República escrita por Larissa Gomes


Capítulo 59
Primeira manhã.


Notas iniciais do capítulo

Minhas doces amorinhas! Saudade de postar



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O sol nascera suave por baixo da tenda branca. Ferdinando, na realidade, fora mais acordado pelo leve som das águas do riacho que pela claridade do ambiente.

Constatou com plena satisfação que a ruiva ainda dormia serenamente em seus braços.

“Linda.”

“Minha.”

Ele não cansava de repetir mentalmente a si mesmo. Era uma maneira de se fazer acreditar que tamanho sonho era a realidade de sua vida, agora.

Ela já não possuía, assim como ele, nenhum lençol cobrindo a parte superior de seu corpo. Nando conseguia verificar a bela obra que era seu alvo colo. Seus torneados seios e cintura. Não se cansava desta delicada visão. Conferia com gosto o quanto a ruiva conseguia mostrar-se excepcional em seu ser, interna e externamente.

Dentre as observações que fazia a ela, Nando olhava ao seu redor. O céu límpido parecia uma dádiva. Árvores enormes e frescas balançavam, com a suave brisa, em volta da clareira. O riacho límpido, que transmitia seu frescor apenas nos agradáveis sons que produzia. O cantar dos pássaros. A delicadeza da produção do local... Tenda, camas, mesa, dossel... Tudo.

Era um lugar inesquecível. Assim como aquele momento.

A primeira manhã deles.

“Senhor e senhora Napoleão”.

Ele sorria sozinho ao constatar. Nunca imaginou em sua vida sentir-se tão feliz por uma pessoa. Por estar com uma pessoa.

O leve instante de pensamentos distantes foi delicadamente interrompido pela necessidade fisiológica que o atingira.

Estava faminto.

“Sim, porque não?!”

A mente de Nando sempre fora de pura criatividade. Ao sentir-se abatido pela fome, logo imaginou que sua menininha acordaria em parecido estado.

“Parecido?!” Ele agora gargalhava tentando não emitir som.

Ora essa. Gina em seu estado ‘normal’ já comia mais que ele. Imagine depois da noite que tiveram...

Nando se levantou lentamente, não queria despertá-la antes de encontrar algo que lhe pudesse servir de bandeja. Iria acorda-la daquela maneira doce. Beijinhos e quitutes.

Entretanto, ao levantar-se, Nando percebeu que, sem querer, o lençol que a cobria havia sido lentamente puxado pela perna dele.

Ele colocaria de volta, se a visão não o tivesse corrompido da maneira que ocorreu.

As torneadas pernas dela, à luz da manhã ainda mais visíveis e belas, com as meias brancas tão sedutoras o fizeram ter espalhadas reações condenáveis em seu corpo.

Nada mais a cobria. Ela se espalhava agora deliciosamente pela cama, convidando-o a perder a cabeça.

A fome dele havia tornado-se outra.

Estava faminto DELA antes de qualquer coisa.

Era até mesmo predatória a maneira como a boca no engenheiro salivava em vê-la daquela maneira. Os cabelos rubros destacavam-se, lançados de forma selvagem e sedutora pelo branco lençol. O rosto dela delicadamente virado de lado, de maneira que a permitia ficar ainda mais bela com o doce perfil que sua face possuía. As mãos desajeitadas jogadas uma a cada lado, próximo à altura dos olhos, e as pernas delicadamente unidas, caindo praticamente de lado, a fazendo curvar um pouco o quadril.

Ferdinando suspirou, viu a oportunidade perfeita de fazer algo que a muito queria. Iria prová-la na íntegra em seu sabor. Seu gosto. Seu néctar.

Analisou parado de pé, ao lado da cama, como iria colocar em ação seu novo plano. Iria acordá-la com algo mais gostoso do que qualquer alimento.

Ao menos ele esperava que assim ela considerasse. Torcia para isso.

Delicadamente, voltou a subir na cama, pela lateral da mesma, engatinhando feito uma criança. Fez os movimentos mais calculados e delicados possíveis até se estabilizar ao lado do corpo dela. Levou os lábios quentes até o seio que lhe convidava. Deu o beijo mais casto possível. Não queria despertá-la. Não ainda.

Ele viu a ruiva esboçar com os lábios uma reação que beirava um sorriso.

Sorriu apaixonado.

Fez o mesmo no outro seio, passando o corpo por cima dela, sem deixar qualquer parte dele encostar-se ao seu.

Ele não conseguia entender como a pele dela conseguia ser tão doce, macia, quente, instigante.

Nem queria entender, na realidade. Bastava sentir.

Gina se movimentou uma pouco mais desta vez. Fez manha como se negando ser despertada. Levou um dos braços a cobrir-lhe os olhos.

Ferdinando a observava em completo silêncio, prendendo a respiração. Era instigante provocar a onça adormecida. O 'risco' era alucinante.

Resolveu arriscar mais.

Beijo o topo de um seio de maneira um pouco mais vigorosa. O outro, igualmente. Não parou. Desceu os lábios beijando-a em todo o abdômen de maneira suave. Sentia o perfume dela comprometer sua mente a cada respirar. Chegou ao seu ventre e percebeu que ela se mexeu de maneira mais desperta. Esperou. Assim que os movimentos cessaram, o engenheiro resolveu avançar.

Colocou-se por cima dela, com os joelhos dela entre os seus. Inclinou o corpo e voltou a beijar o ventre sereno. Aquela pele alva, delicada como seda.

Desceu os lábios lentamente, fazendo a própria expectativa em senti-la ser ainda mais tortuosa.

Viu a maneira como o quadril dela passou a se movimentar, inconscientemente, dada a proximidade dele em seu sexo. Ela estava prestes a despertar. Mexia-se de maneira lenta e fogosa na cama. Os movimentos fizeram Ferdinando ter que segurar uma de suas cochas. A outra mão, passou lentamente entre a junção delas, abrindo o caminho necessário. No momento em que os dedos dele tocaram sua intimidade, Gina despertou por completo, silenciosamente. Olhou, ainda perdida nas deliciosas carícias, para baixo, sem muito se mover, apenas levantando o rosto.

Gelou.

Secretamente? Gemeu.

Ela bem sabia o que o rapaz compenetrado em analisá-la de maneira tão ávida queria. Ainda que apreensiva pela nova sensação tornou-se pura expectativa.

Os dedos dele novamente brincavam em seu íntimo de maneira habilidosa, excitante.

– Hum... – Ela deixou escapar um misto de sussurro e gemido.

Ele a observou. Ainda não havia percebido seu despertar. Estava prestes a prová-la.

Amou perceber no olhar dela a aprovação no que fazia.

Apertou ainda mais a mão que segurava a cocha de ruiva e fez com que os dedos da outra expusessem totalmente a ele o ponto mais quente dela. Sorriu da maneira maliciosa que sabia despertar nela as mais impróprias vontades. Permitiu-se fazer.

Mergulhou de maneira sedenta de encontro a ela. De encontro ao gosto dela.

Delirou.

Ela também.

Gina sentia-se tornar pura luxúria dada a maneira como aquilo a fazia se sentir desejada, seu corpo entrava em combustão. Puro prazer era sentir os lábios dele a sugando com a vontade que beirava uma necessidade visceral. A maneira como ele lhe apertava a carne de seu corpo perdido em de alguma maneira fazê-la saber o quanto aquilo também o proporcionava tamanha satisfação.

Os gemidos abertos dela se misturavam aos abafados dos lábios ocupados dele. Deliciosamente ocupados.

– Tão doce quanto sua boca... – Foi a única coisa que ele fez questão de proferir, voltando em seguida a prová-la de maneira sedenta.

Ferdinando se maravilhava tamanha a perfeição que ela o apresentava em cada novo experimento.

Era incrível a maneira como ambos se entendiam. Completavam-se.

A ruiva desceu as mãos ao dreads de Nando o pressionando instintivamente ainda mais em sua intimidade, ao sentir o quão próxima já estava do prazer pleno. Ele amou a atitude. Sentia-se desejado ainda mais ali. Era a verdade.

– Nando... – Ela chamava a fim de alertá-lo. Não sabia o correto a fazer.

Ferdinando amava ouvir o apelido ser tão docemente proferido por ela a cada vez que a mesma se deliciava no prazer de sentir-se sua.

Ele nada disse. Apenas aprofundou ainda mais os lábios e carícias, até que a sentiu se perder. Se encontrar, talvez.

Se perder em gemidos. Se encontrar em plenitude, satisfação.

O engenheiro tomou para si cada quantia da satisfação dela. Tornava-se assim, a sua.

Esperou até que o corpo dela voltasse a relaxar das convulsões que tivera. Posicionou as pernas dela, delicadamente, na posição inicial.

‘Rastejou’ até o lado do corpo da amada abraçando-a com pernas e braços. Observava a maneira como ela estava ainda ofegante, como os olhos mantinham-se fechados, como se ela se encontrasse ainda degustando parte de um sonho.

Eram cúmplices. Amantes.

– Bom dia, menininha. – Ele sussurrou.

Ela abriu os olhos. Virou o rosto lentamente e se prendeu no azul que a fitava.

Um “eu te amo” silencioso foi dito por cada. Compreendido por ambos.

– Bom dia... – A doçura da voz dela fazia-se impossível descrever.

Ficaram alguns minutos daquela maneira. Assimilando que haviam acordado apenas para viverem mais um dia do conjunto sonho que começavam a construir.

Tomaram um belo café da manhã, e aproveitaram um pouco mais o inspirador local. Aproveitaram o frescor das águas do riacho entre beijos e coisas a mais, é verdade.

Queriam aproveitar o máximo um do outro. Era possível notar que jamais se saciariam disto.

Teriam até mesmo feito tudo o que o matrimônio lhes dava direito naquelas águas, se um compromisso previamente combinado não os tivesse feito retornar à Vila, dada a hora que perceberam ser.

[...]

Majestoso.

Esta era a palavra que melhor descrevia o presente que os patriarcas das famílias Falcão e Napoleão entregavam aos filhos.

A construção era de uma supremacia que em muito se equiparava à antiga residência de Nando.

– Frangotinho, mas é muito grande! – Gina dizia impressionada ao agora marido, ouvindo a própria voz ecoar no vazio dos cômodos ainda sem móveis. Apenas algumas caixas estavam espalhadas pelo local.

– Que grande o que fia! – Pedro mal conseguia esconder a felicidade na voz. – Eu quero é essa casa cheia de neto correndo! Tem que ser desse tamanho mesmo!

Os pombinhos se olharam rindo pelo afobamento do senhor.

– Ara calma que tudo tem seu tempo, né pai... – Gina argumentou um tanto sem jeito.

– É Sr. Pedro... – Ferdinando concordou abraçando a cintura da moça.

– Ora essa Nandinho, mas você bem sabe como são as surpresas da vida! – Epaminondas se colocou na conversa tão ansioso quanto o primeiro senhor. – Desde ontem eu e Pedro já podemos sonhar com mais certeza, afinar, lua de mel...

– Meu pai! – Ferdinando cortou o coronel, percebendo a maneira como pai e filha haviam se sentido desconfortáveis com a citação das núpcias... Afinal...

Epaminondas percebeu.

Mais ou menos.

– É... Tá certo... – Ele tentava se redimir um tanto sem jeito. – Pedro, ocê me desculpe, eu só disse porque acho que não é novidade pra ninguém que ontem eles...

– Meu pai, pelo amor de Deus! – Ferdinando se desesperou ainda mais com a face vermelha do sogro. – Porque o senhor não fala com o Sr. Pedro sobre aquele assunto mal resolvido sobre a área da piscina?

– E-Eu acho melhor mesmo Epaminondas... – Pedro ainda estava um tanto perdido. Queria o máximo possível desviar os pensamentos das anteriores constatações do coronel.

– Tá certo! – Epa finalmente se rendeu, animado em mostrar as ideias que possuía ao colega.

Os dois senhores se retiraram do quarto em que estavam com o casal.

Era um dos oito quartos que a enorme casa possuía.

Gina se virou ainda corada para Nando. Este por sua vez, não pôde deixar de rir com a cena.

– Ora essa menininha... Em partes meu pai tem razão. Seu pai acha que os netos que ele tanto quer vão nascer de onde, não é mesmo?! Pés de couve?!

Gina riu. Já havia escutado esta mesma história da mãe, quando criança.

– Ara, mas eles tão pensando cedo demais nessa história de neto, né frangotinho... – Ela suspirou. – Ainda vai demorar um pouco... – Ela se soltou das mãos dele, saindo do cômodo pronta a explorar mais o presente. Começou a descer as escadas que iam até a sala.

– É menininha... – Nando concordou a segurando sorrateiramente pelo braço. – Mas eu bem acho que a gente já devia ir treinando... – A voz dele estava naquele tom que tanto a atiçava.

O beijo que ele a deu, apertando seu corpo contra o corrimão, também.

Ele estava saudoso. Necessitado.

Naquele dia já havia ficado ‘no ponto’ ao menos duas vezes, tendo suas vontades negadas por diversos fatores.

– Ara, Nando! – Ela o empurrou com a respiração forte. – O pai tá ali em baixo!

– Não... – Ele sussurrou e mordeu maliciosamente a orelha dela. Apertou-se ainda mais contra o corpo da ruiva a fazendo sentir suas vontades. – Seu pai está com o meu, do lado de fora da casa...

– Nando... – Ela já sentia os arrepios causados por ele comprometerem sua mente.

– Por favor menininha, eu já tô com uma saudade insuportável... – Ele apertou de maneira nada serena a cintura dela.

– Mas como? – Ela já se rendia às vontades dele. As dela própria também.

Ferdinando foi ágil.

Lembrou-se de um cômodo, escada a baixo, que serviria futuramente como sala de estar. Ficava um tanto reservada do resto da casa, possuía porta, chaves, enfim.

Era perfeito.

– Me segue menininha! – Ele disse puxando-a pelas mãos, inebriado pela constatação de que estava prestes a tê-la novamente. Ainda mais assim, de maneira tão deliciosamente arriscada.


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Notas finais do capítulo

Amoras ficou curtinho, mas espero que tenham gostado! Amanhã compenso, combinado?! hahahahahah :3
Um suuuuper beijo!



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