República escrita por Larissa Gomes


Capítulo 58
Lua de mel.


Notas iniciais do capítulo

Menininhas, nem vou enrolar! Só me perdoem o atraso! :(
Espero de coração que gostem! s2
Esses capítulos finais são tão fortes, que não sei... Espero mesmo não deixá-las com falta de nada! Mas se deixar, me perdoem...
Obrigada por tuuudo, sempre! s2

Boa leitura! :)



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A festa que seguiu a cerimônia foi igualmente bela à primeira. Uma animada banda regional permitiu que a música fizesse os festejos ainda mais alegres. Crianças corriam dentre as árvores que cercavam o jardim, mulheres e homens dançavam e comentavam sobre o quão lindo tudo estava.

Os sogros estavam reunidos, afastados, em segredo comentando animadamente (os ‘aperitivos’ já estavam em campo) sobre quais qualidades de cada família os futuros netos trariam.

Os noivos estavam sentados reservadamente em uma das mesas mais afastadas, degustando o bolo que a pouco haviam partido.

Na realidade, apenas a noiva degustava um pedaço.

Na realidade, seu segundo pedaço.

– Frangotinho é maravilhoso, experimenta! – Ela novamente tentava convencer o noivo que a muito era consumido pela ansiedade. Esta não o permitia sequer beber algo.

– Não menininha, obrigada... – Ele encarou inflamadamente a noiva ao seu lado. – Posso lhe dizer o que realmente quero?

Gina estava tão concentrada em degustar um pouco mais a guloseima que nem reparou o olhar completamente malicioso que o noivo lançava sobre seu alvo colo descoberto.

– Claro o que?! – Ela indagou curiosa.

– Começar nossa lua de mel, Gina... – Ele sussurrou aproximando-se do ouvido dela.

Gina sentiu-se arrepiar. O garfo em sua mão caiu de imediato sobre o prato.

Aquele hálito quente fazia coisas condenáveis a seu íntimo.

– Mas como a gente vai sair daqui frangotinho? – Ela realmente não sabia como fariam.

Gina, na verdade, nem sabia onde a lua de mel seria. As únicas pessoas que sabiam, e que haviam ajudado Ferdinando desde a preparação do inusitado local, eram Catarina e os padrinhos.

A ruiva apenas suspeitava, ainda que distante, que a noite de núpcias poderia ocorrer na casa recém-construída.

–Ora essa menininha... – Ferdinando não conseguiu deixar de sorrir orgulhoso ao pronunciar. – Nós agora somos marido e mulher, não devemos satisfações a ninguém sobre onde vamos... E... Ah, Gina, todos bem sabem aonde os noivos vão após a festa... – A voz dele ao final, já se tornava uma provocação.

Gina sorriu sorrateiramente. Consentiu com a cabeça a ‘fuga’ sentindo-se a menina mais levada do planeta.

Ferdinando buscou o caminho mais ameno até o carro e agradeceu por não ter esbarrado em ninguém que iniciasse infinitas despedidas.

Ele precisava sair dali. Precisava DELA.

Quando entraram no carro, Nando retirou a fita branca estrategicamente por ele colocada no porta-luvas.

– Eu vou cobrir seus olhos, Gina... É uma surpresa. – Ele disse docemente.
Gina o fitou, impressionada. “Outra surpresa...” Apaixonada também.

– Tudo bem... – Ela permitiu tão doce quanto ele fora ao avisar. – Essa fita até parece outra que eu vi hoje... – Ela lançou a isca.

Virou-se de costas a ele, sentada no banco do passageiro.

– Que fita? – Ele mordeu a isca.

Gina riu internamente. Ela também iria surpreendê-lo aquela noite.

– Nada, nenhuma. – Ela virou levemente o rosto sobre o ombro ao completar o dizer, e piscou provocativa.

Ferdinando se sentiu completamente excitado com a provocação. Percebeu que ela escondia algo, que bem estava a fim de revelar no momento certo.

– Ara Giiiina... – Ele praticamente gemeu com os lábios próximos á nuca dela.

Colocou a fita sobre seus olhos. Apenas o toque da gélida e delicada seda e sentir os dedos dele se emaranhado em seus cachos para completar o laço, já faziam Gina precisar respirar com mais intensidade.

Ele concluiu o ato e a virou de frente, sentando-a corretamente no banco.

– Não vamos mais perder tempo, menininha... – O engenheiro pontuou claramente envolvido. Ligou o carro, e partiu ao local miraculosamente preparado.


[...]


Gina amassava descontroladamente com as ansiosas mãos a saia do vestido. Não fazia a mínima ideia dos lugares pelos quais o carro passava.

Ferdinando observava, orgulhoso, a ansiedade da noiva ao seu lado. Queria ver logo, na noite que a pouco havia chego, como a ruiva reagiria ao local tão carinhosamente preparado.

Ela sentiu o carro parar. Seu coração acelerou.

– Eu vou aí desse lado te ajudar a descer, Gina... – Nando deixou claro que queria que ela permanecesse ainda com a venda.

O tempo que ele levou para dar a volta no carro pareceu uma eternidade para a ruiva. Ela se corroía em curiosidade. Ansiedade. Saudade.

Quando ele abriu a porta, e a segurou pela mão colocando-a de pé fora do carro, Gina ouviu um som muito familiar.

Não pôde acreditar.

– Nando... – Ela soltou em um doce sussurro. Um sorriso esplendoroso deixava claro o que ela já havia descoberto. – Eu não acredito.

Ferdinando sorriu tanto quanto a ruiva, posicionando-se por trás dela. Para desamarrar a fita.

Desamarrou.

– Você gostou? – Questionou retoricamente. A resposta era óbvia.
Gina perdeu a fala.

Era o riacho, aquele tão deles. Mas naquele dia, estava ainda mais.

A cama ornamentada com o dossel a decorando estava praticamente em sua beirada. Uma mesa ao lado, organizada com os mais diversos frutos sucos e mimos.

Uma tenda branca, tão leva quanto o dossel recobria toda a organização. Em seus quatro pilares flores azuis decoravam. Luzes baixas, provenientes de uma digna organização, iluminavam o local na noite escura.

– Eu nem sei o que dizer frangotinho... – Gina disse ainda perdida do maravilhoso sonho que a cena parecia concretizar. Caminhava lentamente entre os pilares da tenda. – É lindo... Ficou lindo demais, eu nunca pensaria nisso!

Ferdinando estava maravilhado.

Ah, seu coração doía tamanha a felicidade em vê-la novamente com os olhos de surpresa. Ainda mais ali. Ainda mais daquela maneira. Sua noiva. Sua mulher. A fazer-se de fato sua, da maneira mais completa possível.

A água do riacho à frente e os suave grilar eram tudo o que Gina conseguia escutar sob a suntuosa tenda de linho.

– Dança comigo Sra. Napoleão? – Ele questionou, se aproximando, já puxando o corpo dela para si pela delicada mão.

– Mas não tem música nenhuma aqui Nando... – Ela esclareceu. Nunca entrava facilmente nas viagens dele.

Ele gostava disso.

Na verdade, gostava de convencê-la a entrar, depois ouvi-la implorar para continuar. E ele a faria ser assim diversas vezes nesta noite.

– Ara, mas claro que tem, escuta... – O engenheiro a fez prestar atenção na melodia que o encantador local entoava naturalmente. – Dança...? – Ele reforçou o pedido, encarando-a docemente.

Ela nem precisou responder, apenas o sorriso que deu já fora bastante insinuador de suas vontades.

Ferdinando a segurou com a outra mão na cintura. As mãos dela rumaram de imediato aos largos ombros do rapaz.

A melodia que os entoava era, além das naturais ao recinto, a dos próprios corações. Estes batiam tão forte que o contato dos corpos os fazia poder jurar conseguir ouvir e sentir um o do outro.

Eles estavam felizes, radiantes.

Saudosos.

Nando beijou levemente o ombro dela, que o vestido branco (generoso) deixava exposto.

Gina teve um leve Déjà vu com a cena.

– Sabe frangotinho... – Ela disse com os rubros lábios praticamente colados ao ouvido dele, dada à posição. – Isso em muito tá me lembrando da noite do meu aniversário...

Ferdinando suspirou com a lembrança.

– Da noite em que fizemos amor, você quer dizer... – A voz dele havia ficado um pouco mais séria. Suave. Sedutora.

Gina enrubesceu. Ele bem sabia que causaria isto nela sendo tão claro.
– Essa mesmo. – Ela lutou contra a própria timidez e confirmou.

Ferdinando mordeu os lábios inferiores.

Era a deixa perfeita para esclarecer a ela como havia imaginado a noite de núpcias que estavam iniciando.

– Gina, na realidade eu pretendo fazer com você o mesmo daquela noite, claro. Mas admito que de um jeitinho um pouco diferente... – A voz dele, e o dizer nada casto já faziam o corpo de Gina ferver em expectativa.

– Como assim? – Ela questionou tentando demonstrar uma voz tão sedutora quanto a dele, sem poder verificar o olhar inflamado que ele lançava sobre suas curvas traseiras. Os rostos permaneciam colados de lado.

Ferdinando lambeu os lábios.

– Bom, você agora minha mulher Gina. – Apenas essas palavras, ditas com tamanha certeza da parte dele, já a faziam se perder em vontade de consumir o matrimônio. - Eu fico muito aliviado em saber que agora, a gente pode fazer tudo com total liberdade, total entrega... – Nando mordeu levemente a orelha dela.

O corpo de Gina, que permanecia colado ao dele, embalado por um ritmo tão deles, se arrepiou por completo.

– Mas a gente já não fez isso?! – Ela sabia bem do que ele falava. Mas ainda assim queria ouvi-lo dizer abertamente.

Gina havia descoberto adorar ouvi-lo falar desta maneira. Pontuando termo a termo as ideias e dizeres sem pudor. Havia algo muito excitante nisto.

Ferdinando percebeu que ela queria ouvi-lo dizer. Que ela já estava tão envolvida quanto ele em meio à silenciosa dança.

– Não Gina, a gente ainda não fez isso... Eu vou dizer melhor. – Nando cessou os passos da dança, mantendo apenas a posição. - Hoje eu vou ter você em meus braços, por completa. Como minha, e inteira. Eu não vou precisar conter nem ritmo nem força... Eu vou te ter como sempre te desejei Gina... No meu ritmo... – Nando desceu vagarosamente a mão que estava na cintura dela até o bumbum orgulhosamente redondo da moça, apertando-lhe com extrema força. - E na minha intensidade.

Gina mordeu os lábios inferiores para evitar que o gemido que atravessou o seu corpo saísse de maneira estrondosa em meio ao silêncio.

A ruiva sentiu-se umedecer de imediato em suas partes mais íntimas. Sentiu o baixo ventre pular com a maneira descaradamente provocadora como ele dizia.

– Você não acha que tem muito ‘eu’ nessa sua fala doutor?! – Ela provocou com a voz completamente embargada de desejo. Queria demonstrar que o comando que ele estava impondo ainda não a dominava.

Ferdinando deu o sorriso mais malicioso do mundo.

“Potranca!” Ele iria dominá-la.

E melhor, fazê-la gostar. Adorar.

Amar tudo o que fizesse.

– Ara Gina... – O tesão estava completamente explícito na voz firme dele. – Vamos fazer desse jeito, então... – A outra mão dele acompanhou a primeira, apertando o outro lado da bunda dela. Deliciosamente descarado. – Eu te mostro meu jeito... meu ritmo. – Ele desgrudou as faces lateralmente unidas e a encarou, sedento. – E se você não gostar... A gente vê outra maneira. Descobre uma sua talvez.

Gina olhava para ele hipnotizada. As mãos que apertavam sua carne por cima do vestido demonstravam tanta ‘fome’ quanto o olhar escurecido que a fitava.

– Se eu não gostar do seu jeito, vai ser do meu? – Ela ergueu o queixo arrogante, apenas questionando para fazê-lo entender que ela estava no páreo.

– Eu duvido que você não vá gostar Gina... – Ele sorriu ainda mais descaradamente, forçando pretensão. – Mas é isso mesmo... Se eu não te fizer delirar, e gemer do meu jeito... – Não era possível ele não saber a reação que essa frase causava sob o vestido dela. – A gente faz de outro.
Gina se viu obrigada a respirar um pouco mais fundo após a maneira clara como ele à havia instigado.

Estava mais do que tudo curiosa. “Que jeito será esse?” Era tudo que sua mente pensava. Afinal, para ele ser tão seguro de si em dizer...

– Tá certo... – O queixo dela se mantinha erguido. – Começa. – Ela ordenou.

A maneira como eles brigavam claramente pelo comando era demasiadamente excitante para ambos.

– Com prazer. – Ele se posicionou por trás dela. Afastou os cachos rubros que cobriam sua nuca, e fez questão de frisar, com os lábios rentes à sua pele. – Com MUITO prazer.

As fortes e contrariamente delicadas mãos de Ferdinando massageavam a dama a sua frente, no pescoço e nuca, de uma maneira nada menos que envolvente. Os movimentos que ele a levava a fazer, faziam-na sentir a mente girar. Os lábios dele permaneciam tão próximos de sua pele que ela sentia o hálito quente, a cada respirar, provocar-lhe arrepios.

Ferdinando sabia. Percebia. Queria.

Tudo o que estava fazendo era parte de um (deliciosamente) maligno plano. Ele pretendia deixá-la extremamente suplicante por seus ‘dotes’. Fazê-la sentir uma insuportável sede dele.

Sendo assim, para aumentar ainda mais a intensidade da excitante sessão, ele passou a contornar com sua quente e úmida língua cada contorno dos ombros e pescoço de Gina.

A moça sentiu cada centímetro que fora de maneira tão instigante acariciado. Permitiu que os olhos se fechassem e os lábios se abrissem. Ela precisava respirar mais intensamente. Os desejos que a invadiam tornavam-se ainda maiores, tendo em vista que ela agora se lembrava da inebriante sensação de ter aquele que agora a lambia, se deliciando com o sabor de sua pele, dentro de si.

Ferdinando observava cada reação dela. Ficava maravilhado em perceber o delicioso poder que seu toque podia ter sobre aquele corpo que ele tanto desejava. Tanto amava. Entretanto, ele queria reações mais intensas. Na realidade, naquela noite, queria principalmente, atitudes mais intensas. O primeiro item seria consequência.

O engenheiro mordeu rápido, mas fortemente, o ombro que outrora lambia.
– Ai Nando... – Gina reagiu com um leve gemido, com a voz completamente perdida de vontade, pensando que deixaria claro que a intensidade havia sido além do devido.

Ferdinando adorou ouvi-la em protesto e utilizou o gemido como parâmetro, de fato. Mas não da maneira que ela esperava.
Mordeu-a novamente, com ainda mais força, no outro ombro.

– Nando! – Gina se assustou com a força e tentou virar-se de frente para ele.

Porém, o engenheiro já aguardava tal reação.

Quando o corpo da ruiva fez a menção de virar-se, ele forçou ainda mais as mãos que a massageavam entre o pescoço e ombros, segurando-a, sem permitir.

– Caaalma... – Ele sussurrou de maneira completamente indecente no ouvido dela. – Você tem que aprender a sentir prazer na dor, Gina. – A voz dele fazia a intimidade dela pulsar de maneira vergonhosa. A maneira forte como ele a segurava, também.

A ruiva ficou estagnada. Percebeu que ele estava tentando fazê-la descobrir uma nova sensação, e confiou no dizer de que poderia gostar.

Resolveu entrar de fato no jogo. Relaxou o corpo novamente, jogando a cabeça levemente para o lado, deixando claro que estava disposta a aprender.

Ferdinando ficou ainda mais excitado com a vontade dela de querer isso.
Mordeu novamente, da mesma forma o ombro ofertado, no mesmo tempo em que continuava a massagear o pescoço da ruiva.

Gina compreendeu.

Era um misto inebriante. Dor, prazer, desejo. Mordeu os lábios inferiores enquanto a mordida dele também acontecia.

– Isso... – Ferdinando sussurrou, percebendo que agora ela aproveitava a pequena dor da maneira correta. Aquilo o excitava mais do que o imaginado.

Maleando o pescoço da ruiva conforme suas vontades e pontos onde desejava ‘marcar’ o engenheiro repetiu o instigador ato algumas vezes.

No entanto, logo precisou para de prová-la daquela maneira. Queria tempo o suficiente para usufruir de outras que idealizava.

Ferdinando desceu as mãos e começou a desfazer, delicadamente, o laço e amarras do corpete do vestido.

Gina umedeceu os lábios, imaginando o que ele já estava iniciando.

Porém, ao contrário do que era imaginado por ela, ao verificar que a parte de cima do vestido já estava quase completamente solta, Ferdinando fez um pedido.

– Segura o vestido, Gina... – Ele solicitou, sem prévio aviso, soltando-a de suas mãos.

Gina atendeu ao pedido, e se virou, ainda acordando das sensações que há segundos as mordidas e toques dele a imergiam.

– Porque? – Ela o encarou, sem muito entender.

O semblante de Ferdinando era indecifrável. Um misto de serenidade, desejo e prepotência. Ela não sabia o que sentia de fato ao encará-lo. Na realidade, uma coisa ela sabia decifrar: Vontade.

– Eu quero ver você se despindo para mim, Gina. – A forma simplista como ele dizia a fazia duvidar se realmente era o que estava compreendendo. – Ali. – Ele apontou um pouco mais a frente, fazendo-a perceber o que queria de fato.

Ferdinando queria observá-la revelar com as próprias mãos o corpo que ele consumiria, como uma completa e apetitosa exibição.

A ruiva fora completamente surpreendida pelo pedido.

É fato que ela já havia feito amor com Ferdinando, mas nesta única vez em que ele a vira completamente nua havia sido em uma relativa escuridão. E já no momento do ato em si, eles deitados. Além disso, ele a havia tirado as vestes. Cada uma das peças.

Gina olhou um tanto desconfortável para os lados. Ferdinando observava atento cada uma das reações adversas que ela tinha a suas atitudes e pedidos, antes de se render.

A ruiva percebeu a maneira como ele a encarava. Um ar de dominador.
Não era de seu agrado. Ela se lembrou de estarem ‘brigando’ por isso ali. Lembrou-se também de há algum tempo ter feito o que ele agora lhe pedia. Ainda que de maneira diferente, e sob uma escuridão maior. Foi o estímulo que precisava. Ela venceria o receio que tentava dominá-la. Bem como o instigador rapaz a sua frente, que tentava fazer o mesmo.

– Gina? – Ferdinando a pressionou. Ele de fato queria fazê-la perceber a maneira dele de fazer as coisas. Intensa.

Gina o encarou, inflamada. Sorriu maliciosamente e lentamente se posicionou no local um pouco a frente dele, conforme indicado.

Ferdinando não conseguiu conter o sorriso convencido e orgulhoso. Convencido por ela estar indo fazer o que havia solicitado e orgulhoso pela maneira como ela sempre se negava em temer algo novo.

A ruiva não havia percebido, mas o ponto também ficava, de frente com a cama.

Ela só notou quando o engenheiro se movimentou, junto a ela e se sentou, para apreciar o pequeno show, ao pé da cama. Ele mantivera a postura ao se sentar, cruzando de forma orgulhosa uma perna dobrada, acima da outra. Com o cotovelo direito apoiado sobre o joelho da perna que estava por cima, Ferdinando levou a mão semiaberta aos lábios.

O olhar que ele a lançava era incrivelmente desafiador.

– Pronto? – Ela questionou provocadora. Era mais fácil sentir-se ameaçadora, não ameaçada.

– Completamente. – Ele respondeu pior.

– Ótimo. – Ela queria fazê-lo notar que levaria até as últimas consequências a palavra que havia dado.

Ainda que completamente receosa, Gina levou, ao menos aparentando segurança ao espectador, as mãos que seguravam a parte superior do vestido à frente, puxando-a. O delicado espartilho branco, parte do provocante presente de Juliana, foi revelado. A maneira como a peça conseguia deixar a pequenina cintura dela ainda mais curvilínea, e os seios ainda mais arrogantemente estufados e erguidos fizeram Nando umedecer os lábios.

Aquilo seria delicioso. Ele começava a confirmar.

Gina manteve-se firme, ainda que com parte da lingerie exposta. Ela viu como o olhar do engenheiro brilhou em aprovação. Aquilo a fez ter ainda mais vontade de continuar. A ruiva levou a mão à peça inferior e delicadamente, começou a soltar a saia, com as mãos agilmente realizando a tarefa por trás de seu quadril.

Ela soltou os poucos botões e não fez esforço algum em conter o peso do tecido que escorregou rapidamente até seus pés.

Os olhos de Ferdinando se abriram mais do que ele próprio imaginava ser possível.

Gina, desta vez, não conseguiu evitar. Suas bochechas enrubesceram, apesar de forçar a própria expressão em permanecer sedutoramente intacta.

– Meias? – Ele deixou escapar em um sussurro o que era para ser uma silenciosa constatação. Sua voz era de completa perdição. Libido.

– Cinta-liga. – Ela pontuou com o rosto levemente abaixado. Um sorriso extremamente sapeca.

Ferdinando correspondeu o sorriso. A maneira como seu corpo se acomodou na cama instintivamente, descruzando as pernas, deixando-as levemente abertas com os braços apoiando o corpo que se inclinou à frente fizeram a ruiva perceber a nova aprovação. Ele estava amando aquilo. E queria ver mais, de mais perto.

Gina se retirou do centro daquele emaranhado de tecidos. O movimento necessário para isso à fez levantar as pernas extremamente apetitosas aos olhos do engenheiro. O salto que ela utilizava ajudava a compor o ar provocativo da visão.

“Gostosa.” Foi inevitável Ferdinando concluir.

Assim como seria logo, inevitável dizer a ela.

Ferdinando a observou erguer o queixo, com as mãos rentes ao corpo. Como se aguardasse algo. Seu colo com o colar, que nunca parecera tão sexy, se levantava em um ritmo que demonstrava o quanto sua respiração se assemelhava à dele.

Ferdinando percebeu o que ela imaginava. Que a tarefa havia sido concluída.

Doce devaneio.

– Continua. – Ele pontuou sucinto, ciente de como a ‘ordem’ a surpreenderia.

Gina engoliu seco. “Continua?!” Ela não entendia, ou não queria entender. Ele de fato queria que ela se despisse por completa à sua frente?

“Nossa.” O quanto aquilo seria sórdido. Deliciosamente sórdido.

– Gina... – Ferdinando resolveu se claro. Completamente. – Eu quero ver você se despir por completa pra mim. Se mostrar aos meus olhos...
A bocada ruiva se fez de imediato entreaberta. O colo que subia e descia em um ritmo frenético estagnou.

Ele estava realizando o ‘sórdido’ e delicioso pedido.

Ela iria dizer algo, que nem havia decidido ser um protesto ou aceitação, quando o engenheiro prosseguiu.

– Mas... Vendo a maneira como você está vestida... – Ele mordeu os lábios de maneira sagaz. – Peço que deixe as meias Gina... – Ele sorriu nefasto.
O sorriso dele fez o baixo útero dela palpitar doentiamente.

Gina umedeceu os lábios. O encarou, desafiando seu desafiador. Ela faria.
Balançou muito lentamente a cabeça confirmando. Sua face não expressava nada além de determinação no momento em que levou as mãos sobre o abdômen. Desfez lentamente de baixo para cima cada um dos delicados fechos. Chegando ao último, levantou levemente os olhos. Encarou os azuis que a consumiam.

“Céus.” Ela deveria permitir-se levar de uma vez.

Permitiu.

Abriu a peça erguendo por completo o arrogante nariz.

Ferdinando sentiu sua carne necessitada palpitar. Os seios que ela lhe entregava aos olhos eram nada menos do que suculentos. Saborosos. Ele sabia. E a muito queria senti-los novamente em sua boca.

– Gina... – Ele gemeu ofegante. Suplicante.

O orgulho de Gina se inflou. Ela sorriu sórdida como ele.

Era uma troca.

Hora ele era dominador. Hora ela.

Naquele momento, era ela.

Gina se abaixou em um movimento lento e consciente, deixando os seios ainda mais apetitosos aos olhos cerúleos. Desfez a ligação que as meias tinham com a peça já solta de seu corpo.

Ergueu-se de volta, completamente satisfeita com o encanto descrito nos olhos daquele que a observava.

– A fita... – Ferdinando fez a menção à peça que ainda faltava ser retirada, ornamentada por delicados laços de cetim.

– Eu disse que tinha visto fitas hoje... – Ela sorriu.

Encaixou os dedos nas laterais da calcinha, e a fez escorregar suave entre as pernas cobertas pelas meias brancas.

Ainda abaixada, fechou os olhos. Não queria deixá-lo ver o receio que a abatia em imaginar se mostrar praticamente como veio ao mundo pela primeira vez assim. Claramente.

Ferdinando observava a figura do corpo curvado dela, salivando... Sentia o membro latejar até dolorosamente sob suas vestes.

Até que, então, ela se ergueu. Se mostrou. Encarava-o com uma coragem tão forte quanto o desejo de ambos. Aqueles olhos negros...

“Perfeita.” Não havia outra maneira do engenheiro descrevê-la em seus pensamentos.

Ele se levantou. Precisava tocar nela.

– Pronto... – Gina concluiu vendo-o se aproximar. A voz dela estava comprometida. Desejo, anseio.

Ferdinando a cercou por uma volta completa. Analisando cada detalhe do corpo de sua esposa.

– Pronta... Você está pronta Gina... – Ele parou por trás, sussurrando enquanto agarrava descaradamente os seios dela. Enquanto roçava propositalmente sua intimidade na curvilínea bunda dela.

A sensação de tê-lo apertando os mamilos de seus seios deixava Gina em êxtase. Aquelas fortes mãos. Dedos precisos.

Ela não resistiu, ergueu os braços fazendo as mãos encontrar os dreads dele. Laçando para trás a boca, em busca de um beijo.

Ele a beijou. Beijou com uma necessidade animalesca completamente expressa na maneira desesperada como sua língua buscava cada canto da boca úmida dela.

Gina puxava os dreads a cada vez que ele a provocava de maneira mais tentadora apertando entre o polegar e indicador os mamilos rosados.

Puxou ainda mais quando as mãos dele desceram cada centímetro, coladas ao corpo dela, até sua intimidade suplicante.

Ele a apertou contra seu corpo, com a mão esquerda, ainda mais ao chegar ali.

Mergulhou sem cerimônia alguma os ágeis dedos da direita em sua intimidade.

Sentiu-a suplicante. Não úmida. Encharcada. Eles gemeram um na boca do outro no momento do contato.

Ele por constatar, ela por sentir.

Ele penetraria em seu sexo pronto a lhe acariciar, se já não tivesse outros planos.

Afastou habilmente a mão que lá estava e puxou a dela, segurando-a sob a sua.

Arrasou fazendo-a acariciar o próprio quadril. Até encontrar a própria intimidade.

Ela não compreendia o querer dele. Até ele dizer.

– Se toca, Gina. – Aquela voz rouca cortava o silêncio no qual apenas alguns gemidos se abrigavam.

Gina abriu os olhos cessando o beijo. O encarou claramente confusa.
– Como? – A voz dela tão embargada e ofegante quanto a dele.

– Se toca pra mim, Gina... – Ele voltou a pressionar a mão dela sob a sua na intimidade da ruiva. – Assim... – Ele mordia os lábios. Aquilo era covardemente excitante.

Para ela também. Na verdade anda mais. Ela sentia seu ponto mais necessitado ser estimulado pelas próprias mãos, com as dele como guia era... Inexplicavelmente delicioso.

A mente de Gina girava a cada carícia. A cada vez que a outra mão dele a apertava covardemente contra o volume absurdo de sua calça. Era tortuoso. Maravilhosamente tortuoso para ambos.

Ferdinando percebeu o quão a ruiva já estava envolvida. Delicioso era sentir que a mão dela já estava tão úmida quanto a sua na própria excitação.

Ele teve uma vontade.

– Eu quero ver você se tocando, menininha... – Sussurrou. Se afastou e a fez despertar da viajem em que estava.

Gina não se assustou muito. Na realidade, estava maravilhada com a ideia de descobrir como gostava de ser tocada. Se descobrir. Tudo aquilo.

Mas não era justo.

Não iria deixá-lo satisfazer outra vontade assim, sem um preço. Queria voltar ao jogo.

– Só se você fizer o mesmo que eu fiz, aqui. – Ela pontuou. Sua voz fora naturalmente sexy.

Ferdinando sorriu.

– Esperta. – Pontuou com a voz mais maliciosa que pôde.

Ela ergueu o queixo. Encaminhou-se até a cama. Tornando-se a expectadora.

Se sentou com as pernas dobradas sobre a mesma, abraçando-as no aguardo do que viria.

Gina tentava fingir. Mas sabia não conseguir convencer e nem era necessário. Era Nando ali, e ele a conhecia. Sabia que a posição demonstrava o quanto tais provocações ainda a faziam sentir receio, vergonha o que fosse.

Mas estava disposto a fazê-la perder cada um dos empecilhos quando estivessem juntos.

–Eu topo. – Ele sorriu. Seria um presente mútuo.

Ferdinando retirou o fraque em um movimento sagaz. Fez uma graça.
Gina sorriu.

Aquilo foi bom. Ele queria aliviá-la de qualquer tensão. Fazê-la se sentir relaxada ao ponto de dar-lhe o que queria, e aproveitar isso.

Depois, um pouco mais lentamente desfez os botões do colete que utilizava. Fazendo ter o mesmo destino da peça anterior, no chão.

Desfez o botão das camisas, sem desviar por um instante sequer o olhas dos olhos ávidos e curiosos dela. Retirou-a. Chão.

Vê-lo com o peito tão lindo, tão alvo, tão seu, nu, Gina soltou-se inconsequentemente das próprias pernas. Apoiando as mãos, uma a cada lado do corpo. Precisava se apoiar para respirar corretamente. O ar começava a lhe faltar com a visão.

Ferdinando percebeu a atitude dela. Estava conseguindo.

Levou as mãos ao cós da calça e, sem pestanejar, desfez o botão, abriu o zíper.

Observou as pernas dela levemente se afastarem. Ainda que pouco. Viu a maneira como ela lambeu os lábios.

Estava tão perdido quanto ela silenciosamente demonstrava estar.

Gina não sabia onde fora. Se sentia ali e ao mesmo tempo não mais. Era como se não ouvisse ou enxergasse nada além do corpo do marido sendo desejosamente aos poucos revelado à si. Sua intimidade palpitava, pulsava, pedia. Suplicava.

Um tanto fora de si, mas de suas vontades, ela resolveu começar a cumprir parte do acordo que fizera, levando a mão incerta até a própria intimidade. Não tirava os olhos dele. Estava fissurada. Enfeitiçada.

Ficou ainda mais ao perceber que o marido já havia retirado os sapatos, meias, e agora já voltava deixado no chão apenas um amontoado do que seriam suas calças.
Ferdinando ao se levantar, ainda que não pudesse ver completamente, notou como o braço direito dela denunciava a posição de sua mão. Havia conseguido.

– Assim? – Ele questionou sapeca, coberto apenas pela cueca branca que nem se quer tentava esconder seu estado.

Nando sabia que não havia terminado. Mas queria ouvi-la pedir isso para propor uma troca.

– Completamente. – Gina frisou baixo. Um tanto comprometida pelas sensações que as próprias carícias a fazia descobrir.

– Tá certo... – Ele abaixou o olhar para concluir sem fazê-la se sentir intimidada. – Mas deixa eu ver você se tocar pra mim, Gina. – Ele levantou os olhos escurecidos. A própria fala o fazia sentir-se arrepiar.

Gina não iria negar. Seria de fato uma troca. Ela queria ver ele. Pela primeira vez, tão claramente.

Não respondeu. Apenas manteve-se apoiada em um braço enquanto o outro permanecia nas carícias. Abriu lentamente as pernas, expondo-se à ele de uma maneira completamente nova. Completamente ousada.

Ferdinando Gemeu abafado. Foi impossível segurar. Fechou os olhos, a cena o faria se desfazer, seria bem possível.

Ela, com aquele corpo que tanto o fazia se perder, estava ali, deitada sobre a cama, como os sapatos e meias brancas empregando um ar único, as pernas deliciosamente abertas, o corpo apoiado em um dos braços deixando os majestosos seios deliciosamente ofertados. A intimidade... (“Céus” ele pensava, a análise da imagem realmente podia atingi-lo de maneira implacável.) A intimidade úmida, tão úmida que seu sabor escorria por entre os deliciosamente desajeitados dedos que a massageavam.

– Ara Gina... – Ele precisava dela. Precisava mergulhar naquele corpo com uma intensidade que até temia.

Desceu habilmente a última peça de roupa e não tardou em se aproximar, completamente nu, da cama.

Levou a própria mão ao membro extremamente inchado e fez o mesmo que a amada fazia encarando-o. Acariciou-se de maneira devassa.
Gina não sabia o que mais a enlouquecia de prazer.

Vê-lo por completo.

Vê-lo por completo, se acariciando para ela sem pudor algum.

Ou vê-lo por completo se acariciando para ela sem pudor algum, a encarando com fome, vontade, desejo.

– Eu preciso de você... – Ele mal conseguia dizer, tamanha a maneira como a cena tão próxima o fazia se perder.

– E eu de você... Em mim Nando. Agora. – Ela resolveu pontuar. Já não aguentava. Sentia ser impossível conter tamanha vontade por mais tempo.

– Agora! – Ele concluiu tão suplicante quanto.

Ferdinando avançou sobre ela na cama, colocou-se entre as torneadas pernas tomando os seios que a muito zombavam de seu desejo em sua boca.

Os chupou ensandecidamente.

Apertou de maneira até mesmo insana as cochas dela. Queria tomar ela em tudo o que fosse possível para si.

Os corpos suavam com o contato e intensidade do beijo. O emaranhado de pernas contribuía com a doce tortura que era para ambos sentirem as intimidades colidirem tão saudosas. Gina o puxava para si pelos dreads a cada vez que o engenheiro se via obrigado a separar os lábios para respirar.

Ele amava isso.

Saber que o corpo dela sentia vontade se sentir-se completo por ele novamente. Envolvê-lo com calor e desejo.

– Nando... Faz... – Ela gemeu. Implorou.

Ele ainda tinha planos antes de permitir-se a entrega.

Mas não podia negá-la. Ainda mais estando assim, querendo com tanta urgência quanto. Teria a vida toda para realizar as deliciosas ideias que sua mente reservara a ruiva.

Naquele momento. Queria sentir-se um com ela. Sobre ela. Dentro dela.

– Faço... – A voz rouca dele... – Eu vou fazer gostoso, Gina. – Ele pontuou nada menos que safado.

Gina mordeu o pescoço dele ao ouvir a ameaça. Estava em transe com tanta provocação.

Entretanto, ele se afastou da boca dela. Gina protestou. Ele sorriu sádico.

– Assim... – Colocou as pernas dela apoiadas em seus ombros. Uma em cada um deles.

Ela deitada. Ele sobre ela.

Gina começava a entender. Era um novo jeito. Uma nova maneira.

Introduziu-se lentamente em seu interior tão quente quanto estreito.

Gina gemeu, fechou os olhos, sentiu cada centímetro dele que se afundava cada vez mais em seu corpo.

Ele se mexeu levemente, afinal, ela só havia feito uma vez.

Observar de cima a face de plena perdição em prazer de Gina era enlouquecedor pra Nando.

– Tá gostoso? – Ele mesmo se complicava ainda mais. A voz demonstrava o êxtase em que estava de senti-la tão sua.

Gina não tinha coerência na fala. Ao ouvi-lo questionar de maneira tão provocante, a perdia ainda mais. Apenas confirmou balançando a face.

– Eu quero ouvir, Gina... – Ele sabia o efeito que a voz tão desejosa tinha sobre ela. – Tá gostoso assim? – Ele se aprofundou ainda mais forte nela.
Gina gemeu alto.

Ele permaneceu nas investidas cada vez mais intensas. Fortes, rápidas. Cada gemido dela o estimulava ainda mais. Ele percebia.

Era perfeito. A provação, o jeito que os dois gostavam era o mesmo.
Intenso. Duro. Forte.

Gina não conseguia responder.

– Nando... Ah... – Essas eram as únicas palavras que saiam da boca dela, aos gemidos.

– Fala Gina... – Ele suplicava ofegante. – Fala pra mim... Tá gostoso?

– Nando... Ah... Deli... Ah... – Inferno, os gemidos não a permitiam completar.

– Hum? – Ele amava o tesão que esse jogo transmitia.

– Delicioso... – Ela conseguiu soltar, já estava se perdendo. – Nando... Eu...

– Eu sei Gina, eu também... – Ele estava igual. – Deixa... vem comigo e me dá tudo Gina... – Ele, pra variar, extremamente tentador.

Ele batia ainda mais forte na carne sedenta dela.

– Nando! – A ruiva gemeu alto. Muito alto.

Os corpos se contraíram em todo aquele calor, suor...

Ela se desfez.
Ele também.

Agora se tornavam, até mesmo, um só prazer.

Ferdinando retirou cuidadosamente as pernas que ela apoiava em seu ombro. Permitiu-se cair deitado, ao lado dela. Gina não tardou em afagar-se no alvo peito dele.

Estavam ofegantes de uma maneira divina. Por uma razão divina.

– Menininha? – Ele chamou com a voz ainda fraca, enrolando um cacho rubro da cabeça sobre seu peito em um de seus dedos.

– Hum? – Ela questionou buscando o olhar dele. Mexendo-se o mínimo possível, estava exausta.

– Gostou do meu jeito? – Ele sorriu feito um moleque. Queria uma confissão.

Gina sorriu igual. Abaixou os olhos novamente. Teria que confessar. “Droga.”

– Ara, foi bom... – Ela sorriu, já esperava a reação que seguiria.

– Ara, bom?! – Ele apoiou-se em um dos braços, fazendo-a se erguer também para encará-lo.

A expressão dele era de contrariado, não mais.

Ela não conseguiu segurar o riso.

– É brincadeira, frangotinho... – Ela afastou a mecha negra que não raramente imitava a dela, caindo sobre os olhos azuis. – Foi incrível. – Ela confessou sincera. Sorriu.

Ele sorriu. Aliviou-se.

Voltou a se deitar, puxando-a para onde estava.

– Que bom, menininha... – Ele suspirou. Era incrível a sensação de agradar a quem se ama. – Mas eu queria ter feito mais coisas, saiba disso. –Ele pontuou.

– Mais? – Ela questionou curiosa, desenhando com a ponta dos dedos no abdômen dele.

– Muito mais. – Ele amou imaginar. Já começava a se animar novamente.
Não podia.

Puxou um lençol e cobriu-se cintura a baixo.

Seus planos incluíam a manhã seguinte e ele precisava aprender a esperar. Repreendia-se.

– Mas o que é esse mais, frangotinho? – A ruiva ainda estava curiosa, mas com a voz perdida em um sono que a abatera.

Ele notou.

– Amanhã eu lhe conto menininha... – Ele acariciou os cabelos rubros da moça que começava a pegar no sono. “Lhe mostro.” Ele secretamente planejava.

– Tá certo... – Ela bocejou. – Eu acho que vou dormir... – Uma voz tão doce que o fazia se derreter.

– Dorme sim meu amor, eu vou lhe fazer cafuné até dormir...
Ela beijou-lhe o tórax docemente.

– Boa noite, frangotinho... – A voz dela quase já não saia. Os olhos ternamente fechados.

– Boa noite, menininha. – Ele pontuou em um sussurro.

Permaneceu acariciando-a. Escutando a água do riacho e o grilar que voltavam a imperar no recinto.

Teve a doce lembrança da primeira vez que havia dormido com ela daquele jeito. Havia sido por culpa deste lugar em que estavam.

A sincronia das coisas era incrível.

Depois da lembrança, Nando se perdeu em outras, relembrando o quanto valia a pena tudo que havia passado para agora estar ali. Ao lado dela.
Agradeceu, olhando o céu que a tenda em parte não cobria.

E logo, adormeceu.

Sabendo que na manhã seguinte, seu sonho continuaria. Ao contrário do que acontecia, antes de conhecê-la.


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Notas finais do capítulo

Bom é isso amorinhas! Obrigada sempre e meeeega beijo!
Críticas, elogios e sugestões, sempre são bem vindos! s2



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