Lentamente eu me viro para ele. Seguro meu colar e o observo.
– Me lembro que quando eu te vi pela primeira vez, eu jurei pra mim mesmo que você não era real... que você era um anjo.- Ele diz colocando um fim na pouca distância que nos separava e tocando as asas de anjo repousadas no meu pescoço.
Ele traça a linha do cordão com o dedo até chegar no meu pescoço, então sobe a mão e a espalma no meu rosto, logo sua outra mão faz o mesmo. Segurando meu rosto com ambas as mãos, me impedindo de virar, ele aproxima a sua boca da minha.
Sei que eu tenho que dizer algo agora. Algo para impedir que ele me beije, não posso permitir que isso aconteça. Não quero iludir um cara tão bom como ele, e não quero enganar German.
Mas ao invés disso, eu deixo que ele se aproxime cada vez mais. Lentamente, ele vai vencendo centímetro por centímetro a distância entre nossos lábios. Sinto seu polegar acariciando delicadamente minha bochecha. Seu toque é bom, muito bom.
Sinto seu hálito fresco, menta e álcool.
Quando nossas bocas estão a um suspiro de distância de se encontrarem, eu escuto passos farfalharem as folhas na grama.
– Tire as suas malditas mãos de cima da minha garota, seu filho da puta.- A voz de German é grave e furiosa.
Ambos, Paul e eu, olhamos em sua direção com um olhar assustado. Pela expressão na cara de German, posso dizer que ele está possesso. Um olhar assassino em seus olhos.
No que me pareceu um segundo, German cruzou a distância que nos separava e pegou Paul pelo colarinho e lhe deu um soco no rosto.
Eu dei um pulo para trás e soltei um grito.
Paul se recompõem rapidamente e dá um gancho de direita em German, que revida com outro soco mas Paul é mais rápido e desvia. German joga seu corpo corpulento contra Paul e ambos caem no chão. Eles rolam e eu só consigo ver um emaranhado de punhos e ouço xingamentos.
– Parem.- Eu grito.
– Parem com isso, agora.- Grito novamente, desesperada.
Grito por ajuda até que um segurança aparece e separa os dois. O segurança pega German violentamente e lhe dá uma chave de braço.
Paul se afasta um pouco e coloca as mãos no joelho, recuperando o fôlego.
Corro até Paul e vejo que ele tem um corte na boca e no supercílio, além de um hematoma no canto do olho.
– O senhor está bem Sr. James?- O segurança pergunta em uma voz grave.
Paul balança a cabeça indicando que sim.
– Meu Deus, Paul, Você está bem mesmo?- Pergunto preocupada. Ele diz que sim de novo e recompõe a postura.