Bad Love escrita por Jess Gomes


Capítulo 17
Capitulo 17


Notas iniciais do capítulo

Última att de Bad Love, vocês estão ouvindo meus gritos? Bom, eu sei que estou meio atrasada, mas não é minha culpa! Meu pai sequestrou o meu computador pra ver filme e agora que eu consegui convencê-lo a me devolver. Sem mais delongas, vão ler logo esse capitulo. E pra quem se perguntar por que diabos o último capitulo da história não tem nem mil palavras, eu explico: o epílogo está maior e melhor. Boa leitura, gente.



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Já era bem tarde quando fui deitar. Passei quase o resto da tarde conversando com a minha mãe, e só reparei que era de noite quando as meninas me chamaram pra se despedir. No final, acho que esse dia conturbado serviu para que eu esquecesse Daniel um pouco. Confesso que eu estava muito magoada com ele ainda, e meu coração apertou quando vi no celular que ele não tinha me ligado nenhuma vez nas últimas três horas. Não que eu fosse atender ou algo assim, mas me doía pensar que ele tinha desistido tão fácil.
Eu revirava de um lado pro outro na cama, a cabeça à mil, até que um barulho na porta da minha sacada interrompeu meus pensamentos. Prendendo a respiração, eu esperei, até que o barulho se repetiu. Lentamente, levantei da minha cama, caminhando até a sacada. Poderia ser só chuva, não é? Abri a porta de vidro, tentando não fazer barulho, e encontrei duas pedrinhas ali perto. Como assim tinha alguém tacando pedra na minha sacada? Agora furiosa, marchei até a beirada, encontrando Daniel lá embaixo segurando um violão.

– Daniel? – Chamei e ele olhou pra cima, assustado. – Que diabos você está fazendo aqui?

– Você foi embora sem me deixar explicar, e não atende as minhas ligações! Eu preciso te mostrar que eu te amo e que não consigo viver sem você, Milena. – Ele respondeu com a voz embolada, e eu não precisava pensar muito pra entender que ele estava bêbado.

– E é assim que pretende mostrar que ainda me ama? Vindo até a minha casa de madrugada e exalando cachaça? – Retruquei irritada e ele sorriu, me irritando mais ainda.

– Pra você ver o quanto a minha vida é uma bosta sem você, esquentadinha. – Fez graça e eu grunhi, mostrando que não estava pra brincadeira. Desfazendo o sorriso, Daniel ajeitou o violão, olhando pra cima de novo. – Só me deixa tentar, ok?

Não respondi e os primeiros acordes começaram a soar, me fazendo reconhecer a música de imediato.

Amor da minha vida

Daqui até a eternidade

Nossos destinos

Foram traçados na maternidade

A porta do meu quarto abriu de supetão, e minha mãe e irmã invadiram o local, com suas roupas de dormir.

– Milena, o que está acontece...- Mamãe começou enquanto vinha até a sacada, mas parou ao ver Daniel. Sorrindo de orelha a orelha, ela acenou pra ele. – Ai meu Deus, que...

– Se você falar “lindo”, ”fofo” ou derivado te jogo daqui de cima. Ainda não decide se gostei da ideia. – Interrompi e ela e Mariana seguraram o riso.

Paixão cruel desenfreada

Te trago mil rosas roubadas

Pra desculpar minhas mentiras

Minhas mancadas

Nesse momento ele levantou uma rosa branca, que eu tinha certeza que ele havia pegado no jardim da minha mãe. Dona Marta deu uma gargalhada, e eu dei um sorriso contido.

Exagerado

Jogado aos teus pés

Eu sou mesmo exagerado

Adoro um amor inventado

Eu nunca mais vou respirar

Se você não me notar

Eu posso até morrer de fome

Se você não me amar

Daniel olhou pra cima e fez uma careta de desespero, e eu rolei os olhos pra ele, embora por dentro estivesse sorrindo de orelha. Qual é, que garota não gosta de receber uma serenata? Mas isso não quer dizer que eu tenha o perdoado, não mesmo.

E por você eu largo tudo

Vou mendigar, roubar, matar

Até nas coisas mais banais

Pra mim é tudo ou nunca mais

– Milena, você tem que perdoar ele. – Minha irmã se aproximou de mim, e eu fechei a cara.

– Mariana, cale a boca, ok? – Arqueei as sobrancelhas e ela deu de ombros, rindo.

Exagerado

Jogado aos teus pés

Eu sou mesmo exagerado

Adoro um amor inventado

– Chega! – Declarei de repente, me soltando da grade da sacada e indo em direção a porta, sob os gritos da minha mãe e irmã. Prendendo meus cabelos num coque improvisado, desci as escadas da minha casa descalça mesmo, seguindo até a porta de entrada. Ainda dava pra ouvir o som do violão daqui, e vários vizinhos fofoqueiros espiavam a cena de suas janelas. Engoli a vontade de mandar ir todo mundo tomar no cu e caminhei até a lateral da casa. Daniel me viu rapidamente, e se aproximou de mim ainda tocando. Ele sorria abertamente, mas eu permanecia séria.

E por você eu largo tudo

Carreira, dinheiro, canudo

Até nas coisas mais banais

Pra mim é tudo ou nunca mais

Exagerado

Jogado aos teus pés

Eu sou mesmo exagerado

Adoro um amor inventado

Ele tocou os últimos acordes e então olhou pra mim com expectativa.

– Acabou? – Empinei o nariz e ele assentiu. – Você sabe que eu teria que ser muito idiota pra te perdoar só por causa de uma serenata, não é?

– Isso é um não? – Engoliu em seco e eu balancei a cabeça, sorrindo de lado.

– Isso é um talvez. Talvez eu seja realmente idiota por estar te perdoando só por causa de uma serenata, mas sabe, eu nunca fui muito racional mesmo. – Dei de ombros e Daniel sorriu de orelha a orelha, enlaçando minha cintura e me levantando do chão. – Mas perdoar não é esquecer, ok?

– Ok. – Sorriu mais uma vez, me beijando.

– Eu já sabia! – Mamãe gritou lá da sacada, sendo seguida das palmas de Mariana. Ri entre o beijo.

– Eu também! – Daniel gritou pra ela e eu rolei os olhos.

– Babaca. – Reclamei, dando um tapa em seu ombro, mas sorrindo por dentro.

– Que você gosta. – Zombou me beijando mais uma vez, e é, isso eu não podia negar.


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