Passion escrita por Mari


Capítulo 55
Capítulo 51 - Coração partido


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Olho em seus olhos frios e em sua expressão de indiferença e apatia. Sim, ela seria capaz.
– Foi você, não foi? Foi você que armou para nós.-
– Até que você não é tão burro assim, não é?- Ela diz e ri cruelmente.
Raiva cresce dentro de mim e eu me jogo para frente tentando alcança-la, me choco com as duras barras de ferro e me estico para tentar agarra-la, mas ela dá alguns passos para trás e me observa com os braços cruzados.
– Você...Sua...Porque você faria isso com a sua própria filha?- Grito.
Ela me encara enquanto eu grito e me debato na cela cego de raiva por essa mulher.
– Me avise quando você se acalmar. Tenho uma proposta para te fazer.-
– Eu não quero nada que venha de você.- Grito em sua direção.
– Acho que você vai querer repensar isso.-
– Não conte com isso.- Digo amargamente.
Ela fica em silêncio me observando.
– Como você descobriu?- Apoio meu braço na grade e descanso minha cabeça contra minha mão.
– Você acha mesmo que eu não saberia o que estava se passando com a minha própria filha?-
– Você não sabia antes, quando ela e eu nos encontrávamos desde do começo do ano.-
– Isso porque eu não tinha motivos para desconfiar. A Angie sempre foi uma boa menina.-
– Você quer dizer, sempre deixava você controlar cada segundo da sua vida.-
– A minha filha me obedecia, até ela conhecer você, seu viciado. Você a levou para o mal caminho.-
Apenas rio com escárnio. Quando não digo nada, ela continua.
– Eu sempre estive ciente de todos os passos da Angie depois que eu descobri que ela mentiu. Eu soube desse plano ridículo de vocês desde do primeiro momento. Eu sempre soube que vocês estavam trocando mensagens e telefonemas durante esse último mês. Eu não sou uma mulher burra, vocês me subestimaram.-
– Qual é a sua proposta.- Pergunto querendo acabar logo com isso.
– Bem, é muito simples. Você vai deixar minha filha em paz, você vai terminar com ela e nunca mais vai chegar perto dela ou falar com ela de novo.-
Dessa eu tenho que rir. Que mulher louca.
– Eu sei que você acha que eu não sou adequado para a Angie. Mas a verdade é que eu a amo, muito. E nem você nem ninguém vão me separar dela.-
– É mesmo? Nem mesmo a prisão? Porque você sabe que, é para lá que você vai.-
– Tanto você como eu sabemos que aquela droga não era minha, eu sou inocente. Foi você que colocou aquilo no meu carro.-
– Na verdade, eu paguei para colocarem, mas isso não vem ao caso...Acontece que não adianta nada você ou eu sabermos a verdade, a policia não sabe. Você foi pego em flagrante, não importa o que você diga, você será condenado por trafico de drogas...Assim como seu irmão, Danny, não é esse seu nome?-
Encaro-a com raiva.
– Que decepção você e o seu irmão são para sua família. Ah é...vocês não tem família, acho que foi melhor mesmo que seus pais tenham morrido, eles não iriam querer ver seus dois filhos na cadeia.-
– CALA A BOCA.- Grito.
– Você não passa de uma vadia rica que não merece a filha que tem.-
– Controle a sua língua enquanto você estiver falando comigo, seu viciado.-
– Vá embora.- Digo.
– Não sem uma resposta a minha proposta.-
– Eu já disse que não vou desistir da Angie.-
– Se você aceitar as minhas condições, eu posso te tirar daqui. Você tem apenas que renunciar a essa paixãozinha boba e você será um homem livre.-
– Você é surda? Eu não vou terminar com a Angie.-
– E então o que? Você vai namorar com ela enquanto estiver atrás das grades? Você acha mesmo que ela vai querer ficar com um criminoso?-
– Eu vou conversar com ela. Ela vai acreditar na minha inocência.-
– Não seja tolo. Pense bem, você vai perder a Angie de qualquer jeito. Porque ao invés de ficar sem ela preso, você não fica sem ela em liberdade? Você vai poder continuar com a sua vida, quem sabe até conhecer alguma garota que esteja mais no seu...nível.-
– Você quer acabar como o seu irmão? Desperdiçar anos da sua juventude preso entre quatro paredes?-
Ela tem razão. Eu não posso passar anos preso por algo que eu não fiz. Não é justo.
E além do mais, eu não vou poder lutar pela Angie estando atrás das grades. Eu preciso da minha liberdade para poder lutar pelo nosso amor.
Talvez não agora, talvez eu tenha que esperar para que possamos ficar juntos. Mas o único jeito disso acontecer, é se eu aceitar a proposta dessa mulher.
Eu vou ter que quebrar o coração da Angie e torcer para que ela possa me perdoar quando a hora chegar.
– Você pode mesmo me tirar daqui?- Pergunto.
Vejo um sorriso de vitória se espalhando pelo seu rosto. Ela viu a decisão sendo tomada em meu olhar.
– Claro, basta você terminar com a Angie e nunca mais a procura-la. Se você fizer isso, eu garanto que você será liberado.-
– Tudo bem, eu aceito.-
***
– German.- Escuto a voz da Angie me chamando e levanto a cabeça no mesmo instante.
Ela está vindo em minha direção, só não está correndo porque o guarda que a está acompanhando está impedindo.
Ela parece cansada e assustada, seus olhos focados apenas em mim, sem nunca desviar.
– Angie.- Eu chamo, como se a minha boca precisa desesperadamente dizer seu nome. Mas então me lembro que tenho que mentir, tenho que terminar com ela para que eu não passe os próximos anos como meu irmão. Tenho que fingir que ela não é tudo pra mim, tenho que quebrar o coraçãozinho do meu coração.
Tenho que ser indiferente. Tenho que ser indiferente. Tenho que ser indiferente.
– German.- Ela se apoia nas barras da cela e passa o olhar por todo o meu corpo.
– Você está bem?-
– Sim, estou bem.- Digo o mais calmamente possível, mas tento soar frio. Deve ter funcionado, porque ela inclina a cabeça para o lado de leve em confusão.
– Você tem certeza que está bem?-
– Tenho. O que você está fazendo aqui?-
– A minha mãe, você ligou para ela vir me tirar daqui?-
– Sim.- Minto.
– Porque?-
– Porque eu não podia deixar você continuar presa por algo que eu fiz. Você não sabia de nada.-
– Nem você. Eu sei que pareceu que eu não acreditava em você mas...Eu acredito, German. Sei que você estava falando a verdade quando disse que não sabia daquelas drogas no carro.-
Meu coração aperta, sinto minha determinação fraquejar. Tenho que me virar de costas para ela não ver a expressão em meu rosto.
– Eu não sou inocente.- Digo, minha tentativa de soar convincente falha quando minha voz falha também.
– German?- Me viro e vejo sua pequenininha mão estendida para mim, com a palma para cima.
Me aproximo e luto contra a vontade de segurar sua mão e de puxa-la para um beijo.
– O que você está falando, meu amor?- Ela pergunta e me encara com seus lindos olhos. Vejo um vinco de preocupação em sua testa e morro de vontade de beijar ele até sumir.
– Estou falando que eu menti, eu sabia daquelas drogas o tempo todo.- Vejo sua expressão mudando de surpresa para compreensão, depois magoa e por fim, incredulidade.
– German, como assim você sabia? Isso...Isso não pode ser verdade, você tinha...você tinha prometido e...- Sua voz foi sumindo e ela me olhava tentando compreender.
– Você não está falando a verdade, você é inocente, eu sei.- Ela afirma.
Ah meu Deus, que vontade de beija-la. Como ela pode ser tão perfeita? Eu a amo tanto.
– Angeles, eu não sou inocente. Eu sabia das drogas, nos iriamos fazer uma parada em Hartford e eu as entregaria lá.-
– Então, você...mentiu?- Ela pergunta falando devagar, como se testando a palavra. Eu apenas aceno com a cabeça.
– Você mentiu quando...quando me prometeu que não iria mais usar? Você estava usando todo esse tempo, e traficando? Mesmo sabendo do seu irmão...- Ela me olha como seu não me reconhecesse e isso inflige mais dor ao meu coração.
– Sim.- Não consigo dizer mais nada.
Sei que só isso não será o suficiente para empurra-la para longe. Tenho que dar o tiro de misericórdia, mesmo sabendo que isso irá devastá-la.
– E...Eu menti sobre outra coisa também.- Digo encarando-a nos olhos, me custando tudo para não desistir de tudo e apenas dizer que a amo.
– Sobre o que?- Sua voz é baixa e fraca, vejo que está tentando lutar contra as lágrimas acumuladas em seus olhos.
Dói muito ver ela chorando de tristeza. Dói mais ainda saber que eu sou a causa dessas lágrimas.
– Nesse tempo que nós estivemos juntos eu...Eu estive com outras mulheres.-


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Notas finais do capítulo

Podem chorar. @Violeteros_BR beijos Mari



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