Um meio de compreender escrita por Poney


Capítulo 1
Estranha comparação


Notas iniciais do capítulo

No começo parece um pouco cansativo, mas não tarda a vir um bom Ginando para saborearmos ♥



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- Como assim, Gina?
As palavras e confissões que Gina soltava às vezes deixavam a professorinha com a pulga atrás da orelha. Precisava ouvir novamente todas as vezes que isso ocorria, pra ter mesmo certeza do que ouviu.

- Ara, Juliana, ocê entendeu muito bem o que eu disse, causo de quê não falei nada em latim ou francês! Tô lhe dizeno que o Ferdinando tava armado no dia que me beijô a força.

- Armado em que sentido, Gina?

- Como em que sentido? Armado de carregar arma no borso, ara!

- Entendi. – mesmo compreendendo, a de cabelos rosados ainda manteve a expressão de dúvida – Estranho, minha amiga, pois o Ferdinando não costuma andar armado, como o Zelão. Ao menos, nunca o vi com arma. E além do mais, ele não tinha motivo algum para isso.

- Mai ieu to lhe dizeno, ele tava armado por que eu senti na hora que ele… Me agarrô.

- Tem certeza que era mesmo uma arma? – respondeu com uma pergunta entre risos, e Gina a encarou, confusa.

- O que mais poderia ser? Juliana, que cara é essa?

- Gina…

- Lá vem ocê com esse “Gina…”! – interrompeu a ruiva com uma careta

- Como posso te explicar? Já é uma moça, deveria saber já há muito tempo. Seus pais nunca te explicaram nada?

- Não sei nem do que que a professora tá falano! Ocê tá pareceno minha mãe enrolano e enrolano pra não falar é nada!

Juliana olhou para o lado, expressando uma ideia e deu outro riso, pedindo para que a ruiva a esperasse por um instante, e que logo voltaria. Gina não entendeu o porquê daquilo, mas resolveu aguardar. Não demorou para que sua amiga voltasse com uma pilha de livros em mãos, e chamou-a para que fossem pra o quadro, pois seria mais seguro, como disse.

- Credo, Juliana, de onde tirou esse monte de livro? Aliás, pra que tudo isso?

- Exatamente pra você, minha amiga. Não sabe ler de carreirinha?

- Ara, ieu inté que sei, mas o que isso tem a ver com o que nóis tava proseando? – disse Gina, enquanto espiava por cima dos ombros aquele monte de livros de capa dura, tentando entender os desenhos que jaziam nos mesmos. Estranhou por serem crianças nuas feitas em traço totalmente infantil.

- Eu queria que você lesse pelo menos um desses, minha amiga. Tenho certeza que entenderá logo. – terminou de dizer palavra por palavra para Gina e entregou dois livros infanto-juvenis

- Mai… – sem ter como respondê-la, a geniosa pegou com as duas mãos os livros, logo tentando entender as capas, lendo-as imediatamente – “Como-entender-o-seu-corpo-e-do-coleguinha”…? Corpo? Ara, Juliana, ocê quer que eu entenda essas coisa de sem-vergonhice? Ocê ta mais é besta?

- Não é sem-vergonhice, Gina, é livro infantil e de pura Biologia!

- Num entendo nada do que ocê fala, e ieu não quero saber dessas coisa justo agora.

- Mas Gina, é importante que saiba! E se o Ferdinando tentar alguma coisa a mais com você, e a amiga não souber das intenções exatas? Gina, ele pode muito bem se assanhar pra cima de você!

- Ara, mas se ele tentar quarquer porcaria, eu meto a piaba!

- Pois fique sabendo, minha amiga, que quem é o sexo frágil é a mulher.

- Frágil uma ova! Ocê quer apostar que eu acabo com aquele sujeitinho?

- Ai, Gina, tenta entender o que estou tentando te alertar, minha amiga, é para a sua segurança e compreensão!

- Mai se for pra aprender, ieu prefiro aprender suzinha.

- Mas você prefere aprender à força, igual aprendeu a beijar?

- Como é que é? – a ruiva contorceu as sobrancelhas e esbravejou, encarando Juliana, mas acabou voltando as sobrancelhas ao normal enquanto parava um momento para pensar, olhando os olhos azuis piscina bem à sua frente, que a encarava de maneira como quem está coberto de razão. Respirou fundo e, olhando para o lado, bufou – Ieu não quero ler coisa de criança, afinar não sou mais uma.

- Se o problema é só o tipo de livro… – Juliana revirou a pilha e tirou um livro mais grosso, com uma expressão sorridente – Então eu vou lhe dar um romance, que pode lhe sanar estas e também outras dúvidas que surgirão nessa sua cabecinha.

- Mai… É que ieu não sou muito de ler não, professora.

- E qual foi o último livro que leu pra me dizer que não gosta? Para gostar ou desgostar, Gina, a gente deve provar antes.

- Ieu… Nem sei, Juliana, como é que vou lembrar de quar?

- Por isso mesmo, minha amiga! Eu acho que você deve ler ao menos o começo. Já sei, vai lendo este, então. Se começar a te cansar ou não gostar mesmo, pode me devolver, e então eu posso lhe jurar que não vou mais pegar no seu pé.

- Humm… – a temperamental Gina pareceu pensar por um instante, e não demorou a responder, com o indicador apontando firme para a de cabelos cacheados, feito uma ameaça - Ocê jure mermo, causo de quê ieu não pedi nada procê me expricá! Agora ocê dê licença que eu tenho mais o que fazer.

- Claro. – Juliana beijou os dedos cruzados em forma de juramento e riu, consentindo com o ato da amiga fugir dali, e, antes que ela fosse, chamou-a – Ei, Gina! Não esquece o seu livro.

- Ta certo, ta certo. – ela novamente pegou aquele romance nas mãos e o abriu depois do meio, em uma página qualquer, começando a ler em voz alta um trecho que primeiro bateu os olhos - “… E-Felipe-cheio-de-carícias-passou-os-dedos-vorazes-e-ligeiros-por-seus…” – foi terminando de ler a frase de carreirinha como sabia e arregalando os olhos conforme o texto ia impressionando-a – Mai o que quié isso que ocê me deu para ler, Juliana??

- Não, não, não, Gina, essa é a melhor parte da história, não leia à frente, e muito menos em voz alta, sua maluca! – Juliana atropelou as palavras e correu até a outra, tentando impedir que prosseguisse com aquilo, e rapidamente fechou o livro ainda nas mãos de Gina – Quer que seus pais também ouçam?

- Mai ocê quer que ieu leia essas pouca-vergonha, Juliana, Ieu…

- Gina, nos já não combinamos? Você lê o começo. Se não gostar de fato, me devolva, sim? Não precisa ter vergonha, ninguém precisa saber o que a senhorita está lendo. – terminou tudo o que precisava ser dito para Gina e pontuou perfeitamente com uma piscada para a amiga, que formou um bico de braveza, porém com um fundo de timidez. A professorinha sabia que Gina teria gosto por aquele livro, que lera tantas vezes em sua adolescência. Escolheu a dedo o melhor e mais fácil de compreender e interessar qualquer garota apaixonada.

Gina finalmente saiu do quarto com aquele livro na mão, com o rosto vermelho de vergonha, deixando Juliana aos risos sentada na cama do quarto. “Pra quê que a professora me deu essa pouca-vergonha preu ler? Ieu não tenho o mínimo interesse de ler isso, sô!”, foi o que a ruiva resmungou enquanto descia os degraus da escadaria para a sala de estar. Olhou bem para ele e, “beijando santo”, largou-o em cima da mesa. A lida era muito mais importante.
Cansada após voltar do trabalho e após um bom banho para acalmar os músculos, Gina sentou-se afundada na poltrona ao lado da mesma mesa mencionada. Jogou os braços para fora dos da poltrona e trombou a mão no mesmíssimo livro que Juliana lhe dera de tão bom grado. Bufou, mas acabou pegando. “Vou ler o comecinho, só pra não fazer desfeita”, reclamou, abrindo na primeira página. Foi lendo e lendo, e acabou nem vendo a hora passar.

- O que qui’ocê ta fazendo aí, minha fia? Bora jantar, que já ta ficano tarde!

- Oi, mãe, só um minuto.

- A boia já ta na mesa, fia! – chamou também Pedro, com seu tique ao piscar um olho

- Mai já? Ocê nem esperou eu lhe ajudar, mãe!

- Craro! Ocê não tira o zóio desse livro, nem ouviu quantas vezes chamei!

- Ara, mãe, a senhora não digue bestage, não chamou eu ninhuma vez!

- Chamou sim que eu ouvi muito bem, Gina. – riu-se Juliana, que estava sentada também na sala sem mesmo que Gina reparasse

- Ara sô, ocê tamém tá aí??

- Estou já faz um bom tempo, minha amiga. E está tão fascinada pelo livro que nem mesmo notou minha presença.

- Ocê ta mais é besta? – a ruiva bufou raivosa, largando o livro na mesa e dando as costas à amiga, direcionando-se à mesa. Jantou tão rápido que foi a primeira a terminar, saindo da sala e seguindo direto para o quarto, com o livro nas mãos.

- O que que deu nessa minina agora pra se interessar por um monte de letrinha?

- Ieu é que sei, pai? Pregunte pra dona Juliana!

- Fui eu quem deu este livro para ela, dona Tê, seu Pedro. Me interessou ver o jeito dela ler, só isso. Então consegui convencê-la. Não acham isso ótimo?

- É, é, a sinhora deve ter mermo puder de fada, causo de quê a nossa fia nunca que se interessou por essas babosera.

Gina correra para seu quarto a fim somente de ler aquele seu novo livro em paz, sem ninguém lhe amolar as paciências e, além disso, lhe tirar a atenção da leitura que parecia interessar mais a cada parágrafo curto ou longo.
“O desejo era maior do que qualquer obstáculo que pudesse prendê-los e separá-los para longe um do outro. A força de seu amor era muito maior que um simples pedaço de ferro que agarrava os pulsos firmes do guerreiro. Felipe descansou as pálpebras, unindo os cílios e deixando escapulir uma lágrima dolorosa, por ter deixado a mulher da sua vida ser arrancada de seus braços por sua própria incompetência.
Do outro lado da cidade estava Giovana, com seu coração completamente destruído, deitada ao lado de um homem que mal conhecia, ou no mínimo poderia ter uma amizade nada íntima. Por mais que aquele soldado rico fosse um homem gentil e cortês, o amor que pulsava doloroso em seu peito era somente de Felipe.”

- Ara, que essa uma ‘inda que sabe de quem gosta mermo! - escapou de Gina distraidamente enquanto não desgrudava os olhos das páginas que já passavam do meio daquele livro

“A madrugada estalava as madeiras do castelo silencioso, que aumentava a inquietação da jovem Giovana, não conseguindo descansar a mente e o corpo de nenhuma maneira. Imaginar que Felipe estava sofrendo por sua causa lhe trazia um desgosto a ponto de fazê-la surtar e invadir aquela cadeia sem se preocupar com nada nem ninguém à sua volta. Sua apreensão fez com que saísse pelos jardins já negros da calada da noite; respirar um ar florido como aquele talvez pudesse lhe acalmar.”

- Ara, mai que se fosse arguém importante pra eu preso, eu ia e sortava!

- É mesmo, minha amiga? – Gina deu um pulo com a surpresa de encontrar sua amiga parada na porta do seu quarto, com cara de quem ficou a observando por um bom tempo, mais uma vez – Se Ferdinando estivesse preso, você o socorreria?

- Ara, mai que pergunta mai besta, Juliana. Fica com essas caraminhola, parece que só tem bestera nessa sua cachola.

- Muito pelo contrário, Gina, assim você me ofende!

- Entonce me deixa em páiz, porque eu to lêno quieta no meu canto! – formou um bico e, após alguns segundos longos, voltou o rosto para Juliana, aparentemente arrependida pela grosseria que usara – Ocê me descurpe, não quis lhe ofender.

- Está certo, está desculpada. Vou te deixar em paz. – armou um sorrisinho e disse baixo, mas soube que Gina ouviu muito bem – Tenho certeza que já está se identificando com as personagens...

- Se ocê vai me deixar em páiz, então ocê deixe! – esbravejou a geniosa e Juliana deu uma corridinha para fora do quarto, feito criança que foge de bronca de mãe

“Não podia saber que seu tão querido Felipe estava sofrendo, preso, sem nada poder fazer. Teria que tomar uma decisão, ou nunca mais voltaria a vê-lo. ‘Tenho que salvá-lo’, afirmou em voz alta, decididamente, passando a correr pelo jardim em direção às portas da saída do castelo.”
“Não soube como conseguiu enganar os soltados com tamanha facilidade. Só sabia que finalmente estava frente à cela do seu amante.”

- Ara, finarmente fez argo dereito!

“Encarou aquele homem que lhe enchia os olhos, transformando toda aquela angústia em doces batimentos apaixonados dentro de ambos os corações, ritmados tão perfeitamente que com facilidade era possível se formar uma nova canção de amor… “

- Ara, que enrolação! Se essa historinha ficar nessa lenga-lenga, ieu vô parar aqui mermo!

Gina acabou pulando parte da descrição do narrador, já que tanto lhe entediava. Foi passando os olhos pelas palavras até que parou na aproximação para o beijo do casal, o que lhe chamara atenção.

“Felipe sabia, ou melhor, sentia que a loira à sua frente estava lhe querendo da mesma forma que ele a queria. Deslizou os dedos por seus cachos até alcançar a nuca, acariciando ali até notar seus olhos virarem. Aproximou-se inteiramente dela, abraçando-a e pressionando-a contra si, beijando os lábios adocicados que lhe retribuíam sem medo. Era ele, agora mais do que nunca, ela tinha certeza de que ninguém poderia tê-la daquela maneira. ‘Não podemos!’, ela deixou escapar, mas ele respondeu prontamente, ‘Por que não, minha amiga? Ninguém nos pode ver!’ ‘Aqui, não. Temos que fugir!’”

Gina se impressionava com a valentia que Giovana tinha, apesar de ser uma dama fina e cheia de “frescuras princesísticas”, como disse, para conseguir libertar, fugir e viver ao lado de quem realmente lhe agradava. Foi lendo e sentindo seu peito saltar, imaginando como seria se fosse ela mesma no lugar de Giovana. Seria tudo muito estranho, pensou. Não havia como fugir do castelo de alguém que não gostava para salvar e fugir com outro. Como isso? Era impossível.

“Ainda estavam distantes de qualquer lugar que pudesse os abrigar, e o sol já caía, tornando a tarde em noite, escurecendo velozmente. Giovana já sentia arrepios frios pelo corpo. ‘Venha, querida, fiquemos por aqui por ora. Eu lhe aquecerei com meu calor, fique tranquila. Eu vou lhe proteger, Giovana.’ A loura sentiu seu corpo arrepiar, mas desta vez fora um arrepio quente, cheio de desejo por Felipe. Por que demorou tanto tempo para descobrir aquele amor? Felipe tinha os lábios quentes, e fazia sua cabeça esvaziar e seus olhos fecharem involuntariamente. Ele ia deslizando devagar os dedos por seus braços, percorrendo por caminhos aleatórios, surpreendendo-a, causando suspiros repletos de vontades. Os toques começaram a se tornar mais firmes, e Felipe demonstrava o quanto a queria naquele momento. O corpo dela fraquejou aos toques e ao hálito que bafejava seu pescoço,e deixou que aqueles dedos longos acariciasse seus ombros, retirando as alças com uma delicadeza masculina que somente lhe faziam parecer derreter com tamanha excitação. E Felipe passou seus dedos vorazes e ligeiros pelos arredores de seus seios, enquanto recostava seus quadris nos dela, pressionando o volume natural para o momento no vão de suas pernas.”

O rosto de Gina corava a cada pontuação, envergonhada com toda aquela situação que segurava em mãos em meio às páginas do livro que Juliana lhe dera. Não conseguiu aguentar ler o restante, não ali, naquele instante. Precisava respirar um pouco de ar fresco, seu pescoço, rosto e orelhas já estavam quentes demais. Do jeito que era escrito no livro, pareceu descobrir o que de fato havia dentro das calças de Ferdinando e que, neste tipo de situação, um homem naturalmente ficava daquela maneira…

Correu pra a varanda e, por impulso, carregou o livro consigo. Evitou fazer barulho ao sair do quarto, afinal sua amiga dos cabelos rosa dormiu do seu lado sem que mesmo notasse.

Ultrapassou todos os cômodos da casa em silêncio e parou finalmente onde queria, admirando as estrelas por um tempo, sentindo a brisa do vento frio da madrugada nos cabelos revoltos. Ficou pouco tempo tomando o ar que tanto precisava para recuperar a temperatura facial, pois a curiosidade lhe latejava os miolos. Terminou de ler durante a madrugada mesmo, afinal, o livro não era tão grande.

Gina voltou enfim para seu quarto,encontrando Juliana ainda em sono profundo. Estava curiosa demais, e, francamente, não teria coragem de perguntar na cara dura sobre partes do corpo de um homem que ainda não sabia como era para sua amiga. Ainda silenciosa, decidiu ela mesma procurar os livros que a professora havia sugerido, sem que ela soubesse.

Abrindo os armários sem chave onde haviam coisas e coisas da Juliana, encontrou exatamente os livros que a mesma lhe mostrara outrora, parecendo estar ali de forma proposital. “Essa Juliana”, soltou a ruiva, “...é mesmo teimosa! Mai sabia que ieu viria correno pra cá assim que terminasse aquele livro! ” E foi exatamente o que aconteceu. A geniosa folheou os livros e, de queixo caído, compreendeu perfeitamente. Agora ela não tinha mais dúvida nenhuma. “Ieu agora sei de tudo. De tudo! O Ferdinando num vai vir pra cima di eu com intenção qui ieu num saiba! Ferdinando, ocê mi paga!”

A geniosa acabou dormindo por apenas três horas naquela noite, pois o sono não lhe vinha em momento algum, por ficar pensando em tantas coisas que Ferdinando poderia ter lhe dito com intenções nada boas. Estava com uma raiva que lhe corroía os miolos por ficar pensando em todas as ocasiões que o engenheiro lhe tocava, dos arrepios que sentia e das tremedeiras nas pernas, os quais não poderiam ser iguais às que Giovana sentia naquela ficção. Exatamente por este motivo, era somente uma ficção e nada além disso! Gina estava com raiva de si mesma por não conseguir tirar aquele rosto da cabeça. Certamente, aquele livro a deixara encafifada demais. Precisava dormir, isso sim.

Mal pregou os olhos e sentia Juliana lhe chamando.

- Gina, Gina, acorde, vamos! Já passou da hora de tomar seu café, a dona Tê me pediu para que lhe chamasse, e eu já estou de saída! Preciso ir para a escola, vamos!

- Ara, Juliana, não irrita, eu to com sono, me deixa... – resmungou sonolenta e esbravejou – Se continuar enchendo, já sabe!

- Credo, Gina, não seja rude, só estou lhe fazendo um favor! Não vai acordar desse jeito? Se lhe disser que um certo engenheiro agrônomo se meteu em uma briga e foi detido lá nas Antas, em plena luz do dia, você acorda?

- O quê? – a ruiva pulou da cama imediatamente, com as sobrancelhas torcidas, incrédula – Ocê me explique isso direito, Juliana!

- Eu já falei mais do que deveria, agora tenho que ir, até mais tarde! – e a professora saiu correndo do quarto para que Gina não a enchesse de perguntas.

A ruiva estava completamente descrente. Mal dormira por causa daquele um lhe tanto perturbar a mente, e ainda pela mesma pessoa que praticamente fora acordada. “Por que diabos a dona Juliana me disse isso? Ela quer que eu faça o quê, corra até as Antas e busque aquele maluco...? Pois é isso mermo que vou fazer. O Nando pode ser o que é, mas ninguém vai prender ele por bobage!”

Depois de tomar finalmente a decisão, Gina não demorou para querer correr dali, após tomar seu café da manhã apressado, contendo apenas um pão caseiro seco e leite puro, fresquinho. Já pronta e em frente a porta, dona Tê lhe pegou no pulo.

- Onde é que a senhorita pensa que vai? Tem muito trabaio na roça pra fazer, viu? Ocê demorou pra acordar hoje, o Vira já ta lá na lida, só esperando ocê. Inté começou o trabaio que já sabia, o pobre!

- I-ieu preciso ir lá nas Antas, mãe, e já to atrasada!

- Não sinhora! Ocê pode ficar aí ajudando o Viramundo, causo de quê o coitado não pode ficar lá suzinho.
Gina não soube o que responder. Sua mãe estava tão indiferente em relação a Ferdinando que não daria a mínima para o que estava lhe ocorrendo na cidade. Ou pior, seria mais um motivo para proibi-la. Não que ela se preocupasse, longe disso, se corrigia. Mas ter de ficar ao lado de Viramundo enquanto Ferdinando precisava da ajuda de um alguém corajoso de verdade, lhe corroía o arrependimento e a dor na consciência.

A ruiva, toda coberta de acessórios para a lida, seguiu para o trigal, pensativa. Algo praticamente lhe ordenava a buscar o engenheiro. Mal conseguia aparar os ramos!

- O que que ocê tem, minha frô? – perguntou o violeiro, que parecia ter notado o estranho comportamento de Gina – Nem cantano cum eu ocê tá hoje...

- Ieu num tenho nada não, Vira. Vamo trabaiá.

- Mas se ocê não ta conseguindo trabaiá dereito, ocê num precisa ser esforçar à toa, não. Vai pra casa descansar, sô, eu dou conta muito bem disso aqui sozinho.
Gina não pode acreditar. Por que motivo estava sendo tão gentil com ela? O homem que sua mãe queria que ficasse ao lado por aqueles dias, ou até mesmo pelo restante de sua vida, estava permitindo que o deixasse! Era um pedido irrecusável. Precisava ver o que estava acontecendo com Ferdinando. Se caso arrumou alguma confusão, era porque tinha motivo; nunca o vira brigar de braço com ninguém!

A ruiva ficou encarando Viramundo até que o mesmo soltasse um sorriso doce de total permissão, e Gina, sem perder tempo, sorriu como forma de agradecimento e, largando a enxada e as armas maiores que lhe atrapalhariam, desembestou em correr o mais rápido que pôde, para não perder o trem que já havia de estar saindo dali a alguns instantes.

- Se aquele frangote foi preso injustamente, eu fujo com ele de lá hoje mermo! – gritou pra si mesma,quando já se via longe o suficiente de qualquer fofoqueiro daquela cidadezinha. O quanto antes precisava estar em Antas, não sabia há quanto tempo Ferdinando já estava por lá, com quem estava, como estava. Por que se preocupava tanto com aquele engenheiro? Somente por causa daquele beijo Gina agora tinha motivos para querer seu bem? Sua cabeça dava giros enquanto admirava sem prestar total atenção à paisagem rústica que encobria o horizonte do lado de fora do trem. Pareceu demorar tanto quanto a primeira vez que viajara naquele mesmo vagão ao lado de Ferdinando; antes, sua companhia não lhe agradava tanto quanto nos dias atuais. “Mai que raio de encrenca que o Nando foi se infiá? Será mermo que ele tinha razão?”

Finalmente o transporte deu sinal de que parara na cidade que a tão ansiosa Gina esperava chegar. “Antas”, leu a ruiva em voz alta a placa, enquanto sentiu um aperto no peito. Respirando fundo, tomou coragem para finalmente descer do trem e seguir diretamente para a delegacia em plena luz do dia. Qual fora a última vez em que fora a uma delegacia? Que se lembrava, nunca tinha ido a uma, por mais que não tivesse papas na língua.

Nem mesmo perguntou para qualquer cidadão onde era ou por onde seguir para chegar ao seu destino, deu de cara com a delegacia de Antas, somente ao se seguir por seus próprios passos e instinto. Sem nem bom dia dar, foi entrando e buscando com os olhos ligeiros por todas as portas e grades do recinto, enquanto os guardas a olhavam assustados e se comunicavam entre cochichos sobre o que fariam com aquela invasora.

- Ei, garota, o que pensa que está fazendo? – disse de supetão um dos que a seguiam, enquanto a segurava firme pelo braço

- Me sorta, seu guarda, que eu num tô pra brincadeira!

- Quem aqui está brincando? – permaneceu firme o homem, enquanto Gina tentava se desvencilhar

- Ocê me sorta, senão eu...

- Senão o que, garota? Senão poderá ser presa também, sabia?

Gina finalmente pareceu se acalmar um pouco, e o guarda soltou seu braço; a geniosa suspirou e abaixou o olhar, finalmente explicando que precisava urgentemente fazer uma visita a uma pessoa, porém, ao especificar o nome ao delegado, obteve um riso tranquilo como resposta, que a confundiu e a deixou um tanto irritada, e quase não conseguiu conter.

- Fique calma, cara senhorita, este rapaz somente precisou ficar detento por esta madrugada. Já foi feito seu mandato de liberdade.

- Ara, sinhô delegado, por que não me disse antes?

- Ora veja, o rapaz já está logo ali.

Gina virou-se imediatamente e, vendo-o sem um dos sobretudos típicos que usava, suado e com feição de raiva e cansaço, sentiu preocupação, mas se manteve estática, sem saber se corria para encontrá-lo ou se esperava. Respirava forte e permaneceu observando Ferdinando assinando alguns papeis, após ser solto das algemas. Finalmente, ao virar o rosto para a ruiva, mudou completamente a expressão, enchendo-se de lágrimas nos seus olhos, exclamando cheio de emoção na voz “Gina!”; por um impulso, correu e a abraçou, apertando-a entre seu peito e afagando seus cabelos.

- Gina, ocê veio me ver...! – sussurrou breve, soltando-a rapidamente para que toda a delegacia não os ficasse assistindo de camarote. Vagarosamente, levou-a para fora do ambiente. Gina estava inquieta, mas não conseguia dizer uma só palavra. Ferdinando não conseguiu ter a coragem de abraçá-la novamente como dali a poucos segundos.

- I-ieu não pude acreditar que ocê se meteu numa briga, Ferdinando. – finalmente soltou uma frase, desviando dos olhos fixos e resolutos do que estava à sua frente

- Ara, Gina... – bufou Ferdinando, mas manteve-se – É minha mania de me meter na candidatura que nem minha é mais. Não foi nada agradável ficar naquela cela dos infernos durante toda a madrugada, sem conseguir tirar um cochilinho... – disse, com seu jeito engraçado de formar um bico e aproximar o queixo do pescoço – Mas ocê pode ficar tranquila, que eu já estou solto e bem livre novamente.

- Tranquila por que, Ferdinando? Ieu não estava nervosa!

- Então por que motivo veio até aqui me procurar? A senhora estava preocupada sim com a minha pessoa! Confesse, minha querida!

- Ocê pare de me encher as paciência e de me chamar de querida, causo de quê eu gastei dinheiro que nem era meu pra vir até aqui te buscar, Ferdinando! Vamo logo simbora desse lugar, que já tá me dando nos nervo.

- Ara! – impressionou-se o engenheiro e saiu seguindo Gina, que caminhava às pressas na frente, sem nem mesmo saber ao certo o caminho até a estação. Não se conteve em abrir um sorriso e puxá-la pelo braço, fazendo-a virar e olhar nos seus olhos mais uma vez – E eu não vou nem mesmo podê lhe agradecer por ter vindo até aqui por minha causa?

Gina respirou fundo, e não conseguiu desviar daquele homem que lhe causava sensações nunca antes sentidas. Na verdade, não sabia ao certo se deveria se desvencilhar dele, pois lhe agradavam as sensações que tomavam seu corpo, quando sentia sua aproximação. Os mesmos arrepios, a vontade de deixar que lhe tomasse nos braços, a maneira como virava os olhos e os fechava quando sentia o calor das mãos de Ferdinando envolvendo em um quase abraço, que nunca deixava prosseguir. Devagar, ele ia deslizando os dedos pelo rosto de Gina, seguindo o caminho até chegar aos cachos pequenos e ruivos que começavam a formar na nuca branca, e sentiu com as pontas dos dedos que os poros que acariciava começavam a se sensibilizar, deixando os arrepios percorrerem soltos pelo restante de seu corpo tenso. Gina inclinou levemente a cabeça para o lado esquerdo, deixando os lábios de Ferdinando lhe tocar quase ao roçar um beijo seu pescoço, e ronronou. O respirar quente que Ferdinando deixava sentir lhe causava batimentos ainda mais fortes dentro do peito, e lhe dava a impressão de que o que lhe apertava entre os braços agora poderia também sentir o quão forte seu coração pulsava, tamanha pressão que seus corpos formavam um contra o outro. Ferdinando prosseguiu com seu atrevimento e enlaçou o braço pela cintura dela, apertando os seios contra seu peito e arriscando um beijo lento nos lábios quentes e doces que dela tremiam.

- F-Ferdinando! – de um susto, Gina empurrou-o pelo tórax, apertando os olhos com o rosto completamente vermelho – Nóis num pode fazer isso! N-não aqui...

- E por que não, Gina? Não tem ninguém vendo, essas ruela tudo atrás da delegacia não passa uma alma viva... – e tentou mais uma vez puxá-la para seus braços, sem sucesso

- Ocê tá maluco, Ferdinando? – empurrou-o mais uma vez, desta vez irritada pelo nervosismo – Temos que fugir daqui, antes que seu pai chegue pra lhe buscar, ara!

- Tem razão, Gina, Gina, como ocê tem razão! Eu to até achano que o delegado não ia me liberar ainda até que meu pai viesse buscar eu aqui! Ara, vamo logo, Gina, vamo antes que aconteça qualquer coisa que nos possa atrapalhar!

Gina não soube o que responder, mas tendeu a correr dali junto de Ferdinando, em direção à estação, que era para estarem muito antes. Se não embarcassem logo no primeiro que estivesse saindo naquele momento, correriam o risco de encontrarem com o Coronel Epaminondas, e isso seria completamente desagradável, principalmente para Ferdinando, na frente da última pessoa que gostaria que presenciasse.

O trem já havia percorrido mais da metade do caminho, e Gina ainda estava abalada com tudo o que acontecera, com o que deixara Ferdinando lhe fazer, lhe tocar. Os ombros da ruiva ainda estavam muito tensos, e para piorar, o outro sentara do seu lado no vagão e mexia em pequenas mechas do volumoso cabelo ora ou outra, e isso a deixava ainda mais ansiosa. Repentinamente, ouve-se um barulho longe, parecendo vir do primeiro vagão, onde jazia o condutor.

- O que é que aconteceu?

- Problemas no trem, talvez... Aquele prefeitinho nunca dá um jeito de arrumar este mesmo problema que vem ocorrendo nos últimos tempos, minha querida. – Ferdinando olhou para fora da janela, abrindo-a e botando a cabeça no vento que desgrenhou seu cabelo mais do que já estava, e viu que de fato estava com a razão; segurou um riso e comunicou à geniosa – Parece-me que teremos que seguir o restante a pé.

- De pé? Ara... A sorte é que não tenho problema com canseira. Simbora que todo mundo tá ino também.

O comunicado que o condutor fez para os viajantes era que aguardasse a vinda do próximo trem, pois este não tardaria, pois fora avisado para a central que mandassem logo outro, para o conforto e comodidade de todos. Porém, parecia que o casal estava com um pouco de pressa, e não possuíam a mínima vontade de toparem com a aparição do pai de Ferdinando. Logo, decidiram ir mesmo a pé, pois, para eles, não estava mais tão longe assim.

Após um longo tempo de caminhada, pararam um instante para descansar. Por mais que pareciam não estar tão distante assim de Santa Fé, o caminho percorrido chegou a cansá-los o bastante para precisarem de uma pausa.

- Ara, mai que sorte a sua que eu trouxe minha cumbuquinha, ói só! – Gina, após sentar na vasta grama fofa ao chão, tirou do cinto a garrafa pequena que sempre levava água nas horas de lida, que Ferdinando já conhecia muito bem – Tá servido, Nando? Isquentô um pouco, mas ainda que tá fresca!

- Eu aceito, Gina, gradecido. – tomou um bom gole e saciou a sede, devolvendo a ela, que guardou novamente na cinta agora vazia

- Uff... O tempo tá esfriano, hein? – disse Gina, enquanto esfregava as mãos nos braços, tentando se aquecer – O inverno parece que já tá aí, né não?

- Ara, Gina, também ocê não trouxe nenhum casaquinho, as tardes desse final de outono tão bem friazinhas, minha cara. – o engenheiro dizia olhando para o nada, enquanto encolhia os ombros e sentia a brisa fria vir chegando ligeira, e ergueu repentinamente uma sobrancelha, enquanto passavam várias cenas em sua imaginação; então deixou de olhar para o nada num ponto fixo para direcionar os olhos para Gina, cheio de más intenções na cabeça – Ocê tá mermo com frio? Quer que eu te esquente?

- Ara, Ferdinando, larga de ser besta. Ieu to muito bem assim. – e a ruiva tentou esconder um suspiro de frio; o tempo realmente estava começando a ficar congelante!

- Eu sei que ocê tá com frio, Gina... – o engenheiro galanteador arfou um sorrisinho e aproximou-se pouco mais de Gina, envolvendo o seu braço comprido em volta dos ombros encolhidos dela, que arregalou os olhos, espantada. Assim que abriu a boca para reclamar do ato repentino do rapaz, este lhe depositou o indicador nos lábios, calando-a imediatamente ao ouvir um “Carma” sussurrado. “Eu somente vou lhe proteger, Gina, nada além disso”, continuou, fitando-a com olhos inocentes, fazendo com que Gina acalmasse sua tensão e somente o olhasse nos olhos, com a pulsação ainda latente.

Foi se aproximando devagar e a fera acabou por se acalmar, fechando os olhos lentamente, enquanto sentia a aproximação de Ferdinando. Tomou-lhe os lábios calma e delicadamente, roçando sua língua quente pela de Gina, induzindo-a a fazer o mesmo, obtendo rapidamente sucesso. A ruiva começou a beijá-lo por igual, sentindo que estava no caminho certo, pois estava sendo muito bem guiada. Os dedos compridos que percorriam as costas de Gina desciam cheios de carícias, caminhando em direção as costelas, causando arrepios que aqueciam seu corpo; os carinhos tornavam a deslizar agora como uma massagem, firmes e estimulantes, fazendo agora com que ela sentisse vontade de apertá-lo contra seu próprio corpo, desejando mais do que apenas aquele beijo que somente aumentava, mesmo que mal conseguisse respirar. Espasmos tomaram conta dos músculos tensos da mulher irascível, que agora parecia não ter medo de pressioná-lo a si, principalmente da cintura para baixo. As sensações que tomavam ambos os corpos deixavam Gina com a mente em outro lugar, esvaziando todo e qualquer pensamento que pudesse impedir qualquer ato que os separasse dali.

Por um instante, a ruiva empurrou os ombros do que lhe beijava, separando os lábios e deixando encostados apenas os narizes amassados. Olhou nos olhos azuis, porém fogosos, que pareciam querer devorá-la. Ambos respiravam forte, bafejando libido um no rosto do outro, sem poder conter; segundos depois voltaram a se beijar, e Gina devorava-o, fazendo exatamente como Ferdinando, ou ao menos tentando imitá-lo, que explorava cada pedacinho delicioso de dentro daquela doce boca. O volume das calças do parceiro voltava a lhe apertar a virilha, e agora sabia muito bem o que aquilo significava. Os mesmos dedinhos nervosos do rapaz decidiram agora desabotoar o colete azul que Gina usava, vagarosamente, botão por botão, enquanto ia a reclinando sobre o gramado macio. Passeou lentamente a mão esquerda pelos ombros de Gina, retirando a peça de roupa que desabotoou, e abraçou-a em seguida. Ela separou novamente seus lábios do de Ferdinando, mas desta vez manteve seus olhos fechados, e sentiu seu rosto corar, igualmente ao corpo que somente subia a temperatura. Brincou com os dreads desgrenhados e acariciou a nuca, inclinando-se para dar-lhe um beijo ali, enquanto Ferdinando arriscava aproximar o rosto de seu colo, sentindo o mesmo aroma da ruiva que sempre apreciou, suada ou depois do banho, que exalava agora ainda mais forte.

De repente, um flash clareou a mente de Gina, que lhe deu um estalo, e de imediato empurrou Ferdinando para distante de si. O que de fato estava acontecendo ali?

- S-sai daqui, Ferdinando, se ocê... – tomou de volta o fôlego que havia perdido, e finalmente conseguiu prosseguir - ...Se ocê encostar ni eu outra veiz, eu lhe... eu lhe mato!

- Ara, Gina, do que que ocê tá falando? Matar... ocê já tá me matano, desse jeito...

- N-não vem não!

Gina não soube mais como se conter de tudo o que estava fazendo ali, e tendeu a correr com passadas largas, fugindo do engenheiro, que entendeu bulhufas. Seu coraçãozinho ainda estava descompassado, e não sabia de onde tirara tanto fôlego depois daquele beijo tão sedutor e envolvente. Estava acontecendo tudo exatamente como no livro de Juliana. “O que diabos ela fez pra tudo isso acontecer mermo?”, ela se perguntava. A geniosa não se cabia com tamanha maluquice que lhe rodava a cabeça. Tudo se relacionava, parecia até mesmo que sonhava que estava no lugar de Giovana, e Ferdinando no de Felipe. Até mesmo os nomes, as iniciais se davam, certinho. A cela, o beijo na delegacia, a fugida ao seu lado, a parada no matagal, os beijos, as sensações, as carícias, os desejos. Não poderia estar mesmo sentindo as sensações que Giovana mencionara ser por puro amor pelo homem que a tinha nos braços. Fugiu, somente fugiu e correu dali para sua casa o mais depressa possível, deixando Ferdinando a ver navios. Não sabia como o olharia novamente depois do que acontecera. Talvez precisaria se esconder, pois temia acontecer tudo aquilo de novo.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? O começo é um pouco improvável, principalmente por causa dos capítulos que mostraram que a Gina sabia algumas coisas sem que a Juliana explicasse... Mas, mesmo assim, quis fazer xD Na verdade, eu queria ter postado antes da cena dela conversando com a mãe ir ao ar .__. *completed fail*
Enfim, comentem, pls! Adjetivos (bons ou ruins) ajudam muito um escritor a melhorar e se empolgar a postar continuações xD