República escrita por Larissa Gomes


Capítulo 34
Férias - A Surpresa


Notas iniciais do capítulo

Minhas menininhas lindas e valentes, aqui está ! Espero que gostem e preparem o coraçãozinho para fortes emoções futuras!
Bom, sem mais, aqui está! rs
Boa leitura!!



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A Vila de Santa Fé era bem afastada da capital paulista. Na verdade, ficava praticamente no extremo do estado, oposto ao litoral.

Aquela era uma viagem longa, mas o tempo passava habilmente em meio a tantas conversas, brincadeiras, músicas e cochilos. Ferdinando, como motorista, era o único que não possuía este último privilégio. Mas não se importava tanto. Ele gostava de observar nestas oportunidades, pelo retrovisor, a bela ruiva (razão de tudo aquilo) dormindo calmamente apoiada em Juliana, sua grade amiga que também cochilava serenamente. Ao seu lado, Nando observava ás vezes aquele que sempre fora seu amigo e companheiro, que também descansava.

Na bela, tranquila e arborizada estrada, em uma manhã nada menos que agradável, observando algumas das pessoas que ele mais gostava (dentre elas a que mais gostava) dormirem calmamente, Ferdinando se sentia simplesmente em paz.

Era tudo que ele precisava antes de encarar o que viria pela frente.

[...]

– Vamos acordar, pessoal dorminhoco? – Ferdinando deu um alto chamado, estacionando o carro.

O engenheiro ria ao ver a cara de susto com que todos despertavam.

– Ara Nando... A gente já chegou? – Gina disse com a voz manhosa de sono.

Ela era linda ao acordar. Nando nunca cansaria de constatar isto.

– Não, pelo que eu vejo, estamos em um restaurante... To certa, Nando? – Juliana sugeriu, enquanto se espreguiçava, observando a construção a sua frente.

– Sim, minha cara professorinha, corretíssima. Ainda faltam alguns quilômetros, e eu pensei que poderíamos nos esticar um pouquinho aqui, fazer um breve lanche, almoçar, qualquer coisa do tipo.

Na verdade, Ferdinando tinha planos além destes.

– Oba, lanche! – Gina se animou rapidamente e pulou para fora do carro.

Todos riram.

– Bom, eu concordo com ela, bem que to precisando beliscar alguma coisa! – Zelão disse saindo do carro e se dirigindo à porta traseira. Abriu-a e ajudou Juliana a se retirar.

Era um casal a moda antiga.

Ferdinando, por sua vez, saiu logo em seguida, fechando o carro, e abraçou fortemente a ruiva por trás, pela cintura fina.

– Ara que eu já tava morrendo de saudade de você, menininha! – Ele disse com a voz suave e manhosa, beijando o pescoço dela inúmeras vezes.
Gina achava fofo, mas um tanto quanto exagerado. Na verdade, ela ria da atitude dele.

– Ah Nando! Saudade como, se eu to há horas no mesmo carro que você?! – Ela queria provocá-lo.

Ferdinando a soltou e se posicionou na frente dela.

– Ara Gina! Mas não é igual... Você sabe disso. Eu mal consigo lhe ver enquanto dirijo... - Ele abaixou perigosamente o olhar, observando a bela amada. – Se você tivesse ido sentada na frente, como eu lhe pedi, eu estaria menos saudoso... – A voz dele era pura manha.

– Não. – Ela foi dura. – A gente já conversou sobre isso Nando! – Foi direta também.

Ele fez o biquinho de sempre, após a bronca. Não tinha esperança de convencê-la, fez por tristeza mesmo.

– Ara frangotinho - Gina pegou carinhosamente uma das mãos dele. – Você sabe que é por uma boa causa, não sabe?! Ou quer desistir já desse negócio todo e arrepiar carreira?! – Ao final, a voz da moça era de puro deboche.

Ferdinando sorriu cinicamente com a provocação dela.

Puxou-a pela mão, colando um pouquinho mais os corpos. Posicionou os lábios bem próximos ao ouvido dela.

– Eu não sou homem de arrepiar carreira menininha, muito menos quando é algo que eu quero tanto. – O sussurro no qual ele soltou a frase, fez Gina se arrepiar levemente.

Ferdinando percebeu, e levou a outra mão para a cintura da moça, colando-a inteiramente nele.

Ela sorriu. Sabia a intenção do engenheiro, e iria permitir o beijo silenciosamente avisado.

– Vocês dois?! – Juliana deu um discreto gritinho. Nem havia percebido atrapalhar. Ela e Zelão já estavam na porta do restaurante. – Vamos entrar?!

Ferdinando e Gina a observaram frustrados. E sem pestanejar, seguiram os amigos.

O beijo poderia esperar um pouco, afinal, Ferdinando ainda tinha planos para a viagem.

[...]

– Mas Nando, pra quê comprar tanta comida na Mercearia do restaurante?! A gente ainda tá longe assim da Vila? – Gina dizia tentado entender as ideias do rapaz, e se encaixar com Juliana no banco de trás, agora compartilhado com algumas sacolas.

– Não menininha, longe, longe... Não. Mas eu penso que um lanchinho, se der fome, nunca é demais, não é?! – Ele sabia que era possível conquistar a compreensão da ruiva pelo estômago.

– É nisso você tá certo. – Ela concordou, cessando as indagações.
Ferdinando olhou discretamente para Zelão e deu uma leve piscadela de cúmplice. Já havia contado para o amigo seus planos, durante uma brecha de atenção das duas.

[...]

Quando passaram pela cidade das Antas, Gina podia jurar já sentir o perfume de casa. Ferdinando e Zelão idem. Ambos amavam aquela região, ainda mais a Vila em que haviam nascido e sido criados.

O ar de cidade pequena, o perfume das plantações de eucalipto próximas, e a arquitetura diminuta, mas rica, das casas faziam Juliana pouco a pouco se apaixonar pelo local. Ela não via a hora de poder conhecer a Vila, sobre a qual os três não paravam de falar.

Entretanto, antes de chegarem finalmente na estrada que levava para a Santa Fé, Ferdinando tomou um caminho diferente. Gina não entendeu e foi logo questionando.

– Ara Nando! Você pegou a estrada errada seu bocó! – Ela foi grosseira, mas estava brincando. – Essa que você pegou não vai pra Vila, vai sair perto da Fazenda do Sr.Luiz! – Ela dizia cheia de si, demonstrando conhecer muito bem aquele lugar.

– É menininha, mas eu não estou indo para a fazenda do Sr. Luiz, muito menos para a Vila... Não agora. – Ele disse ainda mais cheio de si do que ela.

Gina e Juliana se entreolharam.

– Como não Nando?! – Juliana questionou curiosa.

– Minha frô, vocês duas se aquietem aí, que o Ferdinando tem uma surpresa.

– Na verdade nós dois temos, não é Zelão?! – Ferdinando sorriu.
– Ara que eu não gosto de surpresa e você sabe Nando! – Gina disse mais tomada pela curiosidade e manha que por raiva.

– Mas você sempre gosta das minhas, menininha. Essa não vai ser diferente. Eu lhe prometo. – Nando a olhou nos olhos pelo retrovisor, carinhosamente.

Gina resolveu esperar. Se ele estava tão certo...

Ela começava a reconhecer aquele lugar... Mas faziam alguns anos que ela não passeava naquelas áreas, então, nada desvendava.

Em menos de cinco minutos na estrada, Nando parou o carro em um recuo de árvores.

– Descendo! – Ele animadamente indicou. – Agora vamos caminhar um pouquinho.

Todos desceram. Juliana e Gina não se aguentavam mais de expectativa. Perceberam que os dois pegavam aquelas sacolas no carro, e Ferdinando abrira o porta-malas para pegar um tecido que elas não conseguiram identificar.

Mas ao menos uma ideia de um picnic elas já conseguiam captar.
Sorriram olhando uma para a outra com a criatividade dos amados.

– Vamos?! – Ferdinando disse se dirigindo juntamente com Zelão até elas.
Eles atravessaram algumas árvores. Andaram pouco, o local predestinando não era muito longe de onde haviam parado o carro.

Gina começou de leve a reconhecer o som de águas que provinha de uma clareira adiante.

– Ara Nando... Não me diga que é... - Ela se virou encarando-o extremamente animada.

Os olhos de Nando brilharam pela animação de Gina com a lembrança.
– Urrum... – Ele sussurrou consentindo levemente com a cabeça.

Gina estava sorrindo para ele, de certa maneira, até mesmo emocionada. “Esse um!” Ela pensava enquanto era novamente surpreendida pelo engenheiro.

A ruiva correu em disparada em direção a clareira à frente, queria ver, sentir o perfume e gramado únicos daquele lugar.

Zelão sabia bem que aquele lugar era repleto, de lembranças, de sorrisos.
Queria fazer com que Juliana também tivesse um momento, por mais simples que fosse, eternizado naquele espaço tão especial. Ele ficava feliz em ver o amigo conseguir surpreender, de tamanha maneira, aquela que amava.

– Vem Juliana, você não vai acreditar no quanto é bonito esse riacho! – Gina gritava Juliana a frente.

Juliana logo que soube da existência de um riacho na clareira, entendeu o motivo da ternura do momento.

Aquele era simplesmente o riacho em que Gina, Ferdinando e Zelão brincavam juntos quando pequenos. Aquele mesmo em que Nando havia salvado a vida de Gina, quando pequena. Aquele que o havia feito lembrar que sempre havia gostado da ruiva.

Era um momento, de fato, memorável.

Seria a primeira vez que os dois voltariam lá... Juntos, como antigamente.

A professora se sentia lisonjeada em poder participar. Sendo assim, correu para junto da amiga. E perdeu o fôlego com a bela paisagem que se revelou na clareira, por trás dos pinheiros.

A grama verde e delicada cobria todo chão de maneira uniforme, algumas pedras suntuosas em meio à água cristalina, que provinha de uma pequena, mas sonora e bela, cascata. A luz do sol da tarde, transpassava com sutileza as imponentes sombras dos pinheiros em volta.

Era um lugar incrível.

Os dois rapazes “adentraram” o recinto admirados com a destreza com que o olhar das duas amigas analisava o lugar.

– Bom... – Ferdinando disse despertando-as da doce análise. – Eu vou colocar nossa toalha de picnic bem aqui, tudo bem? – Ele questionou.

– Urrum! – Gina disse com um sorrio primoroso nos lábios, se dirigindo à água do riacho. Queria sentir os pés sendo refrescados por ela novamente.

– Gina... Me espera pra fazer isso com você... – Ferdinando suavemente pediu. Depois de tanto tempo, queria redescobrir com ela aquele lugar tão deles.

Gina consentiu com a cabeça. Não estava em condições de lhe negar nada após tamanha surpresa.

Rapidamente, Ferdinando e Zelão organizaram a toalha e os alimentos sobre ela.

Foram em seguida encontrar as amadas, que sentadas a beira do riacho, pareciam não cansar de observar o quanto era belo aquele lugar.

Eles se sentaram atrás delas, encaixando-as em suas pernas.

– Gostou da surpresa menininha? – Ferdinando perguntava abraçando Gina carinhosamente pela cintura.

Gina sorriu pela pergunta boba.

– Ara... Eu nem sei te dizer quando frangotinho. – Ela virou o rosto, agarrando-o levemente pelos dreads, beijando-o de maneira grata e apaixonada.

O engenheiro se sentia completo em perceber a felicidade dela.

Após o beijo, Ferdinando empurrou Gina delicadamente com seu corpo, fazendo-se chegar junto a ela à beira do riacho. Ambos colocaram, juntamente, os pés nas águas tão nostálgicas.

Era um momento único. Na verdade, perfeito.

Não poderia ser descrito de outra forma.

Eles, assim como o casal de amigos ao lado, se curtiram ao máximo durante toda aquela tarde. Namoraram, riram, e em diversos momentos, voltaram a ser criança com as brincadeiras que surgiam.

Isso foi bom, pois infelizmente, eles demorariam um pouco para ter outro momento como este.


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Notas finais do capítulo

Bom, é isto minhas lindas! Espero que tenham gostado!
Obrigada por tudo, sempre! Não canso de agradecer! s2
Beeeeijos!



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