Passion escrita por Mari


Capítulo 4
Capítulo 3 - Encontro V8 - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura , obrigada pelos comentários e favoritos !



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Jordan está nos levando em direção ao Porto. Olho pelas janelas atenta a qualquer sinal de vida mas parece que somos os únicos por aqui. O carro anda mais uns 300 metros e eu começo a ver uma certa movimentação a frente.
Jordan para o carro e nós descemos. Olho em volta e vejo que deve ter umas 150 pessoas por aqui. Há um fluxo grande de pessoas pra lá e pra cá, todas com alguma bebida na mão. As meninas estão embaladas a vácuo praticamente.
Vestidos, saias, blusinhas, tudo curto e muito justo. Olho a roupa de Cami, que eu não havia reparado antes e, até ela esta vestida a caráter, com uma saia curta e um top. Me sinto um peixe fora d’agua em meus jeans e cardigã.
Era isso? Uma festa numa rua deserta? O que de especial e secreto tem nisso?
Jordan e Cami vão se infiltrando no meio das pessoas e eu vou junto, sentindo os olhares analisadores de todos. Está na cara que eu sou carne nova no pedaço.
Paramos de andar de repente e eu vejo do que todos estavam em volta. No centro do aglomerado de pessoas, estão cinco carros. Olho pra cada carro e percebo que encostado no capô de cada um tem um homem com varias garotas seminuas a tira colo, a atitude dos caras é como se estivessem dizendo “Olhe a minha máquina. Olhe as minhas garotas. Eu sou foda”. Tenho a impressão que esses caras são os maiorais desse “encontro.”
Meu coração dá um salto quando eu percebo que um dos cinco carros é um Mustang idêntico aquele em que o Jordan apareceu na escola no começo da semana.
Será que isso significa que German está aqui? Penso que é muito provável. E porque eu estou tão animada com a possibilidade de vê-lo? Procuro por ele perto do Mustang e percebo que ele deve estar encostado no capô do carro igual aos outros quatro, mas eu realmente não posso ter certeza porque literalmente deve ter umas 15 garotas cercando a frente do carro. Continuo olhando pra tentar ver se é realmente ele quem está ali ou se é outra pessoa, obtenho minha resposta quando Jordan assovia e grita
– Hey German!- Algumas mulheres saem do caminho e agora eu posso vê-lo perfeitamente. Ele está com duas garotas, uma em cada lado, suas mãos em suas cintura. Ele acena pra Jordan e Cami que está enroscada em sua cintura. Quando seu olhar passa por mim vejo uma expressão de reconhecimento. Ele retira rapidamente seus braços da cintura das duas mulheres e caminha em nossa direção com um olhar baixo, eu diria predatório até.
Ele para na nossa frente, emanando uma aura intensa e densa que me deixa inquieta. Cruzo meus braços no peito de uma forma protetora e olho para todos os lados, menos em sua direção.
– Jordan. Cami.- Ele diz e sua voz manda uma onda de arrepio através do meu corpo. Ainda não fui capaz de olha-lo nos olhos.
– German, essa é a Angeles. - Cami me apresenta. – Angie, esse é o German .- Sou obrigada a levantar o olhar. Malditas regras de convívio social.
Quando localizo seu olhar é tipo...uau. Seus olhos são os mais lindos olhos que eu já vi.
Seus olhos brilham com malícia e sua boca levanta devagar, ele começa a rir baixinho, sua risada aumenta e vira uma gargalhada. Fico sem intender nada, será que eu fiquei tão hipnotizada por seu olhar que perdi alguma coisa?
Quando ele finalmente para, ele me encara com um ar divertido.
– Porque seus pais te odeiam tanto?- Ele pergunta sorrindo. Escuto Cami e Jordan dando uma risadinha.
Fico furiosa por eles estarem rindo de mim. Cruzo com mais força os braços e faço uma carranca.
– Meus pais não me odeiam. Esse é o nome da minha avó, e eles queriam fazer uma homenagem.- Acho que não foi uma boa ideia contar sobre a minha avó, porque isso só fez eles rirem mais. – Faz sentido agora.- Ele diz.
– Acho melhor te chamar só de Angie, se eu não quiser gargalhar até morrer toda vez que falar com você.-
– Deixa ela em paz cara.- Jordan diz mas eu percebo que ele também está se divertindo as minhas custas.
– Ok, não falo mais nada. Mil perdões por rir do seu nome Angeles.- Ele diz e tenta segurar o riso.
Lanço um olhar de desprezo em sua direção, mas parece que o fato de ele ter conseguido me irritar só o está divertindo ainda mais.
Passando a mão pelo cabelo ele começa uma conversa com Jordan.
Mesmo com a raiva que eu estou dele por ter rido de mim, não consigo parar de olhar para seu perfil enquanto conversa. Ele é tão perfeito, os cabelos pretos não são nem compridos demais nem curtos demais, seus olhos, seu nariz, sua boca, seu queixo, o formato do seu rosto. Ele tem traços fortes, traços de homem e não de menino como os de Paul. E sua voz é tão sexy que meu corpo se eriça toda vez que ele fala.
– Eu tenho que voltar pro meu bebê.- Ele aponta o carro. - A gente se vê depois.- Ele diz olhando nós três.
Ele dá três passos em direção ao seu carro então se vira e me encara com um sorriso torto no canto dos lábios.
– A propósito, gostei do suéter...coração.-
Olho para suas costas enquanto ele se afasta
– É um cardigã, seu idiota.-
Grito sem saber o que mais responder.

***

Cami e Jordan só tem olhos...e bocas um pro outro, então aqui estou eu, completamente deslocada e ignorada. Olho pros lados procurando alguma pessoa com quem eu possa começar uma conversa, porque definitivamente eu não vim até aqui pra ficar sozinha. Infelizmente, todos parecem tão envolvidos em suas próprias conversas, acho que aqui funciona daquele jeito; você tem que ser apresentado para os outros por alguém do próprio grupo, você não pode simplesmente chegar em alguém e dizer “Oi, vamos ser amigos?”. Então minha única opção é continuar sozinha e com cara de paisagem. Pelo menos eu vou ficar com cara de paisagem ali no outro canto, onde eu não possa ver a língua de Jordan sendo enfiada na boca da minha melhor amiga. Sério, eles deveriam arrumar um quarto. Mas aqui, as demonstrações públicas de afeto não parecem constranger mais ninguém além de mim. Cara, esse realmente não é o meu lugar.
Me afasto do casalzinho pegação e vou caminhando até o local onde eu vejo algumas pessoas pegando bebidas. Estou morrendo de sede.
Procuro por água ou refrigerante mas é claro que só tem cerveja e outras bebidas com álcool. Decido pegar uma cerveja, eu nunca experimentei, vai que é bom.
Mas primeiro eu preciso descobrir como abrir essa garrafa, sem um abridor. Observo algumas pessoas passando, pegando uma garrafa e abrindo com a mão. Tento imita-las, sem sucesso.
– Maldita garrafa.- Amaldiçoou baixinho.
– Ela realmente não tem culpa.- Me viro em direção ao dono daquela voz grave e poderosa. Um cara alto, de cabelos negros e olhos castanhos está me encarando com um sorriso brincalhão. Ele tem um cavanhaque levemente comprido que em outra pessoa eu acharia estranho, mas nele combina.
– Amaldiçoar não vai fazer ela abrir, sabe.- Ele aponta pra garrafa e então com um movimento rápido ele a pega da minha mão. Facilmente ele abre a tampa e me entrega a cerveja.
– Prontinho.- Ele me diz sorrindo amavelmente.
– Obrigada.- Respondo olhando pro chão.
Você alguma vez já deve ter feito isso, não é? Olhar o chão para disfarçar a timidez. Bom, eu faço isso o tempo todo, porque basicamente qualquer contato com pessoas que eu não conheço me deixam terrivelmente nervosa e tímida. A culpa não é minha, eu fui privada do convívio frequente com pessoas da minha idade, praticamente a minha infância inteira, então eu não desenvolvi a habilidade de interação social com completos desconhecidos.
– De nada.- Ele diz se afastando pra pegar uma cerveja para ele mesmo.
– Essa é a sua primeira vez aqui.- Não foi uma pergunta.
– Qual foi a sua dica?- Tento brincar pra descontrair.
– Acho que o suéter de coraçãozinho?- Pergunta de forma brincalhona.
Eu coro com a sua menção a minha roupa, porque realmente em comparação com o modo de vestir de todos aqui, eu estou destoando e isso me faz muito desconfortável. Apesar que agora ninguém mais está reparando em mim, estão todos preocupados demais em se divertir.
– Não precisa ficar com vergonha, eu achei ele uma graça...e você também.- Ele diz e então da um gole em sua cerveja.
– Acho que eu não fiz de todo mal em vir vestida assim, você é a segunda pessoa que elogia meu suéter de coração.- Achei que corrigi-lo dizendo cardigã seria desnecessário.
– Quem mais te elogiou?-
– Um amigo do namorado da minha amiga.- Eu dou um sorrisinho.
– E quem seria o amigo, o namorado e a sua amiga?- Ele pergunta tomando mais um gole.
– A minha amiga é a Cami, acho que é a primeira vez dela aqui também. O seu namorado é o Jordan e o amigo dele é o...-
– German.- Ele termina a frase por mim. Ele diz o nome dele como se tivesse um gosto amargo na boca.
– Sim. Você conhece ele?- Fico curiosa.
– Infelizmente, conheço.- Ele diz e parece tenso.
– Infelizmente, não é? Parece que você não é muito fã dele.- Comento.
– Não...nem um pouco.- Ele diz com o maxilar apertado.
Dou o primeiro gole na minha cerveja pra tentar disfarçar o silêncio embaraçoso.
Urgh! Que gosto horrível, tendo disfarçar uma careta. Porque as pessoas bebem isso mesmo?
– De qualquer forma...eu não me apresentei, eu sou o Bruno.- Ele me estende a mão.
– Angie, muito prazer.- Digo apertando sua mão.
– Então Angie, você quer ser a minha mascote?- Ele pergunta tranquilamente.
Me engasgo com a cerveja. Ela tem um goste horrível mas não dá evitar beber. Annn, agora sei porque as pessoas bebem isso...
Vendo minha reação ele diz - Desculpa, esqueci que você é nova aqui.- Ele está balançando a cabeça. – Todos os corredores levam uma garota no carro, durante a corrida. São as mascotes.-
Então minha ficha cai. Puta que pariu!!! Eu estou em um racha? Que merda. Eu devia ter percebido; garotas seminuas, meninos exibindo seus carrões, todo esse ar de segredo com relação a esse encontro. V8, agora eu entendi, é por causo do motor. Nossa, como eu sou burra. E eu que já assisti todos os Velozes e Furiosos.
Enquanto recrimino a minha idiotice, Bruno está esperando uma resposta. O que eu digo? Não?
Abro a minha boca mas não sei como dizer; não, muito obrigada mas eu não quero estar dentro do seu carro quando você estiver correndo como louco.
– Então, você vai ser a minha mascote hoje a noite, princesa?- Ele diz isso e esfrega suavemente o polegar na minha bochecha.
– Ela não vai ser nada sua, Bruno.- Eu reconheço essa voz, só tem uma pessoa até agora que é capaz de provocar essa reação que o meu corpo acabou de ter. E apenas com palavras, Jesus. E se ele me tocasse? Eu viraria gelatina com certeza.
Bruno se vira e German o olha como se quisesse abrir um buraco em sua cabeça, apenas com o olhar.
– Acho que isso é com a Angie, não é princesa?- Ele pergunta se virando pra mim.
Eu abro a boca pra responder mas German me corta.
– Ela não vai fazer isso...- Diz pra Bruno - ...você não vai fazer isso, Angie.- Ele me olha com raiva.
Quem ele pensa que é pra me dizer o que eu posso e o que eu não posso fazer? Eu já tenho o suficiente disso em casa, e apesar de que a idéia de correr com Bruno me embrulhe o estômago eu me pego dizendo:
– Eu faço o que eu quiser German.- Fuzilo ele com o olhar e depois me volto para Bruno. – Eu adoraria ser a sua mascote.- Sorrio amavelmente


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Notas finais do capítulo

@Violeteros_BR beijos Mari



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