República escrita por Larissa Gomes


Capítulo 54
Consciência


Notas iniciais do capítulo

Gatinhas da minha vida! Lá vaai! rs :)
Espero que me perdoem, mas esse cap. e o próximo serão mais de transição babys... e vcs bem conhecem minha dificuldade! rs
Obrigada sempre!



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Ferdinando observava a ruiva conversar ao celular, sentado sobre a escrivaninha em que outrora a apertava deliciosamente contra seu corpo.

“Justo agora!” O bico que ele fazia em pensar o quão estava envolvido com ela, antes da interrupção, dava pena.

– Não tem problema mãe, é que ontem à noite eu não ouvi muito ele tocar, estava meio que ocupada... – A ruiva argumentava olhando risonha para o cúmplice. – Mas obrigada mesmo, eu também tô morrendo de saudade... Mas espera! A senhora disse, quase agora, que não me ligou pra desejar os parabéns durante o dia porque estava com o pai na obra... Que obra?!

Dona Tê e sua língua.

O engenheiro que continuava a observar à ruiva, agora buscava em sua expressão algo que pudesse lhe dar alguma pista da resposta dada pela futura sogra. Ele também havia ficado curioso.

– Mas mãe... Como assim?! Uma casa?! – O misto de surpresa, felicidade e incredulidade na fala de Gina faziam Nando já imaginar. – Claro mãe, eu não falo para o pai que você me contou! Tá certo vai antes que ele volte. – Pedro já havia pego o telefone no início da ligação para parabenizar a ruiva. – Um beijo...

Gina desligou o celular e se apoiou no mesmo móvel que Ferdinando, ainda um tanto zonza pela surpresa que recebera no telefonema.

– Menininha? – Ferdinando colocou-se a frente dela, encaixado entre suas pernas.

– Nando... Uma casa. Eles estão nos construindo uma casa. – A fala dela saia lentamente, enquanto os olhos se tornavam a cada instante, mais esbugalhados com a ficha que repetir a informação a fazia cair.

– Mas como assim Gina?! Eles quem?! – O engenheiro estava feliz com a notícia. Na verdade, radiante.

Gina continuava olhando para o nada. Na realidade, estava já com os pensamentos distantes, remoendo algumas palavras que a mãe lhe soltara há pouco.

– Gina?

– Oi Nando, desculpa... É... Meu pai e o seu. Parece que eles resolveram construir uma casa entre as fazendas pra darem pra gente de presente no noivado... Meu Deus... – Gina olhou para os lados, um tanto quanto perdida ao repetir novamente a informação.

Ferdinando não estava gostando muito da falta de um sorriso dela.

– O que foi?! – Ele questionou deixando claro que a falta de conforto dela o incomodava. – Você tem dúvidas sobre o nosso casamento, Gina?

Gina o fitou. Sorriu, não pode evitar.

– Mas você fique quieto frangotinho! – Ela deu um leve tapa no tórax exposto dele.

– Ora, é que eu não tô te entendendo... Era pra você estar feliz comigo. Pelo jeito, de fato, acabou qualquer rixa entre meu pai e o seu... Nós ganhamos uma casa, e você nem sequer sorri... – Manha definia a voz do rapaz.

Gina suspirou. Resolveu não estragar o momento que, de fato, deveria ser alegre.

– Desculpa... Eu fiquei surpresa, só isso. – Ela passou os braços pelo ombro dele, abraçando-o.

– Tudo bem... – Ele sorriu colando a testa à dela. Sentiu aquele delicioso perfume voltar a invadir seu olfato, sua mente. Não resistiu. – Mas... Onde é mesmo que a gente tava menininha?! – O sorriso malicioso deixava claro que o engenheiro se lembrava bem de onde haviam parado.

– Olha, sabe que eu esqueci... – A expressão fingida de dúvida dela o fazia ficar maravilhado com a maneira como a ruiva sempre ‘entrava no jogo’.

– Ah é... Que pena menininha, eu vou ter que lhe lembrar... – A boca dele já voltava a sussurrar do ouvido dela, daquela maneira tão tortuosa.

Gina não resistiu, puxou os dreads de Nando forçando os lábios a se encontrarem. O engenheiro percebeu que ela já estava tão saudosa quanto ele. A levantou agilmente depositando-a sobre a escrivaninha.

Ele permanecia entre as pernas dela, mal cobertas pelo leve lençol, passando a acariciá-las sem pudor algum. A altura e posição extremamente propícias o faziam ter a ideia de apresentar uma nova maneira de fazer amor à Gina.

Isso era um desejo íntimo dele.

Ferdinando queria, durante toda a vida deles, possuí-la de todas as maneiras possíveis. Queria lhe apresentar tudo que fosse imaginável. Satisfazê-la como mulher de diversos modos. Sempre.

O engenheiro, que a essa altura beijava descontroladamente a pele macia e quente do colo dela, subiu os lábios em busca da orelha da moça. Queria provocá-la, ouvi-la realmente aprovar.

– Você ainda não me respondeu... Gostou do que a gente fez ontem, Gina? – A cabeça dela lançou-se para traz com a provocação, a voz dele.

Ferdinando mordeu deliciosamente o pescoço que o movimento deixara tão disposto.

– Gostei... – A voz da ruiva saia gemida, sensual.

Ela já estava completamente comprometida por seus desejos.

Ferdinando sentiu o membro, a essa altura já inchado, latejar com a excitante confirmação dela.

– Ara, que eu vou te fazer gostar muito mais menininha... – As mãos dele a puxaram brutalmente pelas cochas ainda mais para si.

Não só a voz, mas ele todo, inclusive seus pensamentos, já estavam comprometidos por seus desejos.

Gina se sentiu completamente envolvida pelo último ato dele. Confirmou o que já estava nitidamente claro: Eles iriam fazer amor novamente.

Ela queria isso tanto quanto ele. Ainda mais agora, sem medos, receios, nada... Apenas a certeza de sentir um prazer indescritível ao tê-lo em si de maneira ainda mais intensa que a primeira vez. Sentir-se sua e senti-lo seu.

Entretanto, quando a mão dela se espalhou sobre o móvel, deixando o corpo completamente disposto para o engenheiro retirar o lençol que o cobria, Gina esbarrou-a no celular.

Lembrou-se da ligação que a pouco havia recebido.

Lembrou-se das doces palavras que a mãe havia proferido.

{...}

– Fia, não diz pro seu pai que eu te conte, hem?! É que você não imagina o quanto a gente tá feliz em poder fazer tudo bunito, dentro dos conformes, pra nossa única filha... – A voz de dona Tê demonstrava a clara emoção que tinha em se lembrar de que sua filha, por incrível que pareça, iria se casar em um futuro próximo.

{...}

“Dentro dos conformes... Nossa única filha...” Essas eram as palavras que mais rondavam a cabeça de Gina.

Um estranho aperto começava a invadir seu coração com isso. Uma sensação de peso em sua consciência que ela não conseguia entender o motivo.

Algo em sua mente brigava com seu corpo que a cada instante gostava mais da sensação de ter Ferdinando o desvendando do lençol.

– Nando? – A mente vencera. Ainda bem que, ao menos com uma desculpa.

– Hum? – O rapaz ergueu o rosto, estranhando que a voz dela já não parecia estar completamente envolvida pelo clima.

– Eu acho que ouvi um carro parando aqui na frente. – Ela disse se desvencilhando, voltando a arrumar o lençol a cobri-la. Levantou-se da escrivaninha e foi observar pela janela. – Ué... Mas é o seu carro...! - Ela de fato não estava entendendo.

Ferdinando não havia gostado do afastamento. Respondeu com a voz mais desanimada possível.

– Eu o emprestei pra Juliana sair com o Zelão ontem Gina... – Ele suspirou, virando-se de frente para ela. – Mas você precisava ter saído assim dos meus braços, menininha? – O bico dele era extremamente encantador ao protestar.

– Ara Nando, desculpa... Mas... – Ela pensou em algo. – Eu preciso falar com a Juliana agora... A gente pode namorar mais tarde frangotinho... – Sabiamente, Gina se encaminhou até ele, e depositou um molhado e desejoso selinho, do tipo que o faria aceitar qualquer tipo de imposição.

Nando suspirou.

–Tá certo menininha... – Ele forçou um sorriso. Ela não percebeu que era forçado.

Nando não havia gostado disso. Por alguma razão, que não compreendia, sentiu que ela havia ‘fugido’ no momento em que estavam prestes a repetir o ato da noite passada.

“Será que ela não gostou?!” O coração dele doía só de imaginar tal possibilidade.

[...]

– Juliana?! – Gina batia do quarto da amiga.

A moça de cabelos rosados abriu a porta com o sorriso mais escancarado possível no rosto.

– Bom dia minha amiga! – A felicidade dela realmente exalava.

–Ara, bom dia! – Gina dizia rindo pela boba alegre em sua frente. – Mas posso saber porque essa alegria toda?! – A ruiva questionou sentando-se na cama da amiga.

– Ai Gininha... Minha noite com o Zelão foi mágica! – Os olhos azuis dela brilhavam.

Gina enrubesceu. Juliana falava cada coisa, sem nem se importar.

– Tá certo eu já entendi... Não precisa contar mais detalhes não! – A ruiva brincou, provocando a amiga.

– Ah, nem venha Gina! Eu posso até não contar, mas quero saber tu-di-nho da sua noite com o Nando... Pode me contar! – Um sorriso malicioso nos lábios de Juliana deixava claro o que ela esperava ser confirmado.

Gina resolveu provocar.

– Ué... Saber do que? – A ruiva colocou-se de pé. – Que a gente dançou... Que ele me fez uma massagem, ou que nós fizemos o mesmo que você e o Zelão?!

A professora esbugalhou os olhos. Colocou-se de pé sorrindo demasiadamente ao lado da amiga.

– Gina! Gina me conta! Por favor, você precisa me contar! Como foi? Você gostou?! O que sentiu?!

Gina ria com a afobação dela.

– Ara Juliana calma que eu vou lhe contar! – Ela se sentou novamente na cama, deixando um pouco do sorriso desaparecer. – Até mesmo porque tô com uma dúvida Juliana... – Gina suspirou. – Ai, uma dúvida que preciso da sua opinião pra resolver...

Juliana não conseguia entender.

Que dúvida seria?

Ela se sentou ao lado de Gina, e deixou que a amiga lhe contasse tudo que alegrava e afligia seu coração, após a inesquecível noite.

[...]

– Mas eu não estou entendendo porque você disse que estava com dúvidas Gina! Pelo jeito que você me contou que foi, e com esse brilhinho nos olhos, ficou mais do que claro o quanto você e o Nando se amam! Ainda mais depois disso tudo! – Juliana estava radiante com o que acabara de escutar.

– Mas eu não tenho dúvida sobre isso Juliana... Na verdade, é que como eu lhe disse, a mãe ligou hoje de manhã e disse que o pai e o coronel estão construindo uma casa...

– E isso eu achei mais lindo ainda da parte deles, Gina! Quer apoio maior?

– Não Juliana... É que na verdade, eu fiquei meio em dúvida com o que a mãe me disse na ligação, eu tô me sentindo culpada, não sei. – A face da ruiva já demonstrava isso.

– Ora mais culpada pelo que Gina?! – Juliana segurou as mãos da amiga, a fim de compreendê-la.

–Porque a mãe disse que eles estavam construindo a casa justamente porque o pai e ela querem que a única filha deles case com tudo nos conformes... E isso incluía eu ainda ser pura, Juliana... – A face da ruiva se abaixou. Ela estava realente se sentindo ‘mal’ pelos pais.

– Ah Gina, ora essa, não seja tola! É extremamente normal hoje em dia uma moça não se casar pura... Por favor, não se arrependa do momento lindo que você teve com o Nando ontem... – A amiga tentava alertá-la.

– Mas esse é o problema Juliana, eu não me arrependi nada! Nem um pouco... Eu... Ai Juliana, eu nunca que me senti tão feliz como ontem quando estava com ele... – Os olhos castanhos dela tinham uma luz incrível ao lembrar-se. – Mas é que eu dei minha palavra pra mãe, de que ia ter juízo aqui com o Nando e tudo mais... Eu não quero ficar levando uma vida escondida aqui, você entende?

Juliana estava começando a entender.

De fato, o caráter da ruiva sempre fora incontestável. Ela não querer mentir para os pais era extremamente compreensível. Nunca gostara de mentir para ninguém.

– Eu entendo seu ponto de vista, Gina... – Juliana suspirou. – Mas não sei se posso te ajudar muito com isso minha amiga. Acho que a melhor pessoa para te ajudar agora sobre o assunto seria o Nando, e acho justo você falar com ele, antes que ele comece a pensar outras coisas...

– Mas que coisas Juliana?!

– Ah Gina, é óbvio que até você se resolver com sua consciência vai ficar diferente em relação ao Nando...

Gina reconheceu.

Lembrou-se do sorriso de Nando quando ela disse a razão de ter se desvencilhado dele. Ele já havia percebido.

– Na verdade, acho que já fui meio estranha com ele a pouco, Juliana. Mas você tem razão, eu vou conversar com o Nando... Obrigada! – Ao agradecer, Gina deu um doce beijo na bochecha da amiga.

[...]

Ferdinando estava sentado no balanço, pensativo.

Depois de zanzar pela casa toda em busca do engenheiro, Gina finalmente o encontrou no jardim.

A ruiva conseguia apenas ver o perfil do rosto dele. “Lindo.” Ela inconscientemente constatava apaixonada. Notou o quão concentrado ele estava. Resolveu brincar. Afinal, de sério já bastava o assunto que desejava conversar com o amado.

– E essa cara de bezerro desmamado?! – Ela o provocou com tom risonho e sapeca.

Ferdinando sorriu ao ouvir a deliciosa voz que se aproximava dele. A dona dos pensamentos e lembranças nos quais ele se imergia.

– Posso saber no que tanto pensava doutor? – Gina colocou as mãos por cima dos ombros dele. Permanecia de pé, atrás do balanço.

Ferdinando segurou as pequeninas mãos dele sobre seu peito. Achou o gesto da ruiva, extremamente carinhoso.

Era bom.

Afinal, ao menos assim poderia afastar um pouco a amarga dúvida que o estava afligindo.

– Em você menininha... Alias, acho que devo estar ficando maluco, não consigo pensar em outra coisa há tempos... – Nando levantou o rosto, buscando o queixo que se apoiava em sua cabeça para morder.

Mordeu.

– Ai, seu porqueira! – Gina fingiu dor, ainda sorria pela última declaração dele.

– Ara que eu vou te mostrar o porqueira, sua jaguatirica! – Ele começou a puxá-la pelos braços mordendo o teimoso queixo inúmeras vezes.

– Nando para! – Ela pedia em meio às gargalhadas que ele agora a fazia soltar com as cócegas e mordidas.

Seriam capazes de ficar presos a doce brincadeira minutos, horas. Gostavam disso.

Em muito se lembravam da doce amizade de infância que compartilharam.

Em meio aos risos um som se destacou. A campainha.

Gina e Nando observaram sincronicamente o portão a frente e reconheceram, de imediato, o casal que havia chego.


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Notas finais do capítulo

Bom, é isso amores! Espero de coração que estejam gostando do rumo das coisas! Críticas/dúvidas/sugestões eu vou sempre estar aqui!



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