Passion escrita por Mari


Capítulo 54
Capítulo 50 - Crueldade


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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– O que você acha que é?- Ele pergunta.
– Vamos descobrir.- O policial retira uma embalagem estranha de lá de dentro e a fura com um canivete, pegando um pouco do conteúdo.
Meu coração acelera quando eu reconheço o pó branco.
– Cocaína.- Diz o policial depois de colocar um pouco da droga na língua.
Olho chocada na direção de German e ele está com a mesma expressão que eu.
– German?- Pergunto com a voz rouca, querendo que aquilo não seja o que parece ser.
– Angie, eu posso explicar.- Ele diz e se aproxima de mim.
– Sim, você vai ter muito o que explicar na delegacia. Pode levar o meliante, e a moça também.-
– O que? Mas eu não fiz nada.- Digo desesperada e com lágrimas nos olhos.
– Nunca ninguém faz.- Diz o policial enquanto coloca algemas nos meus pulsos.
– German, o que está acontecendo...Como que...Porque...Você fez isso?- Pergunto agora soluçando.
German também está sendo algemado e o olhar no seu rosto é de desespero.
– Não, Angie. Eu não fiz nada, eu não faço a mínima ideia de como isso foi parar ai.- Sua voz sai esganiçada.
As algema estão apertando meu pulso e está doendo.
– Ai.- Digo.
– Cuidado com ela, seu idiota.- German ruge.
– Trafico de drogas e desacato a autoridade. Nada bom, meu jovem...nada bom.-
– Eu não sou traficante. Isso não é meu, vocês tem que acreditar em mim.- German grita para os policias e se debate quando um deles tenta o levar até o carro.
– Você disse que tinha parado com essas coisas. Você prometeu, German.- Eu o acuso.
– Não, Angie. Me escuta, eu não...-
– Você mentiu pra mim. Como você pode?- Eu grito e ele se encolhe.
– Ok, já chega.- O policial diz e nos puxa, nos levando em direção ao carro de policia.
– Smith, você leva o meliante e eu levo a moça. Vou falar para o Juarez providenciar a apreensão do veiculo.-
Isso não pode estar acontecendo. Não acredito que German mentiu pra mim, esse tempo todo.
Estou me sentindo traída e magoada. E essas porcarias de algemas estão machucando meus pulsos.
Não posso acreditar que German faria uma coisa dessas. Como ele foi capaz de mentir assim pra mim? Sobre o que mais ele mentiu?
Meu coração está pesado e minha alma melancólica.
– Angie? Angie, você tem que acreditar em mim.-
Olho pra ele. Algemado e se recusando a entrar no carro.
– Angie, você acredita em mim, não é meu amor? Você sabe que eu sou inocente, certo?- Ele me pergunta com esperança nos olhos.
Mas eu não sei mais no que acreditar.
Desvio meu olhar para o chão, sem dizer uma palavra.
– Angie?-
– Angie!- Sua voz é abafada quando o policial o joga dentro do carro e fecha a porta.
O meu policial é mais atencioso e não me joga para dentro com brutalidade.
Me acomodo na parte detrás do carro. Meu Deus, estou em um camburão da policia, algemada e indo para a delegacia. Como se eu fosse uma criminosa.
Nunca me senti tão humilhada em toda a minha vida.
German:
– Eu já disse mil vezes...Eu sou inocente.-
– Claro que é. Olha garoto, a droga foi encontrada em seu carro, enquanto você dirigia para fora do estado. Você foi preso em flagrante.- O delegando se aproxima e apoia os cotovelos na mesa, reparo nos seus dentes manchados pela cafeína, sua barba por fazer e seus olhos cansados.
– Se você me ajudar eu posso te ajudar. Apenas me diga, para onde você estava levando os 30kg de cocaína?-
Estou prestes a chorar de frustração. O que eu posso fazer para que ele acredite em mim? Eu já falei a verdade. Não sei como aquela cocaína foi parar no meu carro.
– Senhor delegado, eu já disse, eu não tenho a menor ideia de como aquela droga foi parar no meu carro. Eu sou inocente, alguém deve ter armado pra mim.- Digo tentando manter a calma na voz.
– E quem faria isso?- Ele pergunta me olhando desconfiadamente. Já vi que não adianta, ele não vai acreditar em nada do que eu disser. Na sua mente ele já me julgou e me culpou.
Mas o que me desespera mesmo é saber que a Angie também fez isso. Eu vi o jeito que ela olhou pra mim, e quando eu jurei que era inocente, ela apenas desviou o olhar e ficou em silêncio. Não posso acreditar que ela me tenha em tão baixa conta.
– Eu não sei.- Dou um suspiro e abaixo o olhar, derrotadamente.
– Talvez eu tenha que perguntar para aquela jovem que estava com você. Talvez ela saiba de alguma coisa.-
– Não, a Angie não sabe de nada. Deixe ela em paz, soltem ela.- Digo olhando para o homem barrigudo e de meia idade sentado na minha frente.
– Você não está ajudando em nada. Talvez uma noite atrás das grades faça você falar.- Ele faz sinal para um guarda me levar dali.
Sou conduzido, ainda algemado, até uma pequena cela vazia.
O guarda me empurra para dentro e fecha a cela. O espaço é minúsculo, há um vaso sanitário em um canto, quase encostado na pequena e suja cama.
Passo minhas mãos pelas barras e me tiram as algemas.
– Eu quero falar com a Angie. Onde ela está? Ela está bem?- Exijo saber.
O guarda apenas ri e se vira, me deixando sozinho.
Só de pensar que a Angie, a minha princesa, está em uma cela imunda e fedorenta como essa me deixa doente.
Ando de um lado para o outro.
Como? Como que aquela droga foi para no meu carro? Eu prometi para Angie que não me envolveria mais com esse tipo de coisa, e eu cumpri minha promessa.
Não tenho a mínima ideia de como aquilo foi parar lá.
Continuo andando pelo espaço limitado da cela, matando o tempo.
– German Castillo.- Uma voz de homem me chama.
– Sim?- Vejo que é o mesmo guarda que me trouxe para cá.
– Você tem visita.- Ele diz e sai sem dizer mais nada.
Quem poderia ser?
Escuto o barulho de salto alto no chão. Não sei porque mas esse som me dá calafrios.
Uma mulher na faixa dos 40 anos, bem vestida em um terninho caro, com o cabelo e maquiagem impecável e uma expressão assustadoramente fria para em frente a minha cela.
Olho-a com confusão por um segundo, mas é apenas por um segundo porque logo eu a reconheço. Eu a vi apenas uma vez, mas já foi o suficiente para que eu nunca me esqueça de sua expressão cruel.
– Sra. Cassidy.- Digo por fim.
– German.- Ela diz meu nome com uma expressão de nojo. Ela analisa minha cela e se mostra satisfeita com a sua aparência, como se achasse que eu pertenço a um lugar como esse.
– O que a senhora está fazendo aqui? Como ficou sabendo...A Angie ligou para a senhora?- Pergunto confuso com a sua rápida e súbita aparição.
– Não.- Ela se limita a dizer.
– Então como a senhora ficou sabendo que nós fomos presos por...-
– Trafico de drogas?- Ela balança a cabeça teatralmente e se aproxima mais das barras.
– Eu bem que tentei avisar a Angie, mas ela não me escutou...Agora olha onde ela foi parar. Você não tem vergonha? A vida é sua e você faz o que bem intende, mas não tem o direito de arrastar a minha filha para o buraco junto com você.-
Ela me olha com ódio, e mesmo sabendo que tenho barras de ferro nos separando, involuntariamente dou um passo para trás.
– Se ela tivesse me escutado teria me poupado tanto trabalho, e teria poupado a si mesma de passar por uma situação degradante como a que você a fez passar.-
De repente uma hipótese me vem a mente...Ela não teria feito isso, teria? Será que ela seria capaz de algo assim?


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Notas finais do capítulo

Vou parar Algo se enciende até termina Passion ok? Comentem, quanto mais comentários mais capítulos. @Violeteros_BR beijos Mari



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