Encrencada.

Esse era o resumo da situação no qual eu, May Maple, ou melhor, Sofia White se encontrava. Todos os olhares da mesa se viraram em minha direção, e eu suava frio.

“Como assim “não por escolha”, Sofia?“, caramba garoto! Não tinha outra pergunta para fazer, não?

Rápido May! Pensa em um desculpa ou eles vão descobrir que você estava mentindo! Sofia modo atriz #on!

–Ah... - abaixei o olhar, fingindo tristeza - É que antes do Grand Festival, a minha mãe ficou muito doente. - falei, fingindo um tom triste para eles. Não queria mentir, mas essa era a única maneira de me safar dessa situação. Minha franja cobria meus olhos, o que ajudava na atuação.

–Erm... E como está sua mãe? - a garota de madeixas azuis perguntou. Ótimo! O momento certo para ir embora!, pensei.

–Ela... Ela... E-Eu não quero falar no assunto. - falei com a franja cobrindo os olhos, como se eu estivesse a ponto de chorar, coisa que foi atuada por mim. Me levantei da cadeira e sai do refeitório do CP de cabeça baixa. Vi a garota de cabelos azuis abrir a boca para falar algo, porém a ruiva a interrompeu.

Sai de lá, pedindo desculpa em pensamento por mentir para eles, entre tanto aquela foi a única maneira de fugir do assunto. Andei aos arredores da praia, procurando algum sinal de Manaphy, mas não encontrei nada.

Misty, Ash, Drew, Paul e Dawn. Esses nomes, de algum modo soam familiares para mim. Desde que acordei ontem naquela cama de hospital, com esse corte e aparentando ser bem mais velha, já não entendo mais nada. Só sei que me chamo May Maple, nasci na cidade de Pentalburgh, já fiz algumas jornadas (que não me lembro direito) e que era coordenadora.

Mas o porque desse corte e dos nomes daquelas pessoas soarem tão familiarmente ainda era um mistério. E aqueles dois, o de cabelo verde e o de mexas arroxeadas são os que parecem desconfiar mais de mim.

Parei de andar e observei o mar. Estava tão lindo que me deixava com vontade de dar um mergulho. Tiro meus tênis, juntamente com minhas meias e coloco meus pês em contato com a água gelada.

Com isso, a memória de Manaphy ontem me veio a cabeça. Ele parecia tão feliz em me ver, porem seus olhos azuis carregavam uma certa tristeza, um sentimento de... Culpa.

Fiquei andando por LaRousse por um bom tempo. Visitei a torre de batalha, comprei algumas outras roupas e, quando me dei conta, já eram seis da tarde. Parei em um café com a aparecia aconchegante. Paredes em azul claro e alguns desenhos de flores, mesinhas de madeira com paninhos rendados em cima. Dentro podia ver algumas criancinhas brincando, pessoas conversando e outras lendo. Todavia, todas tinham algo em comum, um simples, porém aconchegante sorriso no rosto.

Subi até o segundo andar da construção. Lá haviam algumas mesinhas na varanda, coisa que me chamou atenção. Estava a caminhar até lá e, assim que saio para as mesinhas da varanda, uma voz familiar me chama. Era a garota ruiva de hoje cedo. Misty, estou certa?

Me aproximei da mesa no qual ela estava sentada e ela fez sinal para eu puxar uma cadeira e me sentar.

–Oi, Sofia! Que coincidência nos encontramos aqui! - a ruiva sorriu.

–Olá Misty. - falo com um sorriso fraco.

Ficamos alguns segundo em silencio, até que a ruiva o quebra.

–Sabe, desculpe por hoje cedo. A Dawn não queria ter dito aquilo, sabe. É que as vezes as palavras pulam para da boca dela e...

–Não. Tudo bem.

–Ah, e também desculpe por ontem. Nós achamos que você era a May. Sabe, ela sumiu do hospital ontem e estou muito preocupada, não a vejo faz muito tempo. Ela era minha melhor amiga e não suportaria a ideia dela estar mais machucada do que já estava.

–Hm...

–A alguns anos ela entrou em coma, sabe. Eu fiquei desesperada e vim correndo ver como ela estava. Uns treinadores tinham achado ela desmaiada perto de um penhasco, toda machucada. Quando soube que a minha melhor amiga havia entrado em coma, fiquei inconsolável. Desde então venho visita-la todos os meses, mas dessa vez, o medico que cuidava da May disse que, sem mais nem menos ela havia sumido. Foi ai que encontramos com você.

–Nossa. - foi tudo o que eu falei. Agora tudo estava mais claro. Mas, porque raios, eu havia entrado em coma?

Conversamos por mais um tempo e depois fomos para o CP, me despedi de Misty e fui para o meu quarto. Tomei um banho relaxante e sentei no sofá para assistir Televisão. Quando menos percebi, havia pegado no sono.

Sonho on:

Um raio. A coloração dele era clara, e a sua mira era certeira. Um garota segurando em seus braços um bichinho. A mira do raio era ela. Ela foi acertada e pelo visto séria mente ferida. Dois homens a carregaram para longe dali. A criatura conseguiu fugir a salvo, e a pessoa demoníaca que disparara o raio soltava risadas maléficas.

Sonho off:

Acordei com a respiração descompassada e o coração a mil. De uma coisa eu tinha certeza. não conseguiria dormir de novo naquela noite.