ele estava com aquela cara de quem comeu e não gostou “ Será que eu esqueci de depilar? Por que ele tá me olhando assim... Ai que droga! Eu disse pra Fabi que não ia funcionar!” Pensou ela colocando o copo na pia e voltando para o quarto irritada com o “fracasso” da missão. Pedro soltou um “ufa” bebeu a sua água e voltou para a cama, dormiu pensando na esquentadinha mais gata do Brasil de biquíni “Ah, boas lembranças” pensou ele sorrindo maliciosamente.

_*_

― Johny eu pensei numa técnica melhor do que a que você disse de Pensar na Dona Dalva de biquíni: Mestre cruel. Imagina só ele de tanguinha de oncinha, todo cabeludo, com um bucho de cerveja... Nossa cara, mais brochante que isso é impossível. ― Disse Pedro com uma cara de nojo.

― Cara isso foi demais para os meus neurônios, que nojo, você tem uma mente muito insana, mas pelo menos o “Dênis” não rasgou a cueca para dar um “alô” pra entrada USB da esquentadinha, que deve ficar ótima de calcinha short... ― Disse João recebendo um pescotapa um tanto forte.

― Olha o respeito! Cê esqueceu que tem namorada? A Jujuba não ia gostar nada de ver você imaginando a K de calcinha e eu gosto menos ainda. ― Disse Pedro e João levantou as mãos em rendição.

― Calma! Eu tava só zoando... Além do mais a Jujuba é a mulher mais linda do planeta! Adoro aqueles cachinhos... ― Disse João meio bobo se referindo ao cabelo da namorada.

― Mais é um romântico esse menino! “É O AMOOOOOOOOOR QUE MECHE COM A CABEÇA DO JOHNY E DEIXA ELE ASSIIM, QUE FAZ ELE PENSAR NA JUJUBA E ESQUECER DE MIIIIIIIM” ― Gritou Pedro esquecendo que eles estavam no meio da praça.

― Mais tu adora pagar um mico né? ― Disse João rindo.

― É a minha especialidade. ― Disse Pedro piscando para ele e seguindo rumo ao apartamento.

_*_

Karina continuou com o plano e Pedro recorria a Gael todas as vezes, mas de vez em quando “Dênis” dava sinal de vida dentro da calça e não dava pra disfarçar, Karina sorria vitoriosa sempre que notava, “ele me deseja.” Esse pensamento a assustava as vezes, mas trazia uma sensação de segurança pra ela.

― K essa festa vai ser incrível! Todos vão estar lá! E nem me venha com desculpinha de: Tô cansada, vou arrumar a casa, vou visitar a Bi (você já fez isso 3 vezes essa semana)... Você vai sim e não vai reclamar! ― Disse Pri toda animada pelo telefone.

― Fala sério Pri, festinha do Lírio? Não tô afim. ― Disse Karina se debruçando sobre a cama.

― K essa é a sua chance de se produzir! O Pê vai babar, aposto! Aproveita e chama ele também, ele tem que ver você sensualizando na pista! ― Disse Pri sorrindo.

― Olha Pri eu vou, mas o Pê disse que quer adiantar umas aulas porque ele tá pensando em folgar pra sair com a família, então eu não sei se ele vai... Ele vai dormir bem tarde planejando tudo... ― Disse Karina “Dá vontade de pegar, levar pra cama e encher de apego...” pensou ela.

― Enfim, hoje de 20:00 você sai daí que eu te encontro na frente da casa dele. ― Disse Pri com entusiasmo.

― Tá sua maluca, eu vou. Tchau! ― Disse Karina desligando o telefone. Ela estava em horário de almoço, por isso terminou de escovar os dentes e foi para a academia.

―Karina! ― Gritou Cobra indo na direção dela.

― Oi Cobreloa, não vai voltar pra academia? ― Perguntou a lutadora.

― Vou sim... É que eu preciso da sua ajuda... ― Disse ele apreensivo.

― Diz aí. ― Disse Karina e eles foram andando rumo a academia.

― É que eu e a Jade vamos fazer 3 meses de namoro e eu queria dar um presente pra ela... Você tem alguma idéia? ― Perguntou ele coçando a nuca.

― Eu não sou muito boa com essas coisas, mas eu sei que ela adora dançar... Dá alguma coisa que lembre “dança”. Aposto que ela vai gostar! ― Disse Karina e Cobra ficou entusiasmado.

― Como eu não pensei nisso antes? Acho que eu já sei até o que eu vou dar pra ela... Como eu posso agradecer a senhorita? ― Perguntou ele fazendo reverência.

― Não precisa agradecer... Você vai na festa do Lírio? ― Perguntou ela e ele a olhou confuso.

― Vou, ele é amigo da Jade e ela quer ir... Vou junto, por que? ―Perguntou ele.

― Ótimo! Quer me agradecer? Me dá uma carona! Eu vou porque a Fabi ficou me enchendo o saco, mas eu tô com medo de sair de busão de noite... ―Disse ela entrando na academia.

― Beleza loirinha, eu te pego de... 19:00? ― Perguntou ele sorrindo.

― OK, eu vou estar te esperando, mas e a Jade? Será que ela vai ver problema nisso? ― Perguntou Karina.

― Eu vou o que? ― Perguntou Jade chegando por trás de Karina.

― É que a K vai pra festa do Lírio e ela quer uma carona, tudo bem eu dar carona minha Dama? ― Perguntou Cobra que sabia que Jade iria com o próprio carro.

― Olha Jade se você não quiser tudo bem eu vou de busão mesmo... ― Disse Karina que não estava afim de ter que começar uma guerra por causa de uma carona.

― Não, que isso! Eu deixo sim Vagabundo, mas só uma carona OK? Nada de se aproveitar da machinho porque ela tem dono e o guitarrista não ia gostar nadinha, muito menos eu. ― Disse Jade e Karina sentiu ficou corada de vergonha.

― Eu não tenho dono e se tivesse ele não ia ser o moleque. ― Disse Karina e Cobra só sabia rir do nervosismo dela.

― Ah, sei... Vagabundo eu vou subir, já já começa a aula e eu tenho que praticar pro recital. Tchau. ― Disse Jade Beijando Cobra. ― Tchau Karina, te vejo lá na festa e vê se não vai de uniforme de academia. ― Disse Jade subindo para a aula, ela tinha que ensaiar para a apresentação que a escola iria promover, para que os olheiros pudessem selecionar alguns dançarinos.

― Ela não muda, né? Enfim... Vou começar a aula porque eu não posso aliviar! ― Disse Karina indo pegar o material para começar as aulas da turma da tarde.

_*_

Pedro chegou em casa e Karina já havia chegado, ela tomou um banho demorado e começou a se arrumar, ela não sabia muito bem o que usar, mas decidiu ir com algo do seu estilo, sem muito frufru. Ela colocou um shortinho cinza desfiado, uma blusa regata branca com tigre na frente, uma jaqueta de couro preta e um sneaker preto com taxinhas douradas, não que fosse fã de salto, mas se era pra ter algum que ele pelo menos fosse algo mais Karina e menos Bianca.

― Pronto, agora só falta a maquiagem... ― Disse ela sem saber o que fazer, já que se maquiar não era algo que ela costumava fazer... Ela passou um delineador fininho, rímel e um batom vermelho matte, nada de blush ou corretivos, ela não sabia como usar e resolveu deixar pra lá. Ela colocou o celular no bolso do short passou perfume e abriu a porta do quarto chamando a atenção de Pedro que estava no sofá assistindo Kung Fu panda.

― Nossa! Uau, pra onde você vai assim? ― Perguntou ele que não sabia como e não tinha a menor vontade de disfarçar a sua admiração pela beleza dela.

― Eu vou pra festa do Lírio, a Pri me encheu o saco até eu aceitar... Estou bonita? ― Perguntou ela dando um giro 360º que fez Pedro desejar passar o resto dos seus dias ao lado dela.

― Dá pro gasto. ― Disse ele rindo, seu sorriso entregava o quão bobo ele estava até que o interfone tocou e quando ela foi abrir a porta Cobra estava lá, parado esperando para ir embora.

― Oi K... Uau... Essa produção toda foi pra mim? ― Perguntou ele rindo.

― Idiota... ― Disse ela rindo e Pedro não podia estar com mais vontade de ser o mestre shifu pra dar alguns golpes naquele “projeto de minhoca”. ― Pedro eu já vou indo, não me espera, ok? ― Disse ela fechando a porta do apartamento e deixando Pedro lá com vontade de quebrar tudo e todos a sua volta.

_*_

― Karina! ― Gritou Pri na frente da casa de Lírio.

― K, eu vou estacionar, a gente se vê lá dentro. ― Disse Cobra, Karina desceu do carro e foi ao encontro da amiga.

― K você tá linda!! ― Disse Pri toda animada.

― Obrigada... Você também! Vamos? Eu não quero ficar aqui na calçada... ― Disse Karina e elas entraram na casa, que era ENORME, tinha muito gelo seco e luzes, a música estava alta e grande parte das pessoas estavam na área da piscina e no gramado. Tinham caixas térmicas lotadas de bebidas por todos os lados e muita gente conhecida estava lá. No começo Karina estava com um pouco de vergonha, mas depois da primeira dose de caipirinha ela já começou a se soltar... um copo, dois, três, quatro, cinco...

― K EU AMO ESSA MÚSICA VAMOS DANÇAR! NINGUÉM ME SEGURA QUE HOJE EU TÔ QUE TÔ! ― Disse Pri que já não estava nenhum pouco sóbria.

― EU NÃO SEI DANÇAR PRI! ―Disse Karina gargalhando e improvisando alguns passos ao som de “Like a G6”.

― LIKE A G6, LIKE A G6! ― Disse Pri dançando frenteticamente.

― NOW I'M FEELIN SO FLY LIKE A G6 ― Disse Karina jogando o cabelo pro lado e se entregando a música.

― LIKE A G6, LIKE A G6 ― Disse Jade cantando com elas e dançando da forma mais sensual que sabia.

― NOW I'M FEELIN SO FLY LIKE A G6 ― Disse Pri imitando Jade e logo as três estavam dançando como se não houvesse amanhã.

― Cara a Jade já tá muito louca, a Karina então nem se fala, bebeu a cota disponível pelo resto da vida dela em uma noite e ainda quer mais, eu acho melhor levar a K pra casa antes que ela decida fazer top less, a jaqueta ela já tirou, a blusa tá com um nó na barriga, se ela começar a surtar e resolver ficar pelada assim que ela curar a ressaca ela vai querer me matar... ― Disse Cobra para Zé, ambos eram espécies de “amigos da vez” estavam só tomando refrigerante e vendo as meninas dançarem como strippers em um poli dance, sem o poste.

― É uma pena, porque eu iria adorar ver essa cena, olha só a Pri, toda sapequinha... A K tá de um jeito que eu nunca vi antes, sexy... Muito sexy... E a Jade- ai mermão! Foi mal.. A Jade tá uma baranga! Um horror! Broxante ver essas coxas torneadas nesse vestidinho curto- ai! Cara! ­―Disse Zé levando alguns tapas de Cobra.

― Olha eu ainda não falei com a mãe da Jade, então leva ela em casa? Quebra essa pra mim? ― Perguntou Cobra um pouco desconfiado.

―Levo sim, relaxa, comigo é tudo no maior respeito e eu tô mesmo é de olho na Pri... A K, tem dono. ― Disse Zé meio desanimado.

― Vou levar a maluca pra casa. Ainda bem que é sexta-feira, não quero nem imaginar como seria a aula dela se tivesse amanhã... ― Disse Cobra indo até onde as garotas estavam.

― K, vem eu vou te levar pra casa... ― Disse ele e Karina fez biquinho.

― Nããão! Eu não quero ir! ― Disse ela soltando risadinhas.

― K, vem... A Jade também já vai e a Pri Já tá indo... Você quer ficar sozinha aqui? ― Disse ele e ela fez um “não” com a cabeça.

― Espera... Se eu ficar aqui sozinha, vão levar as capirinhas embora? ― Pergutou ela e Cobra sorriu, ele a pegou no colo e foi levando ela para o carro, aos gritos. ―Eu queria ficar seu chato! ― Disse ela resmungando.

― Você vai pra casa tomar um banho gelado e um café bem forte. ― Disse ele dirigindo rumo ao apartamento. Zé disse a Jade que Cobra estava na casa dela, esperando ela e a dançarina ficou super ansiosa e entrou no carro sem pestanejar.

...

Eles chegaram em casa e Cobra deixou Karina na porta de casa, ela bateu quatro vezes até Pedro abrir e se deparar com uma Karina completamente bêbada, suada e com uma barriguinha chapada de fora, devido ao nó na blusa.

― Oi moleque... ― Disse ela arqueando uma das sobrancelhas ao notar que ele estava sem camisa.

― Não acredito que você chutou o balde e eu nem vi. ― Disse ele e ela entrou sorrindo.

― O Cobra é um chato! Eu disse a ele que eu queria ficar, mas ele me trouxe a força... ― Disse ela fazendo biquinho e Pedro jurou a si mesmo que nunca tinha visto algo tão fofo na vida.

― Karina você precisa de um banho e de um café bem forte. ― Disse ele indo no quarto dela e pegando roupas limpas, ele ficou sem graça mas achou uma calcinha e quando voltou para a sala quase infartou. ― KARINA COLOCA O SUTIÃ DE NOVO PELO AMOR DE DEUS! ― Gritou ele tentando não olhar para ela que sorria maliciosamente.

― Coloquei seu bobo, você disse que era pra tomar banho... ― Disse ela indo na direção dele.

― Karina pega a toalha e a sua roupa e vai tomar um banho, eu vou fazer um café pra você. ― Disse ele tentando não olhar o corpo semi nu a sua frente.

― Quer tomar banho comigo? ― Perguntou ela num sussurro no ouvido dele que estremeceu.

― N-não, agora vai! ― Disse ele com uma vontade enorme de dizer sim.

― CHATO! ― Disse ela pegando as coisas e entrando no banho. Ela tomou banho e colocou um conjunto de moleton que ele havia separado.

― Eai, como você tá? ― Perguntou ele preocupado.

― Eu tô ótima. Ficaria ainda melhor se você tivesse deixado eu ficar mais, à vontade. ― Disse ela e ele ficou se sentindo mal por sentir vontade de se aproveitar de uma garota bêbada.

― T-Toma logo is-so! Vai! ― Disse ele e ela bebeu o café de uma vez só.

― Prefiro caipirinha! ― Disse ela gargalhando e ele colocou a xícara na pia e a conduziu para o quarto.

― Pronto... ― Disse ele a deitando na cama com cuidado.

― Sem beijinho de boa noite? ― Perguntou ela e ele lhe deu um beijo casto na testa.

― Boa noite, quero só ver o “ótimo” humor com o qual você vai acordar amanhã... ― Disse ele sorrindo e indo para o próprio quarto.

...

“Ai meu Deus que dor de cabeça do capeta!!” Pensou ela ao despertar do “cochilo”. “Preciso de um analgésico AGORA! PQP” Pensou ela levantando da cama e indo como um zumbi até o quarto de Pedro.

― Pedro acorda pelo amor de Deus! ― Disse ela com a mão na cabeça e o guitarrista acordou assustado.

― O que aconteceu? ― Perguntou ele preocupado se levantando da cama.

― Eu tô com uma dor de cabeça dos infernos e não sei onde tem remédio! Me ajuda! Tá doendo pra cacete! ― Disse ela com voz manhosa e Pedro a abraçou num impulso de protege-la de todo e qualquer mal.

― Calma eu vou procurar... ― Disse ele fazendo cafuné nos cabelos loiros dela.

― Eu quero morrer... ―Disse ela o abraçando com força.

― Vem aqui pequena. ― Disse ele pegando ela e colocando em sua cama, ele pegou uma cartela de comprimidos e tirou um que servia para dor de cabeça, correu na direção da cozinha, pegou um copo com água e voltou. ― Toma, vai passar... ― Disse ele acariciando as mãos dela.

― Obrigado. ― Disse ela deitando na cama dele.

― Folgada... ― Disse ele sorrindo se se deitando ao lado dela, ele a envolveu num abraço de urso e lhe deu alguns beijos na cabeça, até que ela dormiu nos seus braços.

...

― Bom dia dorminhoca! ― Disse Pedro entrando no quarto com dois sanduíches e um copo de suco de mamão com laranja.

― Bom dia? Bom dia pra você que não está sentindo como se tivessem explodido 1.000 bombas de Hiroshima na sua cabeça. ― Disse ela abrindo os olhos.

― Ainda tá doendo muito pequena? ― Pergutou ele sentando na cama ao lado dela.

― Muito. Não quero brigar hoje, sério, só fica aqui comigo. ―Disse ela abraçando o guitarrista que só não desejaria vê-la de ressaca todos os dias porque a dor que ela devia estar sentindo lhe cortava o coração.

― Eu também não tô afim de brigar, hoje eu só quero cuidar de você. ― Disse ele beijando a testa dela. Ela comeu e depois eles passaram a tarde toda deitados na cama dele cochilando e curtindo a presença um do outro.

...

No domingo não foi muito diferente, exceto pelo fato dele a ter levado para a praia, para caminhar, tomar água de côco e ver o pôr do sol.

_*_

Semanas depois o clima de “vingança” do P.S. estava mais ameno e a missão se tornou uma desculpa para ver as amigas no mínimo uma vez por semana, fora da academia, para colocar o papo em dia. Karina estava a ponto de ignorar a sua insegurança quanto ao fato de Pedro ser um tremendo galinha e se jogar nos braços dele, mas o medo vencia na hora H.

― Tchau galera, um ótimo final de semana pra vocês! ― Disse Pedro terminando de guardar o material das aulas.

― Pedro, eu queria saber se você ainda tem contado com o pessoal da nossa antiga banda... Bateu uma saudade daquele tempo... ― Disse Sol e seus olhos tristes entregavam sua sinceridade.

― Tenho, a gente nunca mais tocou junto, mas as vezes a gente se encontra... Se você não tivesse abandonado a gente por causa do Santiago agora estaríamos juntos. ― Disse ele fechando o zíper da maleta.

― Quantas vezes eu vou ter que pedir desculpas?? ― Perguntou ela chateada.

― Não sei Sol, eu não tô mais chateado como antes, mas a galera ainda tá com uma certa raiva de você... Eu já vou indo, arruma tudo aqui, ok? ― Disse ele saindo e dando um sorrisinho amarelo para ela. Karina tinha pego uma carona com Zé, porque o céu estava nublado e prometia uma chuva daquelas dignas de um dillúvio... Pedro por puro azar não tinha guarda chuva e foi a pé para casa, logo começou a chover forte, ele se molhou todo e chegou em casa encharcado.

― PARADO AÍ! Onde você pensa que vai assim todo molhado? ― Perguntou Karina correndo na direção dele.

― Karina eu t-tô morrendo de frio ent-tão me deixa entrar! ― Disse ele e ela viu que ele tremia e começou a se preocupar.

― Vem, entra. Agora vai direto pro banho! ― Disse ela e ele largou a pasta no chão e foi correndo pro banheiro, tirou a roupa e entrou no chuveiro sentindo a água quente escorrer.

― Porque você não parou em algum lugar pra esprar a chuva passar, ou pegou um ônibus... Pedro o que eu faço contigo em? ― Disse ela observando ele colocar um moletom.

― Eu queria chegar logo e não tinha dinheiro. ― Disse ele um pouco “fanho” .

― Agora você continua sem dinheiro e ganhou um resfriado. Parabéns! ― Disse ela zombando da situação dele.

― E quem disse que eu tô resfriado? Eu tô ótimo! ― Disse ele mais fanho impossível.

― Pedro cala a boca e vem aqui. ― Disse ela indo para a cozinha, ela preparou um chá pra ele dormir e ele bebeu sem reclamar.

― É bruta até sendo carinhosa... ― Disse ele rindo.

― E você mesmo estando um caco ainda tem energia pra fazer piada. Vai dormir antes que você piore e comece a soltar catarro pela casa. ― Disse ela e ele riu, entrou no quarto e foi dormir. Ela foi fazer o mesmo e no meio da noite ouviu um barulho alto vindo da cozinha. ― Pedro? ― Perguntou ela ao ver o rapaz em frente a um monte de cacos de vidro.

―Oi... Eu tô com dor de cabeça e vim pegar água pra tomar um remédio. ― Disse ele pegando outro copo.

― Cuidado, cê vai pisar no vidro seu desastrado. Vai que eu pego a água. ― Disse ela e ele voltou pro quarto.

― Pedro... Toma. ― Disse ela pegando o remédio e o copo e dando pra ele.

― Obrigado. ― Disse ele tomando o remédio e se deitando novamente. ― Karina, posso te pedir uma coisa? ― Perguntou com seu melhor olhar de cachorrinho abandonado.

― Depende... Pede logo vai. ― Disse ela sentando na cama.

― Fica aqui um pouquinho? ― Pediu ele fazendo biquinho e ela se derreteu com tanta fofura.

― Tá, mas não pense que eu vou deixar você e sua mão boba se aproveitarem de mim. ― Disse ela rindo e se deitando ao lado dele, ela colocou a mão entre os cabelos do rapaz e ficou fazendo um carinho leve até ele dormir, ela acabou dormindo junto.

...

O fim de semana passou assim: Karina cuidando de Pedro que fazia o maior drama só pra ficar juntinho dela, e ela bem que estava gostando daqueles apegos, mas o relacionamento “indefinido” deles ainda a incomodava, assim como a ele.

_*_

― Lari, você vai pra social na casa da Fê?? Eu tô louca pra extravassar! ― Disse Laura no telefone toda animada.

― Eu não queria ir, mas como eu sei que você vai me arrastar de qualquer jeito então eu vou. ― Disse Larissa sem muito ânimo.

― Eu passo aí às 20:00 e é bom você estar com um visu de matar! ― Disse Laura andando de um lado para o outro em seu apartamento.

― Tá Lau, de 20:00 eu já vou estar pronta. ― Disse Larissa desligando o telefone. Algo lhe dizia que não ia sair coisa boa dessa festa mesmo assim ela pediu a mãe para ir e a mesma permitiu.

No horário combinado Larissa já estava pronta, colocou um cropped florido com uma saia rosa chiclete e um salto preto, ela não passou muita maquiagem e por isso terminou de se arrumar rapidamente. Logo a campainha tocou, Larissa se despediu da mãe e foi com a amiga para a festa. O local estava todo arrumado, tinham muitas bebidas e como os pais da garota haviam viajado ela chamou meio mundo de gente para uma “social” na sua casa. Larissa, que não bebia, ficou só curtindo a música e tomando refrigerantes e energéticos enquanto Laura bebia todas.

―Lau cê tá muito loucona! Pega leve! ― Disse Larissa preocupada com a amiga.

― Ai como cê tá chata Lari! Tá igual a quando aquela sua prima macho foi pra lá. ― Disse Laura e Larissa ficou pasma.

― Como assim? ―Disse Lari tentando acreditar que ela só estava dizendo isso porque estava bêbada.

― Ah você além de chata é burra agora?? MELHORE LARISSA. Daqui a pouco vai me dizer que não sabe que fui eu que peguei o celular da Kaogra... ― Disse Laura dançando e depois de digerir tudo o que a amiga havia dito ela pegou o braço da mesma com força.

― Eu não acredito que você fez isso! O que mais você fez em Laura?? O que mais você escondeu de mim esses anos todos?? ― Disse Larissa com raiva.

― Me solta! Quer saber mesmo? Vou dizer! Vou jogar a merda no ventilador! Eu peguei o Carlinhos naquele dia que você disse que ele te olhou de um jeito diferente e daí ficou toda boba, toda otária achando que ele te amava... Bláh! Peguei o celular da sua priminha querida sim e ainda mandei pro Pê uma mensagem dizendo que ela queria terminar, sabe por que eu fiz isso? Porque ela me roubou ele, eu só quis pegar de volta, mas ele não quis nem falar comigo pelo 2ponto0... Satisfeita?? Eu que risquei seu caderno naquele dia, porque você tinha que ME dar aquela figurinha! Mas não, você deu pra melequenta da Eduarda! Ai que ódio que eu fiquei, sabia?! Você vivia me escanteando e quando não te sobrou nenhuma das suas amiguinhas você me enxergou, aí veio aquela sua prima idiota pra estragar tudo! Até pra faculdade você me largava pra ir com ela! Duas ridículas! Eu odeio você e ela! TÃO GOSTANDO DO SHOW?? QUEREM SABER MAIS?? A LARISSA TEM CELULITE, RONCA E PEIDA PARECENDO ATÉ QUE BEBEU ÁGUA DE FOSSA. Sebosa. ― Disse Laura chamando a atenção de várias pessoas da festa.

― Quem é você? Porque sinceramente não é a Laura que sempre foi minha melhor amiga, eu confiava em você, você era como uma irmã pra mim e em momento algum eu te larguei por causa da K e olha só o que você fez... Roubar o celular dela e acabar com a felicidade de quem você jurava amar? Isso não é amor, é obsseção! Você é DOENTE! Mesquinha, invejosa, nunca imaginei que você pudesse guardar tanto rancor no coração, nós eramos metades uma da outra e agora eu vejo que nossa amizade foi uma grande mentira. Não dá pra acreditar. Só te digo uma coisa: Não olha mais na minha cara! Não me dirija a palavra. Me esquece. ― Disse Larissa enxugando as lágrimas que teimavam em escorrer e saindo correndo da festa, ela pegou um táxi e foi para casa. Laura recebeu olhares de desaprovação de todos, que de tão bêbados esqueceram do barraco e voltaram dançar e beber.

...

Larissa chegou em casa e começou a ligar os pontos: Ela disse a verdade, não foi asneira de bêbado, ela realmente fez aquilo, tudo se encaixava. Ela então começou a lembrar de como Karina sofreu e de como Laura sempre fingiu estar sentida com o sofrimento dela. Falsa. “Eu devia ter enchido a cara dela de socos, devia ter dado uma voadora naquela falsa! Que ódio!” pensou Larissa rasgando todas as fotos que tinha com Laura no seu quarto e eram muitas...

A garota então decidiu: “Eu tenho que contar, pra K... Mas como?”

_*_


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Notas finais do capítulo

Desculpem os erros, eu não tive tempo de revisar, espero que tenha ficado legal :)