Por um momento, tudo parecia estar dando certo. Elas haviam sido capazes de trabalhar em equipe, parando o gatilho que destruiria Storybrooke sem que Regina tivesse tido que pagar o preço com a sua vida. Então, voltaram-se para comemorar com Henry e perceberam ele havia desaparecido, e as duas souberam naquele momento que não havia terminado.

Emma e Regina saíram correndo em busca do filho delas, sendo seguidas de perto por Mary Margaret e David. O problema era que elas não sabiam para onde o haviam levado, e tiveram que parar quando alcançaram a saída das minas.

"Para a fronteira da cidade?" Perguntou Mary Margaret, arfando levemente. "Provavelmente, eles tentarão atravessá-la e sair de Storybrooke, e a partir daí desaparecer no mundo sem magia, onde apenas vocês duas poderiam segui-los."

Emma, entretanto, meneou a cabeça suavemente, pensativa.

"Não, eles vão usar o portal," disse, por fim, lembrando-se da luta contra Tamara pela posse dos feijões mágicos. "Eles queriam muito aqueles feijões, e não acho que o motivo fosse evitar que os obtivéssemos para que o gatilho funcionasse."

Os três encararam a loira por um momento, pensando sobre o que ela estava dizendo. Mary Margaret e David deram as mãos, buscando conforto na presença um do outro enquanto absorviam o que Emma estava dizendo. O que podiam fazer?

"Faz sentido," disse Regina, por fim, deixando escapar um longo suspiro. "Se tudo o que eles quisessem fosse erradicar a magia desse mundo, deixar-nos viajar por meio de um portal não seria um problema."

"Mas isso não elimina o problema. Eles poderiam usá-lo em qualquer lugar," disse Emma, lembrando-se da história que Henry lhe contara sobre Neal antes mesmo que ele soubesse que se tratava de seu pai.

Eles ficaram em silêncio por mais um momento, refletindo, tentando determinar por onde começar a sua busca. Talvez, Ruby pudesse ajudá-los, mas chamá-la demandaria tempo, e eles sabiam que cada segundo de atraso era mais um segundo que Greg e Tamara teriam de vantagem para levar Henry para outro mundo, onde estaria praticamente inalcançável.

Então, os quatro perceberam Archie Hopper correndo em sua direção. Emma e Regina sentiram o coração parar ao perceber a expressão aflita no rosto dele, Mary Margaret e David limitaram-se a trocar outro olhar preocupado. Ele parou diante deles, arfando.

"E-eles o levaram. Eu os vi enquanto estava nas docas, olhando o mar. Você sabe, o mar sempre fez com que eu sentisse paz, e como nós íamos morrer, eu achei…" Archie percebeu que os outros quatros não estavam interessados em sua história e pigarreou antes de continuar: "eles levaram o Henry, abriram um portal e o levaram."

Emma ficou estática, sentindo como se seu coração tivesse parado de bater. Regina, por outro lado, começou imediatamente a pensar no que poderiam fazer para alcançar o filho em outro mundo, que métodos poderiam usar.

"Eles disseram alguma coisa, Archie?" Perguntou Mary Margaret, seu tom de voz evidenciando seu desespero. "Alguma coisa que possa ser útil?"

"Eu não ouvi nada, estava muito longe," disse o psicólogo, cabisbaixo. "Eles abriram um portal e pularam dentro dele; e Gold e Lacey, que tentavam alcançá-los, pularam logo em seguida."

"Gold os seguiu? E Lacey? Por que?" Perguntou Regina, boquiaberta. Não, aquelas definitivamente não eram notícias que ela queria ouvir. Mesmo que o objetivo de Gold fosse resgatar Henry, haveria um preço para todos que o amavam: ela sabia que as coisas funcionavam assim para o feiticeiro.

"Imagino que tenha relação com o fato de que ele é o avô do Henry, e ela o ama," disse Mary Margaret, ela não sabia se gostava ou não daquelas notícias, mas precisava ter esperanças. "Gold vai protegê-lo e trazê-lo de volta para cá."

"Por que ele faria isso?" Perguntou Regina, irritada diante do otimismo da outra. "Gold nunca faz nada que não lhe traga algum benefício. Como salvar o Henry o beneficiaria?"

"Bom, ele estava sempre por perto enquanto Henry brincava, observando," disse David. "Talvez quisesse se aproximar do garoto, mas não soubesse como fazê-lo. Afinal, ele é a única família que resta ao Gold, agora que Neal…"

David olhou para Emma com preocupação, mas a loira estava concentrada demais em encontrar uma alternativa para alcançarem Henry para se preocupar com seu ex-namorado morto. Ela sabia que, quando tudo se resolvesse, ela lamentaria a morte do único homem que já amou, mas agora não era o momento.

Regina deixou escapar um muxoxo de impaciência, lidar com Snow White e seu príncipe sempre a deixava nervosa, mesmo quando seu objetivo não era matá-los. Emma e Regina se encararam por um momento e a prefeita percebeu, com alegria, que a loira achava seus pais tão irritantes quanto ela.

Emma voltou o seu olhar para Archie, pensativa.

"Você tem certeza que era a Lacey?" Perguntou Emma, por fim. "Talvez Gold tenha conseguido descobrir uma maneira de trazer de volta as memórias da Belle."

"Miss Swan, eu sinto muito dizer, mas isso é impossível!" Falou Regina. "Fui eu quem lancei a maldição, fui eu quem deu memórias à Lacey, posso lhe garantir que não é um processo reversível."

"Depois de tudo o que eu vi ou ouvi falar do Gold — Rumplestiltskin —, acho difícil acreditar que palavra impossível exista no vocabulário dele," retrucou Emma, impaciente. "Archie?"

"Eu não saberia dizer," falou Archie, com tristeza. "Sinto muito não poder ser de mais ajuda."

Emma assentiu lentamente e mais um momento de silêncio se seguiu. Ambas Emma e Regina se sentindo frustradas, principalmente diante do alívio estampado nos rostos de Mary Margaret e David.

"Nós podemos procurar o Hook," disse Emma para Regina. "Quero dizer, ele roubou um feijão mágico, poderíamos tentar recuperá-lo e usá-lo para ir atrás de Henry."

A prefeita observou a esperança nascendo nos olhos da loira e se sentiu mal ao replicar:

"Sem saber para que mundo eles levaram o Henry, nós não temos como abrir o portal para o mundo certo," falou Regina, deixando escapar um suspiro. "Talvez exista uma maneira de descobrir, mas não conheço nenhuma. Se Gold estivesse aqui, poderíamos perguntar a ele."

"Talvez encontremos alguma coisa na loja do Gold. Algo que nos ajude a descobrir onde está o Henry," respondeu Emma, recusando-se a acreditar que perdera o filho para sempre.

Regina a encarou por um momento, tentando se decidir se Emma a irritava tanto quanto os pais dela. Decidiu, por fim, que não, a loira tinha um otimismo muito diferente, um otimismo menos pautado em uma fé cega.

"Não custa nada tentar, eu acho," falou Regina, resignada.

Emma assentiu e, sem esperar que Mary Margaret e David acompanhassem o seu raciocínio, rumaram para a loja de Gold, onde residia sua última esperança de encontrar Hook e, em seguida, Henry.