Katy caminhava nos corredores gélidos do castelo, Luiz tinha a deixado um pouco precisava voltar e falar com sua irmã. Mas o destino de Katy não era seu quarto, era Bruce. Ela passou por vários guardas e empregadas do castelo. Mas nenhum sinal de Bruce.

Katy viu um dos guerreiros de Bruce, ela se aproximou cuidadosamente do homem cheio de músculos. Ele olhava alguns papeis enquanto a cada passos suas armas nas costas e na cintura se mexiam, ele não usava armadura, apenas uma regata negra e uma calça um pouco folgada negra. Ele levantou o olhar quando Katy se aproximou.

Diferente dos outros esse não sorriu maliciosamente para Katy, nem se quer sorriu. Ele apenas abaixou seus papeis e a fitou chegando mais perto.

–Você pode me informar onde o Príncipe esta?

Ele a olhou de cima a baixo com os olhos semicerrados.

–Você é uma das novatas?

Ela assentiu com firmeza.

–Então por que não esta treinando?

–Eu estava com o líder do exercito de Bruce. -Ela cruzou os braços. -Agora pode me informar ou terei que procurar por minha conta?

Isso fez sorrir friamente com a mistura de malícia em seu olhar. Ele assentiu para ela ainda com o sorriso, parecia que Katy tinha conquistado o respeito dele, por ser forte, não uma garotinha frágil. O que Katy nunca fora. Desde que começou a andar e pegar coisas em todo o lugar, ela sempre ia às armas de seu pai, ela adorava quando ele chegava de um expediente ou uma luta e largava suas armas no chão e se atirava no sofá. Katy sempre pegava as adagas e começava a brincar, uma vez atravessou a mesinha de madeira com a adaga, seu pai arregalou os olhos, mas Katy só sorriu feliz.

As 12 anos, Katy enfrentava bonecos de madeira sozinha no quintal quando sua mãe não estava ela começou a odiar vestido pelo fato de atrapalha-la. Um dia seu pai chegou mais cedo e procurando ela e seus irmãos ele a encontrou no quintal lutando como muita habilidade parecia uma arma mortal. Uma nascida guerreira. Ela já lutava com uma espada larga e deixou o boneco de madeira em pedaço com 3 golpes certeiros. Seu pai ficou intrigado e a levou até o campo onde treinavam novatos, ela venceu 3 profissionais com apenas 3 a 5 golpes. Todos ficaram fascinados, até Marcos que sempre ia vê-la lutar.

O vampiro a olhou e suspirou parando de sorrir.

–Você é a cavaleira do príncipe, certo? -Katy assentiu. Ele soube pela intimidade que chamou o nome do príncipe. -Ele esta na sala máster, passando o corredor de jacarés. -Ele se virou e continuou caminhando, nó fim do corredor ele parou e a olhou. -No final do correr há uma porta.

Ela se virou e seguiu onde ele tinha indicado. Katy parou a frente de uma porta gigante, ela empurrou as portas que com o impulso foram sozinhas para trás. Ela adentrou a sala escura, candelabros com velas começaram a se acender revelando um túnel.

–Imaginei que fosse uma sala. -Falou Katy.

O túnel era composto por um caminho de lajes e ao lado água escura, ela semicerrou os olhos quando viu ondas na água. Ela seguiu pelo caminho de lajes enquanto mais velas se acendiam. O local estava pouco iluminado, mas Katy cuidava a água, existia alguma coisa ali.

"passando o corredor de jacarés".

Katy olhou para trás pensando em ter escutados passos.

–Corredor dos jacarés... -Repetiu ela.

Katy viu uma cauda para fora da água. Ela arregalou os olhos quando viu aquelas escamas. Ela pensou em sacar sua espada, mas se iniciasse uma luta ali mais apareceriam. Ela apenas se virou e em passos largou tentou alcançar a porta gigante negra do que estava em seu campo de vista. Ela escutou mais barulhos e a água acabou tendo apenas lajes ali.

Ela parou a frente da porta e se virou, bichos escamosos saiam da água, era uma mistura de dragão com jacarés, os dentes não eram nada comparados a um jacaré comum, ele tinha garras enormes, e olhos com apenas um risco amarelos com vermelhos, suas escamas se mexiam, mais começaram a sair da água, ela piscou. Que bichos são esses?

Eles ficaram parado e alinhados perto dela, Katy deu um passo para trás e as portas se abriram ela caiu para trás e os animais vieram de pressa, Katy chutou as portas que se fecharam. Ela suspirou aliviada.

Ela se levantou olhando tudo em volta, as luzes da vela iluminaram o local revelando vários livros jogados no chão, símbolos que Katy não sabiam o que eram, símbolos ortogonais, entre outros. Ela olhou para cima, um circulo cheio desses símbolos. Ela olhou em volta olhando um livro em especial.

"criaturas das trevas" Seu nome. Katy folheou o livro encontrando vários tipos de criaturas, lobisomens, vampiros de varias especies, demônios de varias espécies, e anjos. Katy arregalou os olhos.

Vampiros originais, vampiros comuns, harpias... Katy folheou mais encontrando a parte dos demônios.

Demônios: Succubos, incubos, sangue puros, mestiços...

Katy derrubou o livro quando escutou passos na escuridão. Olhos surgiram na escuridão. Ela deu um passo para trás assim que a luz revelou a silhueta de Bruce. Ele a olhou de cima a baixo parando poucos metros dela.

–O que faz aqui?

–Hã... -Ela olhou para o livro em seus pés e piscou. -Hã... Eu só... -Ela sorriu para descontrair, mas ele não sorriu de volta. Katy se encolheu com medo que ele dissesse.

–Quem avisou desse lugar a você, pequena Katy.

–Não me chame de pequena. -Ela cruzou os braços parecendo que agora pouco não havia ficado com medo dele. -Um cara cheio de armas.

Ele a olhou, mas logo desviou o olhar andando na sala. Katy percebeu que ele estava sem camisa, apenas com calças negras, mas nunca saia totalmente do escuro e contornava o circulo para chegar nela. Por que? Ela se perguntou quando ele chegava perto dela.

–Um cara cheio de armas...? -Ela assentiu. -Mason. Ele não deveria ter dito isso, aquele corredor é perigoso.

–Agora que você diz! Aqueles bichos são feios!

Ele caiu na gargalha enquanto Katy falava mal dos animais do outro lado da porta. Ele voltou-se a olhar para ela ainda rindo. Ela piscou brava.

–Eles protegem o local.

–Que local é esse? -Perguntou ela olhando para cima.

–Meu local de descanso. -Sussurrou ele.

Katy o olhou enquanto Bruce fitava o chão sem expressão. Ela franziu não entendendo o motivo de sua reação, ela queria saber o que significa esses símbolos, mas não era hora agora. Ela se aproximou dele enquanto sua expressão ainda ficava vazia.

Ele a olhou quando ela ficou de frente a ele.

–Por que fica num lugar desses? -Disse ela sorrindo para ele. -Aqui não parece nada confortável, e é assustador. -Ela olhou em volta.

–Tenho uma cama bem confortável, um closet e muitos livros. -Riu ele ironicamente.

Ela revirou os olhos rindo junto com ele. Os dois se fitaram por alguns minutos. Ela conseguiu ver o resto da sala que era na verdade o quarto dele, seu refugio. Mas por que tão separado dos outros? Ela viu varios símbolos na parede de pedras.

–Por que aqui? -Sussurrou ela olhando em volta.

Ele nada respondeu, só suspirou.

–Um dia você poderá saber. -Disse ele fazendo ela olha-lo. -Vamos, antes que aqueles bichos peguem você.

–Eu não saio com aqueles bichos ali.

Ele caiu na gargalhada e abriu as portas. Ela foi atrás dele dando uma ultima olhada no "quarto" dele que mais parecia uma caverna.

Bruce suspirou quando saiu dali. Ele a olhou enquanto via aqueles bichos voltando para água. Ele sorriu enquanto ela ficava brava com aqueles bichos. Minha pequena Katy.