Camp Half-Blood ~ Fic Interativa escrita por Little Avenger


Capítulo 26
Capítulo XXV — Bônus Arianne: The Curse of Death


Notas iniciais do capítulo

Dedico esse capítulo a Delorean Voador, Johnny Lewis, Ariella e Khaleesi pela paciência com a minha demora e por todo o apoio, amo vocês!
Boa leitura e até as notas finais >



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“Você já ouviu a notícia de que está morto?” My Chemical Romance

Eu não conseguia acreditar que o tinha perdido. Mas o pior de tudo era que eu já sabia, sabia antes mesmo de Percy atravessar a porta do chalé e me dar a notícia pela qual eu estava ansiando ser mentira, a notícia para qual eu não estava preparada mesmo que já tivesse visto tudo antes mesmo de acontecer. A notícia de que o garoto que eu tinha amado por dias, meses, anos havia morrido em uma maldita missão. A notícia de que Hunter tinha sido morto por um maldito monstro.

Eu tinha sentido a dor, tinha visto como seria a morte e tinha até acordado pensando em sair por aquela porta e salvá-lo, porém quando o tentei fazê-lo já era tarde de mais. Sabia que meus esforços seriam em vão e que aquele mesmo momento o corpo dele estava sendo consumido pela própria Hécate. Esse pensamento me enojava. Me enojava tanto quando a maldição que Hades tinha imposto em mim. Uma maldição que ele tinha dado como “bênção”, mas que eu nunca levaria como tal. Nunca poderia perceber como ver e sentir a morte das pessoas seria uma bênção, ainda mais quando eu era impedida de salvá-las.

— Você está bem?

A voz de Percy estava carregada de pena e remorso, tudo o que eu menos precisava no momento. Ele sabia que eu não estava bem, como poderia estar? Eu não tinha conseguido salvá-lo, não havia tido a chance nem mesmo de me despedir, de perdoá-lo por tudo que ele tinha feito a mim, de dizer que eu o amava tanto que doía.

— Não, eu não estou — Resmunguei e sem mais delongas, limpei as lágrimas que teimavam sair e me retirei do chalé com a minha espada na mão.

Eu precisava ocupar minha mente com algo que não fosse a morte dele, queria me livrar de toda a dor que agora pertencia a mim. O caminho até a arena foi rápido, até porque eu não prestei muita atenção no caminho e só deixei que meus pés me guiassem. Só havia mais um garoto na arena e ele estava descontando toda a sua raiva aparente em um boneco de palha. Soltei um assobio, fazendo com que ele parasse de destruir o pobre boneco e se virasse para mim.

— Que tal um duelo? — Perguntei com um sorriso maldoso nos lábios.

O garoto arqueou uma das sobrancelhas, como se perguntasse “De onde essa doida surgiu?”, mas também não demorou muito para vir até mim e dar um leve aceno com a cabeça.

— Como quiser, Arianne.

Não sabia como diabos ele tinha consciência de qual era o meu nome e também não me importava muito naquele momento. Só estava a procura de uma distração, estava a procura de alguém que me arrebentasse a ponto de eu me esquecer da minha própria dor. E também queria causar alguns estragos.

Peguei um escudo para mim e me coloquei em frente ao garoto – que já estava armado com uma espada e um escudo – em posição de ataque. Bastou isso para que ele desse seu primeiro golpe, colocando tanta força nele que meu braço esquerdo – o braço que eu tão fortemente segurava o escudo – ficou completamente adormecido. Eu sabia que aquele não era um bom começo para uma luta. Ter um dos braços adormecidos logo no começo de tudo poderia me trazer grandes problemas, mas como tudo naquele dia: Não me importei. Ainda mais ao ver o sorriso travesso no rosto do garoto.

Desferi dois golpes nele: um de frente e outro a esquerda. Ele não foi rápido o suficiente para se proteger dos dois golpes, com isso consegui fazer um corte não muito fundo em seu braço esquerdo. Ele me olhou com raiva e eu sorri pra ele. Ele achava que ia adormecer um dos meus braços e sair completamente ileso? Grande engano o dele. Meu sorriso só se tornou mais doentio ao ver a expressão de raiva estampada no lindo rostinho dele. Era incrível como um golpezinho de nada poderia acabar com a graça e o ego de uma pessoa em dois tempos. A raiva fez com que ele desferisse três golpes contra mim de uma vez só. Um de frente, esquerda e direita. A agilidade dele era tanta que eu tinha quase certeza que aquele ali só poderia ser um filho de Ares ou seria um dos veteranos do acampamento.

Consegui me defender do golpe esquerdo e do de frente. Mas em troca ele conseguiu atingir meu braço direito deixando um corte profundo ali. O sangue começou a escorrer pelo meu braço juntamente com a ardência que começou a se espalhar. Eu simplesmente ignorei a dor e contra-ataquei. Dei uma cortada por cima do ombro do garoto, fazendo-o tão rápido que o menino não conseguiu se defender. E como consequência consegui deixar um corte profundo em seu ombro, ele me olhou com mais raiva.

Revirei os olhos, o menino parecia ser rancoroso e eu? Não estava nem ligando pra isso, o que importava agora era ganhar dele. E com isso deixar que toda a dor fosse embora. Eu já estava começando a me acostumar com toda aquela situação. Pessoas morriam todo dia, não? Hunter havia sido uma das muitas que eu amava e eu não podia me deixar abalar sempre que alguém fosse morrer ou iria acabar me destruindo. Voltei minha atenção ao moreno a minha frente e nem esperei que ele se recuperasse do seu acesso de raiva. Contra ataquei e com toda a minha força bati no escudo do garoto, com a intenção de fazer o escudo cair. Como eu esperava: o escudo caiu no chão.

Sorri travessa para o garoto. E o por um momento vi o medo passar pelos olhos dele, mas tão rápido quanto veio também foi e logo ele bateu em meu escudo, fazendo com que o mesmo deslizasse das minhas mãos e caísse no chão.

— Agora estamos quites — Ele falou enquanto um sorriso zombeteiro se formava em seus lábios.

Encarei-o com a sobrancelha direita arqueada. Ele achava mesmo que eu precisava do escudo para acabar com ele? De novo ele estava enganado. A única coisa que me incomodava naquele momento era o suor que teimava em escorrer por meu rosto e meu braço que estava cortado, fazendo com que a ardência se tornasse quase insuportável, quase. Aquilo não seria o bastante para me fazer desistir, eu ainda precisava ganhar essa luta. E como num flashback, eu me lembrei de algumas coisas que meu antigo professor de esgrima tinha me ensinado, isso foi o bastante para que eu voltasse de corpo e alma para a luta.

Fiz uma sequência de golpes rapidamente: golpe direto, golpe lateral e golpe por baixo, o garoto não foi tão rápido para desviar de todos eles. Ele podia ser habilidoso, mas não era mais que eu. E eu sorri satisfeita quando vi o estrago que eu havia feito: dois cortes profundos, um em seu braço direito e um na sua perna. E agora sim acho que tinha deixado ele com mais raiva, pois ele tentou atingir todas as partes desprotegidas do meu corpo. Ele estava com tanta raiva que eu tinha certeza que ele queria me matar naquele momento. Me abaixei quando ele tentou atingir meu pescoço. Sim, definitivamente ele estava tentando me matar. Mas como eu tinha lido em um livro, se tem uma coisa que você sempre diz para morte é: Hoje não. Eu não iria morrer naquele momento, sob aquelas circunstâncias, ainda não tinha chegado a minha hora.

Com a manobra para tentar livrar meu pescoço, acabei caindo no chão e claro levantei, antes que ele decidisse cortar minha cabeça fora. Bati na mão do garoto com a minha espada. Coisa que não deu muito certo, pois ele previu meu ataque e nossas espadas se chocaram e já que o garoto era mais forte que eu, minha espada que caiu no chão. Ele sorriu vitorioso, mas esqueceu de apontar a sua espada pra mim para dar fim aquela luta e assim cantar a sua vitória. Foi ali que vi que minha espada estava a alguns centímetros longe, eu podia facilmente recuperá-la. Infelizmente eu não tinha sido rápida o bastante para seguir meus instintos e o garoto apontou sua espada para o meu pescoço assim que percebeu o que eu queria fazer.

O sorriso doentio voltou aos meus lábios. Eu não deixaria que ele ganhasse assim tão fácil, pelo menos não naquele dia. Abaixei-me e dei um soco no meio das pernas do moreno, depois fui engatinhando até aonde minha espada estava. Com sorte consegui pegar minha espada. Voltei minha atenção para onde o garoto estava, ele estava no chão rolando, devia estar morrendo de dor por conta do golpe. Coitadinho... Cheguei bem perto dele já com a minha espada em mãos novamente.

— Quer continuar ou vai ficar aí gemendo? — Perguntei com ar de quem estava no puro tédio, só para tirar uma com a cara dele.

Ele me olhou com raiva e se levantou. Na minha humilde opinião o garoto era completamente insano. Ele sorriu, mas em seus olhos eu só conseguia enxergar a raiva iminente. Revirei os olhos e ataquei-o de novo, investi com a ponta da espada, com meu pé direito abrindo caminho com força no chão, estava a fim de dar mais impulso ao golpe. Vi o menino sorrir e a única coisa que ele fez foi desviar, agora quem estava ficando com raiva era eu, queria acabar logo com aquela luta que estava se tornando longa de demais.

Cortando o ar, comecei a descrever um arco descendente. Só que como eu tinha me aproximado do garoto, a potência da lâmina foi reduzida assim como a força do golpe, a espada do garoto bateu com um som metálico e formou um "X" com a minha, ele começou a tentar me empurrar para trás. Dei alguns passos para trás e afastei minha espada da dele, agora só precisava de um golpe. Para distrair o garoto bati com minha espada em seu braço esquerdo, fazendo um corte meio fundo ali e enquanto ele olhava para o sangue escorrendo, com agilidade bati com minha espada na sua mão direita.

Com sucesso, fiz sua espada cair e antes que ele fizesse um movimento para tentar recuperar a espada, chutei-a para o outro lado da Arena e apontei minha espada para a garganta do garoto.

— Acho que é melhor pararmos por aqui — Resmunguei.

Claro que eu já tinha ganho, mas tinha que admitir que o garoto era bom e mais 5 minutos ali ele acabaria me matando, mas eu não precisava admitir isso a ele. Não precisava e não ia de maneira alguma. Olhei diretamente nos olhos dele, tentando saber se ele iria tentar alguma coisa. E visto que não havia sinais de que ele ia tentar me matar novamente, ofegante eu me afastei dele e devagar fui dando passos para trás ainda sem tirar meus olhos dele, nunca se sabe... Eu havia aprendido a nunca dar as costas aos meu adversário. Ele ainda podia tentar alguma coisa contra mim.

Eu mal tinha saído da arena quando a dor resolveu tomar conta de todo o meu corpo, a dor era tão alucinante que a minha visão escureceu completamente. E com um último vislumbre eu só consegui pensar: Quem seria o próximo a morrer?


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Notas finais do capítulo

E então... Gostaram?
Já temos mais um morto pra lista, mas infelizmente - ou não - ainda não é o último. Quem será o próximo morto?
Infelizmente só saberemos ao decorrer dos próximos capítulos!
Guys, já estou escrevendo o próximo e se eu conseguir terminar e revisar antes de pegarem o computador de mim eu até o posto hoje do contrário postarei o mais rápido possível pra compensar a grande demora.
xx