O Assassino De Reis - O Desejo De Anna escrita por Lianou


Capítulo 12
Capítulo 11 : Parada Obrigatória




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“ Você luta todos os dias para sobreviver esperando que o amanhã seja melhor do que o hoje. Aposto que essa frase só valia para os tempos antigos , onde ainda havia união , honestidade e compaixão.” – Salem.

*

Local : Anor Londo – Quarto de Salem

Status : Dia quente e ensolarado

Dia : 05 de fevereiro

Hora : 10 : 30

Personagem : Salem

*

Sendo torturado por pesadelos terríveis e constantes , Salem se vê deitado em um sofá velho encarando o teto de madeira que poderia cair sobre sua cabeça a qualquer momento. Sentia uma forte dor de cabeça , não conseguia se levantar.

– Mais uma noite horrível... - Resmungou ele botando a mão sobre a testa. - Padrão Anor Londo...

Sem outras opções , Salem acaba se levantando e estala seu pescoço e suas mãos. E em seguida , ele olha ao redor de sua "casa de um quarto só" , desarrumada e com apenas um sofá , uma lareira , um armário e uma janela encoberta pela cortina.

– Um dia rico e livre... - Resmungava ele enquanto ia até a janela. - E no outro , preso em um reino sem líder a beira do colapso. O que o Yuri diria num momento desses ? Amanhã será um dia melhor ?

Depois de retirar a cortina ele olha pela janela. A vista era apenas de uma rua pequena em meio a vários bares e um secreto abrigo para refugiados que se escondiam de suas dívidas. Apesar de pequena , a imagem era perturbadora.

– Maldito sentimental... - Disse Salem. - Não importa o quanto o mundo seja cruel , você ainda acha que existe algo que pode mudar os fatos.

Enquanto falava , Salem assistia um bebê sendo tirado de uma mulher que lutava contra três homens que gritavam insultos e agrediam a mesma que já estava caída no chão.

– Nada como um bom começo para o que vai ser pior... - Disse ele.

Mesmo intimidado pelo tamanho de ambos , Salem respira fundo e vai até a porta. Logo quando ele a abre imediatamente fica de frente com toda a situação.

– POR FAVOR !! - Gritava a mulher caída no chão se arrastando até o homem que segurava seu bebê.

– O que você vai fazer ? - Perguntou um deles. - Esse reino é nosso ! Fazemos o que quiser ! Estamos todos presos aqui !

"Maldade por esporte..." - Pensou Salem.

A cena lamentável também era assistida por várias pessoas que não se atreviam a interferir.

– Já chega. - Disse Salem cruzando os braços.

O homem que segurava o bebê imediatamente encara Salem que estava parado esperando pela resposta , fosse ela amigável ou não.

– Ou o que ? - Perguntou o homem rindo alto.

– Em homenagem a uma amiga minha que está sofrendo em Arendelle , vou quebrar a sua perna.

Os três homens começam a dar altas gargalhadas de Salem que já estalava novamente os dedos , um de cada vez.

– Tome seu bebê ! - Disse o homem jogando o bebê para a mulher que consegue pegar o bebê antes que ele caísse.

– Ele poderia ter caído no chão... - Resmungou Salem.

– Idai ?

Apesar de se manter frio e escondendo as expressões , ele se esforçava para não ser tomado pela raiva.

– Agora não... - Resmungou Salem. - Não de dia...

– O que você tem ? Seu animal ! - Gritou um dos homens.

E de repente , um dos homens já corria na direção de Salem que se mantinha imóvel esperando o momento certo.

– Mais perto... - Sussurrou Salem.

E quando o homem já esticava o braço para golpear o rosto de Salem. Ele segura a mão do homem e contra-ataca com um chute na barriga do agressor. E enquanto ele estava de joelhos gemendo de dor , Salem calmamente segura a cabeça do homem com as duas mãos e a vira violentamente , quebrando o pescoço do agressor que desaba no chão ao lado da mulher.

– Menos um. - Disse Salem encarando os outros dois.

Todos que estavam assistindo a luta ficam chocados com a ação de Salem. E os dois homens , intimidados pela frieza de Salem.

– Meu Deus... - Resmungou a mulher que se afastava do corpo.

– Vai !! - Disse um deles empurrando o companheiro na direção de Salem. - Acaba com ele !!

Dessa vez quem avança é Salem , e quando ele fica de frente para o agressor que vinha em sua direção , ele pula e disfere uma devastadora joelhada no rosto do agressor que já caia de costas cuspindo dois dentes e um rio de sangue. Mas não satisfeito , Salem ainda dá mais um soco no rosto do mesmo , e com o forte impacto , o chão racha.

– Menos dois... - Disse Salem que parecia sem ar , como se algo estivesse o matando por dentro.

O último agressor já tremia de tanto medo , não conseguia se mover , estava paralisado de medo.

– Agora... Eu quebro sua perna... - Disse Salem andando lentamente na direção do agressor que recuava.

– Não ! Por favor !! - Implorava ele. - Eu vou embora !!! Não precisa disso !! POR FAVOR !!

– Deixe eu te contar uma coisa interessante. Quando um cão faz algum mal para uma pessoa , ele é capturado e morto , pois ele não está apto para viver entre nós. Então por que deveria ser diferente com um ser humano ? Sendo que até alguns animais são melhores do que pessoas.

– Já chega ! - Disse uma mulher que passou pela multidão e se impôs no caminho de Salem , aparentemente defendendo o agressor.

Salem imediatamente para de andar e encara a mulher que era muito bem vestida para morar em Anor Londo. Mas depois de uma rápida examinada , Salem já reconhecia a tal mulher.

– É agora que as coisas ficam mais interessantes... - Disse ele encarando-a. - O que uma escritora famosa está fazendo nesse fim de mundo ? E poderia sair do meu caminho ? Elizabeth...

– Já não foi o suficiente por um dia ? - Perguntou ela. - Quero dizer , olhe ao seu redor , todo mundo está assustado.

– Vai ver eu devia ter lavado o rosto antes de sair de casa. Agora caia fora...

– Ou o que ? Vai me bater também ? Eu já vi e lidei com pessoas piores do que você , não tenho de você.

– É porquê você não me conhece...

– E eu nem pretendo. Agora , se não for muito incômodo , volte para a sua casa e reflita sobre o que você está fazendo.

– Se eu fosse você , eu olhava para trás nesse exato momento.

Mas já era tarde , o agressor já passava o braço esquerdo pelo pescoço de Elizabeth e apontava um adaga para a mesma. Ele estava praticamente fazendo de Elizabeth um escudo humano contra Salem que se manteve calmo e imóvel , parecia estar gostando do que via. Já Elizabeth fica em estado de choque.

– Eu avisei... - Disse Salem piscando o olho para Elizabeth que fazia de tudo para ficar longe da adaga que estava a poucos centímetros de seu pescoço.

– E AGORA ?? - Gritou o agressor. - QUEM ESTÁ EM DESVANTAGEM AGORA ?? SEU ANIMAL !!!

Depois de receber o insulto , Salem bufa e fechava os punhos enquanto encarava o chão.

– Animal...? Sério ? - Perguntou Salem.

– FAÇA ALGUMA COISA !! - Gritou Elizabeth.

– Você fique quieta , isso é tudo culpa sua.

– MINHA CULPA ??

– Foi você que se meteu onde não foi chamada , é isso que acontece. Feliz agora ?

Enquanto Salem e Elizabeth discutiam , o agressor tentava entender o que se passava , era como se ambos estivessem o ignorando. A multidão também se esforçava para compreender tal situação.

– VALEU POR FICAR AI E NÃO FAZER NADA ! - Gritou Elizabeth.

– Não é problema meu , então por que eu iria interferir na diversão de vocês dois ? - Perguntou Salem dando um leve passo para frente.

– ISSO NÃO É SEU PROBLEMA ?? VOCÊ ESTAVA LUTANDO CONTRA ELES !

– E eu já estaria longe daqui se não fosse por você. - Respondeu ele dando mais um passo a frente , estava cada vez mais se aproximando do agressor que não notava a aproximação de Salem.

– NOSSA ! QUE CAVALEIRO VOCÊ É ! - Gritou ela sarcasticamente.

– Estamos em Anor Londo , minha querida. A terra de ninguém. Aqui não existe heróis , apenas monstros. E cotovelada na barriga ajuda a combate-los.

Inicialmente ninguém compreendia o que Salem queria dizer com aquilo , mas Elizabeth acaba entendendo e mesmo com medo ela vê que era a única maneira de escapar. E então ela respira fundo , fecha os olhos e golpeia a barriga do agressor com uma cotovelada fraca , mas o suficiente para que o agressor perdesse o equilíbrio por alguns segundos. É nessa hora que Salem avança e estica o braço para socar a testa do agressor que solta Elizabeth e a adaga. E quando Elizabeth já estava sem risco de vida , Salem nocauteia o agressor com mais um soco. O agressor já cai no chão inconsciente.

– Me...Men...Menos três... - Resmungou Salem sem ar.

– Você está bem ? - Perguntou Elizabeth que estava do lado de Salem.

De repente , Salem se ajoelha e desmaia logo em seguida.

– Ei ! - Disse Elizabeth tentando reanima-lo. - O que aconteceu ? Acorda ! Alguém ajude , por favor !

*

Algumas horas depois...

*

– Menos três... - Resmungava Salem enquanto dormia. - Menos três...Um...Dois...Três...Não de dia...Controle...Não sinta...não deixar saber...

E então , Salem finalmente abre os olhos. Ainda estava atordoado , sua cabeça girava e sua visão ficava constantemente preta , como se estivesse tudo escuro.

– O que...? - Disse ele notando que estava em uma cama bem confortável.

E não demora muito para ele perceber que ele estava em um quarto pequeno , mas muito decorado. Parecia ser de uma criança. O quarto era cheio de brinquedos de madeira e tinha uma estante cheia de livro infantis.

– Isso só pode ser um sonho... - Disse ele se inclinando para ficar de pé.

Quando ele finalmente consegue se levantar ele avista uma porta de madeira que ficava de frente para a cama. Ele já girava a maçaneta , mas algumas vozes por trás da porta o fizeram mudar de ideia. E então ele fica em silêncio para tentar ouvir a suposta conversa.

– Ficou louca ?? - Perguntou alguém que parecia possuir uma voz masculina. - Ele agora estão marcados ! Não vai demorar para que eles os encontrem !

– O que queria que eu fizesse ? - Perguntou alguém com uma voz feminina. - Deixar eles morrerem depois de salvarem a nossa filha ?

– Na verdade , foi ele que salvou a sua filha. - Disse Elizabeth.

– Então por que você está aqui ?

– Ela...Ela...estava com ele...

" Já ouvi o suficiente " - Pensou Salem.

Sabendo que não tinha nada a temer , Salem abre a porta e dá de cara com um casal e Elizabeth que estava no canto da sala que possuía uma grande mesa de madeira no centro cercada por cadeiras.

A conversa é encerrada com a presença de Salem , até parecia que ele era um intruso.

– Boa tarde... - Disse Salem encarando o casal.

– É boa noite , na verdade. - Corrigiu Elizabeth.

– Já é noite ? Por quanto tempo fiquei inconsciente ?

– Não interessa ! - Disse o homem dando a volta na mesa e avançando na direção de Salem. - Vocês dois já foram salvos , agora vão embora !

– Robert , por favor... - Disse a mulher.

– Não Maria ! - Respondeu Robert. - Eles não podem ficar aqui !

Salem pensa em retrucar , mas Elizabeth já tomava a palavra.

– Escutem. - Disse ela. - Eu não tenho para onde ir. Eles invadiram nosso navio e...

– Deixa eu adivinhar. - Interrompeu Salem. - Navio de comerciantes vindo do reino da rainha Elinor e Fergus. Navios de comerciantes param em reinos para vender as suas mercadorias , só que o seu veio para Anor Londo.

– Como voc...

– Eu estou nesse inferno há algum tempo , já vi eles tomarem navios três ou quatro vezes. E vocês nunca aprendem.

– Mas ninguém sabia que Anor Londo estava desse jeito ! Eles falaram que seria uma parada rápida para gerar lucro extra. Quando chegamos ao porto , centenas de pessoas invadiram e tomaram o navio , eu só escapei pela água... Foi...

– Eu devo imaginar. Estamos todos presos nesse maldito reino cercado por água.

Nesse mesmo instante , Robert interfere novamente dizendo a mesma coisa :

– Não interessa , não é nosso problema ! Saiam daqui !

– Deixe eles ficarem uma noite ! - Disse Maria.

– NÃO ! - Gritou Robert batendo na mesa.

O grito de Robert ecoou pela casa , assim como o barulho da mesa. E quando o silêncio surge , eles começam a ouvir passos que estavam vindo da escada que levava até o segundo andar da casa.

– Papai... ? - Disse um garotinho descendo a escada , ele parecia ter seis anos. - Está tudo bem ?

– Está ! - Disse Robert. - Volte lá pra cima e fique lá com sua irmã.

– Quem são esses dois ? São pessoas do bem ?

– VOLTE LÁ PRA CIMA !

– Ei ! - Disse Salem. - Deixe disso. Não vamos machucar seu filho e nem ninguém.

– Sim. - Disse Elizabeth encarando o menino. - Sim ! Somos pessoas do bem.

– Sério ? - Perguntou o menino animado. - Eu sabia que existiam mais ! Mesmo meus pais falando que esse reino só tinha pessoas ruins ! Eu sabia !

– Rafael... - Disse Robert. - Quer ser capturado pelo lobo mau ? Ótimo. Então volte lá pra cima.

– Lobo mau... - Resmungou Salem sentindo uma forte dor de cabeça logo em seguida.

Mesmo contra sua vontade , o garoto sobe as escadas como o ordenado.

– Belo filho. - Disse Elizabeth.

– Obrigada. - Disse Maria. - É difícil você criar um filho em um reino perdido. Mas ainda mantemos a esperança...espero que...a princesa Anna de Arendelle possa...

– Ah , por favor. - Interrompeu Robert. - Pare de falar dessa...garota. Ela e todos os outros reinos deram as costas para nós !

– Ela é a pessoa mais gentil que eu já ouvi falar. Se tem alguém que pode ajudar esse lugar é ela !

– Lamento informar... - Disse Salem. - Mas ela não vai nem chegar perto daqui.

– Por que não ???

– Ela quebrou a perna. - Disse Elizabeth. - E ela...pelos boatos que se espalharam...ela não está nada bem...Assim como toda a Arendelle...

A notícia choca o casal que se encaravam com olhares tristes , e logo se abraçaram. Era como se a esperança já estivesse morta.

– Um dia... - Disse Robert. - Depois , saiam daqui.

Inconsolados com a verdade , os dois sobem as escadas , deixando Salem e Elizabeth sozinhos no primeiro andar.

Os dois ficam em silêncio por um tempo , até que Elizabeth decide quebrar o silêncio.

– Obrigada. – Disse ela.

– Não foi nada. – Disse Salem. – Só não fique no meu caminho na próxima vez.

– Olha...esquece...deixa pra lá.

– Então...Elizabeth de Veneza...

– Você sabe meu nome , mas não sei o seu.

– Salem.

– Prazer , Sr.Salem. Mas eu preciso saber se existe uma maneira de sair desse reino.

– Se tivesse uma , eu já teria usado. A única maneira é esperar pelos reinos vizinhos. O que vai ser meio difícil , já que eles estão com tantos problemas quanto nós.


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