República escrita por Larissa Gomes


Capítulo 14
Cinema - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Oi minhas lindas!
Bom minhas flores, o primeiro capítulo de hoje - urrum, primeiro. - está pronto! Ficaria muito longo, mas decidi dividir, então se preparem que mais tarde o 15 vem aí! rs
Espero de coração que gostem! s2 - Obrigada sempre!



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– Zelão, você diga logo! Deu ou não deu certo a tal conversa?! – Gina questionava o rapaz parado na porta, nervosa e extremamente curiosa.

– Por favor, nos dê uma boa notícia! – A professorinha fechava as mãos como que fazia uma prece.

Era fácil notar a tensão no rosto de todos.

– Ocês se assosseguem , que agora, a casa é de vocês! – Zelão sorriu ao dar a boa notícia. – Quer dizer, quase de vocês, né... É alugada...

Todos suspiraram em alívio.

Ferdinando abraçou Gina e a rodopiou brevemente em seus braços. Juliana abraçou Zelão de uma maneira extremamente terna, demonstrando sua gratidão ao rapaz. Ferdinando repetiu o ato da amiga, e se surpreendeu quando até Gina abraçou o rapaz de maneira receosa, porém, claramente grata.

Zelão se sentiu confortável. Sentiu-se em casa, na verdade. Todos ali, até mesmo Gina, estavam sendo carinhosos com ele. Isto era muito além do ele esperava encontrar em um lugar tão distante de casa.

[...]

– Você me surpreendeu agradecendo o Zelão daquela forma, menininha... – Ferdinando dizia brincando de enrolar e soltar um cacho dos cabelos de Gina em seus dedos.

Estavam sentados em um dos bancos do jardim, observado o dia trocar-se pela noite. Na verdade, apenas Nando estava sentado, Gina estava deitada, com a cabeça no colo do rapaz, e as pernas estendidas no restante do banco. Seus joelhos se flexionavam um pouco para ela caber toda ali.

– Ara... Sabe que eu nem sei o que me deu Nando?!- Ela dizia com a face intrigada – Eu gostei da atitude daquele um... Mal havia chego e já foi pegando pra ele os problemas de todo mundo...

Ferdinando a observava falar maravilhado. Ela estava sendo justa. Ele não conseguia acreditar no quanto Gina tornava-se mais perfeita a cada dia... ”Ela é justa, forte, valente, esperta, formosa, delicada e até mesmo carinhosa, nos momentos certos, claro.” Ele estava amando, estava mesmo. E não queria mais tentar se enganar que não. Ele a amava. E se não fosse pelo medo de assustá-la com tamanha confissão ele contaria isto a ela, mesmo temendo não ser correspondido.

– Pois é Gina, ele é um bom amigo, como eu lhe disse. Um bom homem.

– É sim Nando...apesar de tudo, agora eu começo a ver isso. – Ela lhe sorria olhando para seus olhos acima.

Ah, como eles gostavam de ficar assim, enamorados, na calmaria do jardim. Com carícias doces e incessantes sendo recebidas e realizadas por ambos. Até mesmo com olhares.

– Menininha, já está escurecendo. Nós ainda vamos ao cinema, não é?!
– Nando sorriu com a lembrança do passeio.

– Claro Nando, vamos sim! Não vejo a hora de ver aquele filme de terror que está em cartaz.

Ferdinando fez uma cara de desagrado.

– Terror Gina?! Eu tava mais era pensando num romance... - Ele começou a lhe afagar as bochechas lentamente.

– Ara Nando! – Ela riu alto, sentando-se ao lado do rapaz. – Não vai me dizer que você, Ferdinando Napoleão, doutor, formado, tem medo de filme de terror!

Ele a encarou fingindo estar bravo.

– Aaara, claro que não Gina!- Ele disse se sentindo ofendido. - Eu só achei que você fosse preferir... – Ele mentia. Morria de medo. – Mas vamos assistir o que você quiser! - Ele lhe deu um breve, mas deliciosamente molhado beijo. - E eu acho melhor nós tomarmos um belo banho já, para pegarmos uma boa sessão. – Ele sugeriu.

Ela consentiu com a cabeça em um movimento tão gracioso quanto o sorriso que esboçava.

Eles se levantaram e entraram novamente em casa.

[...]

– Mas porque não Juliana?! – Gina perguntava brava para a amiga, enquanto terminava de se trocar em seu quarto.

– Gina você, por favor, deixe de ser maluca! – Juliana ria pelo convite da amiga. – Que coisa mais sem cabimento você me convidar para ir junto com vocês dois ao cinema!

– E sem cabimento porque, posso saber?! – Gina sentou-se na cama e começou a calçar o mocassim que tanto amava, azul. – Nós não somos amigos?!

– Claro que somos Gina! – Juliana se sentou ao seu lado na cama – Eu sou sua amiga, e amiga de Ferdinando. – Ela tentava esclarecer. – Mas vocês, agora, são mais que amigos Gina...certas coisas precisam fazer sozinhos, ter privacidade.

– Ara, mas do que é que você tá falando Juliana, que coisas?! – Gina se levantou receosa pela colocação da amiga.

Juliana riu, pegou a escova de cabelo na cama, e colocou-se de pé atrás de Gina, ajeitando-lhe os cachos ruivos.

– Eu não estou falando de nada de mais Gina...pode parar de colocar minhocas na cabeça... O que quero dizer é que, quando se está ficando com alguém, um passeio como este faz parte do processo de conhecimento dos dois, entende?! Não tem nada a ver uma outra pessoa estar lá.

Gina respirou... Agora entendia o que a amiga estava dizendo. Mas tinha algo que ainda a preocupava.

– Juliana... E se ele tentar me beijar?! – Gina se virou para a amiga com a expressão mais apreensiva do mundo.

Juliana riu, novamente. Gina era mesmo de uma inocência gigante.

– Ora amiga, e porque ele NÃO tentaria te beijar?!- Ela questionou indo em direção a pequena bolsinha que havia deixado na mesinha do quarto. – Afinal, vocês estão ficando Gina, coloque isto na sua cabeça, por favor!

– Mas assim...? Na frente de gente estranha?! – Gina não conseguia se imaginar protagonizando tal situação.

– Gina, vocês dois são jovens, livres e desimpedidos, ninguém tem nada a ver com isso, e nem vão ficar te olhando, pois isso é normal. Ainda mais em um clima romântico como em um cinema! – Juliana suspirou, enquanto passava um leve blush pêssego nas maças do rosto de Gina.

A ruiva percebeu que o suspiro de Juliana havia soado sonhador, e um pouco melancólico. Não entendia muito de certas coisas, mas queria retribuir o apoio que a amiga sempre lhe dava.

– Juliana, tá tudo bem entre você e o Renato?

– Mas porque a pergunta Gina?! – Ele perguntou sem acreditar que Gina agora, conseguia interpretar gestos relacionados a sentimentos.

– Ara, por nada...mas é que eu não te vi mais com ele, desde festa... Na verdade, não te vi com ele na festa por mais de dois minutos! – Ela pontuava sua observação, enquanto Juliana lhe aplicava um leve batom rosado.

– Isso se chama álcool Gina, eu acho que você não viu foi é nada por mais que dois minutos! – Ela brincou com a amiga, que lhe jogou um travesseiro pela provocação.

Elas riram.

– Eu to falando sério, amiga! – Gina disse recuperando-se do riso.

‘Amiga’, Juliana amava ouvir Gina chamar-lhe assim, carinhosamente. Assim como Ferdinando havia sofrido para lhe conquistar um “gostar” da ruiva, Juliana também havia batalhado para receber tal título e sentimento dela. E estava feliz, por ter a amizade correspondida.

– Ai Gina... Sabe que eu nem sei?! – Juliana fazia um bico, com a voz desanimada ao responder, conferindo o visual da amiga. – Ultimamente o Renato tem estado muito centrado na faculdade, nós mal temos conversado, e quando nos vemos, é só pegação.

Gira corou feito um tomatinho.

– Ara Juliana! Que coisa feia de se falar!- Ela recriminou a amiga pelo termo.

– Não é não Gina, - Deu um longo suspiro. – Eu estou sendo sincera, é isso que acontece... Apenas isso. Não tem conversas doces, nem beijos carinhosos... Apenas... pegação horas! Quer que eu diga como?! – Ela riu, gesticulando a dúvida com as palminhas das mãos viradas para cima.

– Eu entendi. – Gina compreendia muito bem, apesar de não ser tão romântica, ela não imaginava beijar sem carinho. Até imaginava, pois seu primeiro beijo havia começado assim, mas havia um carinho da parte oposta. – Mas você então não quer mais ficar com ele?!

– Ora essa Gina! Que pergunta mais complicada essa sua! – Juliana não sabia na verdade o que responder, então, desconversou. – Vamos descer logo que desde a hora que eu subi o Ferdinando já estava pronto, lá na sala te esperando com o Zelão!

Gina se esqueceu até de sua própria pergunta ao ouvir o nome do engenheiro.

Elas saíram do quarto, conversando sobre os possíveis programas que Ferdinando ou Gina poderiam sugerir após a sessão. Juliana tentava convencer Gina de que um convite para o jantar era o mais obviamente esperado. A ruiva relutava. “Ele teria falado sobre isso” pensava.

Quando chegaram à ponta de escada, viram Ferdinando e Zelão conversando animadamente, de costas para elas, sentados no sofá.

– Ferdinando, você pode, por favor, dizer para a Gina, que o jantar está sempre implícito no convite do cinema?! – Juliana disse alto.

– Ora Juliana, você acabou de estragar a surp...- Ferdinando havia se virado para responder, mas ficou simplesmente sem fala ao ver Gina.

Estava simplesmente vestida, mas encantadoramente bela. Os cabelos soltos como ele amava, estavam jogados graciosamente de lado. Seu rosto estava belo como sempre, mas ele podia ver seu olhar ainda mais intenso e os lábios ainda mais desejosos, pela maquiagem leve que Juliana lhe aplicara. Ele utilizava uma regata preta, que lhe deixava o colo a mostra, sendo enfeitado por um colar leve e longo, que seguia até seu abdômen. Por cima da regata, uma leve jaquetinha de couro marrom. A calça jeans justa, mas não muito, evidenciava suas curvas. E a delicadeza do azul dos sapatos, conversava com a pedra também azul depositada na ponta do colar.

Ela estava esplêndida em sua autenticidade. Linda.
Perfeita, ele diria.

– Ora essa Gina, - Ele se encaminhou até ela com os olhos brilhando em encanto, fazendo Gina se envergonhar e desviar o olhar. – Desse jeito você vai é me dar muito trabalho nesse passeio. – Ele riu e lhe tomou e beijou a mão direita. Ele no chão, ela, no último degrau da escada. A cena era bela.

Ferdinando, por sua vez, estava com uma blusa de lã preta, com as mangas puxadas, estilo ¾. A calça escura, em um tom entre o preto e azul petróleo, era difícil para ela saber ao certo. Seus sapatos tomavam conta de demonstrar todo seu estilo, ele estava com um par de Oxford marrom, preso aos seus pés por cadarços vermelhos.

Gina também não pode notar o quanto ele estava radiantemente bonito. Incrível, ela diria.

– Vamos?! – Gina disse animada. – Mas Juliana, você vai jantar sozinha?! – Ela ainda estava preocupada com a amiga.

– Ora essa, Gina, claro que não! Esqueceu que o Zelão está aqui agora?! – a professora lançou um olhar carinhoso, para o rapaz, que sorriu para ela.

Foi bom sorrir, até o momento o rapaz tinha uma expressão perplexa pela cena que estava presenciando.

– Ah, é verdade. Foi mal Zelão! – Gina disse se redimindo com o novo colega.

– Então vamos, menininha?! – Ferdinando ofereceu seu braço para Gina. Um sorriso nada menos que contagiante em seus lábios.

– Vamos! – Ela disse encaixando-se ao braço do engenheiro. Sorrindo-lhe de volta.

Eles se despediram e saíram porta a fora.

– Bom Zelão, o que me diz de mostrar o que sabe sobre cozinha, pelo que me disse hoje no almoço?! – Juliana levou as mão na cintura e rumou para a cozinha.

– Vamos lá então professora! – O rapaz sorriu e a seguiu.

[...]

Chegando à calçada, Gina olhou para Ferdinando com dúvida.

– Ué Nando, cadê o táxi?! Não me diga que se esqueceu de chamar! – Disse com a voz manhosa. Ela estava com medo de perder o filme.

– Não menininha. – Enquanto ele falava, um rapaz estacionou a frente deles um belo carro preto, sedan, mas com um toque esportivo. – Nós vamos com o meu carro.

Para ele um esclarecimento.

Para ela uma surpresa.

E esta seria apenas a primeira, de outras que viriam.


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Notas finais do capítulo

Bom minhas, lindas espero que tenham gostado!! Prometo correr com o 15 ! rsrsrs
Um bigbeijo! s2



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