Na sexta-feira, Leonard abriu a porta para receber uma Penny com olheiras arroxeadas e muito profundas. Perguntou se estava tudo bem com ela.

- Sim, estou, cadê o Sheldon? – ela respondeu, atravessando a sala, procurando com os olhos.

- Só um instante, eu vou chamá-lo.

Penny sentou-se no canto direito do sofá, aguardando, enquanto Leonard batia na porta e chamava pelo amigo. Voltou para junto dela pouco depois, sozinho.

- Ele não quer vir. Sheldon está estranho... eu o convidei para comer comida indiana e nem isso o convenceu a sair do quarto. Você sabe o que aconteceu com ele?

- Não, mas ele é, bom... Sheldon.

O silêncio dominou o aposento. Leonard ia sentar-se ao lado dela, mas Penny levantou-se.

- Bom, eu vou indo – disse ela e, com um aceno, acrescentou – até logo! -, deixando o aposento logo em seguida.

Mais tarde, em seu apartamento, ela escutou uma batida comum à porta.

Resmungou, atendendo-a com um enorme pote de sorvete na mão.

Leonard estava parado ali, muito confuso, e Penny sentiu um impulso de bater a porta na cara dele. Entretanto, abriu um sorriso, pousando a mão direita sobre o quadril.

- O que foi?

- Eu... hum... Penny... você não vai me contar o que houve? – ele ergueu o olhar para ela com um sorrisinho de quem descobrira algum segredo.

- Tenho uma idéia melhor... por que você não me conta o que houve? – ela o encarou de volta, imitando sua expressão.

- Hum... do que você está falando?

- Da ruiva ninfomaníaca, prima da Leslie Winkle... – respondeu ela, revirando os olhos.

- Ah, Lisa. Nós estamos namorando. – ele sorriu com satisfação, feliz.

- Ouvi dizer que ela tem muitos atributos, não de inteligência, mas sexualmente falando... – Penny removera a mão da cintura e gesticulava muito.

- Hum. – ele franziu o cenho, encabulado. “Sheldon!”, pensou. Recompôs-se, perguntando como havia sido a noite dela.

- Ótima. Fomos à loja de gibis.

- Legal. - ele pensou em Lisa. Ela definitivamente não gostava de quadrinhos. Lembrou-se então do tempo em que saíra com Penny. Fora traumático, não? – Bom, eu vim aqui só porque achei que... não achei nada, esqueça. Se quiser comida indiana, nós compraremos esta noite... bom, até mais. Tchau!

- Até. Tchau! – ela se despediu fingindo bom-humor e fechou a porta com alívio.